Surrounded escrita por Lyn Black


Capítulo 1
Rodeada


Notas iniciais do capítulo

Adivinhem quem chegou com mais uma one ao invés de ir atualizar a long? Se pensaram em mim, estão certíssimos.
De qualquer forma, espero que gostem de Surrounded, eu adorei escrever essa daqui ♥.
Mandei os errinhos pra bem longe, se eles me obedeceram é outro caso...
Vejo vocês nos comentários ;)
Sem mais delongas,
Boa Leitura!



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Surrounded

 

Por Lyn Black

 

Rose sorriu ao escutar de longe uma das piadas de Roxanne e as risadas que a seguiram. Abraçou tia Angelina, que surpresa devolveu o gesto afetuoso, e seguiram pelo corredor de entrada até a sala de estar. Os saltos de Rose Weasley faziam um barulho agudo no chão de madeira. Quando chegou ao arco que dava para a sala, todas as cabeças se voltaram em sua direção. Logo foi sufocada pelos braços de James e depois pelos de Dominique, Lily, Fred, Roxanne e Molly.

A moça abriu um sorriso com os seus lábios pintados de vermelho.

                - Surpresa. – ela falou animada e riu um pouco.

Quando deu por si estava apoiada no braço da poltrona onde Dominique estava sentada. No começo, todos estavam em êxtase pela chegada da prima, e curiosíssimos escutavam as suas histórias e novidades. Analisavam a mulher discretamente, o vestido de tecido caro, os cabelos presos, a pulseira e o anel no anelar direito. Eles não deixaram de notar o sotaque que ela agora tinha e que algumas gírias pareceram fazer todo o sentido quando proferidas pelos lábios de Rose, mas quando solitárias eram completamente estranhas. E eles sabiam, mesmo que ninguém confirmasse, que tudo aquilo que a rodeava, aquele brilho alegre era resultado dos esforços da moça. 

Ela pausou algumas vezes, e cada um falou como estava a vida, alguns mais animados do que outros. Entretanto, logo Rose Elizabeth notou que alguns dos sorrisos começaram a murchar levemente. Os olhos ainda transmitiam uma sensação de acolhimento, mas lá estava uma fagulha que a Weasley gostaria que fosse expurgada daquela família. Lá estava Elizabeth Weasley, como mais tarde ficou conhecida, rodeada de inveja.

 

Alguns anos antes

 

A garota acabara de conquistar dez pontos para a sua casa na escola. Os colegas vibraram, e Rose deu um pequeno sorriso. Ela continuou a prestar atenção na aula, e logo começou a preparar o experimento. Ajeitou os óculos de proteção e quando foi se certificar se a sua dupla estava preparada, encontrou-a tagarelando com os amigos. Revirou os olhos, acendeu a chama e virou o frasco no tubo. Ela apenas escutou a explosão e a força da detonação a empurrou para baixo.

Quando se levantou, o jaleco sujo e um tanto zonza, ela deu de cara com a turma rindo e do professor extremamente irritado.  A bronca nem entrou nos seus ouvidos, ela apenas conseguiu assentir com a cabeça baixa. E a parceira de equipe ainda fez um pequeno discurso, a culpando e falando tudo o mais que Rose não estava interessada em escutar. A dupla no caso era a sua prima, Molly Weasley. Rose não entendia a vitória que parecia escorrer da garota. Revirou os olhos e levantou o nariz.

A outra continuou a falar com Weasley no corredor. Algumas pessoas estavam próximas e elas se silenciaram quando a filha de Hermione Granger abriu a boca.

                - O que você acha que vai acontecer no futuro, Molly? Porque se você pensa que quem não faz nada ganha algo, está errada. As pessoas tentam, tentam e tentam. Erram mais do que acertam, é verdade. Cara, você não foi nem um pouco legal comigo, sabe, e isso não vai te levar a lugar algum. Ao inferno essa competição que você acha que existe entre a gente. Já cansei disso, Molly. – A outra Weasley estava bem irritada, e os alunos começaram a comentar. Rose não esperou a réplica de Molly II. Andou mais rápido até a saída da escola.

Mais tarde, já em casa, recebeu uma ligação do pai. Percy havia ligado reclamando das atitudes de Rose Elizabeth Granger Weasley. Ela tentou argumentar, mas Ronald estava bem difícil naquela época pós-divórcio, e ressentido (embora não explicitamente) dela, que optara por morar com a mãe em Oxford.

No dia seguinte, ela percebeu que aquele ar estava em muitos que resolviam se aproximar ou conversar com ela. A maioria das pessoas parecia sentir a necessidade de ser melhor do que Rose. O que, acrescento, sempre resultava em fracassos.

E ela estava interessada em fazer o seu melhor, independente do que os outros faziam e diziam. Sorte que era o último ano na escola, pois lá estava Rose Elizabeth, como era chamada quando sua mãe estava chateada, rodeada de expectativas e antagonismos.

 

******

Rose Weasley sempre estava rodeada de coisas boas e de coisas ruins. Às vezes ela estava rodeada de amor e carinho, outras vezes estava rodeada de raiva e frustração. Em alguns momentos o que a rodeava era produto de seus sentimentos, pensamentos e ações. Outras vezes o que a rodeava era o que as outras pessoas propunham e sentiam. Na verdade, o mais comum mesmo era uma mistura dos dois.

Ela detestava quando estava rodeada de inveja e de um senso de competição indesejado.

Ela adorava quando estava rodeada de atenção e interesse; mas apenas se estes fossem positivos.

Quando completou vinte anos, ela conseguiu uma vaga num programa de intercâmbio e foi para os Estados Unidos. Morou lá até seus últimos dias.

Aos quarenta e sete disseram que ela ia ganhar o Nobel de Física. Aos sessenta conquistou o prêmio.

Até fechar os olhos pela última vez, entre livros escritos, visitas aos museus e amores passageiros e duradouros, ela sempre se sentiu rodeada pelos mais diversos sentimentos. Ela sentiu a inveja ao seu redor quando ganhou reconhecimento, e também felicidade pelas suas conquistas. E as cartas da família? Rose via tanto ressentimento em algumas delas que quase se deixava entristecer. 

Quando Hermione completou cinquenta anos, Rose teve Georgiana e na mesma época a Sra. Granger recebeu uma proposta de trabalho em New York. Hermione sentiu bastante falta de Hugo, que alguns anos mais tarde se casou e adotou um garotinho chamado Otto, mas diga-se de passagem, foi bem feliz por lá.

Após dez anos fora da Inglaterra, Rose começou com visitas espaçadas. Aproveitando a ponte que estava fazendo entre os centros americano e o inglês de pesquisas e desenvolvimentos, ela revia a grande família Weasley e agregados. Sentia saudade, mas não tinha vontade de ficar lá por mais de um mês.

Essa Weasley era bem excêntrica.

Rodeada de círculos infindáveis, Rose Weasley era o que ninguém, ninguém mesmo, esperava que fosse acontecer. Ela era a pessoa que mesmo misturada à multidão conseguia estar rodeada pelo que dá sentido a própria palavra rodear.  


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Notas finais do capítulo

Não esqueçam de me contar o que acharam, okay? É beeem fácil, você só precisa preencher esse espaço abaixo ;) e enviar. Adoro saber as suas opiniões.
Bjs



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