Nobre Amor escrita por DennyS


Capítulo 5
O Poderoso e a Teimosa se Decidem


Notas iniciais do capítulo

Boa leitura!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/693521/chapter/5

 ~*§*~

 

Capítulo 5 – O Poderoso e a Teimosa se Decidem

 

—Ir para você? – Perguntou Sakura piscando os olhos em confusão. – Quer dizer, me mudar para o seu prédio?

Sasuke pigarreou e se afastou dela. Ele se expressou mal, ultimamente estava fazendo e dizendo muita coisa por impulso.

—Quero dizer trabalhar comigo. – Disse ele sério se colocando de pé. – Vamos entrar num acordo.

—Você não quer dizer me render às suas ordens? – Perguntou ela alterada também ficando de pé. – Nunca!

O celular de Sakura tocou antes que Sasuke pudesse dizer alguma coisa. Ela atendeu, enquanto o Uchiha mantinha seus olhos nela.

—Alô? Ino? Não, estou em Tóquio. – Ela olhou de canto para o Uchiha que a observava em silêncio. – Estou resolvendo uma... coisa agora. Quando terminar te encontro lá. Está bem. Até mais.

Ela guardou o celular no bolso ainda olhando torto para o Sasuke.

—Sou eu a coisa que você tem que resolver? – Perguntou ele curioso e parecendo um pouco divertido.

—Escuta aqui, seu idiota arrogante! – Gritou ela irritada se atrevendo a puxar a gravata dele e abaixar sua cabeça. – Se você brincar comigo de novo desse jeito, você vai se arrepender!

—Nossa... – Disse ele abaixando a cabeça e aproximando o rosto do rosto dela. – E o que você vai fazer?

Sasuke não pôde evitar o pensamento que o invadiu. A Dra. Haruno ficava mais bonita quando estava irritada.

—C-contarei para a imprensa sobre isso. – Disse Sakura um pouco nervosa, repreendendo-se por gaguejar. Mesmo estando com tanta raiva, a aproximação dele causava sensações estranhas a ela.

—Isso é meio fraco, não acha? – Perguntou Sasuke com um meio sorriso zombeteiro.

Sakura, sem saber mais como intimidar aquele homem, tomada novamente pela raiva largou sua gravata e pisou bem forte no pé dele, deixando a lama que tinha no solado do seu sapato, desejando também poder fazer um buraco no couro do sapato caro dele.

—Isso é forte o bastante para você? – Perguntou ela girando o seu pé sobre o dele.

Sasuke trincou os dentes de dor antes de puxar o pé de sob o dela, fazendo-a tropeçar para trás. Sakura gritou e ele a segurou antes que ela caísse de bunda no chão.

Ela ficou paralisada por um momento perguntando-se como foi parar nos braços dele daquele jeito, quando sua intenção desde o início era se afastar daquele homem. Assim tão de perto, os olhos deles tinham um brilho intenso e seu rosto era tão... Tão bonito...

Arg!!! O que foi que deu em mim?!

—Seu louco! Me solta! – Ela esperneou nos braços dele e bateu seus punhos tentando se soltar, mas Sasuke a imobilizou sem nenhum esforço.

—Vai se acalmar? – Gritou ele segurando-a pelos pulsos.

—Sim! Tire suas mãos de mim!

Ele a soltou e se afastou ajeitando a gravata e o seu paletó. Olhou para a Dra. Haruno que parecia vencida, mas ainda relutante em aceitar a derrota. Ela estava de braços cruzados e com a cara fechada. Seus cabelos rosados e encaracolados estavam espalhados em todas as direções e o terninho preto que ela vestia estava desajeitado.

Sasuke teve uma sensação estranha ao segura-la em seus braços. Até mesmo agora, no momento em que observava a bagunça que ela estava, algo dentro dele palpitava, aquela sensação parecida com ansiedade e alegria misturada. Ele inacreditavelmente não estava irritado por tudo que estava acontecendo ali.

Sasuke deveria mesmo estar ficando louco. Era a única explicação lógica.

