Sabe aquela sensação de frio na barriga diante de uma fera perigosa ou diante de um abismo alto demais pra se ver o fundo dele? Por algum motivo eu estava com essa sensação enquanto dançava com ela. Ela também parecia está passando por algo parecido já que, diferente da dança que tivemos na piscina, agora ela parecia mais tensa. Não tava conseguindo manter o olhar no meu por mais de alguns segundos, sua respiração estava pesada e, se as luzes da "boate" não tiverem me enganando, ela estava adoravelmente corada.

Mas eu sei o que estava acontecendo com nós dois: Estávamos ansiosos.

Estávamos na expectativa de algo que aconteceria mais cedo ou mais tarde e, se depender de mim, dessa vez, não passará de hoje.

Tudo que eu pensava enquanto ela estava nos meus braços era: Incrivelmente sexy. Magnificamente perfeita. E quando ela me dava um sorriso, então? Nossa!

A música ao fundo era Climax do Usher. Nossos corpos, praticamente, se tornaram um. Hinata agora me olhava cheia de desejo, alternando o olhar entre meus olhos e meus lábios. Já não estava mais corada e, agora, mordia os lábios enquanto nossos corpos se tocavam. Com certeza ela sentia minha excitação e gostava disso. É quando chega aquele momento que não dá mais pra aguentar. Aquele momento em que não precisa mais falar nada, porque nosso corpos já "conversaram" o suficiente.

E como eu ansiei por esse momento.

O momento em que nossos lábios se tocariam pela primeira vez.

Ela pousou as mãos em meu peito e eu segurei seu queixo, levantando seu rosto. Ela me olhou lentamente, de baixo para cima, fixando o olhar no meu, entreabriu os lábios em um pedido mudo que eu entendi perfeitamente.

E eu realizei o seu pedido. Realizei o meu desejo.

Lentamente encostei meus lábios aos dela, só reconhecendo o terreno, ela então subiu as mãos para a minha nuca, enfiando os dedos em meus cabelos, pedindo mais. Com uma mão, abracei-a pela cintura fina e com a outra mão enfiei meus dedos em seus cabelos, aprofundando o beijo.

Então essa é a sensação de beijar a pessoa que você gosta? Frio na barriga, vontade de apertar tão forte ao ponto de, realmente, nos tornamos um só... O sorriso bobo em meio ao beijo.

— Uau!— Disse ela ainda de olhos fechado. Quando ela abriu os olhos, encontrou meu sorriso malicioso e também sorriu. — Quero mais!— Ela ficou na ponta dos pés e me beijou.

Eu a apertei forte pela a cintura, a tirando do chão, e continuamos nossa dança, agora, entre beijos. Finalmente tava acontecendo. Estava cada vez mais perto de nos tornarmos um casal de verdade.

Dançamos ainda mais algumas músicas antes de voltarmos para o bar, de mãos dadas, onde Shikamaru e Ino ainda estavam, com sorrisinhos olhando pra gente.

— Quê?

— Nada, nada... Vocês dançam muito bem, sabiam?— Ino estava entre os braços de Shikamaru, o que fez Hinata querer ficar assim comigo, ela ficou de costas pra mim e se acomodou em meu corpo. Abracei-a pela cintura com um braço e com a outro segurava minha cerveja.

— Claro que eu sabia! - Dei um belo gole na minha cerveja, tava morrendo de sede.

— Sempre modesto.— Disse Hinata pegando minha cerveja. Finalmente ela é minha e está em meus braços. - E também fazemos um belo casal, não é, Sasuke?

— O mais bonito, pra ser mais especifico.— Coloquei meu queixo no ombro dela e sorriso travesso.

— Aí já terei que discordar!— Foi a vez de Shikamaru abraçar a Ino. Nós quatro rimos.

— Só espero que os senhores não se tornem aqueles casais chatos, ok?

— Ainda é muito cedo pra pensar nisso, lorinha! Vamos aproveitar a festa.— Bati minha cerveja na de Shikamaru, brindando.

— Qual o motivo do brinde?

— Agora sim nós somos os caras mais sortudos do mundo.— Shikamaru sorriu entendendo a referencia. Ai ai... Ainda bem que essa festa ainda tá longe de acabar.

...

Mas infelizmente ela tinha que acabar.

Aproximadamente 3 horas da manhã, os veteranos anunciaram o fim da festa. Mais uma vez queríamos prolongar a festa, só que dessa vez os pais da Ino já tinham chegado. Também tem o fato de ainda ser no meio da semana e amanhã nós tínhamos aula.

Droga!

Fomos até os vestiários tirar as fantasias e colocar nossas roupas que já estavam secas. No estacionamento nos despedimos de Ino e Shikamaru, então fui deixar Hinata em casa.

— É... Você realmente veio me deixar em casa!— Puxei o freio de mão e me inclinei em direção a ela. — Você é a droga de um cavalheiro!— Sorri lhe roubando um selinho.

— Não crie falsas expectativas comigo, princesa. Em qualquer oportunidade eu sequestro você. - Ela segurou meu rosto.

— E porque não hoje?— Respirei fundo.

— Acho que eu tava ocupado demais com você hoje pra lhe contar, mas... Eu conversei com Itachi ontem. Ele me contou algumas coisas que eu precisava saber sobre você e disse que tinha outras coisas que só você poderia me contar.— Ela me escutava atentamente. — O que eu tô querendo dizer, Hinata, é que Itachi ainda te ama.— Ela baixou a cabeça e eu segurei seu queixo fazendo voltar a olhar pra mim.— Não tô dizendo que vou deixar de ficar com você, só estou dizendo que não posso levar você lá em casa ainda. Não assim tão rápido.— Lhe beijei. — Também não sou cara de pau o suficiente pra dormir na sua casa. Seu pai me mataria.— Ela sorriu. — E infelizmente o Hotel mais perto que tem por aqui é a uma hora de onde estamos.

