Nova Geração escrita por Ana


Capítulo 7
A Vila Chisana


Notas iniciais do capítulo

Espero que aproveitem!



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Mistuki, Sarada, Boruto e Noriko se posicionaram em fileira em frente à mesa do Hokage, que estava em silêncio, lendo a carta que Sarada o havia entregado em nome de Sasuke. Depois de um minuto lendo, ele encarou o grupo a sua frente, usando o uniforme de missão, mas confusos, exceto Sarada e Mitsuki, que pareciam saber exatamente do que se tratava.

O Hokage pigarreou e se virou para o grupo.

— Então, time Konohamaru, Noriko, tenho uma missão para vocês. Será uma missão diferente e não foi requisitada por nenhuma aldeia menor. É um caso particular e todos os quatro aqui sabem do que estamos falando. O acontecimento da caverna que quase todos vocês presenciaram.

Boruto, que cutucava descuidadamente a kunai no próprio bolso, se portou ereto e voltou sua total atenção no pai.

— Vocês irão novamente à caverna onde nosso companheiro, Hyuuga Neji, ressurgiu dos mortos. Essa é uma missão de rank-S, mas eu não posso requisitar quem não estava presente na ocasião. Vocês e somente vocês poderão realizar essa missão.

— Qual a nossa missão, exatamente? Ir até lá e daí o que mais? – perguntou Boruto, erguendo as sobrancelhas.

— Vocês levarão Sasuke até o local, ele será seu capitão temporário até que retornem. Vocês irão, além de para mostrar o caminho, também para ver os padrões. Não sei como explicar isso de melhor forma. Mitsuki, por favor.

Mitsuki deu um passo à frente, com uma pose cheia de importância que fez Boruto bufar de desdém, mas então ele ficou em silêncio, esperando o colega de time se pronunciar. Noriko fez uma cara de quem só havia notado que havia uma pessoa a mais naquele momento e realmente se mostrava surpresa com esse fato.

— Eu estive os últimos meses treinando junto ao Orochimaru-sama, aprendendo tudo o que estivesse ao meu alcance aprender e ele a ensinar. Quando recebemos a carta do Hokage pedindo sua opinião científica sobre o caso, ele mandou que eu retornasse me deixando ciente do que precisava.

— Isso ainda não explica nada. – reclamou Boruto.

— Eu ainda não terminei. – ambos trocaram olhares implicantes, mas então Mitsuki continuou. – Enfim, antes que eu partisse, meu pai me falou de algumas teorias que ele tinha com relação ao que havia acontecido, mas isso ainda precisa de provas mais concretas. Houve apenas um evento em especial e muitas coisas podem ter favorecido ao retorno do garoto prodígio do clã Hyuuga. Qualquer coisa pode ter ajudado na ocasião, clima, os presentes, o local, o horário, ou mesmo algo de que não temos controle nem conhecimento. Estamos indo com o Capitão Sasuke para que notemos esse tipo de coisa.

— Isso pode ser considerado uma missão rank-S, porque?

— Porque, Boruto, corre o risco de qualquer coisa acontecer durante a investigação. – disse o Hokage. – Em casos normais, na lei da vida, o mundo vive teoricamente em equilíbrio. A vida e a morte, a doença e a saúde, a felicidade e a tristeza. É natural que, quando um morto volta para o nosso mundo, algo tenha que ser sacrificado para que seja mantido esse precioso equilíbrio.

— Você quer dizer que na pior das hipóteses um de nós pode morrer como sacrifício? – perguntou Sarada. Ela, que olhava Boruto, notou que o parceiro repentinamente ficou pálido.

— Acho que não acontecerá nada desse tipo, mas, como eu disse, estamos vagando no escuro e esse é um dos motivos no qual eu mandei Sasuke com vocês. Ele saberá o que fazer se algo extremo realmente acontecer. De toda a forma, se as coisas saírem do controle, ainda posso acha-los. Gaara, apesar de andar bastante ocupado ultimamente, se manterá atento na fronteira e prometeu suporte caso necessário.

