Completa-me escrita por BlackLady2


Capítulo 11
Capítulo XI


Notas iniciais do capítulo

Desculpem a demora, eu fiquei impossibilitada de satisfazer sua curiosidade. A praia não deixou. Mas aqui está a segunda parte da noite tensa.
Vamos ler?



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Por Aaron Warner

Juliette agarrou o copo com força e bebericou a mistura preta e azul, remexendo-se ao ritmo da música que emanava do jukebox, ignorando a tensão palpável.

Não pude deixar de notar o que seu requebrar causava em meus sentidos. Eu estava eufórico e nervoso. Em certo momento, me distrai tanto no balançar dela que deixei respingar a bebida que eu segurava. Ela reparou e riu.

— Então, vocês já terminaram? - provocou ela - Achei que tinham feito um trabalho melhor investigando minha super nova vida.

— Na verdade, nós fizemos.

— Mesmo, Kenji - ela virou o resto da bebida - Surpreenda-me.

— Bem, tem gente querendo te matar, mas isso não é nenhuma novidade. A novidade é que agora há mais gente envolvida nesse processo. Sabe, o seu amigo água de salsicha, Maria e Kat... - Juliette sobressaltou seus sentimentos apenas por um instante, mas o suficiente para eu notar.

— Acho que Kat é realmente importante para você - interrompi Kenji - já que seu coração se desmancha só de ouvir o nome dela. Quanta paixão pela filha da empregada.

— Maria não é só minha empregada...

Juliette parou de súbito ao notar que falou demais - Deixa eu adivinhar - falei - ela é um anjo na sua vida.

— Talvez seja, mas isso não lhes diz respeito.

— Tem certeza que não nos diz respeito? Porque, se não fosse do nosso interesse, não estaríamos aqui.

— Seja sincero, Warner. Você acha que ainda diz respeito a você. Não estamos mais juntos. Ou você pensou que eu fosse correr para os seus braços implorando perdão por ter te abandonado? - Juliette uivou alto.

Tentei senti o que ela sentia, mas a dor que me atingiu foi tão aguda que bloqueou qualquer emoção estrangeira. Meus olhos queimaram e coçaram, procurando aliviar a sensação desagradável com lágrimas. Lutei e venci-as, deixando a frieza que me buscou noite passada entrar de vez e abracei o ódio que ela sentia por mim.

— Sim, eu esperava isso - respondi, sem emoções e impedimentos - Eu realmente esperava que você voltasse para mim, mas porque eu me convenci que a culpa era minha. Que eu havia magoado você e por isso você tinha ido embora. Mas, reparando no que você se transformou, eu agradeço a qualquer mal entendido que te tirou da minha vida. Porque eu prefiro mil vezes a agonia que eu senti quando você se foi do que essa fonte ridícula de amargura que você é.

Eu senti de novo, a pontada aguda e dolorida, mas vinda dela. Por menos de dois segundos, seus olhos brilharam e arrependimento saiu dela e veio para mim, me fazendo querer retirar tudo o que eu havia dito. Eu quis pegá-la no colo, beijá-la por inteiro e implorar desculpas porque, de tudo nessa vida que eu não queria fazer nunca, magoá-la estava em primeiro lugar. Porém, os milésimos correram e ela voltou a ser a parede impenetrável de mágoa e rancor.

— Douché, Warner - ela virou-se para o bar e chamou Josh - Acho que agora eu vou querer um Inferno Verde - ela me fitou profundamente - Não seria um mal lugar para pagar meus pecados. Não se fosse esse verde.

Foi uma questão de milésimos. Nos encaramos friamente, como se fossemos completos estranhos, mas com uma chama fraca no fundo de cada olhar. Não era como antes, aquela labareda quente que nos envolvia. Era como um mormaço que nos fazia suar, mas que insistíamos em ignorar.

E o mundo explodiu.

Balas estouraram o vidro do armário transparente e atingiram as garrafas também de vidro, derramando o líquido sobre os barmen. As pessoas se abaixaram, entrando debaixo das mesas e nós nos jogamos atrás do balcão. Mesmo com toda a troca de mágoa, eu me vi preocupado em saber se Juliette estava machucada ou desprotegida e encontrei seus olhos me buscando. Ela também estava atrás do balcão, tentando me enxergar em meio aos estilhaços que choviam sobre nós. Assim que nos avistamos, meu alívio rechaçou o dela. Nós quatro nos levantamos assim que os tiros pararam e respondemos.

Adam segurava duas armas e disparava tentando apenas assustar. Kenji sumiu e, provavelmente, foi procurar uma saída. Eu cobria Adam e procurava não me impressionar com a Glock dourada que Juliette carregava.

— Juliette! - chamou Price, agachado bem no canto direito do móvel - Juliette! Vem! Por aqui!

Juliette agarrou meu braço desprovido de armamento e me abaixou. Segurei o tornozelo de Adam, que percebeu o que acontecia e nos seguiu. Price nos levou até uma porta estreita e baixa nos fundos do bar e, ao invés de sairmos, descemos para um túnel escuro e molhado. Andamos por alguns minutos até encontrarmos uma escada de madeira que rangia.

Em poucos segundos, invadimos a noite gelada e corremos.


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Notas finais do capítulo

Esse capítulo ficou raso e sem muito conteúdo, mas é necessário para os que virão.
Comentem e opinem, você podem mudar o destino de Warnette.
Beijos
BL.



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