Só mais um clichê escrita por Alasca


Capítulo 1
Capítulo Inicial - Maço de 2010




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Bom, para entender como tudo aconteceu comigo precisamos voltar no tempo, mais precisamente no ano de 2010 e no mês de março.  Por que 2010? E por que março? 2010, porque foi meu último ano de “vida comum” e março porque é o mês do meu aniversário (eu precisava de um mês, não é? Então que seja o do meu aniversário). Quero que entendam que a nossa história passará por várias fases para conseguirmos entender os acontecimentos em ordem cronológica (sim, cronológica, não sou um cara muito inteligente para ficar indo e voltando no tempo a la Efeito Borboleta). Enfim, meu nome é Miguel Luccas (Luccas é meu sobrenome e não segundo nome, juro), tenho 20 anos atualmente e vou lhes contar a trama diabólica que vivi na minha adolescência/começo de vida adulta e conversarei com vocês enquanto conto minha história, tudo bem? (se não estiver tudo bem, vou continuar falando igual, porque esse é meu jeito, eu não calo a boca, se não gostam, ignorem a parte dos meus comentários). Como eu disse pra vocês, meu nome é Miguel Luccas e ninguém acredita que Luccas é um sobrenome e por isso sempre fui chamado assim, Luccas.  

Em 2010 eu era um garoto comum de 15 anos que  queria ser escritor. Por mais que minha família me forçasse a encolher entre advocacia ou  administração (eu sei, com 15 anos nem se pensa nessas coisas, mas na minha família escuto falar em decidir “meu destino” desde que aprendi a ler) enfim, sempre gostei de escrever, é o meu jeito  particular de fugir da realidade e fazer com que coisas que jamais aconteceriam comigo na vida real acontecessem em minha histórias. Vou me descrever com 15 anos, garoto de estatura média, com peso médio, bochechas gordas e olhos apertados, ridículo não? Mas enfim, esse era eu.   Em 2010 estudava em uma escola religiosa de Nova Esperança (minha cidade) e cursava o segundo ano do ensino médio. Falando em Nova Esperança, o que dizer sobre essa cidadezinha que morei anos e odeio “pakas”?? Só para saberem,  Nova Esperança é uma cidade de região metropolitana subdesenvolvida .Nesse momento, garanto que imaginou uma cidade de interior pacata, com uma praça e uma igrejinha, onde todos se conhecem, se cumprimentam e são felizes com quermesses no final de semana, certo? ERRADO.   Nova Esperança é ridícula, ela consegue estar no meio termo entre cidade grande e interior e consegue mesclar o pior das duas coisas.  (Agora imaginem uma voz de documentário falando) “Por que Nova Esperança tem o pior da cidade grande?” Nova Esperança tem prédios que impedem de ver o céu, tem violência, tem lixo, tem a arrogância das pessoas da Metrópole e é gigantesca  (imaginem de novo aquela voz) “Por que Nova Esperança tem o pior de interior?” Nova Esperança é inacabada,  só o centro dela é desenvolvido, o resto é mato (não com árvores, mato mesmo, campo) mesmo com prédios, Nova Esperança não consegue dar o mínimo para pessoa crescer profissionalmente é como se a cidade inteira só se resumisse nas seguintes profissões:  professor, médico,  advogado e administrador e SÓ. Aqui a pessoa só consegue crescer se tiver o próprio negócio ou se trabalhar no cartório da cidade registrando  lotes irregulares , bem triste não é? Agora voltando pra nossa história, em 2010 eu era um garoto que queria mais do que essa cidade, queria conhecer o mundo, escrever sobre minhas aventuras, me casar,  morar na Metrópole e ter uma vida boa financeiramente com a venda de meus livros.  Como eu disse, eu estudava em uma escola religiosa chamada Sagrado Coração de Jesus, nome bonito né? Também acho (ironia).   Quando se estuda em uma escola religiosa, você  tem o privilégio de ter umas coisas que uma escola não religiosa não tem. Como,  por exemplo, aula de religião com religião de verdade (barulho de ponto de game show) as meninas não podem se maquiar, então, é fácil identificar quem é bonita de verdade e quem não é;  semana da oração, onde matamos MUITA aula na igreja rezando; e  agora o mais legal de tudo: UNIFORME.  Me chamem de louco, mas eu gostava dessa vida regrada e hoje, na faculdade, tudo que eu queria era um uniforme só pra não ter que escolher minhas roupas (JURO, sou homem mas gosto de sair bem arrumado, ODEIO ficar repetindo roupa).

Agora que nos ambientamos, vamos seguir na história, segundo ano, Sagrado Coração, 15 anos.  Nesse ano, eu  era um garoto meio termo, assim como minha amada cidade. Não era popular, mas não era solitário. Tinha o grupo de amigos de sempre, que me acompanhavam desde o Jardim e a vida parecia, sei lá, normal. Acho que foi no mês de março, como eu disse, que certo ser entrou no colégio. Um garoto rebelde, de roupas rasgadas, metido a Kurt Cobain. Ele era do tipo revoltadinho, que não lavava a cara de manhã e nem penteava o cabelo, cabelo que de tão liso chegava a ser oleoso.  Senhoras e Senhores, acabei de dar a descrição do meu querido ex melhor amigo,  Henrique, mais conhecido como Rich (era o nome “artístico” dele ), Rich tocava violão, queria ser famoso e depois morrer de overdose. Falando em Rich e seu futuro “brilhante” como músico,  esqueci de mencionar uma coisa sobre mim, eu sei cantar (não super bem, mas canto). E apesar de mim e de Rich sermos completamente diferentes compartilhávamos um interesse em comum: a música. Através dela nos conhecemos e não se separamos mais. E sabem de outra coisa que tínhamos em comum? Alexandra... mas isso é assunto pro próximo capítulo.


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