Nova Geração escrita por Ana


Capítulo 1
A Caverna dos Sonhos


Notas iniciais do capítulo

Espero que gostem ♥



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Sarada corria rapidamente pelo prédio do Hokage, atrasada para o chamado da próxima missão. Ela não era de se atrasar, aquilo geralmente era coisa do Boruto, mas naquele dia estava realmente difícil manter a pontualidade. Ela mal havia colocado todos os equipamentos corretamente e seu óculos escorria pelos cabelos longos, prestes a cair. Tia Karin a mataria se ele o quebrasse.

Ao chegar no escritório do Hokage e pedir desculpas, reparou que nem Mitsuki nem Konohamaru-sensei estavam presentes. Apenas Boruto, com a base do quadril apoiada na mesa do Hokage, num gesto de pai e filho. Quando ela entrou, ele se aprumou como se nem conhecesse o homem louro na cadeira a frente deles.

— Sarada-chan! – ele exclamou – Finalmente. Sabe, para quem vive dizendo que eu deveria cumprir meus horários, você não me parece o melhor dos exemplos.

— Não vem com essa. Eu realmente tive razões para me atrasar, shannaroo!

Sarada ficou ao lado do Boruto.

— Algo em que eu possa ajudar, Sarada? – perguntou o Sétimo. Sempre gentil. Logo ela recusou. Ele era um homem ocupado demais para se preocupar com seus problemas domésticos, ainda que ele e seus pais fossem amigos.

— O que houve com o Mistuki e com o Konohamaru-sensei? – perguntou Sarada.

— Mitsuki abruptamente requisitado pelo.. hm... pai, acho. Ou mãe. – o rosto do Hokage se tornou pensativo por um segundo e ele piscou, como se para espantar algum pensamento da mente. – Enfim. Konohamaru está numa missão oficial para me auxiliar.

Boruto ficou ereto.

— Iremos só nós dois nessa missão? – ele a olhou de relance. Sarada tentou não ficar vermelha e não o olhar de volta, ignorando que ele a havia avaliado de cima a baixo.

— Não. – ela quase pode ouvir o suspiro dos dois. – Terão como terceiro membro do time a Noriko, e como líder, Sarutobi Mirai. Eles não estão aqui, pois já iniciaram os preparativos para a missão, lá fora.

Os dois esperaram a explicação do que fazer.

— Na fronteira com o País do Vento, há rumores dos moradores locais de que existe uma caverna que brilha de noite. Nada demais até ai. Porém, um ninja da areia passou pela região e avisou que aquilo era puro chackra saindo da caverna. Sabemos que depois que a Guerra terminou, muitas fontes não-vivas de chackra apareceram, saindo do chão ou aparecendo atrás de cachoeiras. Nessas situações é emitido uma quantidade muito pequena de chackra, quase zero, mas naquele local, é quase o equivalente ao de uma pessoa adulta e bem desenvolvida. Um ninja, com capacidade de controlar chackra.

— E não há a possibilidade de que realmente seja somente um ninja nômade vivendo ali? – perguntou Boruto.

O Hokage balançou a cabeça em negação.

— Não é possível, mandei um grupo mais jovem investigar e não havia nada além de uma pequena gruta.

— O que devemos fazer com relação a ela? – perguntou Sarada.

— Achem a fonte de chackra. Só. Me avisem logo que for realizado e tentem mapear o local.

Boruto colocou as mãos na nuca, entediado.

— Essa é uma missão, o que, Rank D?

— C.

Ele deu de ombros e foi para fora da sala. Sarada o seguiu.

— Sarada, sua bolsa de shurikens está ao contrário. – comentou o Sétimo Hokage. Depois adicionou, mais alto: - Boa sorte na missão!

Ela sentiu o rosto ficando escarlate, agradeceu e correu atrás de Boruto, procurando por Noriko.

Mitsashi Noriko era um enigma para o povo de Konoha. Era filha adotiva de Tenten e tinha vinte e um anos. Muitas pessoas achavam estranho que sua mãe a tivesse adotado, pelo fato de que era saudável e nunca teria problemas para engravidar, ou para arrumar marido. Ela apenas dizia que não queria um marido e deixava claro que o fato de a estar criando sozinha não a incomodava. Pelos primeiros anos, as duas foram mal-vistas. Porém, graças ao Tio Lee, Sakura-sama, Hinata-sama e o Sétimo, começaram a ver sua situação com maior naturalidade.