—Então temos um acordo? – Perguntou Sasuke contendo um sorriso vitorioso. Ele sempre vencia. Isso era um fato. Sakura tinha que entrar em acordo com ele ou ficaria sem sua amada clínica. Ela não seria louca de recusar, seria?

 -Não! Não temos acordo nenhum!

Seria. Sasuke decidiu voltando a se irritar. Que mulher teimosa e orgulhosa!

Sakura olhou para ele com vontade de soca-lo. Agora ele estava todo sério, todo homem de negócios, quando um segundo atrás estava brincando com ela. Ele achava divertido vê-la perder a cabeça e se desesperar por perder a sua clínica? Que tipo de homem sem coração ele era?

—Espero nunca mais vê-lo de novo! – Disse Sakura estreitando seus olhos verdes para ele.

Sakura passou por ele esbarrando no seu ombro que parecia mais uma parede de pedra, pegou sua bolsa do chão, depois saiu do escritório sem olhar para trás. Havia algumas pessoas atrás da porta com os olhos arregalados, inclusive o Sr. Lee. Eles tentaram disfarçar que não estavam ouvindo tudo um momento atrás, quando Sakura passou por eles sem dizer nada e entrou no elevador.

Uma risada histérica que vinha do escritório do CEO Uchiha, chamou a atenção de Lee e das duas recepcionistas que estavam com ele. Os três se aproximaram da porta do escritório e colocaram a cabeça para dentro para espiar o chefe.

Uchiha Sasuke estava sentado atrás da longa mesa da sua sala, rindo tão alto que se Lee não tivesse visto com seus próprios olhos não teria acreditado. Ele e as duas outras funcionárias da U.C.I. Produções assistiam à cena de olhos arregalados. Nunca tinham visto o chefe rir daquele jeito. Ou de qualquer outro jeito.

Quando Sasuke notou a presença deles, ele parou de rir e encarou a cabeça dos três, que apenas lançaram ao chefe um sorriso sem graça e fecharam a porta lentamente.

Sasuke se recompôs e olhou para o sapato marrom de couro italiano arruinado pelo pé da Srta. Haruno. Ele deveria estar furioso agora e ligando naquele exato momento para o seu advogado abrir um processo contra a mulher histérica que tentou agredi-lo em seu escritório. Ao invés disso, a vontade de rir voltou, mas ele se conteve a tempo.

 

~*§*~

 

—“Venha para mim”. – Disse Sakura bufando de raiva. – O que foi aquilo? Por que ele disse isso? Arg!

Sakura estava a caminho do endereço que Ino tinha lhe mandado por mensagem. Ela ainda estava com os nervos à flor da pele, confusa pelo que tinha acontecido naquele escritório. Ela não tinha a intenção de ceder à oferta dele, só foi até lá para descontar sua raiva. O que a deixava mais furiosa era saber que ele ainda podia demolir sua clínica a qualquer momento e ela não tinha outro lugar para ir.

Sakura chegou ao Le Tango Café, que parecia ser um restaurante e uma escola de dança de salão. Ino estava no meio da aula de dança quando Sakura entrou no estabelecimento. Ela se sentou a uma mesa e pediu um café expresso para esperar pela amiga.

Poucos minutos depois Ino foi até ela usando saia rodada e sandálias de saltos quadrados. Sakura não sabia que a amiga tinha esse novo hobby.

—Sakura! Olha quem está aqui! – Disse a loira gesticulando para o homem que a acompanhava.

Sakura quase se engasgou com o café quando seus olhos encontraram Akasuna Sasori, um ex-colega da faculdade. Ou melhor, o ex-colega mais bonito da faculdade por quem Sakura nutriu uma paixonite que não deu certo.

—Olá, Sakura-chan. – Disse ele com um sorriso. Um sorriso tão sexy. Pensou Sakura olhando muda para a boca dele.

Ela sacudiu a cabeça e engoliu a saliva.

—Sasori-kun! Olá!

Sasori e Ino se juntaram à Sakura e também pediram uma bebida quente.

—Voltei há alguns meses. – Disse Sasori com os olhos sorridentes em Sakura. – Estive um momento fora do país ocupado com algumas pesquisas de laboratório, mas agora estou de volta e sem previsão de sair.

