Completa-me escrita por BlackLady2


Capítulo 24
Capítulo XXIV


Notas iniciais do capítulo

Quero dedicar esse capítulo só ao Aaron e a Juliette. Eles merecem um tempo sozinhos.
Vamos ler?



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/693075/chapter/24

Por Aaron Warner

O lugar era como um vilarejo. Casas pequenas e simpáticas formavam uma só rua de pedra. Tudo era muito simples, parecia antigo e eu me sentia num dos livros de Shakespeare. Havia crianças e velhos em frente aos casebres iluminados por lamparinas, que estavam apagadas por ainda ser dia. Parecia que ali o tempo não tinha passado.

Kenji foi levado por nós até uma choupana que continha apetrechos médicos e logo um garoto não muito mais velho que James se curvou sobre Kenji, que desmaiara no caminho, e começou a limpar o ferimento da testa sem perguntas. As várias pessoas que nos escoltaram até ali saíram sem fazer barulho e a moça estranha de olhos brancos andava ao redor da maca de Kenji como se estivesse preocupada.

— Não queríamos fazer nenhum mal – declarou ela, suas primeiras palavras desde que a seguimos – Nós sempre botamos a pedra lá, para o caso de alguém tentar nos encontrar.

— Nós estávamos tentando encontrar vocês.

— Eu sei – ela olhou para o nada – mas eu sei que não querem nos machucar. Já houve quem tentou nos obrigar a lutar em guerras que não eram nossas. Quem tentou usar nossos dons para benefício próprio. É disso que tentamos nos proteger: de quem quer nos aprisionar por nossos poderes.

— Mas se sabia que não queríamos machucar...

— A pedra sempre fica lá, nos quase nunca a tiramos. E quando eu soube que vinham, fiquei tão feliz que nem me lembrei de tirá-la de lá. Desculpem-me por isso, fui imperdoavelmente descuidada.

— Os seus... conterrâneos estavam armados – disse Juliette.

— Eu sei que é seguro estar com vocês, mas eles são desconfiados. Já fomos atacados outras vezes. Só levaram as bestas por precaução. Não tinham minha autorização para atirar.

— Sua autorização?

— Sou uma espécie de líder deste lugar. Eles confiam em mim para cuidar de seu futuro, apesar de tudo aqui fluir sem interferência minha.

— Então, você é a líder cujo Castle nos alertou para termos cuidado? – perguntei descrente, olhando a jovem pequena e estranha que parecia não ter força alguma.

Ela gargalhou – Parece que Castle me acha perigosa – ela respondeu, citando o nome de Castle como se eles fossem velhos conhecidos - Eu sou Levine e podem tranquilizar Castle sobre mim. Não pretendo machucar ninguém.

— Nós também não – afirmou Adam.

— Vocês parecem cansados – declarou Levine – O que acham de um banho e de um lugar para descansar? O almoço ficará pronto em cerca de uma hora.

— Seria ótimo – agradeci – mas, e quanto ao Kenji?

— Ele dormirá por algumas horas – respondeu o menino que cuidava de Kenji, pela primeira vez se incomodando em falar conosco – O corte na testa é superficial, já o do peito levará alguns pontos. Ele não tem uma concussão, mas é melhor ele ficar sob observação por algum tempo. Ele bateu a cabeça, então devemos ter cuidado. Quando ele acordar, eu aviso.

— Qualquer coisa, Tristan, me chame. Se precisar de ajuda...

— Eu aviso – repetiu.

Ela assentiu – Vamos, vou mostrar a vocês onde ficarão.

Ela saiu da choupana e andou a nossa frente confiantemente. Olhei ao redor, me deleitando com o estilo vitoriano que o vilarejo tinha. A rua de pedra era única, atrás das casas havia árvores e nenhum sinal de outras habitações. Era como se fossem casas na beira da estrada.

— Eu vivo aqui há alguns anos – disse ela, como se soubesse que eu estava notando o charme do lugar – Nós sobrevivemos com o que plantamos e criamos. Eu sei que parece que paramos no tempo, mas gostamos do sistema das coisas por aqui. Há um rio no fim da vila, é de lá que vem a água que usamos. Mas não se preocupem – ela virou para nos sorrindo e piscando um dos olhos sem cor, fitando o nada – temos água encanada.

Entramos numa das cabanas, iluminada pela luz do sol. O lugar era, incrivelmente, espaçoso. Os móveis eram simples, porém confortáveis, e todos num tom escuro, um marrom quase vinho, contrastando com as paredes brancas que pareciam deixar o espaço ainda mais claro e amplo. A cozinha era visível da sala, separada apenas por um balcão de granito. Eu via três portas escuras na parede contrária a porta da frente.

