Imperfect Utopia escrita por Bruno hulliger
No dia seguinte, novamente a aula seguiu tediosa, e sem ter ninguém para conversar isso ficava pior ainda. Enfim, depois de algumas cansativas horas de estudo, Mary me encontrou pelos corredores (a aula já havia acabado) e me disse que eu precisava ir urgentemente até a cabana velha que os rebeldes chamavam de quartel-general.
Chegando lá, sentei-me em um banco, e ao meu lado sentou-se Jonathan, que por algum motivo me fitava com os olhos. Maria foi a última a chegar, ela se acomodou em sua cadeira, colocou os braços sobre a escrivaninha e começou:
-- Eu convoquei vocês aqui porquê...
-- Irresponsável! – gritou John – Você nos chama aqui para uma reunião super importante, e é a última a chegar!!
Isaac colocou a mão sobre a boca do “Superman”, o que fez ele se aquietar. Alice observava a confusão pelos fundos.
-- Eu... – Alice começou a falar, toda tímida: -- Eu queria saber se o assunto da reunião é o meu codinome...
-- Fala sério, nós temos assuntos mais importantes a tratar. – Disse Isaac, ainda com a mão na boca de John, para evitar que ele diga alguma besteira.
-- Desculpa... – acrescentou Alice.
-- Parem de fazer a Alice chorar!!! – Gritou Maria.
-- Mas... ela parecia tão macabra ontem – ponderei.
-- Macabra? Alice, o que você fez?
-- Eu só contei pra ele algumas coisas sobre o porão... Mas acho que ele as interpretou errado...
-- Ai, ai... – continuou a capitã. – Esclareça tudo para ele, por favor...
Ela começou a falar: “a garota da qual eu disse que me visitava era a filha do diretor... Ela sempre trazia bonecos artesanais para brincarmos... E por coincidência um se parecia com você.”
-- Mas, e as vozes que você ouvia?-- perguntei.
-- Eram ecos que vinham do andar que fica em cima do porão...
-- E o barulho de coisas se quebrando?!
E ela me respondeu: “eu sou muito desastrada e vivo esbarrando em prateleiras do porão, às vezes eu nem noto quando esbarro em algo.”
Essa foi a resposta mais inesperada que eu poderia imaginar.
Mary, vendo que a confusão havia terminado continuou:
-- Eu chamei vocês por que, como vocês já sabem, as eleições estudantis começam em breve. E eu vou ser uma candidata!!
Todos ficaram em silêncio, ninguém acreditou nessas palavras. Mary não tem paciência nem para comandar quatro idiotas, quanto menos uma escola de nerds.
-- Não acreditam em mim?
-- NÃO! – responderam todos em uníssono.
-- Bem... Eu não me importo com isso, até porque... Vocês vão me ajudar a ganhar as eleições!
-- O QUÊ? – todos se espantaram.
-- Distribuam cartazes, folhetos, façam campanhas enganosas, ou qualquer coisa que ajude minha eleição.
Além de louca é corrupta, pensei.
-- Mas, e se a Sthephanie nos afrontar? – perguntou John, que já estava livre da mão de Isaac.
-- Só tentem não atacá-la. Pode não parecer, mas a maga é pacífica, desde que nenhum idiota a ataque.
Todos se entreolharam, um pouco perplexos. Maria parecia se divertir com a situação.
-- O único que não vai participar disso é o Wesley.
Todos se viraram para mim. Que sensação terrível.
-- Mas por quê? – perguntou Alice.
-- Ele já está envolvido em outra missão. Uma missão pra conseguir informações sobre as fraquezas da maga.
-- Mas por quê... – Jonathan tentou afrontar a decisão da capitã, e ela percebendo isso dispensou todos os integrantes rebeldes.
Ao sair da cabana, John ainda me fitava com seus olhos raivosos.
-- Isso é mais uma prova... – falou Isaac.
-- Uma prova de quê? – perguntei.
-- Uma prova de que Mary te ama.
Meu punho não se conteve, e eu dei um murro na cara dele. Isaac ficou caído no chão, gemendo. Exatamente como no dia anterior...
Não quer ver anúncios?
Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!
Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!