Imperfect Utopia escrita por Bruno hulliger
Finalmente, depois de cinco horas e quinze minutos a aula terminou, e todos se retiraram para os seus dormitórios, e eu fiz o mesmo.
Ao chegar lá, eu me troquei, fiz a lição de casa, fiz alguns desenhos para passar o tempo e... Mais nada. Que tédio. A escola era um tédio (apesar de ter matérias bem interessantes), os alunos eram tediosos, e eu não era muito diferente. Queria ter pelo menos alguém para conversar... TOC-TOC, alguém bateu à porta.
Seria um desejo realizado? Eu finalmente teria alguém com quem conversar?! Não... Era só o Isaac... Podia pelo menos ser uma garota bonita, mas nããão, tinha que ser ele...
-- Eaê cara! – comprimentou.
-- Eaê... – meu desânimo era visível à dois quilômetros, mas ele parecia não se importar. – Os rebeldes não são proibidos de andar pela escola depois das aulas?
-- São. Mas ninguém respeita essa regra – ele entrou no meu quarto sem eu convidá-lo, e já foi se acomodando na minha cama (que folgado!).
-- O quê você veio fazer aqui?
-- Hum... Eu tenho um assunto muito sério para falar com você.
-- E o que é?
-- Boatos estão se espalhando por todo o colégio...
-- Boatos sobre o quê?
-- Boatos sobre o seu namoro com a Mary!!
-- O quê?! Você está maluco?! Eu... E ela, nós nunca ficamos!
Ele deu uma risada maligna e prosseguiu:
-- Então... Vamos juntar os fatos... É verdade que ela te levou ao shopping?
-- É, mas...
-- Segundo fato: alguns estudantes viram Mary entrar no seu quarto e trancar a porta depois.
-- Pare de ser malicioso!! Nunca aconteceu nada entre a gente! NUNCA!
-- Tem certeza...? Ela parece tão à vontade do seu lado...
Essa foi a gota d’água. Eu segurei o seu braço por cima do meu pescoço e o lancei no chão usando a minha força. Ele gemeu um pouco.
-- Saia agora do meu quarto!
Ao perceber que ele caiu bem próximo à entrada, usei a porta para arrastá-lo para fora (e ele ainda gemia no chão). Tranquei a porta, e torci para que ele não contasse isso para o diretor.
***
As horas se passaram e o tédio continuava a me dominar, será que não tinha nada de interessante para fazer? Espere, já sei o que eu posso fazer! Vou tentar retirar mais informações de Sthephanie, talvez assim eu descubra a sua fraqueza.
Saí do quarto e comecei a andar pelo instituto, na esperança de que ela aparecesse, e enfim ela surgiu! Apesar de que não era essa garota que eu queria encontrar...
-- Oi Alice – cumprimentei.
-- Oi... Er... Desculpe, eu esqueci seu nome.
-- Meu nome é Wesley.
-- Ah... Oi Safadão.
-- Não me chame assim!!!
-- Desculpe... Mas esse é o codinome que a Maria te deu...
Maldita Maria! Eu ainda vou me vingar!!
-- Hum... Você... Bom, eu acho que você não devia estar aqui – comentei.
-- Eu sei mas ninguém respeita a regra de que os rebeldes não devem andar pela escola.
-- Eu notei que não... Ei, você não sabe onde está a Sthephanie?
-- Não. Eu estou indo para o meu alojamento, pergunte ao diretor onde fica o dormitório dela.
-- O.K... Mas eu pensei que rebeldes não dormiam na escola.
-- E não dormem. Eu durmo no porão da escola... Lá é muito escuro...
Fiquei com um pouco de dó de Alice. Ela continuou falando:
-- Tem uns barulhos estranhos lá também... Eu escuto vozes, e um barulho de pratos se quebrando...
Senti um arrepio por todo o corpo.
-- Er... E você não se importa com isso?
-- Não. Às vezes eu acordo de noite e tem uma menina olhando para mim, é estranho...
-- Tem certeza de que você não se importa...?! Ela pode ser um fantasma ou coisa pior!
-- Não, eu não me importo, nós até brincamos juntas, ela sempre leva uns bonequinhos para brincarmos... Tem um que se parece com você!!
Provavelmente eu estava tão pálido quanto um fantasma. Despedi-me de Alice, voltei ao meu dormitório e conclui: “eu jamais devo ir ao porão”. Apesar de que Alice parece não se importar muito com as coisas que acontecem lá... Cheguei ao dormitório e deitei-me na cama.
-- Nota mental: não converse muito com a Alice, ela tem um parafuso a menos na cabeça. Assim como todos os outros integrantes da frente de batalha rebelde...
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