Cobaia 0013 escrita por Juuclaudina


Capítulo 7
Capítulo 7 - Não pense bobagens


Notas iniciais do capítulo

Ae meu povo! Capítulo surpresa!!
O aniversário é meu, mas o presente é de vocês! Uhhhu
Me inspirei hoje e escrevi bastante.
Sem mais delongas. Boa leitura.



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30-05-5026 Sábado

"Grama verde... céu azul. .. a voz. .. e..."

Acordo num pulo por conta de pancadas na minha porta. Me levanto e vou ver quem me acordava no meio da madrugada.

—Daisuke! -Era Robert.

—Cara o que foi? São... -olhei para meu despertador. - 3:00 horas ainda!

—Não está tudo bem! Se arrume, temos que sair.

—O que aconteceu?

—Se arrume! Rápido. Te explico no caminho.

Me arrumei rapidamente e fui em direção ao saguão, Robert já estava lá.

—Vamos.

—Certo, agora posso saber pra onde estamos indo? - Perguntava enquanto saiamos da Companhia e íamos para as ruas de Barkesfield.

—Górgonas estão andando pelas ruas, recebemos uma ligação de uma civil.

—Górgonas? Você acha que isso tem algo a ver com Kalena?

—Provavelmente. Pois aparentemente elas não vieram com intenção de matar alguém, por ninguém estar à essa hora na rua.

—Faz sentido... -Me lembrei de algo e parei de forma brusca.

Robert parou um pouco mais à frente e se voltou para mim.

—O que foi Daisuke?

—Não podemos ir lá! Vamos ser petrificados!

—Relaxa... Vamos ficar observando de longe, como fizemos ontem. Duas agentes também estão indo de encontro as górgonas e talvez já tenham chegado.

—Certo. -me tranquilizei e voltei a andar.

Saímos da rua principal e começamos a andar por ruelas da cidade. De repente ouço algo pesado se arrastando. E coloco minha mão na frente da barriga de Robert.

—Ouviu alguma coisa? - ele cochichou.

Concordei com a cabeça.

—Acho melhor não avançarmos mais.

—Ok.

Estávamos em uma ruela entre alguns predios e nesse momento o celular de Robert começa a vibrar.

—Agente Robert falando.

Pela forma que ele atendeu devia ser alguém da Companhia. Mas ele não dizia nada só concordava de forma simples. A ligação foi bem rápida.

—Era agente Louise. Uma das que estão encontrando com as górgonas. Me disse que elas estavam na rua Kingsmill Whelan.

—É aqui perto.

—É... Então precisamos parar por aqui. Mas como vamos observar?

—Vamos subir em um dos prédios.

—Certo. Deve ter uma escada por aqui.

—Da para escalar.

—Da para você escalar. É diferente.

—Ok. -e começamos a procurar uma escada o que não demorou muito. -Olha. Tem essa aqui. -apontei.

Era uma escada velha e enferrujada presa à parede.

—Vai se arriscar? -perguntei. - Talvez você não caia, mas é bem possível que contraia tétano.

Robert balançou a cabeça de forma negativa algumas vezes, e começou a subir. Eu preferi escalar o prédio, que nao era tao alto, só foi meio ruim por causa das botas.

Do terraço do prédio podíamos ver quatro górgonas no meio da rua, iluminadas pelas luzes amarelo dos postes, assim como as duas agentes.

—Daqui estamos seguros. -Robert afirmou.

Ficamos por um tempo lá, mas foi tudo bem tranquilo. Depois da conversa as górgonas deram meia volta e as agentes também e fomos de encontro a estas.

—Então? - Robert perguntou.

—No começo elas não queriam ceder, mas depois de falarmos sobre elas não poderem estar vagando pela cidade por conta da segurança, elas se justificaram dizendo que estavam procurando alguém que lhes devia algo. - Disse agente Isabella.

—Droga. -resmunguei- É claro que elas querem Kalena.

—Sim. -Robert Concordou.- Mais alguma coisa?

—Concordaram em não aparecerem mais por aqui, mas não sei se devemos baixar a guarda.

—Ok. Vamos voltar para a Companhia.

.

.

Já eram quase 6:00 quando eu estava jogado na minha cama assistindo TV e resolvi finalmente comer alguma coisa. Levantei da cama e tropecei na pilha de roupas sujas.

—Droga.- resmunguei.