Ino deu uma risada e olhou para Sakura arqueando uma sobrancelha. Sakura soltou uma risada nervosa. O que ele queria dizer com isso? Ela se perguntou constrangida.

—Eu o encontrei aqui essa semana. – Disse Ino animada. – Eu não tinha a intenção de ter aulas de dança, mas Sasori me convenceu. Você deveria tentar também, Sakura. É muito estimulante.

—É mesmo? – Perguntou Sakura olhando estreito para a amiga. – Você não disse que estava tão ocupada com a sua clínica que nem podia dormir?

—Eu dei um jeito. – Respondeu Ino dando de ombros. – Se não se exercitar, envelhecerá mais rápido, sabia disso? Eu já tenho vinte e oito anos e estou apavorada por estar tão perto dos trinta. Quero parecer uma mulher de vinte e cinco quando estiver na meia idade.

Sasori deu uma risada enquanto Sakura discordava da amiga.

—Vocês não mudaram nada. – Disse Sasori ainda sorrindo. – Digo, passaram alguns anos desde a formatura, mas não parecem mais velhas. Principalmente você, Sakura-chan. Está muito bonita.

Sakura sentiu seu rosto esquentar, enquanto Ino lançava a amiga um sorriso malicioso. O celular do Akasuna tocou, ele se desculpou e se levantou da mesa. Sakura agradeceu mentalmente pela pessoa que ligou para ele naquele momento. Ela sentia seu rosto em chamas. Não era muito acostumada a receber elogios, principalmente dos homens.

—Amiga, ele tá tão na sua! – Sussurrou Ino piscando os olhos com um sorriso do tamanho do céu. – Foi ele quem me pediu para te chamar aqui. Ele me perguntou se eu ainda tinha contato com você e ainda quis saber se você estava comprometida.

—O que?! – Gritou Sakura arregalando os olhos.

—Sim, sim! Ele está interessado em você!

—Mas naquela época...

—Aquela época já foi, é passado. Enterra! Ele quer sair com você agora! Por favor, diga que você virá aqui para ter aulas de dança? – Implorou Ino com os olhos azuis brilhando. – Ele é um dos professores! Você pode vir só uma vez na semana. Se quiser, posso buscar você em Konoha.

—Eu não vou ter tempo para isso, Ino. – Respondeu Sakura e Ino fechou a cara. – Pelo menos não por enquanto. Não vou ter tempo essa semana, porque decidi mudar de lugar a minha clínica.

—É sério? Para onde você vai?

—Ainda não me decidi, estou à procura. – Respondeu Sakura, implorando interiormente que Ino não questionasse muito seus motivos. Ela não queria contar sobre o conflito entre ela e aquele homem rico. Seria muito para explicar e ela não estava disposta a falar sobre ele agora.

—Isso é maravilhoso, Sakura! Tenho certeza que vai ser um sucesso. Ah, quase me esqueci. – Ino pegou um envelope na sua bolsa e entregou à amiga.

—O que é isso? – Perguntou Sakura olhando para o envelope.

—Não é muito, mas eu espero que possa te ajudar. Desculpe não poder ter te dado antes.

—Ino... – Sakura se comoveu. Ino sempre a ajudava da maneira que podia. Sabia que também era difícil para a loira manter sua própria clínica, por isso não queria aceitar aquele dinheiro. Mas se não aceitasse, ela certamente ficaria magoada. – Obrigada, amiga. Eu vou te pagar de volta. Eu prometo.

—Ah, eu sei que vai. – Disse Ino com um sorriso empurrando o ombro da amiga com o seu.

—Sakura-san? Você por aqui?

Sakura levou seu olhar para a mulher que tinha acabado de entrar e teve vontade de jogar uma xícara na cabeça dela. Era a ruiva e intrometida, Kusaga* Karin em seus saltos altos, vestido de grife e brincos de diamantes.  

Por que será que ela estava ali? Ela deve saber que o Sasori frequenta esse lugar... Concluiu Sakura desanimada. Karin corria atrás dele na época da faculdade e por causa dela Sakura nunca teve uma chance com o Akasuna.