— Huuumm... Então você já tinha calculado isso tudo! Você não é um cavalheiro mesmo.— Lhe dei meu melhor sorriso malicioso.

— Eu disse!— Ela também sorriu e me beijou.

— Você passa aqui amanhã?

— Passo!

— Vou ficar lhe esperando.

— Boa noite, Hinata.

— Boa noite, Sasuke.

Aquele maldito!

Nunca me senti tão humilhado na minha vida e nunca fiquei com tanto ódio de alguém como eu estou de Sasuke Uchiha. Nunca vou esquecer aquele sorriso vitorioso dele, pode ter certeza que ele me declarou guerra. Pior é que antes de sair de lá, PUTO da vida, ainda dei uma ultima olhada na pista de dança e vi uma cena que eu não queria ter visto:

Hinata e Sasuke dançando, sensualmente e semi nus, na pista de dança. Corpo com corpo, testa com testa, olho no olho e sorriso no rosto.

E um beijo.

Eu sabia que era questão de tempo até isso acontecer, mas ver essa cena assim... Não dava mais. Puxei Tenten pelo braço e a levei pra casa, mesmo contra a vontade dela pois ela queria ir dormir lá em casa. Mas hoje eu não queria saber de Tenten, não queria saber de Hanabi, não queria saber de mais ninguém que não fosse Hinata.

E quem Hinata pensa que é pra me tratar daquele jeito? Ela acha que vai me tratar assim e não sofrer consequências? Ah, não vai mesmo! Quando ela chegar em casa vou a ensinar bem direitinho como me tratar.

Ah se vou.

E falando no cão...

O carro do Uchiha tinha acabado de parar aqui em frente, mas nada de Hinata descer ainda. Olhei para o relógio, já eram mais de 3 horas da madrugada. Então, finalmente, depois de alguns minutos que mais pareciam uma eternidade, ela desceu do carro e entrou em casa.

É agora.

Não demorou e a porta da entrada de casa se abriu. Hinata foi direto para a cozinha, ela não tinha me visto, então eu a segui. Ela bebia um copo d'água e tinha um sorriso bobo no rosto.

— Então não quis prolongar a festinha hoje não?— Ela se assustou e virou na direção que ouviu minha voz.

— Neji!— O sorriso bobo deu lugar ao malicioso.— Por que será que isso não me surpreende?— Desencostei da porta e caminhei em direção a ela, parando em poucos centímetros de seu corpo.

— Você está bêbada!— Me inclinei pra dá um cheiro em seu pescoço.— E está com o cheiro dele.— Ela colocou dois dedos no meu peito, que estava nu, e desceu lentamente até chegar ao cós do meu short.

— Isso te incomoda, Neji-chan?

— Não!— Abri o sorriso mais malicioso que consegui e segurei-a pela cintura, sentando-a na mesa da cozinha . — Muito pelo contrário!

E sem esperar por mais nada, lhe roubei um beijo lascivo e cheio de luxuria. Ela abraçou meus quadris com suas pernas, me apertando pra mais junto dela, apertei sua bunda com uma mão enquanto a outra lhe apertava pela cintura. Tirei sua camiseta e mergulhei na curva do seu pescoço e no contorno dos seus seios. Segurei-a pela bunda e a levei para o seu quarto, jogando-a na cama, tirando suas botas e sua calça, deixando-a apenas de calcinha e sutiã, logo também seu sutiã tava me incomodando e o tirei. Comecei a observa-la de cima a baixo.

Caramba!

Ela sorriu felina e eu abocanhei um de seus seios, massageando o outro. Ela agarrou meus cabelos e arqueou o corpo pedindo por mais. E eu dei.

Comecei a explorar todo o corpo que me foi oferecido: mordi, beijei, lambi, chupei... bati! Sim... Ela me pediu isso enquanto enfiava as unhas em minhas costas e gemia.

— Vou te ensinar direitinho como me tratar a partir de agora!— Disse em seu ouvido e dei um tapa na sua bunda. Ela mordeu os lábios.

— Posso ser uma péssima aluna, sensei!

— Então você será castigada!— Ela sorriu maliciosa e eu a beijei também sorrindo. Você verá, Hyuuga Hinata! Você nunca mais vai querer outro depois de hoje.

Tirei sua calcinha jogando-a longe e desci pra sua feminilidade a chupando até ela gozar em minha boca. Depois ela me puxou pra cima novamente e, me beijando, ela inverteu a posição ficando por cima. Ela realmente sabia lutar jiu-jitsu, é difícil trocar de posição assim com um corpo que é bem mais pesado que o seu. Ela tirou meu short e minha cueca, depois começou a me beijar da boca até chegar no final do meu abdome. Então ela segurou meu pênis duro e eu soltei um grunhido entre os dentes. Ela sorriu e lentamente ela o lambeu, de baixo pra cima, depois colocou completamente na boca num movimento que tava me deixando louco.