Depois do café da manhã fui dar um jeito nas roupas. Que pra mim não estavam tão desorganizadas, pois eu tinha as pilhas sujas do tipo "precisam ser lavadas urgente", as "sujas, mas da pra usar mais uma vez" e as "limpas que eu fiquei com preguiça de dobrar". Era uma bagunça organizada, mas que já estava atrapalhando meu deslocamento pelo quarto.

Como não consigo fazer nada sem música resolvi colocar uma pra ouvir. Dei uma procurada pelos canais e achei o que eu queria. O nome da música e do grupo apareceram na tela "Rhythm ta , do iKON".

—Vamos começar.

Peguei as roupas muito sujas do chão de uma vez só, assim andando pelo quarto de forma bem engraçada em direção ao banheiro, onde ficava a lavadora de roupas. Era uma lavadoura pequena e eram muitas peças sujas tive que voltar para o quarto e organizar isso melhor.

Joguei a pilha no chão e fui decidindo o que colocar na lavadora.

— We gon get it pop it. We gon we gon get it pop it... - eu separava as roupas e tentava imitar os caras dançando quando alguém bateu na porta.

—Já vai.

Larguei as roupas e fui em direção a porta.

—Bom dia!

—Bom dia Kalena. -ela usava o mesmo pijama azul de ontem.

—Tá animado, hein? -O quarto de Kalena era no mesmo corredor que o meu, provavelmente ela ouviu a música.

—Nada, só tive que acordar cedo e resolvi arrumar um pouco o quarto.

—Precisa de ajuda?

—Não, são só roupas. -Mentira, eu não sabia fazer isso. Aprendi da pior maneira que não se deve misturar roupas de cores diferentes.

—Assim, eu te ajudo e terminamos mais rápido.

Dei uma risada nasalada. Ela usou o mesmo argumento que eu usei ontem.

—Certo, você não vai desistir não é?

—Não.

—Ok, entra.

~Daisuke off~

.

~Kalena on~

Acordei com uma música que vinha de outro quarto, não estava alta, mas minha audição aguçada não tinha jeito. Ontem Daisuke me trouxe até meu quarto e mais tarde voltou com as roupas que haviam chegado, depois disso fiquei um bom tempo no quarto arrumando todas elas no armário. Decidi levantar e fiz minha higiene matinal, depois fui em direção ao som, que como suspeitei, vinha do quarto de Daisuke. Bato algumas vezes na porta.

—Já vai. - pude escutar sua resposta, mesmo abafada pela porta e pela música.

Depois de um tempinho a porta foi aberta.

—Bom dia!

—Bom dia Kalena. - Daisuke estava só com uma calça de moletom preta. Só isso! Não sei como consegui me comunicar com ele diante disso. Por que ele tinha que ser tão bonito? Isso era terrível. Eu não conseguia ser a garota durona de sempre com ele.

—Tá animado, hein?

—Nada, só tive que acordar cedo e resolvi arrumar um pouco o quarto.

—Precisa de ajuda?

—Não, são só roupas. -Claro que são, só pilhas de roupas espalhadas pelo quarto.

—Assim, eu te ajudo e terminamos mais rápido.-tentei usar a mesma tática que ele usou ontem.

Ele soltou uma risada nasalada e pareceu se dar por vencido.

—Certo, você não vai desistir não é?

—Não.

—Ok, entra.

Eu entrei, e sim, ele precisava mesmo de ajuda. O quarto parecia ainda mais bagunçado que ontem. Comecei a pegar roupas de uma pilha próxima.

—Não, essas não.

—Ué? Por que não?

—Essa é a pilha de " sujas, mas da para usar mais uma vez".

—Haha. Daisuke, isso não existe.

—Claro que existe.

— Tá Ok. Então o que eu faço?

—Estou separando as roupas pro primeiro round. Tem a pilha de "limpas que eu fiquei com preguiça de dobrar" ali. Pode começar por elas.

Dei uma risada baixa e fui na direção das roupas. Elas estavam realmente limpas e comecei a dobrá-las.

As músicas continuavam tocando e eu continuava sem saber em que língua eram.

— Que tipo de música é essa? - resolvi perguntar.

—K-pop. Música popular coreana.

—Certo... É meio estranho.

—Haha, eu sei. -ele disse do banheiro, enquanto colocava as roupas na lavadora.- Comecei a ouvir por acaso, numa madrugada. Mas a música é boa.

—Hum... da para ouvir.

Depois de um tempo concluímos a nossa missão e a última remessa de roupas estava na lavadoura.

Daisuke fez uma ligação, disse que precisava saber se estavam precisando dele, mas depois me disse que estava tudo bem e sentou na cama do meu lado.

—Ah! Estou exausto! -disse enquanto jogava seu corpo na cama.