— Isso tudo me parece um tanto exagerado... É realmente necessário envolver até mesmo as forças da Aldeia da Areia nisso? – perguntou Noriko. – Pelo que eu entendi, quanto menos gente sabendo do que aconteceu, melhor.

— Sim, isso está certo, mas além da Areia ser uma aliada, Gaara é um amigo, quase parte da família e da nossa vila aos meus olhos. É de confiança e um tipo de força dessas não deve ser enfrentada sem bons aliados.

Todos olharam nos rostos uns dos outros, sem demonstrar medo, mas também com receio do que parecia prestes a vir.

— Do que exatamente estamos falando quando diz “tipo de força”? – perguntou Sarada, a voz um tanto baixa, não soando nem um pouco corajosa e forte, como sempre gostava de soar perto do Hokage, já que era o local em que desejava estar no futuro.

— Estamos lidando com algo com que não temos controle. Uma força, pode-se chamar. Não é algo inanimado que estaria trazendo pessoas dos mortos e esse algo pode ser um alguém ou mesmo um ser que jamais imaginamos a existência.

— Caminhando no escuro, uh? – repetiu Boruto. O Hokage apenas assentiu.

— Sigam os padrões. Eles dirão se mais alguém será revivido ou se alguém será pego. Kabuto, um antigo inimigo da nossa vila, me ensinou algo muito importante: a morte cobra seu preço. Ele é caro, crianças. Estamos lidando com algo realmente perigoso.

 

Caminhando em direção ao jardim, que era mais uma pequena floresta que beirava os fundos do prédio do Hokage, todo o time parecia distraído. Cada um com um tópico próprio. O clima, a missão ou qualquer outra coisa, flutuava em suas cabeças. Depois de alguns minutos andando lentamente, eles avistaram Sasuke, nada mais que uma sombra encostada em uma árvore. Ele não carregava nada a não ser uma bolsa pequena que cruzava seu peito e Sarada achava curiosa a forma com que ele nunca parecia estar distraído. Nada jamais saía do seu campo de visão, a não ser quando era propositalmente e uma confiança em si mesmo, como se além de ouvir dos outros que era imbatível, ele sabia que aquele era um fato, mas não o dizia em voz alta por pura educação.

— Certo. – disse Sasuke assim que se aproximaram. – Provavelmente Naruto já explicou o objetivo da missão, mas preciso apenas adicionar que eu conversei com a aldeia próxima da caverna. O líder de lá nos ofereceu acomodações e nos aguardam até o anoitecer.

— Apenas por curiosidade, porque eles ofereceram abrigo? – perguntou Boruto.

— A caverna tem sido um grande incômodo para eles. É uma vila pequena que vive basicamente do comércio de grãos e especiarias, além do turismo local, mas eles têm se comprometido por causa dos boatos que têm se espalhado, de que quem ia na região nunca voltava. Eles querem acabar com isso logo, para que voltem à mesma frequência de turistas e compradores que tinham antes.

— Eles perderam os negócios? Por isso aceitaram nos dar abrigo? – perguntou Sarada, um tanto atônita.

— Bem, sim. O chefe da vila tem filhos e dois deles entraram na Caverna dos Sonhos e nunca mais voltaram. Ele tem esperança de trazê-los de volta, acredito.

Boruto deu de ombros, colocou as mãos na cabeça de forma desleixada e começou a andar, seguindo o caminho mais curto em direção à estrada que levava à saída da vila.

Normalmente eles levariam cerca de um dia e meio para chegar à Aldeia da Areia, mas a caverna era mais perto e a pequena vila do qual Sasuke havia falado também. Quando havia acabado de anoitecer e começava a ficar frio, começaram a avistar a claridade de um local habitado.

