Luto silencioso. escrita por Warden Dresden


Capítulo 1
Capítulo 1


Notas iniciais do capítulo

Eu não sou uma Miller da vida, mas eu acredito que esteja realmente muito bom.
Essa história é de J-I-L-L-Y! James Potter e Lily Evans, mais conhecido como o casal mais adorável da série Harry Potter! Na minha visão, é claro.
Podem deixar críticas nos comentários, mas pelo amor de Deus, sem me crucificar nem nada.
Eu ainda vou arrumar uma capa melhor, prometo.



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Final do Sexto Ano.

L I L Y.

James Potter continuava com seus desfiles arrogantes por Hogwarts, isso era algo que eu duvidava profundamente que um dia iria parar, mas por detrás dos sorrisos superiores eu conseguia ver coisas que as pessoas não conseguiam. Será que alguma daquelas garotas nota que ele não está bem?

Por mais que fosse um bom mentiroso, aparentemente enganando Black, Pettigrew e Remus, nada passava despercebido por mim. Ignorando friamente as provocações, na verdade, Potter parecia querer se esconder longe dos olhares cheios de expectativa. Todos esperando que ele sempre estivesse bem.

Os ombros caídos e as olheiras sob os olhos, qualquer um diria que era a pressão de fim de ano, contudo, quantos deles sabiam sobre o segredo de Lupin? Nenhum conhecia muito bem Os Marotos, nem eu. A única coisa que tinha ao meu favor a capacidade de observação e de não esperar muito deles enquanto todos queriam mais e mais.

Mas o que poderia perturbar o Grande Potter a ponto de calá-lo? As aulas se passavam em um silêncio quebrado apenas por Black com as suas piadinhas infames, mas sem James Potter para acompanha-lo tudo soava um tanto sem graça. Os professores pareciam apreciar o estranho silêncio, mas eu sabia que os mais perspicazes notaram, assim como eu, algo de errado.

Eu queria entender o que estava acontecendo. Queria muito, porém, nos últimos dias, ele parece querer se isolar de todos. Como se alguma coisa nas pessoas o incomodasse. Podia ser uma crise de criança mimada? Claro que sim, mas ao mesmo tempo não. É sobre James Fleamont Potter que estamos falando! Ele não consegue ser perturbado nem mesmo quando seu melhor amigo quebrou uma costela!

Lily apenas não viu as lágrimas de nervosismo e preocupação que desceram pelo rosto de James quando isso aconteceu.

Esses pensamentos queimam em minha mente enquanto ando pelos imensos jardins da escola, talvez nem andando, mas deixando meus pés me guiarem para lugares que não conseguiria achar se procurasse. Coisas que só se encontra uma vez e na sorte.

Continuo em minha caminhada para o nada. A grama verdejante, o dia bonito e o castelo poderiam ser facilmente confundidos como uma pintura dos mais renomados artistas do mundo trouxa, contudo, nada teria a mesma beleza que Hogwarts tinha. Nada.

Talvez tenha sido por estar com a cabeça nas nuvens que no momento que encontrei James Potter deitado na grama, em um canto escondido, eu quase tenha soltado um grito de susto, não o fiz é claro, fiquei parada ali, observando o garoto encolhido e soluçando baixo, quase não ouvia os curtos lamentos que ele lutava para encobrir.

Não foi vê-lo chorando que me fez ir até lá, foi o cheiro que irradiava dele. Chegava longe de ser perfume, me aterrorizou profundamente.

Era maconha.

Daquele ângulo era complicado ver o cigarro que repousava entre seus dedos, mas o odor da droga era facilmente reconhecível para mim que morava perto de uma comunidade fragilizada e todos os nascidos-trouxas podiam identificar aquilo, era uma espécie de surto.

Foi por causa daquilo que me aproximei, eu poderia ter chamado Sirius, Remus ou Peter, mas não iria deixa-lo ali, talvez fosse meu altruísmo quase inexistente para ele. Meus passos mal soavam na grama fofa e Potter só foi me notar quando me ajoelhei ao seu lado e toquei brevemente seu ombro coberto pela camisa branca do uniforme.

