Por um recomeço escrita por Grazielly Oliveira


Capítulo 17
Capítulo 17


Notas iniciais do capítulo

Obrigada pelos comentários! Vamos a mais um capítulo!



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Grillows – Por um recomeço

Despertei a muito contragosto e olhei ao meu redor. Solidão. Estava sozinha, e o pior é que sou a única culpada por isso. Tentei racionalizar antes de chorar, mas era impossível. Talvez fosse a coisa mais estúpida que fiz na minha vida, mas precisava desse tempo para organizar meus sentimentos e então decidir o que faria do meu futuro. O engraçado é que sempre vivi o presente e não fazia previsões de um futuro, mas olha para mim agora, completamente amedrontada. Chorei muito. Deixei que as lágrimas caíssem sem pestanejar. Gritei. Um grito de sufocamento. Estava sufocada em meus próprios princípios e escolhas. Passei o dia inteiro deitada em minha enorme cama que ainda exalava o perfume de Grissom, não senti fome uma única vez e para adormecer tomei um pequeno calmante, mas antes que fizesse efeito, meu celular tocou e quando olhei no visor, levantei rápido e o peguei.

Início da ligação

CW: Oi filha. – Falei tentando limpar a garganta.

LW: Oi mãe! Tenho uma ótima notícia. – Disse animadamente.

CW: Qual notícia? – Falei com a voz mais nítida.

LW: Voltarei para casa amanhã! Não acredito que já esqueceu.

CW: Desculpa filha, é que estou com a cabeça cheia.

LW: Você terminou com o Gil não foi?

CW: Como sabe?

LW: Porque é isso que você faz mãe. Quando percebe que está feliz demais, acaba com tudo para sofrer e continuar sendo fria e autoritária. Quando chegar em casa, nós conversaremos melhor.

CW: Estou péssima filha.

LW: Gil me ligou e parecia desolado também.

CW: Ele ligou para você?

LW: Para saber da viagem. Quando voltar falarei com ele também. Agora eu preciso terminar de arrumar minhas coisas para a viagem de volta e acredita que a mala não está fechando. – Disse gargalhando.

CW: Deve ter gastado todo o meu dinheiro. – Falei rindo também.

LW: Te amo mãe. Beijos.

CW: Te amo filha.

Fim da ligação

A pequena conversa que tive com minha filha, animou-me um pouco para tomar banho. Após o banho, decidi ir no laboratório para conferir o que o pessoal estava aprontando, pelo menos era isso que tentava colocar na minha cabeça para não admitir que me interessava mais ver o Grissom. Segui para o laboratório e provavelmente o turno já estava acabando. Resolvi convidar todos para beber. Estacionei na garagem e entrei olhando e observando cada minucioso detalhe que contemplava o laboratório. Esbarrei com Sara que andava apressada.

SS: Oi Cath. – Falou me abraçando.

CW: Onde está indo tão apressada?

SS: Acredite ou não, estava indo para a sua casa.

CW: Sério? Pensei em chamar todos para bebermos, como nos velhos tempos.

SS: Vai ser ótimo! – Falou animada.

CW: Mas estava indo na minha casa fazer o que? – Perguntei com expressão de dúvida.

SS: Precisava te contar da novidade, todos já estão comentando.

CW: Fala logo! – Disse impaciente.

SS: O Grissom demitiu a Melissa! – Falou sorrindo.

CW: O que? Não acredito nisto! – Disse em um tom mais alto que o normal.

SS: Ele já iria fazer isso, mas a gravidez o impediu. Quando soube que ela não estava grávida...

CW: A gravidez era mentira? – Disse a interrompendo.

SS: Sim. E por falar nisto, a Melissa vai querer se vingar de você, afinal ela te culpa pelo que aconteceu.

CW: Ela só está colhendo o que plantou. Apesar de ser o que eu mais queria, eu não estou feliz.

SS: E aposto que o Grissom está envolvido, como também no seu desejo de tirar férias.

CW: Preciso de um tempo para colocar as ideias no lugar.