Ela era uma kunoich de armas, assim como sua mãe, porém essa não era sua especialidade. Noriko era uma ninja sensorial, uma das razões pelo qual a aceitaram melhor depois que se torno chuunin. Sua habilidade era tamanha que ficavam equilibrada com uma pessoa com kekkei genkai visual.

O chamado do Hokage a pegou de surpresa. Era seu dia de folga, tecnicamente, cuidando da loja de armamentos de Tenten, nada demais. Foi interessante ter o que fazer, mesmo que o Hokage ficasse se despedindo por tê-la tirado de sua folga.

Mirai, com os seus cabelos castanho arrepiados e curtos e os olhos vermelhos, assoviava calmamente enquanto colocavam algumas kunais no bolso. Depois de terminado o serviço, ela simplesmente sentou no chão e ficou em silêncio, quieta, esperando.

Logo, Noriko ouviu os sons de passos vindo e levantou o rosto. Sarada vinha atrás de Boruto calmamente, arrumando o cinto de armas e o óculos parecia a um instante de cair. Talvez ela não precisasse mais tanto deles do que quando era mais jovem. Os cabelos longos dela voavam com o vento da manhã e por um segundo Noriko pensou ter visto Boruto olhando para Sarada de esguelha. Ele desviou tão rápido que tudo pareceu não passar de uma miragem. Noriko suspirou e levantou.

— Finalmente! – exclamou Mirai levantando também. – Já organizamos tudo, estamos prontos para partir.

Todos assentiram.

— Porque demoraram tanto? – perguntou Noriko aos dois que ficavam para trás.

— Pergunte a Sarada. A rainha da pontualidade se atrasou.

Sarada, em sua defesa, pegou os óculos e começou a limpar suas lentes na camisa, revirando os olhos.

— Ele só está irritado porque no time não tem nenhum garoto.

— Você está claramente inventando desculpas.

— Claro que não. Você queria o Shikadai ou, não sei, o Inojin, no time.

— A Noriko é ótima. – depois uns minutos de silêncio ele adicionou, inquieto: – O Shikadai por acaso estava livre?

Sarada deu de ombros, mostrando que tinha razão. Eles continuariam viajem e chegariam na Caverna dos Sonhos, apelido usado pelos moradores locais, no dia seguinte, ao fim do dia.

A caverna belíssima. Eles haviam chegado no momento exato que sua luminosidade era mais visível, por causa da escuridão da noite. O chackra em tons suaves de azul circundava a entrada da Caverna dos Sonhos, que era só um buraco baixo em um paredão de pedra. Era tudo circundado por árvores e, para chegar até lá, eles precisavam seguir por mata fechada. Não havia uma trilha certa, mas algumas pegadas na lama indicavam que haviam alguns olhos curiosos que iam ali.

Mirai havia decidido pelo bem do grupo vasculhar a caverna novamente apenas no dia seguinte, já que estaria mais claro, facilitando a missão e prejudicando qualquer surpresa indesejada.

Estavam os quatro sentados ao redor de uma fogueira feita por Noriko, se aquecendo na noite fria. Sarada se arrependeu de ter pego sua roupa de missão para o verão. Tecnicamente, era verão ainda, mas eles haviam subido bastante, a altitude ali poderia ser alta o suficiente para ser frio durante a noite.

— O que vocês acham que vamos encontrar de especial aqui? – perguntou Boruto, interrompendo seus pensamentos.

— É uma fonte de chackra, pode ser qualquer coisa. – disse Noriko, com a voz trêmula de frio, assim como Sarada.

— Não, não dessa forma, mas porque investigar isso? O que quer que seja não está nos afetando de forma nenhuma. Que deixasse quieto do jeito que está.

Mirai levantou o rosto e encarou Boruto, o avaliando.

— Você sabe que tem muita gente com um volume de chackra corporal lamentável, certo?

— Como o Tio Lee. – adicionou Noriko.

— Exato. Não sei se o filho dele tem o mesmo problema, mas mesmo assim, ambos usam um taijutsu avançado. – explicou Mirai. – Tem algumas pessoas que não conseguem contornar a situação com tanta facilidade. Depois de ver o nível de chackra presente na Caverna dos Sonhos, Sakura-senpai teve a ideia de tentar extrai-lo daqui e fazer um tipo de transplante de chackra para essas pessoas.

Sarada, que estudava jutsu médico fazia quase dois anos e meio, quase engasgou com a declaração. Algo daquela magnitude? Fazer transplante de chackra em alguém deveria ser tão difícil quanto transplante de cérebro ou algo desse nível. Era de uma dificuldade enorme com ínfimos riscos. Inclusive de morte.