Eu não aguentaria isso por muito tempo, então depois de algum tempo, puxei pra cima novamente. Peguei uma camisinha e ela pegou de mim, colocando-a ela mesma em mim. Em seguida colocou cada perna em um lado do meu corpo e eu segurei sua bunda com as duas mãos, fazendo-a sentar lentamente no meu pênis. Nós dois soltamos um gemido e ela começou o movimento de cima e baixo, primeiro lentamente, depois aumentando o ritmo. Hinata mordia meus lábios, meus ombros numa tentativa falha de não gemer alto. Então nós dois chegamos ao clímax quase juntos.

Nossa! Não me lembro de já ter sentido tantos espasmos assim antes. Hinata dormiu praticamente assim que terminamos, afinal ela tava ainda tava bêbada, mas eu não! Ainda fiquei um tempo a olhando-a dormir e poderia ficar assim a noite toda. Diferente de quando eu transo com Hanabi, que assim que terminamos eu quero que ela vá embora ou eu vou embora, dessa vez eu não consegui me levantar. Abracei-a pela a cintura e a puxei pra junto de mim. Sim, dormi ali mesmo lembrando da minha noite maravilhosa até pegar no sono.

E realmente foi uma noite inesquecível.

Não vejo a hora de contar sobre ela ao Uchiha amanhã.

Como eu odeio ressaca! Me lembrem de não beber cerveja novamente tão cedo, porque por mais que cerveja seja muito bom, no dia seguinte ela acaba com a gente, principalmente depois de poucas horas de sono. Quase que eu não consigo levantar da cama. Minha maior motivação foi, justamente, lembrar da noite passada. Então, sorri e consegui levantar. Tomei um banho gelado, me vesti, me perfumei, coloquei meus óculos escuros, coloquei um boné pra evitar o máximo de claridade possível e peguei meu carro pra passar na casa da minha garota.

O pior é que, diferente de mim, ela estava bastante animada.

— Ohayo!— Disse me dando um selinho demorado.

— Ohayo! Como diabos você consegue está com esse bom humor todo?— Acelerei o carro.

— A pergunta certa é: porque você não está?

— Uma coisinha chamada ressaca, minha cara.

— Sério? Pois eu estou ótima, fora algumas olheiras.

— Você tá linda!

— São seus olhos!— Chegamos na universidade e, assim que saímos do estacionamento, Hinata me pediu pra irmos até a Tsunade-sama pra fazer alguma coisa que nem me preocupei em perguntar. Disse apenas que ia comprar um café forte e lhe esperaria na praça de alimentação. Ela fez biquinho, mas disse que já voltava.

Comprei meu café e fui sentar no banco mais afastado da praça. Logo Shikamaru me achou.

— Cara... Você tá péssimo!— Tirei os óculos e olhei pra Shikamaru que também tava com uma cara péssima. Eu sorri, joguei a cabeça pra trás e cobri meus olhos com o boné.

— Olha só quem fala!— Ele sentou ao meu lado, tomando o meu café de mim.

— Me lembre de nunca mais tomar tanta cerveja.

— Já ia pedir pra me lembrar disso.— Ficamos curtindo o nosso silêncio tão familiar e agradável, quando ele foi drasticamente interrompido pela a voz menos provável no mundo de vim falar comigo, mas que estava diante de mim nesse momento.

— Uchiha!— Tirei uma lado do boné de cima do meu olho, só pra confirmar se meus ouvidos tinham escutado direito, e encontrei Hyuuga Neji parado bem na minha frente. Isso sim é uma novidade. Coloquei o boné de volta em cima do meu olho e abri um sorriso travesso.

— Hyuuga! A que devo a honra?— Como se eu não soubesse o que ele queria falar né?

— Posso falar com você em particular?

— O que tiver que me falar, pode falar na frente do Shikamaru. Afinal ele descobrirá de todo jeito. Só vai o poupar o trabalho de descobrir por ele mesmo.— Todo mundo conhecia a fama de Shikamaru, então Neji entendeu logo de cara.

— Hinata e eu transamos ontem a noite!— Ai! Uma pontada bem no coração. Como é que é? — Ontem, quando ela chegou em casa, eu a estava esperando e aconteceu.— Tirei o boné da cara e mantive minha expressão o mais inexpressiva possível. Sabia que o que Neji estava falando era verdade, ele não teria necessidade de inventar uma história dessas tendo a possibilidade de eu perguntar a Hinata se era verdade ou não. Então respirei fundo e, simplesmente, fingi que tava pouco me importando.

— E porque mesmo você tá me contando isso?— Ele levantou uma sobrancelha.

— Vi que vocês se beijaram ontem a noite, provavelmente devem ter ficado o resto da noite toda. Então vim aqui preveni-lo de não levantar falsas expectativas com minha prima, já que toda vez que você deixa-la em casa eu a estarei esperando. Fama de corno não combina com um nome tão grandioso como o Uchiha, afinal.— Só Kami-sama sabe o tanto de ódio que eu estava sentindo por dentro, o quando eu queria da um soco na cara desse idiota, mas, buscando forças não se sabe de onde, mais uma vez, respirei fundo e disse.

— Obrigado pela consideração, Hyuuga, devo admitir que não esperava isso vindo de você!— Idiota! — Mas não precisa você se preocupar com isso. Na verdade, nisso que você me contou, a única coisa que me surpreendeu foi você ter demorado tanto tempo pra leva-la pra cama.— Ele franziu a testa.

— Tava esperando o momento certo!

