CAROLINE

  Ai meu Deus. Eu estou me sentindo péssima. A Elena está na enfermaria por minha causa. Eu que pedi pra ela subir a escada. Aquela maldita escada. Eu vou processar essa escola por ter uma escada tão sem condições assim. Não, eu vou processar a cidade inteira. Melhor, o país!
– Caroline? - ouço a voz da minha amiga me chamando, e automaticamente saio do meu transe e corro até ela, que acabara de sair da sala da enfermaria.
– Elena? Ai meu Deus Elena, me desculpe, eu não achei que isso fosse acontecer... - eu a abracei.
– Ta tudo bem Carol, eu estou bem. Não tinha como você saber. Essas coisas acontecem - ela me olhava com ar de divertimento. Como se fosse engraçada toda essa situação! Por que será que ela está tão feliz assim?
– Mas Elena, você quase morreu! Como assim ta tudo bem? Eu preciso te ajudar com alguma coisa, sei lá, eu posso empurrar a cadeira de rodas se você usar - ela riu e me acalmou
– Caroline, eu não vou precisar de uma cadeira de rodas! Não precisa fazer nada por mim, eu estou ótima - ela sorriu ternamente pra mim
– Ah, menos mal, acho que não conseguiria empurrar ela por mais de dez metros! E ainda corro o risco de quebrar esse salto carro, Deus me livre! - ela riu novamente e parou um instante para pensar. Quase ouvi o barulho de uma lâmpada acendendo quando ela olhou pra mim se   apressando em dizer:
– Carol! Eu sei algo que você pode fazer por mim! - ela me olhou animada.
– O quê? - perguntei curiosa.
– Lembra do garoto que me salvou quando eu caí?
– Ah lembro... ele é um gato! - sorri me lembrando. Ela riu e continuou em voz baixa:
– É, é sim... Olha, o nome dele é Damon. É o irmão do Stefan, que eu te falei. Meus pais convidaram ele pra jantar lá em casa hoje a noite, mas ele não sabe o endereço e eu não tive tempo pra passar. Então você, como uma boa amiga, poderia...
– Passar pra ele por você. - eu a cortei - Entendi.
– Ótimo, muito obrigada! - ela me abraçou e depois se afastou - Eu preciso ir, meus pais devem estar me esperando na saída da escola. Te ligo mais tarde, beijo.
– Ta, tchau. Se cuida amiga, não se esqueça de depilar as pernas! - eu gritei pra ela.
– Cala a boca Caroline! - ela gritou de volta, e eu ri.

DAMON

  Depois que Elena se foi, eu saí da enfermaria e voltei para a sala de aula. Não prestei atenção em metade da explicação, eu já tinha aprendido isso tudo a muito tempo e meu pensamento só se desviava para outro lugar...
  Quando o sinal bateu, me direcionei à saída da sala, mas fui impedido por uma garota loira, que na minha opinião é muito parecida com a Barbie.
– Você é o Damon, não é? - ela perguntou.
– Ahn, sou. Você é quem? - perguntei confuso.
– Caroline. Melhor amiga da Elena a mais de 17 anos. - ah, então essa é a garota que ia me passar o endereço - aqui está! - ela me estendeu um papel com o nome da rua, numero da casa, telefone residencial e tudo mais escrito... - está tudo aqui. Escrevi na minha melhor letra, embora minha letra fique boa de todos os jeitos. Também mandei uma mensagem com tudo isso escrito para o seu celular, que descobri por meio de seu irmão, Stefan. Planejava mandar também um email mas Stefan me disse que você não tem...
– É, pois é, não tive muito tempo pra fazer... - ela é o que? Um robô comandado para realizar todas as tarefas com a mais perfeita perfeição?
– Tudo bem. Também vou pedir para Stefan lhe lembrar do jantar, caso esqueça. E se Elena me ligar dizendo que você  não apareceu, eu vou na sua casa pessoalmente pra te buscar e te levar até lá. Okay?
– Ahn, entendi... - ela é realmente bem empenhada em seus trabalhos, socorro, da até medo.
– Ótimo! Eu vou indo. Se arrume bem. Ja vou avisando que quero ser a madrinha! - okay, agora estou realmente assustado.
– Ah, com certeza... - ela sorriu satisfeita e foi embora.
  Eu acabei de ter uma conversa com a mulher do google tradutor ou o que?

[...]

  Depois da conversa realmente assustadora com Caroline, fui pra casa, e encontrei um Stefan assustado e preocupado.
– O que foi maninho? Por quê essa euforia toda? Acabaram os esquilos da floresta? - fiz cara de preocupação.
– Engraçadinho. Você deve saber muito bem que estou assim por causa da Elena, já que pelo que fiquei sabendo foi você quem a salvou depois que ela caiu da escada.
Dei de ombros. Ele ainda não sabia que minha humanidade voltara.
– Agora me diz uma coisa - ele perguntou aparentemente curioso - por quê a salvou? O Damon que eu conheço não costuma sair por ai salvando garotas em perigo...
– Talvez essa seja uma garota em perigo em especial... - quase podia ver as engrenagens em sua cabeça trabalhando, lutando pra encontrar uma resposta que se encaixasse nos fatos. Então ele me olhou, com uma expressão parecida com a que ele me deu quando constatou que minha humanidade estava desligada.
– Damon... a sua humanidade... voltou? - ele perguntou pausadamente, com medo da resposta.
– Bem, se preocupação é um sentimento, então acho que sim... - disse indiferente, enquanto enchia um copo na mesinha com borboun.
Ele me olhou, quase sem acreditar, e me abraçou. Posso dizer o que quiser do meu irmão, mas a verdade é que eu não vivo sem ele. Retribui o abraço, e depois de um tempo Stefan se afastou e me perguntou com um sorriso satisfeito:
– E agora irmão, o que pretende fazer?
– Bem Stefan, o que eu vou fazer daqui pra frente vai depender de como as coisas vão se desenvolver hoje a noite...
– Como assim? - ele perguntou sem entender
– Os pais da Elena me convidaram para um jantar, em agradecimento ao meu feito heróico mais cedo no ginásio. - dei um sorriso de lado.
– Bom, a dois minutos atrás eu te impediria de ir, mas agora... acho que não tem problema. Vá ao jantar. Sei que gosta da Elena, eu também gosto. Mas se é o que ela quer, vá, e cuida dela okay? Ela  é uma garota legal demais. Faz qualquer um se apaixonar... - ele disse sincero.
– É, eu sei. Valeu cara... bom, vou me arrumando. Afinal tenho um jantar pra ir não é? - sorri, já imaginando.