— É sério? Algo assim? – Boruto parecia genuinamente chocado. – Eu não sei nada de medicina, mas isso não deve ser nada simples.

— Não é. – adicionou Sarada, ainda calculando os riscos. – Algo desse nível jamais foi realizado antes. É realmente incrível que minha mãe queira se aventurar nessa área. Os riscos de dar errado são enormes.

— Sakura é corajosa e bondosa por tentar algo assim. – comentou Noriko. – Não são todos que usam suas habilidades para ajudar os outros como ela faz.

Sarada sorriu, orgulhosa. Isso não apagava suas preocupações, mas sua mãe era uma ninja de elite e sabia o que fazia. Ela deveria estar consciente dos riscos, certamente. Preocupada com eles, também, com o que um corte errado poderia causar. Sarada deveria apoiar Sakura no que fosse necessário, já que o seu pai estava fora fazia muito tempo.

Ela balançou a cabeça, para espantar os pensamentos que poderiam atrapalhá-la na missão. Depois, em casa, ela ficaria se remoendo e fantasiando seu pai. Isso deveria ficar para depois.

— Acho que vou dormir, amanhã devemos estar dispostos para fazer o que for preciso naquela gruta.

Estavam frente a frente a uma entrada de aproximadamente um metro e meio de altura. O paredão era tamanho, maior ainda de dia, e, consequentemente, agora era possível ver o quão pequena era a Caverna dos Sonhos, sem toda a luz de chackra.

— Não parece ter nenhum chackra saindo agora. – comentou Boruto. Mirai não ouviu seu cometário, já que estava muito ocupada tentando não queimar as botas enquanto saltitava em cima da fogueira tentando apaga-la.

— Talvez a emissão só ocorre de noite. – concordou Noriko. Ela parecia entusiasmada, como se tivesse acordado ouvindo pássaros cantando e não uma versão mal-humorada de Boruto acordando-as.

— O que o seu poder sensorial está sentindo? – perguntou Mirai. – Use seu sharingan, Sarada.

Sarada ativou o seu sharingan, sem nem mesmo usar os óculos. Quanto mais tempo passava, menos parecia precisar deles e ela não sabia se isso a incomodava ou não. Eles costumavam parecer parte dela antes, mas agora parecer um peso na cabeça.

Seu sexto sentindo surgiu, cavando caverna adentro apenas com a visão. Ela se aprofundou, sentindo quinas, estalactites e estalagmites e então finalmente, depois de um tempo, chegou no fim. Realmente, a gruta era bem curta, mas era incrivelmente alta e com muitos buracos.

— O chackra realmente não está sendo emitido. – comentou.

— O que faremos agora? – perguntou Noriko.

— Entramos, claro. – respondeu Boruto, já se abaixando para entrar pelo pequeno espaço. Antes que ele sumisse escuridão a frente, Mirai agarrou seu pé e o puxou.

— Calma aí, tigrão. Vamos com cuidado. Estamos aqui para investigar a paranormalidade do local, mas isso não quer dizer que não possa desabar e esmagar todos nós.

Boruto, resmungando, limpava o uniforme, agora lamentavelmente sujo de terra e grama. Sarada estava prestes a rir, porém vi algo mais colado na sua blusa. O emblema do clã Uzumaki, lado a lado com o do clã Hyuuga estava manchado. Não uma mancha qualquer, não parecia terra.

— Boruto? – Sarada o chamou. – Vem aqui.

— Não vê que estou tentando manter minha dignidade, por favor? Obrigado. – ele fazia um biquinho de criança de cinco anos que havia levado uma bronca na frente dos amigos.

Ela revirou os olhos e foi até ele.

— Ei ei ei!

Sarada segurou a camisa dele e olhou o conteúdo marrom claro viscoso ali.

— Boruto, onde exatamente você passou?

Ele começou a virar o pescoço numa tentativa de ver no próprio ombro o que Sarada via.

— Não é como se eu tivesse muitas opções de passagem, eu só tentei entrar.

Sarada foi na frente, avaliando o chão da entrada da caverna.

— O que foi? – perguntou Mirai-chan.

— Sangue. Sangue antigo pelo visto, um dia ou mais. – explicou.

Boruto encarou a blusa com uma careta esquisita e naquele momento desejou não ter tomado a frente da situação logo de primeira.

— Será que tem realmente alguém vivendo ai? – perguntou Noriko, com voz preocupada.

— Acredito que não. – disse Mirai. – Se isso é realmente sangue, talvez seja de um animal ferido buscando abrigo ou algo do tipo.