— Dois quartos e um banheiro, que é a porta do meio. Tem apenas uma cama em cada quarto, mas pedirei que tragam outras mais tarde. Suas malas estão ali – ela apontou para o canto da sala – Juno e Lia trouxeram do trem. Por sorte, tudo deve estar inteiro. Se precisarem de alguma coisa, mandem me chamar. Venho quando o almoço estiver pronto.

E ela saiu, batendo a porta levemente.

Respirei fundo, me perguntando que era Juno e Lia, mas logo esquecendo. Fui pegar minha bolsa do chão e ergui-a, pronto para tirar uma toalha e me livrar da poeira e do sangue de Kenji que me sujavam. Assim que abri, notei um brilho fraco que vinha lá de dentro. Eu já sabia o que era, mas ainda assim peguei na mão a caixinha azul de veludo que me acompanhava para qualquer lugar. Devia ter abrido com o impacto. Fechei-a com um estalo audível na sala silenciosa, notando os olhos que se viravam para mim e agradecendo por estar de costas. Tirei minha toalha e o shampoo, mal fazendo questão do maldito sabonete de gardênia e lilás que eu sabia que não usaria, mas que eu ainda carregava para onde eu fosse.

— Nada disso – falou Juliette, com sua bolsa na mão – Eu vou primeiro.

— Por quê?

— Porque sim. Primeiro, as damas, lembra?

— Sabe, eu nunca me importei com isso, então... – caminhei rumo ao banheiro, mas ela se pôs na minha frente – Não é tão difícil te tirar da minha frente.

— Não?

— Eu vou primeiro.

— Não, eu vou...

— Parem com isso! – reclamou Adam, caminhando para sair do casebre – Vocês parecem duas crianças brigando. Porque não vão os dois de uma vez só? Está óbvio que é isso o que vocês querem – e saiu, nos deixando a sós.

Ficamos parados olhando a porta recentemente fechada por Adam, sem saber o que dizer ou fazer. Qualquer movimento que eu tomasse faria com que eu perdesse o controle. O clima entre nós estava tão tenso, tão elétrico que o ar estava dando choque. Ouvi Juliette respirar fundo, baixando a cabeça a minha frente e soltar o ar audivelmente. Ela deu um passo atrás, o que foi um erro, já que o mover fez com que o seu cheiro de gardênia e lilás viesse até o meu nariz, me tirando do eixo.

Avancei sobre ela como um leopardo avança sobre sua presa.

Agarrei sua cintura, ignorando seu protesto contra a minha boca e logo ela esqueceu que estava resistindo e largou a bolsa no chão, passando os braços ao redor do meu pescoço. Senti seus dedos se enroscarem no meu cabelo e, assim que mordi seu lábio inferior, ela puxou minhas madeixas, me arrancando um gemido. Abandonei seus lábios e desci para seu pescoço, enquanto ela puxava meu blazer preto pelos meus braços, que quase não soltaram sua cintura. Aproveitei minhas mãos livres e tirei sua camiseta e seu sutiã, deixando-a apenas de calça jeans, que também não passara muito tempo em seu corpo.

Deitei-a nua no sofá escuro, voltando a atacar seu pescoço. Minhas mãos gravavam cada curva do seu ser, sentindo sua textura macia e cada relevo que ela tinha. Envolvi um de seus seios com a mão enquanto descia por seu corpo com beijos e mordidas. Ela se contorcia e suspirava, ainda segurando meus cabelos. Circulei seu umbigo com a língua, fazendo-a curvar as costas e continuei descendo, passando com os lábios por cima do osso do quadril até chegar ao meio da sua coxa esquerda e beijando sua parte interna da perna. Ela gemeu alto, enquanto eu roçava a boca na sua pele, subindo até o ponto onde suas pernas se encontravam.

Quando a toquei com a língua, ela inspirou profundamente pela boca e seu corpo fez como se ela fosse gritar, mas o som não saiu. Continuei ali, correndo as mãos por suas coxas, sentindo seus músculos se contraírem. Suas pernas, dobradas sobre os meus ombros, se torciam e ela conseguiu liberar o gemido preso em sua garganta. Em certo momento, ela soltou meus cabelos e se segurou no sofá, como se seu corpo fosse flutuar dali a qualquer momento. E flutuou. E ela berrou e se dobrou e desabou exausta no sofá, de olhos fechados. Tirei a camisa e deitei sobre ela, voltando a beijar sua boca. De repente, lembrei que estávamos na sala de um casebre em que qualquer um a qualquer momento podia entrar. Levantei e tomei-a nos meus braços, caminhando até o quarto mais próximo. Pus Juliette na cama, que se sentou e abriu o botão e o zíper da minha calça, me ajudando a me despir. Sem perder mais tempo, me lancei sobre ela e nos uni com um suspiro.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Então, o que acharam? Quero comentários!
Beijos.
BL.



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Completa-me" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.