A Vila Chisana era cercada por um muro de madeira grossa e brilhante, mesmo com a escuridão era possível ver que era cara e de boa qualidade. Dois guardas usando uniforme se posicionavam num grande e espalhafatoso portão de entrada feito de pedra e ferro. Quando se via a entrada, você tem grandes expectativas com relação ao interior, mas dentro ninguém jamais diria se tratar de uma vila. Parecia mais uma grande propriedade particular com um vilarejo ao redor. Pelas quinquilharias que vendiam na rua principal, ficava bem óbvio que o negócio deles era o comércio e era bem fácil imaginar pessoas fazendo filas para entrarem lá e aproveitarem um feriado com a família. Parecia um local pacato e bom, mas era como se tivessem chegado no dia errado. As pessoas prostradas nas lojas tinham um enorme desânimo espantado no rosto e poucos vendedores nômades cruzavam o local.

As casas ficavam nas ruelas entre uma loja e outra e seguindo a rua podia-se ver a entrada do maior edifício do local. Com letras caprichadas e bem entalhadas em prata, lia-se “HEYO” no alto da porta extravagante. Pensando melhor, tudo ali parecia extravagante, principalmente aquela porta de cinco metros de altura.

— A família Heyo é quem comenda a vila. – logo após o comentário de Sasuke, um senhor apareceu de uma das ruelas que se passavam ao lado deles. Ele era baixinho (metade da altura de Sasuke) e corcunda, magro e com uma grande barba, que beirava seus joelhos magros e expostos. Um dos olhos piscava insistentemente e o outro parecia morto, a boca um pouco torta, porém sorridente. O senhor usava uma touca com estampa de palmeiras e uma toga que parecia macia mesmo de longe, mas no pescoço usava joias que pareciam o motivo de estar com uma postura tão inclinada para frente.

Muitas pessoas abordavam o senhor. Algumas com feições preocupadas – essas ele dispensava logo de cara – e outras apenas para dar presentes, que aceitava de bom grado, sorrindo com uma boca torta e um olho que não parecia piscar.

Depois de alguns segundos o velhinho se aproximou do pequeno grupo de ninjas – que estavam começando a chamar atenção na rua parada. Apenas a bochecha do olho fechado acompanhava o sorriso que tentava com grande força manter, porém com simpatia verdadeira.

— Ninjas! – ele deu o grito como um comprimento. – Estava a sua espera. De Konoha, sim? Sim, sim, me lembro bem dessas bandanas, não são os primeiros ninjas da folha que conheço.

— Meu nome é Uchiha Sasuke, fui eu quem contatou o senhor. Lembra? O falcão que trouxe a carta, você fez questão de mencionar muitas vezes na resposta da carta.

O olho que não piscava do velho se arregalou.

— Oh, sim! Claro que me lembro de você. Um Uchiha, hã? Faz um tempo que não vejo um desses por aqui. Sou Heyo Imitsu, líder da vila, mas podem me chamar só de Imitsu. Vocês ficarão na minha casa e serão tratados como meus convidados.

— Esse é o time que trouxe comigo. – Sasuke apontou para os quatro jovens atrás de si. – Mitsuki, Sarada, Boruto e Noriko.

— Sim, sim, sejam todos muito bem-vindos. Bem-vindos à Vila Chisana!

 

Por dentro, a “casa”, como o senhor Imitsu gostava de chamar, era na verdade um palacete com incontáveis quartos e empregados, que podia suportar mais gente que a maior hospedaria da cidade. No mesmo corredor, em um dos últimos andares, abaixo do andar da família Heyo, cada um do grupo recebeu um quarto grande, com banheiro e banheira – sem contar um empregado particular e ainda um vale sem limites para as águas termais há menos de um quilômetro do local. Depois que foram apresentados ao próprio quarto e cada um – fazendo questão – tomou um banho quente, foram fazer um tour pelo palácio, acompanhados do simpático e caolho, Imitsu.

— O que aconteceu exatamente com seus filhos, Imitsu? – perguntou Sasuke durante a conversa. Por um triz Imitsu o ouviu, já que todas as pessoas que via (e eram muitas) ele comprimentava.