— E se for de uma pessoa? Um viajante ferido. – perguntou Sarada. – Devemos procurar por alguém?

— Essa era para ser uma missão de averiguação de local, não de resgate. Devemos focar no principal.

Boruto parecia estar tentando tirar a sujeira da blusa no próprio ombro e esfregava o local errado, um local limpo. Todas viram, mas ninguém se deu o trabalho de avisar.

Mirai suspirou e disse:

— De toda forma, fiquem todos atentos.

Eles entraram na caverna com cuidado, Mirai a frente, evitando os rastros de sangue, algumas gotas ainda secas na parede. Não parecia ser de um ferimento tão grande, talvez um corte médio ou algo desse tipo, concluiu Sarada. Nada com que ela não pudesse ajudar. Apesar de estar acumulando o chackra para desenvolver o seu byakugou, não havia se tornado uma inválida por isso.

O som de passos ecoava alto dentro da gruta. Sarada, com seu sharingan e Noriko, com seu jutsu sensorial avançado, não se incomodavam muito, mas Boruto e Mirai pareciam estar realmente atrapalhados na escuridão. Depois de alguns minutos Noriko tomou a frente e foi guiando aos outros, tendo Sarada na traseira, formando os quatro juntos uma fila indiana. Gotas de água caindo das estalactites incomodavam e uma calmaria enorme se instalou, estava frio e uma corrente fria passava pelos seus pés, como se alguém os soprasse.

Depois de talvez, no máximo, dez minutos de caminhada parcialmente silenciosa sem diálogos, Mirai ouviu um som de passos vindo da frente. Pareciam correr e eram irregulares.

Como os de uma pessoa ferida.

— Acho que isso acabou de se tornar uma missão de resgate. – concluiu Boruto, com seu tom de quem sabe de tudo.

Noriko parecia avaliar o chackra de quem quer que estivesse vindo e o ar escapou de sua boca.

— O chackra é volumoso. Quase a mesma quantidade que saia da caverna noite passada. – sua voz parecia sair da consciência de Sarada, já que estavam todos na escuridão.

— Não pode ser! – pensou Mirai em voz alta. – Certo, consegue encontra-lo, quem quer que seja e trazê-lo para cá?

Nesse momento Noriko provavelmente deve ter assentido, mas então se lembrou que ninguém enxergava. Todos ficaram onde estavam, porém agora em posição defensiva, ouvindo os passos acelerados de Noriko na escuridão. Eles foram se tornando cada vez mais baixos e, em alguns segundos, eram quase tão audíveis quanto os pingos de água caindo do teto.

Enquanto corria, Noriko quase tropeçara duas vezes. Era estranho correr usando somente suas habilidades sensoriais, mas depois de alguns minutos o fazendo, se tornou tão simples quanto correr na claridade. O oponente era rápido – se é que ela podia chama-lo de oponente, porque não é como se estivessem lutando e ele fosse um inimigo. Em alguns segundos ele alterava sua posição como se fugisse. Ela não sabia se deveria gritar para avisar que não era inimiga ou se isso era muito tolo para se fazer numa situação daquelas.

A pessoa parou de se mexer, parecendo estar em posição de ataque. Seus olhos pareciam ter se acostumado a escuridão e podiam ver os contornos suaves de quem quer que estivesse à sua frente.

Noriko se colocou em posição defensiva também, com sua kunai na mão.

— Eu sei que está ferido. – ela não chegou a gritar, mas tudo estava tão quieto que sua voz cortou o ambiente.

Seu oponente continuou em silêncio, mas sua respiração era audível de onde ela estava, reverberando pelas paredes. Pelo visto a correria cobrava seus preços, Noriko pensou.

— Podemos providenciar tratamento médico e comida. – tentou mais uma vez. – Temos uma ninja médica disponível e um lugar para ficar.

Dessa vez houve resposta:

— De onde você vem? – com isso a voz provou ser certamente de um homem. Era grave, apesar de estar rouca, como se tivesse passado muitos dias no silêncio absoluto. Era o tipo de voz no qual não se sabe a idade, apenas que já havia passado da infância.

— Vila da Folha. – Noriko respondeu, apenas de com aquela pergunta ter ficado extremamente aflita com relação a identidade do homem.

Ele começou a andar na sua direção.

— Obrigado por oferecer ajuda. – ele ainda parecia suspeito, mas ela andou até onde o rapaz estava e de alguma forma seus olhos conseguiam ver seu contorno claramente, como se uma luz fraca houvesse sido acesa no local. Era alto, pouco mais alto que ela, usava roupas velhas e sujas, um cabelo longo e liso que ia até a cintura solto, passando pelo seu ombro. Não usava bandana nem nada que indicasse de onde vinha e seu rosto ainda não era distinguível. Apenas se ela o visse na luz conseguiria mais detalhes.