— É... e você encontrou não é verdade? Tipo quando ela tinha passado a noite beijando minha boca pra depois você beija-la, não é? Não poderia ter encontrado um momento mais especial.— Deixei escapar uma risadinha sarcástica e Shikamaru também tava lutando pra conter o riso. Neji trincou os dentes e já ia falando algo, mas eu o interrompi. — Desculpe por isso! Mas, enfim, como eu tava lhe falando você não precisa se preocupar comigo. Por mais que a gente tenha ficado ontem e tal, ter algo sério com Hinata não está em questão agora. Meu irmão ainda é louco por ela e eu teria que ser um belo de um filho da puta pra namora-la, porque teria que leva-la lá em casa, andar de mãos dadas, essas coisas que casais fazem que magoariam meu irmão.

— Pensei que seu irmão tivesse lhe contado... "certas coisas" sobre ela e que tinha tirado o time de campo.

— Ele contou sim, não a história toda, mas sobre o relacionamento deles ele me contou o suficiente. Mas nada do que ele me disse muda o fato dele ainda ser louco por ela e graças a isso não sou uma ameaça real pra você. Então, se eu fosse você, estaria mais preocupada com outras pessoas nesse momento! - Fiz um gesto de sobrancelha pra ele olhar na direção que eu apontava e ele olhou. Hinata tava conversando intimamente com o tal de Gaara, sem nem se importar com o fato de ter ficado comigo ontem ou se transou com Neji. É como Itachi sempre me disse desde o inicio: Ela é um demônio.— Então, Hyuuga...— Me levantei pra olha-lo olho no olho.— Se você não tem mais nada a me dizer... Preciso ir agora! Mas foi legal nossa conversa. Acho que nunca antes chegamos a trocar tantas palavras.— Por incrível que pareça... Neji sorriu.

— É só isso, Uchiha! Passar bem!— E ele saiu. Em seguida eu também sai e Shikamaru me acompanhou.

Entrei no banheiro, averiguei se ele estava vazio e, então, soquei o espelho do banheiro com tanta força que ele trincou. Shikamaru me aplaudiu com um sorriso dissimulado no rosto.

— Olha... Eu tenho que te parabenizar. Você é de longe um dos melhores atores que eu já vi na minha vida.

— Você não sabe a vontade que eu tava de dar esse soco na cara daquele desgraçado!— Minha mão começou a sangrar e Shikamaru se aproximou de mim pra me socorrer. — Você ouviu o que ele disse?— Ele pôs minha mão em baixo da torneira.

— Sim, eu estava lá!— Ele tirou do bolso um lenço e colocou em cima do corte pra estancar o sangramento. — Mas você fez a coisa certa, meu amigo. Agora você só precisa interpretar do mesmo jeito desinteressado pra Hinata.— Passei a outra mão pelos cabelos.

— Aí já é mais complicado.

— Ei! Lembra quando eu te falei que era pra ter cuidado pra que ela não fizesse a mesma coisa que fez com seu irmão com você?— Fiz que sim com a cabeça.— Então pronto, caramba! Eu não a conheço bem, mas se eu fosse manipuladora igual a ela, esse seria o momento perfeito pra descobrir se eu poderia brincar aquele mesmo jogo novamente, se é que você me entende.

— Tente me explicar melhor.

— É simples, Sasuke! Ela tá fazendo uma pesquisa de campo: tá avaliando a área, analisando as possibilidades e, então, quando ela vê que você tá comendo na mão dela, ela vai ficar com você oficialmente, mas tendo Neji e Gaara como amantes.— Faz todo o sentido do mundo. - Se você mostrar pra ela que você é só mais um bobo apaixonado, ela vai te fazer de capacho, sinto muito dizer isso, mas igual ao seu irmão.— Trinquei os dentes.— Mas... Se você se fizer de desinteressado, que não tá nem aí pra quem ela fica ou deixa de ficar, que você também ficará com quem bem entender, inclusive na frente dela... Aí, meu amigo, a história será diferente.

— E se não, Shikamaru? E se eu a perder pra sempre?

— Deixa de ser mulherzinha, caralho!— Eu arregalei os olhos.— Sinceramente, eu preferiria mil vezes não ter ela do que ter, mas ser o brinquedinho dela.— Shikamaru sempre tem razão. — Você é um Uchiha! Haja como um!— Respirei fundo e ergui o queixo.

— Você tem razão!

— Claro que eu tenho!

— Não vou entrar no jogo dela. Se ela quiser, ela que jogue o meu!

— É assim que se fala!— Pode até parecer gay, mas puxei Shikamaru pra um abraço de macho.— Chega, chega... Você tá me envergonhando. Agora vamos logo na enfermaria pegar um curativo pra essa mão.

Isso foi estranho! Isso foi MUITO estranho!

A conversa que cogitei ter com o Uchiha não foi, nem de longe, a que realmente aconteceu. Pior é que não posso deixar de notar que ele tinha razão. Eu não sei se o que ele disse, de não querer nada "sério" com a Hinata, era verdade ou não (coisa que duvido muito, diga-se de passagem), mas de uma coisa ele tá certo: Gaara também é uma ameaça nesse momento.

Devo confrontá-lo também?

Não! Acho que não! Diferente de Sasuke, que é inofensivo, Gaara não tem lá uma fama muito boa. Eu estaria correndo um risco real em confronta-lo, não é? Ou a fama que ele tem não faz jus ao que ele realmente é?

É melhor não arriscar.

No momento melhor eu focar somente em conquistar Hinata. Quem sabe assim ela não acabe deixando ele por vontade própria.

Mas e Sasuke?

Deixo ele pra lá, por enquanto, ou não acredito em uma única palavra que ele disse? Afinal o fato dele não querer nada oficial com ela, não o impede de ficar com ela quando lhe der vontade, certo? Também o fato de Hinata gostar bastante dele não pode ser deixado de lado.