SS: Você não precisa disso Cath. Se a felicidade resolve estar presente em sua vida, não deveria desperdiçar a chance.

CW: Eu tenho medo Sara.

SS: Pois não deveria. O Grissom te ama e você o ama também.

CW: Podemos parar de falar sobre isto?

SS: Podemos, mas antes quero te dizer que o Grissom não é mais a mesma pessoa.

CW: Como assim?

SS: Ele está frio e muito grosseiro. Está cobrando resultados de todos e não admite mais conversas que não estejam relacionadas ao caso.

CW: Mas só estou fora um único dia e já aconteceu tanta coisa assim?

SS: Acho que precisa conversar com ele.

CW: Não tenho mais nada para falar com ele.

SS: A decisão é sua.

CW: Vamos para a sala de descanso? Quero fazer o convite ao pessoal.

SS: Vamos sim. – Falou enquanto andávamos em direção a sala de descanso.

Quando entrei fui abraçada por todos e na hora que fiz o convite, todos aceitaram na hora. Saímos para o bar mais próximo conversando e rindo. Enquanto estava na mesa, os olhei orgulhosa e não deixei de pensar no Gil, ele mais que ninguém, adoraria ver o seu pessoal tão entrosado deste jeito. Todos os momentos que vivi com eles se passavam como filme na minha cabeça e mais uma vez Grissom retornou aos meus pensamentos. Lembrei todas as vezes que flertamos em uma cena de crime, todos os amassos na sala dele, todos os olhares trocados na sala de descanso, todas as provocações e instintivamente senti um aperto no coração.

A noite seguiu envolvida a drinks e gargalhadas, e, precisei estar ali para perceber que a minha felicidade plena não deveria ser associada a ninguém, e sim ao meu bem-estar interior. Já possuía tudo isto, mas deixei se esvair por entre meus dedos. Fui tirada dos meus pensamentos com o convite de Nick para uma dança, e claro que aceitei. As horas passaram rapidamente e tinha que voltar para casa, afinal Lindsay chegava de viajem nesse dia que já estava amanhecendo. Cheguei em casa e fui tomar um banho, vesti uma roupa confortável e deitei para dormir as horas restantes que faltavam para minha filha chegar.

Despertei assustada com o toque estridente do meu celular, olhei no visor e era a Sara. Demorei alguns segundos para atender por causa da sonolência.

Início da ligação

CW: Alô. – Atendi com a voz ainda rouca.

SS: Oi Cath. Estava dormindo?

CW: O que foi? – Disse sem a menor paciência.

SS: Aconteceu uma coisa no laboratório e você terá que ir urgentemente.

CW: Eu estou de férias. Não pode ser outra pessoa?

SS: Todos nós iremos. Te espero lá. – Falou desligando sem dar a mínima chance de recusar.

Fim da ligação

Por mais que quisesse voltar a dormir, o tom de voz da Sara aparentava ser algo importante, levantei-me cambaleando e fui tomar um banho. Sai do chuveiro de alma lavada, vesti uma roupa qualquer, peguei os óculos escuros para esconder as olheiras aparentes e segui para o laboratório de táxi, afinal, ainda estava um pouco alcoolizada. Cheguei rapidamente e adentrei a sala de descanso sendo olhada por todos, mas meus olhos procuravam um certo alguém que não estava presente. Eu que terminei o namoro, mas já estava com saudades dele, já estava enlouquecendo e olha que só eram um pouco mais que vinte e quatro horas.

CW: O que aconteceu de tão urgente? – Disse quando percebi o silêncio com a minha chegada.

WB: Também gostaria de saber.

GS: Você já voltou de férias loira?

CW: Como assim?

NS: Estamos esperando o Grissom distribuir os casos como em qualquer outro dia.

WB: Apesar de estarmos cansados da bebedeira de ontem. – Falou sorrindo.

CW: Eu não estou entendendo nada. – Disse encarando para a Sara que até o momento permanecia calada.

SS: É uma surpresa. Senta um pouco Cath.

CW: Eu odeio surpresas! – Disse revirando os olhos.

SS: Mas vai gostar desta...