Ela se aproximou e ofereceu seus ombros, que, apesar do receio óbvio, o homem aceitou apoiar seus braços. Suas pernas pareciam fracas, porque quase todo o seu peso passou a ser carregado por Noriko, que por sua vez ficou impressionada que naquele estado ele havia conseguido correr tanto.

— E você, de onde é? – perguntou Noriko, tentando evitar que sua voz deixasse transparecer o receio com relação ao homem.

— Sou das Forças Aliadas.

Aquilo a havia soado familiar, mas continuava sem entender. Talvez ele tivesse batido a cabeça e realmente precisasse de tratamento médico. Ficou aliviada que tinham Sarada-chan ali para ajudar, se não achar aquele homem teria sido extremamente problemático.

— Noriko? – Sarada a chamou na escuridão. Noriko se sentiu aliviada que sua voz vinha logo a frente. Mais uma vez, ela conseguia distinguir perfeitamente seus contornos e linhas azuis que pulsavam pelos seus corpos.

— Aqui!

Ouviu passos vindo na sua direção e então o peso que sentia nos ombros foi aliviado, o que provavelmente indicava que Boruto havia pegado o homem. Ficou silenciosamente aliviada.

— Vamos lá para fora. – mandou Mirai, já começando a andar em direção à saída da caverna.

Agora que estavam andando por um solo que já conheciam, não havia problema com relação a locomoção. Boruto parecia ter ficado mais para trás, uma forma cordial de não sobrecarregar o homem ferido, que não tinha qualquer problema ao andar em local desconhecido. Mesmo em mau estado não tropeçava e desviava dos buracos a sua frente com agilidade.

Um ponto de luz já podia ser visto há alguns metros. Quando chegaram lá, ficou claro que quem os guiava o tempo todo era Sarada, utilizando seu sharingan, que ela desativou assim que chegaram na luz. Noriko voltou para o lado de Boruto para ajuda-lo a passar o homem pela saída. Mesmo parecendo claramente desconfortável, ele não reclamou.

Ao examinar o homem na luz, Noriko ficou chocada com o que viu. Seu resgatado possuía nada mais nada menos que um belo par de byakugan no rosto. Ele enrugou o rosto quando olhou para a luz que o cercava. O homem parecia claramente pálido, a boca ressecada e as vestes rasgadas cheias de poeira.

— Sarada, examine-o, por favor. – pediu Mirai.

Todos haviam percebido seu byakugan, inclusive Boruto, que convivia com sua mãe e sua irmã, que possuíam um e ele mesmo, que tinha um que só aparecia em momentos de batalha, substituindo os olhos azuis. Ele o olhava com curiosidade.

Boruto andou na direção de Noriko para não atrapalhar o serviço de Sarada.

— Ele tem byakugan. – Boruto sussurrou para ela. Não havia sido uma pergunta. – Esse homem é do clã Hyuuga?

— Que eu saiba ninguém de fora do clã Hyuuga tem byakugan, a não ser alguns Otsutsukis, mas esse é um clã arcaico e quase extinto. O último membro dele mora na Lua, então não acho que seja tecnicamente possível que ele seja de fora da vila. Ele certamente é de Konoha. – Noriko sussurrou de volta.

— Será que ele é meu parente? – Noriko não respondeu a pergunta, bem na hora Sarada terminou seu exame e partia para a perna do homem, chackra verde claro saindo de suas mãos empilhadas no tornozelo dele.

O homem os olhava de forma tão intensa quanto eles o faziam, só que com um belo byakugan, que encantava Noriko. Ela se lembrou de não encarar, mas eram tão lindos que sua vontade era de tirar olhá-lo até que se ativessem.

— Eu sou Sarutobi Mirai. – Mirai apontou para Sarada, Boruto e Noriko, respectivamente. – Esses são Uchiha Sarada, Uzumaki Boruto e Mitsashi Noriko, meu time provisório. Somos da Vila da Folha.

Ele os encarou por um tempo realmente longo, principalmente Sarada e Boruto. Por fim olhou Noriko e, quando respondeu, ainda olhava para ela, vidrado.

— Meu nome é Hyuuga Neji e eu também sou da Vila da Folha.


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Notas finais do capítulo

Tentarei colocar pelo menos um capítulo por semana, darei o meu melhor se vocês gostarem!!!



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