Uma brisa suave varre as folhas secas da calçada do campus, espalhando-as pela rua. Primeiro, os restos do outono batem na lata de lixo, deslizam por baixo dos carros, regozijam-se pelos cantos da rua. Depois, suavemente vagam pela escuridão inóspita, fazem do lugar vazio seu habitat, até que alcançam um par de pés na noite. De repente, os pés são seus; são de todos, e não são de nada nem de ninguém. Até que sobem até um casaco, os braços de uma pessoa cujas faces rosadas parecem tentar seguir sem se importar com o frio, ainda que sem sucesso. A folha desliza pelas mangas do casaco - aquela singela folha - até que de um líquido vermelho, seco e vistoso se mancha. Se vê no espelho, e em um sobressalto um redemoinho a leva. Mas a arma permanece, intocada, nas mãos da pessoa que não mais pessoa é, e agora com o suave som da escuridão se deleita.

A folha no chão, o chão por baixo do corpo e ninguém por ali. Nada deveria ter acabado assim.