Não, não vou baixar a guarda pro lado do Uchiha. Ele é como uma serpente só esperando o momento de dá o bote, disso eu tenho certeza.

Mas pera aí... Aquele não é ele com a Tia/Prima do Naruto? Aquele ruivinha gostosinha lá que esqueci o nome?

Sorri! Olha olha olha... Parece que ele não tava mentindo tanto assim, não é mesmo? Eles não estavam fazendo nada demais, mas ao julgar pela proximidade de seus corpos e a face corada dela... Acho que não vai demorar muito. Até que ela é bem gostosa, não tinha reparado nessas curvas ainda.

— Hey, Neji!

— Oi, Tenten! Tava te procurando! - Puxei-a pra um abraço. Não sei porque, mas fiquei feliz de repente!

— Chamei por você umas três vezes e você não escutou! O que você tá olhando tão entretido?— Sorri pra ela e fiz um gesto de cabeça pra que ela olhasse na direção que tava o Uchiha. O queixo dela caiu.— Não acredito nisso! Esse cachorro! Ele não tava com a Hina-chan ontem?

— Você está o julgando, Tenten! Eles podem estar só conversando, sem segundas intenções!— Disse irônico. Ela revirou os olhos pra mim

— Certeza! Quem não conhece Uchiha Sasuke que o compre!— kkkkkkkkkkkkkkkk... Essa é minha garota.— Você tem que contar pra Hinata, Neji.

— Eu mesmo não! Você sabe muito bem que não vou com a cara desse Uchiha, mas nós homens meio que temos um código silencioso de conduta.

— Serio isso? Um código pra vocês traírem suas namoradas?— Ela me fuzilou com o olhar.— Deixa pra lá. Pois nós mulheres também temos um código de conduta que nos permite protegermos umas as outras de homens canalhas como vocês! Com sua licença...— E ela saiu pisando pesado, com sangue nos olhos. Ui! Ainda bem que esse ódio dela não tá direcionado pra mim. Bom... O lado bom disso é que ela está indo direto contar o que viu aqui pra Hinata! Talvez esse seja o passo inicial pra ela deixar de gostar desse cara!

Então... Fui pra minha classe cantarolando e sorridente.

— Sasuke-kuuuum...— Estava indo com Shikamaru em direção a nossas salas de aula, quando Uzumaki Karin me chamou. Virei na direção de onde tava vindo a voz e abri um sorriso torno. Ela sempre foi bonitinha assim?

— Bom... Acho que vou indo nessa! Três é demais.— Shikamaru bateu o ombro no meu e saiu sorridente.

— Oi! Karin, não é mesmo?

— Sim... Você está indo pra sala? Podemos ir juntos? Vou pra enfermagem!— Então foi pra enfermagem que ela prestou vestibular.

— Ainda temos uns 5 minutinhos antes de acabar o intervalo. Por que não conversamos um pouco?— Ela arregalou os olhos, muito surpresa, e corou. Eu sorri. Não era pra menos essa reação dela.

Aposto que até vocês estão se perguntando o que diabos eu estou fazendo, não é mesmo? Mas é simples, caros leitores. Simplesmente estou começando a dar as cartas.

— C-C-Claro! Eu a-adoraria!— E ela me deu um sorriso corado, desviando o olhar do meu.

Então, puxei-a para o canto, pra dá uma ideia de privacidade, e ali mesmo onde passava um considerável numero de alunos, começamos uma conversa despreocupada até ela se tornar uma conversa cheia de segundas intenções. Vi perfeitamente quando Neji nos viu e vi o sorriso no seu rosto, provavelmente constatando que o que eu tinha lhe dito mais cedo era verdade. Também vi outros olhares em nossa direção, provavelmente todos estavam se perguntando se eu tava "traindo" Hinata.

Por que é que o homem é sempre o vilão da história? Será se essas pessoas que estão me julgando não viram ela quase sentando no colo do tal de Gaara não? Foi quando o sinal tocou e eu, como o perfeito cavalheiro que sou, fui deixar Karin na porta da sala dela com direito a um beijo no rosto e tudo.

— Quando a gente se vê de novo, Sasuke-kum?— Perguntou Karin com um certo desespero na voz. Como se ela tivesse com medo que esse momento nosso fosse só coisa de momento.

— Logo!— Pisquei pra ela e sai. Ouvi alguns suspiros direcionados a mim, mas fingi que não ouvi. Coloquei as mãos no bolso e virei no corredor que dava na minha sala e dei de frente com a Hinata. Meu coração acelerou. Calma, Sasuke! Respira fundo e tome as rédeas da situação.

— Hey!— Lhe dei o meu melhor sorriso.

— Hey!— Em troca ela me deu um "hey" sem graça e levantou uma sobrancelha. — Você não estava me esperando na praça de alimentação

— Houve um contratempo!

— É... Me contaram!— Ela disse irônica. — De onde você vem?— Foi a minha vez de levantar a sobrancelha.

— Da ala da enfermagem.— Ela franziu a testa, mas não fez mais nenhuma pergunta em relação a isso. Ela é inteligente demais.— Vamos entrar? Já estamos atrasados!— Ela fez que sim com a cabeça e nós fomos pra nossa sala, porém a cara dela não mudou muito. Até ela notar o corte na minha mão.

— Que foi isso na sua mão!— Droga.

— Soquei o espelho do banheiro.— Ela me olhou perplexa e segurou minha mão pra examinar.