—O que é isso? Vocês duas se divertindo sem mim? – Perguntou Karin se sentando no lugar vago que era do Sasori. – Eu vejo a Ino algumas vezes, já que a clínica do meu pai fica próxima a dela. Mas, você não vejo tanto, Sakura-san. Não está muito longe das suas vacas e bodes? Aonde disse que ficava mesmo a sua clínica? Koasang?

—Há, há... É Konoha. – Respondeu Sakura de mau humor.

—Se trabalhássemos na mesma região nos veríamos sempre, não acha? Quanto tempo acha que ainda vai ficar lá no fim do mundo com os caipiras?

Ino bufou de raiva e Sakura revirou os olhos. Se fosse para ficar longe dela, ela gostaria de ficar em Konoha para sempre.

—Sua família mora numa fazendinha, não é mesmo? Então é por isso que você está acostumada. – Disse Karin com um sorrisinho cínico. – Se você continuar lá por mais tempo como vai encontrar um bom marido? Você já tem quase trinta anos, não é? Já deveria ter se casado ou começado a se preocupar com isso. Se não está preocupada, deve ser porque encontrou algum caipira lá na cidadezinha ou alguma velha lhe apresentou alguns rapazes solteiros...

Karin soltou uma risada e tampou a boca com a mão. Sakura se lembrou da mulher encrenqueira daquele dia que queria lhe apresentar alguns pretendentes e a raiva de Sakura aumentou por Karin praticamente ter adivinhado o que aconteceu.

Seu celular tocou sobre a mesa distraindo-a de seus pensamentos.

—Com licença. – Disse ela pegando o aparelho.

A palavra “Lunático” apareceu na tela e Sakura conteve um grito de raiva. Já não bastava Karin enchendo sua paciência, agora ela tinha que ser atormentada pelo Uchiha também?

Não mesmo! Seu dedo deslizou para o lado vermelho da tela.

 

~*§*~

 

Sasuke soltou um palavrão quando se deu conta de que Sakura não atendeu a sua chamada. O telefone tocou apenas duas vezes e depois caiu na caixa postal.

—Como ela se atreve a ignorar as minhas ligações? – Perguntou ele irritado.

Ele digitou uma rápida mensagem de texto.

 

 ~*§*~

Sasuke: Aqui é o proprietário Uchiha Sasuke. Retomaremos a demolição amanhã.

~*§*~

 

Colocando as mãos cruzadas atrás da cabeça, ele encarou o celular sobre a mesa do escritório da sua casa e aguardou a resposta da Dra. Haruno.

Impacientemente.  

 

~*§*~

 

Você está parecendo mais selvagem, agora que mora em uma área rural. – Karin continuou tagarelando enquanto Sakura olhava para a tela do seu celular aflita.

Por que aquele cretino estava com toda aquela pressa? Ele lhe daria tão pouco tempo assim para cuidar da mudança?

 -Se essa vida combina com você, pode não ser uma má ideia morar lá sua vida toda. Pobre Haruno Sakura. Dará injeção na bunda das vacas até se aposentar.

—Ei, Karin! Já chega! – Disse Ino dando um soco na mesa. – Que inferno! Como você consegue ser tão desagradável?

—Só fiz um comentário, Ino-san. Um inocente comentário...

—Você está errada. – Disse Sakura apertando o celular na sua mão. – Agora que já vivi lá, percebi que não é para mim. Estou pensando em me mudar para essa região.

Karin ficou muda por um momento.

—O que?! – Foi o que a ruiva conseguiu dizer.

—Na verdade, eu vim aqui hoje para procurar um lugar. E encontrei. – Ela lançou um sorriso satisfeito e o queixo de Karin quase chegou ao chão. – Espero que você vá a minha inauguração, Karin. E me leve flores.

Sakura levantou uma sobrancelha e se deleitou ao ver o espanto nos olhos da ruiva. Foi a primeira vez que Sakura conseguiu calar a boca dela.

 

~*§*~

 

—Droga! Droga! Essa minha boca grande! Eu só fiz aquilo, porque estava com raiva! Por que eu disse aquilo? Por quê? – Perguntou Sakura aflita batendo na própria boca.