— Bem, Sasuke, foi uma brincadeira boba. Adolescente, entende? Tadashi e Eiji fizeram uma aposta boba. Eiji, o mais velho, ao invés de colocar limites no que faziam, colocou lenha nova na fogueira. Tadashi é competitivo. É mais novo, mas acha que se ficar mais forte de Eiji a diferença de idade mudará. Ambos gostam de lembrar um ao outro disso, me deixam louco. – Sarada prestava atenção no homem. Na forma com que seu olho aberto, que a incomodava brutalmente, parecia prestes a marejar ao pensar nos filhos, em como os conhecia tão bem. Ela podia sentir o amor que era direcionado aos dois meninos, mesmo que talvez nem eles mesmo reconhecessem aquilo. Imitsu continuou falando. – Os dois queriam entrar na caverna, cuja fama na época não passava de rumores realmente. Minha filha do meio e supersticiosa que nem eu, Ayumi, tentou impedir, mas os dois são realmente teimosos. Assim que partiram, ela me avisou, mas meus guardas não o acharam e Tadashi e Eiji não voltaram, foi tarde demais.

Todos provavelmente pensaram a mesma coisa naquele momento: e se eles tiverem morrido dentro da caverna? Não apenas por conta de seus mistérios, mas também porque os dois podiam escorregar em uma das pedras e bater a cabeça, se perder na escuridão e passar fome e sede, a criatura que tivesse ferido as pernas de Neji podia tê-los matado. Literalmente, qualquer coisa. Aquele local era cheio de possibilidades, isso eles já haviam aprendido.

— E quanto tempo faz isso, aproximadamente? – perguntou Sasuke, nem um pouco abalado (ou pelo menos não aparentemente).

— Hm... Duas semanas e dois dias.

— Faz um certo tempo.... Entendo sua situação, Imitsu. – disse Sasuke, suspirando. – Ao amanhecer sairemos para olhar o local. Peço que tenha paciência com nossa investigação, pode levar algum tempo.

O senhor Imitsu, pela primeira vez desde que Sarada o avistava, piscou o olho que ficava aberta – ela nunca se sentira tão aliviada com alguma coisa tão banal na vida -, mas então ele pareceu sério pela primeira vez também. O pesar e a falta que os filhos faziam se tornaram aparentes e deixaram de serem somente relatos. A dor que pesava em seu coração ficou nítida nas olheiras que o compunham. Então, Imitsu disse:

— Apenas prometa que vai trazer meus meninos de volta, Sasuke Uchiha.

— Eu vou fazer o que estiver ao meu alcance. – foi tudo o que ele pode prometer. Logo Sasuke saiu andando, o que significava que o grupo estava dispensado até o outro dia de manhã. Tinham uma preciosa noite para passear pela pequena vila.

 

Os quatro tiraram os uniformes e colocaram roupas confortáveis para passear. Cada um ainda levava a própria arma, mas mais escondida do que ficaria se estivessem em confronto ou em campo. Sarada havia prendido o cabelo e feito uma trança em Noriko, já os meninos pareciam bem interessados em ficarem olhando as armaduras de diversos metais colocadas nas paredes onde estavam hospedados.

Ao saírem do corredor aonde estavam, deram de cara com um enorme salão, onde todas as escadas terminavam e onde todos os corredores davam, também aonde ficava a grande porta que dava para a rua principal da vila, para onde planejavam ir.

Se surpreenderam ao encontrar o velho Imitsu Heyo prostrado em uma pilastra. Ao avistá-los, o senhor foi em sua direção, sorrindo e dando saltinhos, apesar de agora estar se apoiando em uma bengala penca, ao contrário de antes.

— Meus jovens! Não fazem ideia de como eu gosto da juventude invadindo minha vila. Me traz uma enorme alegria. – disse ele. - Então, eu gostaria de mostrar os pontos altos da vila para vocês. Os restaurantes, lojas, casas de jogos. Temos muitas coisas por aqui, principalmente para que possam aproveitar bem sua estadia.

— Bem, talvez apenas um restaurante já seria bom. Não podemos nos indispor muito, já que amanhã temos que estar inteiros. – disse Noriko, que podia sentir o próprio estômago se contorcendo na barriga.