—Que isso? Só arrumamos umas roupas.

—E isso cansa!

Ficamos em silêncio um minuto.

—Sabe o que seria ótimo agora? - ele perguntou.

—Não, o que?

—Sorvete. - quando disse isso fez a maior cara de felicidade, do tipo que uma criança faz quando ganha um presente. E depois pulou da cama em direção ao frigobar, pegou um pote de sorvete e olhou em minha direção.

—De que sabor você gosta? Só pra avisar sabor algas eu não tenho.

Pensei em sabor bem difícil, um que não é tão comum de se ter assim, só pra ver a feição dele depois da piada horrorosa.

—Ha ha ha. Bem engraçadinho. Gosto de passas ao rum.

E para minha surpresa ele não se abalou. Olhou de volta para o frigobar e pegou um pote.

—Wow! Pensei que não teria esse.

—Haha! - riu vitorioso e pulou na cama, assim apoiando as costas na cabeceira desta e esticando as pernas longas.

Bateu no lugar ao seu lado e disse:

— Senta aqui.

Fui até seu lado e começamos a comer nossos respectivos sorvetes. O dele parecia ser de chocolate.

—Você está me devendo uma história, Daisuke.

—Eu? - ele questionou.

Fiz que sim com a cabeça. Ele pensou um pouco.

— Ah! Claro, meu olho né?

—Exato.

—Bom, eu fui cobaia de uma experiência com humanos e seres místicos.

—Nossa!

— É... - ele comeu mais um pouco. - E esse olho aqui era um olho de dragão, como as outras experiências, as mais comuns com injeções não surtiam efeito tentaram algo mais drástico.

—Entendi.

Ele pegou uma corrente do pescoço, uma que eu não havia notado até agora e puxou, nela havia duas placas de identificação. Ele leu em voz alta.

—Yamamoto Daisuke. 0013. Eu fui a cobaia número 13.

— Por isso a tatuagem.

—Isso.

—E Sr. Haysawa? Como entra nessa história?

— Depois que trocaram meu olho esquerdo eu finalmente consegui fugir de lá. Fiquei um tempo perambulando pelas ruas e acabei por aqui, Barkesfield. Um dia Otousan me encontrou em uma beco e me convidou para comer na casa dele. Não sei por que, mas ele me passou conforto e nem pensei duas vezes.

—Sei como é. - soltei, e ele sorriu.

— Bom, já as tatuagens do braço... -ele esticou um dos braços. - Fiz por causa das cicatrizes.

Reparei bem e aviam vários cortes no braço.

—Isso deve ter sido horrível. Sinto muito.

— Não precisa. Se não fosse isso talvez eu nunca teria conhecido Haysawa.

— Você é bem otimista.

Comemos mais sorvete em silêncio. Não sabia se devia perguntar mais e fiquei em silêncio. Mas Daisuke se pronunciou.

—E você, Kalena? Fale um pouco de você.

Eu não sabia se devia falar. Fiquei pensando enquanto passava a colher pelo sorvete. Ele contou coisas para mim eu devia contar para ele?

—Eu... eu não sei bem que eu sou. Eu não me lembro da minha vida até os 8 anos. Sempre vivi com Kione e Anfitríade, e agora, com 19 anos descobri que não sou irmã delas e nem sou uma sereia. Eu não sei quem eu sou e nem o que eu sou.

—Eu sinto muito. -Daisuke disse, solidário.

—Não sinta.-olhei para Daisuke.- Talvez, se nada disso tivesse acontecido eu não teria conhecido você. - depois virei o rosto em direção ao sorvete novamente. Por que eu disse aquilo! Ele deve pensar que sou uma idiota!

—Digo. Vocês! Me salvaram e estão me ajudando. Obrigada. - Espiei de canto de olho e ele sorriu, aquele sorriso grande e aberto e voltou a comer o sorvete. Parecia imune ao que eu disse e a minha alto punição.

~Kalena off~

.

~Daisuke on~

—Não sinta. Talvez, se nada disso tivesse acontecido eu não teria conhecido você.

O que isso quer dizer? Ela olhou de volta para o sorvete e depois voltou a falar.

—Digo. Vocês! Me salvaram e estão me ajudando. Obrigada.

Eu sorri e voltei a comer o sorvete. Ela agradece a mim, Robert e Otousan. Claro. O que eu estava pensando?

Não pense bobagens Daisuke.


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado do presentinho. Beijos ♥
*Vacilei* esqueci de colocar o link da música.
https://youtu.be/tYI5CriE6XU



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