Sara mal terminou sua frase e escuto uma voz familiar adentrar a sala.

CW: Lindsay! – Disse correndo para abraça-la.

LW: Calma mãe. Preciso respirar. – Falou sorrindo.

CW: Quando você chegou?

LW: O Gil foi me buscar no aeroporto porque queria te fazer uma surpresa, e a Sara também foi cúmplice.

Estava tão animada com a chegada da minha filha que não percebi o Grissom. O encarei rapidamente, e quando nossos olhos se encontraram senti um aperto no coração tão grande. O brilho no seu olhar estava diferente, ele estava frio. Desviei minha atenção para Lindsay novamente.

CW: Quero saber todos os detalhes sobre a viagem. – Disse beijando sua testa.

SS: Nós também queremos abraçar a Lindsay Cath, não seja tão possessiva. – Falou rindo.

Lindsay abraçou todos animadamente e mais uma vez eu olhei em direção ao Grissom e ele tinha sumido. Aproveitei a distração de todos e resolvi ir atrás dele. Abri a porta da sua sala e seu perfume estava ali me fazendo relembrar nossos momentos.

CW: Por que você sumiu? – Perguntei aproximando-me de sua mesa.

GG: Estava me procurando? – Perguntou ajeitando-se na sua cadeira.

CW: Você saiu sem se despedir. – Falei olhando para o chão.

GG: Depois eu falo com a Lindsay. – Usou seu tom de voz mais ríspido.

CW: Obrigada por trazê-la.

GG: Se não se importa, eu tenho muito trabalho aqui, como pode ver. – Falou retirando os óculos e respirando profundamente.

CW: A Sara tinha razão. Você está diferente. – Disse levantando meus olhos para encarar o homem na minha frente.

GG: E quem é você para fazer uma análise sobre mim?

CW: Realmente eu pensei que seríamos amigos, ou que pelo menos tentaríamos ser.

GG: Não seja hipócrita Catherine. Sabe que não posso ser seu amigo.

CW: Eu sei que está magoado e com toda a razão.

GG: Não quero ter razão nessa história Catherine. A única coisa que queria era estar ao seu lado, mas... – Falou em um único fôlego.

CW: Mesmo que a nossa separação seja difícil para você, assim como é para mim, não volte a ser o mesmo de antes. O Grissom que eu conheço sempre procurava evoluir...

GG: O Grissom que você conhece não existe mais, e quero te falar uma coisa e que fique bem gravado na sua cabeça. – Proferiu levantando da sua cadeira e vindo na minha direção.

CW: O que? – Disse sentindo sua respiração próxima.

GG: Tudo que está acontecendo é culpa sua. – Falou com os olhos fechados.

Instintivamente fechei meus olhos e senti sua respiração, e a vontade de beijá-lo loucamente me fez arrepiar. Mas, o que veio em seguida foi a coisa mais triste da minha vida.

GG: Agora saia da minha sala. – Falou sussurrando.

Abri meus olhos e pude ver uma lágrima escorrer por sua face. Queria abraça-lo e dizer que estava tudo bem, mas o desprezo e a mágoa que via em seus olhos me surpreendeu. Deixei sua sala completamente arrasada por dentro.

Enquanto isso... Em um lugar não muito distante

Muita correria, muitos gritos, muita fumaça, muito sangue. Estava um verdadeiro caos aquele presidio e para tentar amenizar, os guardas acionaram o alarme de incêndio na tentativa de fazer os presos se acalmarem. Várias tentativas falhas, até a calmaria completa. Checaram cela por cela e sentiram a falta de um preso. Prontamente, os oficiais informaram aos seus superiores, para que os mesmos tomassem as medidas cabíveis. Apenas um fugitivo. Um nome conhecido pelo laboratório, e principalmente por Grissom e Catherine. Um rosto já visto. Um psicopata capaz de atrocidades. O nome pronunciado, escrito e enviado as outras estâncias. James Leminski.


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Notas finais do capítulo

Eu espero que não me odeiem por este capítulo... Prometo que Grillows vai reinar no fim!



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