— Sem querer ser indelicado, mas a idade me bate forte a memória... eu me esqueci dos nomes de vocês. – Imitsu parecia realmente sem graça com a declaração.

— Imagina, não tem problema repetir. – o confortou Mitsuki. – Eu sou Mitsuki.

— Eu sou Mitsashi Noriko.

— Hm? – Boruto parecia distraído do outro lado do corredor cutucando um vaso de flores que se mexiam, mas então se sintonizou e se apresentou.

— Eu sou Uchiha Sarada.

O nome pareceu chamar atenção de Imitsu, que, assim como fez com Sasuke antes, arregalou o único olho que ainda tinha aberto.

— Você por acaso não seria filha do nobre cavalheiro com que conversei a princípio, hã? – ele perguntou.

— Sim. Sasuke é meu pai.

Imitsu ainda a olhava enquanto dizia:

— Muito bem, jovens. Que tal começarmos indo a uma deliciosa casa de churrasco que temos aqui?

Do nada, um pequeno alvoroço se formou, empregados sendo empurrados, louças caindo e várias desculpas sendo pedidas, porém não respondidas. Uma moça, que tinha aparentemente a mesma idade que eles, apareceu então vindo da esquina atrás deles. Ela usava uma blusa que deixava os ombros expostos de forma um tanto inadequada, com mangas curtas e mostrando um pouco da barriga, apesar do frio que fazia do lado de fora. Usava uma saia longa e azul, o que contrastava de forma nítida com o carpete vermelho vinho. Os cabelos eram até a cintura e castanhos, cacheados na ponta e lisos na raiz. Os olhos da moça chamavam atenção pelo tom violeta que possuíam e a pele era bem clara, assim que o velho Imitsu.

Imitsu abriu um sorriso torno – realmente torto – e abriu os braços, quase acertando sua bengala desgovernada em Mistuki.

— Minha querida Ayumi! Oh, venha conhecer nossos convidados! – a menina se aproximou, alegre. Não parecia do tipo que tinha visitas constantes em casa. – Jovens ninjas, essa é minha filha Ayumi.

Todos a comprimentaram de forma adequada, que ficara toda lisonjeada com os elogios que recebia do pai e também das pessoas que acabara de conhecer.

— E então, vocês já conhecem a cidade? – perguntou Ayumi, com uma voz que depois de algumas falas começou a parecer fina ao extremo.

— Não, seu pai parecia prestes a nos apresentar a uma churrascaria. – disse Mitsuki. Mais uma vez, Sarada sentiu de longe a fome de Noriko, que lutava para manter as aparências.

— Vamos todos então. Posso mostrar outros pontos turísticos daqui para vocês. – anunciou animadamente (assim com tudo o que parecia fazer).

— Bem, como Noriko avisou seu pai, não sei se poderemos ficar passeando pela cidade até tarde. Temos que ir em missão amanhã, se não o Sasuke-sensei mata a gente. – disse Boruto, que finalmente havia se cansado das plantas que se mexiam sozinhas.

Ayumi encarou Boruto com olhos arregalados e boca meio aberta. Ele vinha andando com as mãos nos bolsos usando uma roupa recém-costurada pela mãe e exibia o charme de quem não se importava com a aparência, mas continuava sendo bonito do mesmo jeito. Ayumi se aproximou de Boruto e enganchou seus braços no de Boruto que estavam no bolso e sorriu da forma mais encantadora que pareciam ao seu alcance.

— Vamos então. Não farei com que se atrasem amanhã, prometo.

Mitsuki ficou atrás dos dois, e uma sensação ruim tomou conta do estômago de Sarada vendo a cena. Ela queria crer que era apenas fome, então ignorou a vontade de vomitar vendo aquilo e continuou andado, mas então algo a segurou.

— Ah, Imitsu. – disse ela. – Aconteceu alguma coisa?

— Minha jovem Uchiha, gostaria de dar uma volta? Acho que possuo algumas coisas que podem te interessar. – os dois já haviam começado a andar na direção contrária ao grupo, mas como não haviam sentido falta deles, apenas de raiva, Sarada aceitou a caminhada com Imitsu.