— O espelho xingou sua mãe? - Eu sorri, ela também sorriu. Finalmente.— Então o que foi?

— Nada demais! Só mais um jeito saudável de homem demonstrar masculinidade.— Ela levantou uma sobrancelha. — Shikamaru me desafiou.— Agora sim ela pareceu entender e acreditar.

— Homens! Conseguiu quebrar?— Sorri. Essa garota é o máximo.

— Não, só trincou!

— Senhorita Hyuuga, Senhor Uchiha... Será que minha aula tá chata assim?— O professor nos repreendeu.

— Desculpa, Kakashi-sensei!— Falamos juntos. Depois disso ficamos caladinhos. A próxima aula antes do horário do almoço foi no laboratório. O professor passou um trabalho em dupla e lógico que minha dupla foi a Hinata. Colocamos nossos jalecos e começamos o trabalho. Até ela começar a me questionar novamente.

— Vi que Neji foi falar com você mais cedo.

— Sim!— Disse, fingindo que estava concentrado no trabalho.

— E o que ele queria com você? Pensei que não se davam bem.— Tirei o olhos do microscópio e olhei no fundo dos olhos dela. Suspirei.

— Me dizer que vocês transaram essa madrugada!— Ela arregalou os olhos e seu queixo caiu. Ela levou uma mão a boca. Fingi que voltei a olhar o microscópio e lutava pra controlar a tremedeira de raiva nas minhas mãos. Droga. Ela ficou calada por alguns segundos, provavelmente articulando sua próxima pergunta.

— E você?— Nossa... Que pergunta articulada.

— Eu o quê?— Perguntei fazendo uma anotação no meu caderno.

— Como reagiu a isso? O que você falou?— Shikamaru estava coberto de razão. Ela só estava analisando as possibilidades.

— Como assim o que eu falei? Hehehe..— Cruzei os braços e a encarei.

— Você não tá com raiva de mim?

— Por que eu estaria, Hinata?— Ela pareceu confusa. — Olha... Vou falar pra você a mesma coisa que disse pro seu primo: eu não tenho nada a ver com quem você dorme ou deixa de dormir.— Ela arregalou os olhos.

E nesse momento o professor encerrou a aula, e quando eu pensei que tinha me livrado do resto da conversa...

— Como assim você não tem nada a ver com isso?— Ela falou alto no corredor, chamando a atenção de todos os alunos que estavam passando. Droga! Não acredito que ela faz o tipo barraqueira. —Você por acaso...

— Hinata...— A interrompi. — Por que nós não vamos conversar sobre isso em outro lugar?— Segurei em seu pulso e a puxei pra um lugar mais afastado no jardim. Ainda bem que o laboratório era no térreo da faculdade. Não queria nem imaginar entrar em um elevador sozinho com ela.— Tá legal... O que é que tá acontecendo?

— Eu que pergunto Sasuke. Você por acaso esqueceu o que aconteceu entre a gente ontem?

— O QUÊ?

— Só pode ter esquecido pra dizer que não tem nada a ver com quem eu durmo ou deixo de dormir.

— Hinata... Você tá prestando atenção no que tá dizendo?— Ela pareceu indignada. — Em primeiro lugar... Acho que quem esqueceu o que aconteceu entre a gente foi você que não esperou nem uma hora pra transar com o primeiro que aparecesse, não é?— O queixo dela caiu. Calma Sasuke! Desinteressado... Seja desinteressado.— E em segundo lugar, o que eu disse pra vocês dois tá mais que certo. Não tenho nada a ver com quem você dorme ou deixa de dormir. Não sou seu namorado.

— Então é isso? O que existe entre a gente é tão insignificante pra você ao ponto de você nem se esforçar pra lutar por mim? Pensei que você fosse diferente, Sasuke!

— E o que significa ser "diferente" pra você, Hinata?— Sorri sarcástico. — Alguém que aceite todas as suas diversões e que no fim do dia esteja te esperando de braços abertos agindo como se nada tivesse acontecido e lhe citando juras de amor eterno. É isso? Por que se for eu realmente não sou nem um pouco diferente! Mas, pelo o que eu escutei hoje, o seu priminho é exatamente desse jeito, olha só que notícia boa.— Eu já ia saindo, quando escutei ela falando.

— E o seu irmão também!— Eu parei e um ódio me subiu a cabeça. Virei novamente pra ela, com esse ódio refletido em meus olhos. Logo ela se arrependeu de ter dito isso porque ela fechava e abria a boca como quem quer pedir desculpa, mas não consegue encontrar as palavras.

— Eu não sou o Itachi, Hinata! Eu não sei ao certo o que você fez com ele pra o tornar tão obcecado por você, mas pode ter certeza de uma coisa: isso não vai acontecer comigo.

— Sasuke...

— EU SOU UM UCHIHA, HINATA! E se esse nome não diz nada pra você, pra você achar que pode brincar com ele assim, é melhor acabar o que a gente tinha aqui antes dele começar a se tornar algo mais sério!— Ela arregalou os olhos e já ia falar algo, mas não lhe dei espaço. — Porque eu jamais imploraria ou lutaria por uma garota que não reconhece o orgulho imposto por nome e que não respeita a mim nem a minha família, que é tudo pra mim.— Ela não conseguiu mais manter o olhar no meu e baixou a cabeça. — Só mais uma coisinha: meus sentimentos por você, comparado ao amor que sinto pelo meu irmão... É tão insignificante quando uma gota d'água na imensidão do oceano, entendeu? Por isso pense bem antes de dizer qualquer coisa sobre ele na minha frente.— Lhe dei as costa e comecei a caminhar. — Se você me der licença.— E fui embora, sem olhar pra trás.