—Você disse que mudou de ideia. – Disse a voz de Uchiha Sasuke às suas costas.

Sakura fechou os olhos por um momento e se virou para ele mais arrependida que cachorro pego fazendo travessuras. Depois que disse à Karin que sua clínica seria em Tóquio, Sakura mandou uma mensagem ao Uchiha dizendo que aceitava o negócio. Ela se arrependeu no mesmo instante, pois não queria ceder às vontades daquele lunático. Mas agora era tarde demais.

Avaliando-o de longe com seus olhos, Sakura percebeu que ele não parecia ser um homem de brincadeiras. Ele tinha uma pose séria enquanto a fitava encostado no balcão do lugar que seria sua nova clínica. Seu cabelo preto bem penteado, seu terno azul escuro, sua gravata marrom com o nó bem feito e seus sapatos caros... Tudo aquilo gritava aos quatro cantos o quanto sério ele era. Então por que infernizar a vida de uma pobre veterinária daquele jeito?

—Você parece ter um monte de dinheiro, não é? Não é à toa que pôde comprar estre prédio na hora. – Disse Sakura ao perceber que ele tinha trocado os sapatos marrons que ela pisou mais cedo por outros da cor preta. Sasuke deu apenas um encolher de ombros à observação dela. – Se tem tanto dinheiro assim, não pode gasta-lo mais produtivamente ao invés de perturbar as pessoas?

Sasuke desencostou-se do balcão, disposto a discutir, mas Sakura não lhe deu oportunidade.

—Tá legal. Você venceu. – Disse ela com uma dor no peito. Doía dizer aquelas palavras. – Como troca de ter salvado a sua vida eu aceito o valor de 530 mil ienes.

—Só isso? – Perguntou Sasuke decepcionado.

—Com esse valor vou pagar a dívida da outra clínica. Além disso, também quero a quantia que pague três meses de aluguel nesse lugar. Considere isso um empréstimo de longo prazo, menos os 530 mil.

Sakura ficou em silêncio enquanto Sasuke pensava na sua oferta. Ele não parecia muito satisfeito. Não era sua intenção que ela lhe devolvesse o dinheiro que precisava ou que pagasse o aluguel do estabelecimento. O lugar pertenceria a ela. Será que ela não tinha entendido isso?

—Escute, Haruno Sakura. Este lugar pertencerá a você.

—Eu sei disso. Eu irei pagar o aluguel para você e mais o valor do depósito dos três meses. Na minha antiga clínica também pedi um empréstimo e estou fazendo o mesmo com você aqui. Você está, vamos dizer, no lugar do banco.

—Hun. No lugar do banco. – Resmungou o Uchiha.

—Não pretendo pegar o seu dinheiro de graça ou ficar aqui em troca de nada. – Disse Sakura decidida.

—Você pretende me pagar os juros? – Perguntou ele arqueando uma sobrancelha. Em um banco, era necessário pagar os juros quando se fazia um empréstimo. Ela deveria saber disso.

—Mas é claro que sim.

Sasuke suspirou e resolveu não discutir. Ele já tinha discutido muito e aquele era um progresso e tanto. Pelo menos ela tinha aceitado ficar naquela clínica. Não do jeito dele, mas ela estava lá. Era isso que importava.

—Então temos um acordo? – Perguntou Sakura estendendo a mão para ele. – Somos parceiros de negócio?

Sasuke hesitou apenas por um momento, mas depois caminhou até ela e apertou sua mão de volta. Ele não se sentia satisfeito, algo ainda estava errado. Mas era o que podia fazer por enquanto.

—Está bem. Acredito que vamos nos dar bem, parceira Haruno Sakura. – Disse ele com um olhar estreito segurando a mão dela.

Sakura se perguntou mentalmente se ele tinha dito a verdade ou estava sendo irônico.

 

~*§*~

 

Naquela mesma semana, Sakura providenciou um mini caminhão que levou toda sua mudança para a nova clínica em Tóquio. Ela precisou de três dias para se instalar, limpar todo o local, arrumar as prateleiras de rações, limpar todos os vidros, organizar a recepção, a sala de espera, o canil e o consultório.