— Ah, então como é a vida dos ninjas? – foi o que ela pode ouvir de Ayumi antes de ser arrastada em direção a uma porta de madeira pouco maior que si mesma.

 - Aonde está me levando? – perguntou.

— Bem, eu não sei se tem interesse no assunto ou não. – começou Imitsu. – Nossa vila é pequena, como você mesma já pode ter percebido. Somos fracos militarmente e nossa finanças são baseadas em turismo, que ultimamente tem falhado bastante, razão pelo qual estão aqui.

— Acho que sim.

— Nossa biblioteca é bem conhecida na região. Não sei se a senhorita sabe, mas quando nossa vila foi fundada por um povo nômade que vivia roubando vilas maiores. Eram patifes desonestos que só pensavam o que roubariam depois. O pior tipo de pessoa, na minha opinião.

Eles viraram em um corredor maior, mas Imitsu continuou falando.

— Em uma dessas ocasiões, foi roubado um documento de Konoha, muito valioso. O Hokage dessa época, não me recordo qual, realmente se irritou com nosso antigo líder com a façanha e queria uma forma de recuperar o que lhe havia sido pego. Não sei se se tratava de alguma forma de matar dois coelhos com uma cajadada só por conta de algum conflito interno, mas eles nos deram em troca muito ouro, dinheiro puro e um outro documento anexado a tudo. Este documento não diz respeito a mim, diz a sua vila. Prefiro deixa-lo nas suas mãos agora.

— Mas do que é esse documento?

— É sobre o seu clã, mocinha. O clã Uchiha. – disse ele, entusiasmado. Imitsu abriu a porta a sua frente e uma sala pequena com prateleiras em todas as paredes e um sofá no meio do cômodo. Muitos papéis e pergaminhos estavam jogados no chão e algumas xícaras de café usadas aqui e ali.

— Do meu clã? – Sarada ficou genuinamente confusa.

— Sim, sim. – o senhor estava em um dos cantos da sala, fuçando uns papéis cheios de poeira. – Ele é seu por direito, não meu. De toda forma, me é inútil, já que nada ali me é familiar.

— Provavelmente será assim para mim também.

— Como assim, jovem Sarada? Porque diz isso? – sua voz soava abafada, já que estava com o rosto enfiado dentro de uma caixa. Sarada foi olhando as coisas ao redor, então sentou no sofá.

— Os Uchiha foram extintos quando meu pai ainda era criança. Ele foi o único que sobrou, além de mim mesma agora. Isso não vai me ser mais familiar do que é para o senhor. Eu não sei quase nada sobre o meu clã, a não ser suas principais técnicas e história básica.

Então Imitsu se virou para ela com um sorriso maroto e o olho que não piscava por trás de um óculo fundo de garrafa exageradamente grande.

— Pois mocinha, isso será ótimo para você. Não sei se vai achar ofensivo ou não, mas eu devo admitir que o li. Aqui há muitas informações não me foram compreensíveis, pois não possuo seu kekkei genkai. Algumas coisas aqui só podem ser lidas usando seu sharingan.

— Nossa! – ela olhou para o grande caderno que estava na mão do senhor. Não era tão grosso, mas era pesado, com folhas rudimentares e amarrado com barbantes. Na capa, o nome do seu clã era o que mais chamava atenção. Sarada folheou um pouco as páginas, muitas coisas chamando sua atenção. – Muito obrigada, Imitsu!

Quando ele respondeu, o senhor já estava na porta, quase de saída. Ele piscou seu único olho que abria para ela com simpatia.

— Por nada, minha jovem. Use minha biblioteca para ler com calma, sim? Mandarei uma moça trazer um jantar decente para você mais tarde.

Sem esperar mais respostas, Imitsu saiu, deixando Sarada com a história do clã Uchiha nas mãos.

Técnicas de batalha, uso do sharingan, despertar de novas técnicas e história contemporânea.


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Notas finais do capítulo

Digam o que mais gostaram nos comentários, eles me deixam muito feliz. Até o próximo capítulo!



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