QUE ÓDIO! PQP!

Não, não teve absolutamente NADA de encenação no que eu disse pra ela agora. Eu realmente tava puto, PUTO, com ela. Como é que eu posso está apaixonado por uma mulher mesquinha, egoísta e... e... Malvada, como essa?

Prefiro mil vezes não tê-la do quê entrar em um relacionamento desse jeito. Se Itachi vai lutar pra esquece-la, eu também consigo. Ainda bem que consegui ver quem ela realmente era antes que fosse tarde de mais.

Ou será que já era tarde demais? É... Ninguém me falou que seria fácil ter essa mulher, muito pelo contrario.

Não, Uchiha Sasuke! Pare de ser mulherzinha. Ela não é a ultima mulher sobre a terra.

Estava caminhando tão imerso em meus pensamentos, que bati bruscamente em algo. Ai caramba... Era uma garota. Ela estava com uma bandeja de comida que caiu toda no chão.

— É... Lá se vai meu almoço!— Disse ela olhando pro chão pra vê se dava pra salvar alguma coisa. Fui pro lado dela e me abaixei pra ajuda-la a limpar a bagunça.

— Desculpa por isso! Totalmente culpa minha por ser tão lesado.— Ela levantou a cabeça ao mesmo tempo que eu e me olhou nos olhos.

— Tudo bem! Eu tava sem fome mesmo!— Ela deu um curto sorriso e levantou. Quem é essa? Deve ser uma novata porque nunca tinha a visto na minha vida e com certeza eu lembraria dela se já a tivesse visto.

—Não, não tá tudo bem não. Deixe eu lhe pagar outro almoço.

— Não precisa se incomodar, acho que você não fez de propósito.— Peguei a bandeja com os restos de comida de suas mãos e sorri.

— Eu faço questão.— Fui até o lixo mais perto e deixei a bandeja lá para que a auxiliar de serviços gerais buscasse depois. Virei pra ela novamente e lhe ofereci o braço. — Gostaria de almoçar comigo, Senhorita...?

— Temari. Sabaku no Temari - E ela aceitou meu braço sorrindo. Sabaku no? Então essa é a irmã mais nova do Gaara que o Shikamaru tava falando? — Agora esse é o momento que você me diz seu nome.

— Desculpe! Sou o Uchiha Sasuke. Prazer em conhecê-la.

— O prazer é meu.

— Então... Onde você quer almoçar?— E seguimos rumo a praça de alimentação e foi aí que eu me toquei de uma coisa. — Pera aí... Pra onde você estava indo? Você tava indo encontrar com alguém?

— Na verdade... Não! Tava indo almoçar no jardim.

— E por que você não almoça junto com todo mundo na praça de alimentação?— Ela desviou o olhar do meu e sorriu sem graça.

— Bom eu... Ainda não fiz amigos aqui na faculdade. Sentar sozinha lá é muito sem graça.

— Entendo. E seu irmão?— Ela franziu a testa.— Você é irmã do Gaara, não é? Vocês tem o mesmo sobrenome.

— Sim. Mas a pergunta certa seria: Por que eu almoçaria com ele?— Foi minha vez de franzi a testa.— Gaara pode ser meu irmão, mas fora o sangue nós não temos nada em comum. Também tem o fato que não suporto aqueles amigos dele.

— É... Eles não parecem ser muito... Sociáveis.— Ela sorriu.

— Você está sendo educado os chamando assim, Uchiha-san!

— Sasuke! Pode me chamar de Sasuke.— Ela sorriu.

— Bom... Por essa eu não esperava!— Disse Shikamaru surgindo detrás de mim.

— Olá, preguiçoso!— Ele bocejou e sentou ao meu lado.

— Olá, mandona!— Ela corou e desviou o olhar do dele. Opa! Vocês virar isso? Hinata já usou essa expressão comigo algumas vezes.

— Acho que vou dispensar apresentações, então!— Suspirei lembrando dela. Que droga!

— Que cara é essa, meu amigo? Como se eu não soubesse.— Sorri.

— Sim... O motivo de sempre!

— A conversa foi ruim assim?

— Foi pior! Mas não vamos incomodar a Temari com esse assunto.— Ela revirou os olhos.

— Todo mundo sabe de você e da Hyuuga, Sasuke!

— É, mas o que nem todo mundo sabe é o quanto aquela garota é mesquinha.

— Mas você já sabia, então... Por que a surpresa?

— Sei lá, Shikamaru! Ela hoje conseguiu me tirar do sério!— Passei as mãos pelos cabelos. — Ela vai acabar me enlouquecendo.

— Falando em enlouquecer... - Shikamaru abriu um sorriso malicioso e Temari e eu olhamos na direção que ele olhava. Era a Ino caminhando em nossa direção em toda sua gloria, chamando a atenção de todos (homens e mulheres) ao redor. Bastou Ino dançar em cima do balcão uma única vez pra virar O assunto da universidade. Aahh... E como ela gostava disso. E ao julgar pela expressão de Shikamaru, parece que ela conseguiu atingir até ele. Ela chegou na nossa mesa e abraçou Shikamaru por trás.

— Tava te procurando.— Shikamaru ainda sorria.

— Que bom que me encontrou. Não consigui parar de pensar em você. — Ino sorriu maliciosa e sussurrou no ouvido dele.