Além disso, ela cuidou do pequeno jardim na entrada, cortou a grama e molhou as flores rosadas que cercavam a trilha de pedras. Na faixada, como o lugar provavelmente já foi uma clínica veterinária, Sakura não precisou fazer nenhum tipo de reforma. Ela apenas colou alguns adesivos nas paredes de vidro em forma de patinhas de cachorro, ossinhos, carinhas de gatinhos e as palavras: Clínica Veterinária, Dra. Haruno. Ela ainda não tinha se decidido por um nome, então por enquanto deixaria assim.

Ficou tudo perfeito e do jeito que ela queria. Quando finalmente terminou de arrumar tudo, ela tirou uma foto com sua gatinha Marie e a pendurou no painel de “Histórias dos Pacientes”, agora vazio, já que era um novo começo.

Apesar daquela mudança inesperada, Sakura teve que admitir que estava feliz. Ela torcia para que a clínica fizesse sucesso e que ela conseguisse conquistar tudo o que sonhou e não conseguiu com sua antiga clínica. Não que ela estivesse reclamando da outra clínica. Ela não mentiu quando disse ao Uchiha Sasuke que amava sua clínica minúscula. A “Konoha Pet” foi sua primeira conquista, foi o resultado de todo seu esforço. E apesar de ter ficado atolada em dívidas, ela estava orgulhosa por ter conseguido manter a clínica aberta e funcionando por mais de dois anos.

Seu esforço e determinação não seriam diferentes agora. Ela trabalharia duro para pagar rapidamente tudo de volta ao Uchiha.

 

~*§*~

 

Depois de um dia cansativo no trabalho, Uchiha Sasuke resolveu ir até a nova clínica veterinária da Dra. Haruno para saber como ela estava indo. Ela pretendia inaugurar a clínica no dia seguinte, por isso era provável que já tinha terminado tudo.

Sasuke quis ir até lá apenas por curiosidade, ele não tinha procurado pela veterinária durante toda semana em que ela cuidou da mudança e da organização do lugar, pois sabia que ela estaria ocupada.

Depois de parar o carro na entrada, ele seguiu pela trilha de pedras até à clínica que estava escura. Uma luz fraca vinha dos fundos, o que indicava que Haruno Sakura ainda estava lá. Sasuke puxou a porta de vidro e ficou surpreso por ela estar aberta. Já passava das oito da noite, aquela mulher teimosa deveria ter trancado.

Sasuke entrou na clínica e seguiu até a luz que vinha do consultório. Quando abriu a porta, encontrou a Dra. Haruno debruçada sobre sua mesa, dormindo profundamente.

—Essa mulher é corajosa. – Disse ele balançando a cabeça. – Como pode dormir aqui com a porta da frente aberta?

Sasuke entrou no consultório com a ideia de acorda-la, mas inacreditavelmente não o fez. Sakura tinha a cabeça apoiada sobre o braço, assim ele podia ver seu rosto. Tão sereno, suave e inocente...

O Uchiha se sentou na cadeira que havia na frente da mesa sem poder se impedir e continuou a observa-la. Ele não entendia por que estava fazendo isso e nem se importou em saber. Apenas continuou com os olhos sobre ela, sentindo algo se aquecendo no seu peito, seu coração acelerar e duas palavras aparecerem na sua mente e nada mais.

Tão linda... Ele pensou sem hesitar.

Mas aquela sensação de paz e torpor só durou até o momento em que Sakura entreabriu os olhos esmeraldinos e o pegou no flagra.

 

 

 

(*Como a Karin não tem um sobrenome, utilizei Kusaga de “Kusagakure”, a vila oculta do país da grama de onde ela veio. Na verdade, ela pertence ao clã Uzumaki, mas para mim ficaria estranho utilizar o nome do Naruto, já que nessa fic a Karin é a vilã. Ligar ela com Naruto mancharia a imagem do meu loirinho querido. Só acho.)


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Obrigada a todos que estão acompanhando! XD Não esqueça de comentar o que achou do capítulo! :3
bjss

XDenny



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Nobre Amor" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.