— Tá afim de matar o último tempo comigo, pra gente continuar o que começou essa madrugada no carro?— É... Parece que a madrugada de todo mundo foi boa, menos a minha. Eu poderia dizer com toda a convicção desse mundo que, atualmente, Shikamaru era o cara mais invejado de todo o Japão.

— Não poderia ter me feito proposta melhor.— Ino abriu aquele sorriso e o puxou. — Senhores...— Ele fez uma mensura pra gente e saiu de mãos dadas com a Ino. É... Acho que finalmente Ino conseguiu fisgar Shikamaru de vez. Pra infelicidade da pessoa que estava a minha frente. Temari tava de cabeça baixa, encarando as próprias mãos

— Hey!— Chamei sua atenção. — É melhor contar logo pra ele.— Ela arregalou os olhos, surpresa.— Shikamaru pode ser muito inteligente e dedutivo pra quase tudo no mundo, menos quando o assunto envolve ele... e relacionado a mulher.— Ela corou e colocou a mão no queixo fazendo bico.

— Como se fosse adiantar alguma coisa.

— Por que não?

— Como se eu pudesse competir com aquilo né, Sasuke?— Autoestima pra quê, né?— Assim que o conheci, logo me encantei por ele. Mas aí... Ela apareceu e... Caramba... Eu vi os dois juntos e... Por que logo ele? Ele é lindo e inteligente, mas... Ela poderia ter quem ela quisesse, inclusive você.— Isso me fez sorri.

— Acho que essa é a pergunta que todos já se fizeram em algum momento da vida, inclusive ele. - Ganhei um sorriso. — E eu também já a namorei, só pra você ficar sabendo.

— Essa eu não sabia.

— Pois é! Quando eu terminei com a Ino, eu pensava que ela era superficial, mas hoje eu sei que não é bem isso. Na verdade ela só não gostava de mim. Hoje, vendo-a com Shikamaru eu deduzi isso. E respondendo sua pergunta... Ino pode até parecer só uma daquelas meninas bonitas que não tem nada na cabeça, mas posso lhe garantir que ela não é. E Shikamaru sabe disso. E gosta disso. - Mais uma vez ela baixou a cabeça. — Mas você...— Ela olhou pra mim. - Você também é muito bonita. Shikamaru já me disse uma vez que você é inteligente.

— Ele já falou de mim?— Revirei os olhos.

— Você deveria ter um pouco mais de autoestima.

— Você diz isso porque não é mulher e tem Yamanaka Ino no seu caminho.

— Tenho o seu irmão no meu caminho.— Olhei pra onde Hinata tinha acabado de entrar com o Gaara, Temari acompanhou meu olhar e revirou os olhos.

— Para com isso! Todo o Japão sabe que ela gosta de você. Mas também... É só olhar pra você que dá pra saber que você não tem nenhum concorrente. — Sorri! É muito diferente você conversar sobre essas coisas com uma mulher que não tem nenhuma segunda intenção com você, a não ser o seu melhor amigo.

— De que adianta ela dizer que gosta de mim se quando eu dou as costas ela tá conversando intimamente com ele ou dormindo com Neji?

— Você tem razão, mas... Se ela realmente gostar de você, ela vai mudar. E ao julgar pelo jeito que ela tá olhando pra cá... Acho que ela realmente gosta.— Olhei na direção que Hinata estava e ela tentou desviar o olhar de onde nós estávamos, mas não antes de eu vê-la. Temari sorriu. - Acho que ganhei uma inimiga.

— E... Essa é minha deixa.

— Já vai voltar pra sala?

— Não, também vou matar o ultimo tempo. Não tô com cabeça pra ficar na mesma sala que a Hinata a tarde toda.

— Já vai cabular aula na primeira semana?

— É por uma causa maior.— Segurei a mão dela e beijei-a como o cavalheiro que eu sou, não pra fazer ciúmes em Hinata, que fique bem claro. — Foi um prazer, Temari! Por favor, sinta-se a vontade pra sentar comigo e Shikamaru sempre que você quiser.

— Obrigada, Sasuke. Vou aceitar seu convite sim!

— Então... Até amanhã.

— Até!

Agora a grande questão é: como cabular aula quando o seu melhor amigo tá com a "namorada"? Droga! Eu deveria ter mais amigos. Bom... Ficar em casa, mesmo assim, é uma opção melhor que ficar aqui e ter que encarar Hinata de perto, depois de tudo que eu lhe disse.

— Hey, Sasuke!— Quando cheguei no estacionamento, pra minha surpresa, encontrei Naruto já saindo com seu carro.— Vai faltar o ultimo tempo também?

— É! Acho que todo mundo decidiu fazer isso hoje, não é? — Ele sorriu maroto coçando o nariz.

— Sim... Sakura tá me enlouquecendo só porque estava conversando com umas universitárias.

— Hehehe... Pior que eu entendo perfeitamente.— Naruto gargalhou.

— Hinata também não é fácil, né?

— Nem um pouco!— Huuumm... Acho que tive uma ideia. — Hey... Quer beber alguma coisa?— Ele primeiramente ficou surpreso, e não é pra menos, faz anos que não saio com Naruto. Mas logo ele me deu um sorriso largo e satisfeito.

— Sei de um lugar que tem um excelente espetinho e a cerveja mais gelada de Tókio.

— Só me mostrar o caminho!— Tá bom... Eu sei que disse que não beberia cerveja tão cedo novamente, mas hoje merece uma exceção. Por isso entrei no meu carro e fui atrás de restaurar uma amizade a muito tempo perdida.