Ele levantou a cabeça com velocidade, a surpresa misturada com tristeza gravada em seu rosto, principalmente em seus olhos castanhos, agora avermelhados, se era por causa do choro ou pela droga eu não saberia dizer, mas pela primeira vez James não parecia estar em seu trono imaginário, parecia uma pessoa qualquer, só que mais afetada do que eu poderia esperar.

“Potter, pelo amor de Deus, me diga que não está fumando ‘isso’. Só me diga que não está!” Eu pedi, uma parte de mim queria que estivesse enganada, por mais que soubesse que não estava. E quando ele olhou para baixo, com os soluços persistentes quis gritar de raiva ou tristeza. Não era justo que logo ele estivesse se matando aos poucos.

Tomei o cigarro de seus dedos e o apaguei, voltando a o encarar com a pergunta muda no olhar, Potter continuava a soluçar e olhar para o chão, atos que me quebravam por dentro, praticamente me destruíam. Eu sempre odiei ver pessoas chorando, mas vê-lo tão quebrado era como ver o impossível. Totalmente novo.

“James... pode me contar o que está acontecendo? Eu sei que pode ser difícil, mas por favor.” Pedi com a voz doce não querendo o alarmar. Meu interior torcia que fosse algo sério e não só um surto mimado dele, ao mesmo tempo eu queria isso também. A verdade era só que assisti-lo quebrar era demais para mim. Seria demais para Sirius e Remus também.

Notei que Potter apertava com força três cartas, estas que já estavam amassadas e molhadas, peguei-as com cuidado, quase como um pedido silencioso de permissão para aquilo. Quando não houve resistências deixei meus olhos vagarem pelas linhas escritas em três caligrafias diferentes. Uma do ministério, outra do St. Mungus e outra dos pais dele.

27 de maio de 1977.

Caro senhor J. Potter,

Lamentamos informar que seus pais, o senhor Fleamont Potter e a senhora Euphemia Potter foram sequestrados pelo grupo de extremistas, os comensais da morte. Temos pesar de informa-lo que talvez eles não venham sobreviver.

Kingsley Shacklebolt, vice chefe da divisão de aurores.

25 de maio de 1977,

Senhor James Potter,

A equipe de medi-bruxos do hospital Saint Mungus para doenças e acidentes mágicos lamenta informar que a senhora Euphemia Potter foi diagnosticada com varíola de dragão em quadro estável.

Mirandina Campbell, curandeira chefe da seção de doenças mágicas.

26 de maio de 1977,

Jamie,

Oi querido, a carta do St. Mungus já deve ter chego, não é? Estou mandando essa carta para dizer apenas que não se preocupe comigo, meu amor. Vai ficar tudo bem, em algumas semanas estarei curada e o esperarei na plataforma para irmos para casa com os garotos. Vai ficar tudo bem.

Com amor,

Sua mãe.

Por um segundo eu não soube o que fazer, por um segundo eu tentei entender o que ele estava sentindo. Não consegui, eu teria meus pais me esperando quando o ano letivo acabasse, mas James não sabia se teria, não chegava a ser uma confirmação de óbito, mas a sombra da morte pairava por aquelas linhas. Que talvez eles não venham a sobreviver. Varíola de Dragão. Vai ficar tudo bem.

“Como eu vou falar isso para Sirius?! Como eu vou chegar para ele e dizer que as pessoas que ele amava como pais haviam sido sequestradas, que a mulher que achava que era uma mãe estava com varíola de dragão quando isso aconteceu?! Por favor, Lily!” Eu fui surpreendida, admito. Realmente não esperava aquela frase, não era dor de saber que talvez seus pais estivessem mortos àquela altura, mas sim o sofrimento de contar para o amigo.

“Ele sempre detestou a família de verdade e quando chegou na minha casa sussurrou para mim à noite que aquela era sua família. Com pessoas que o amavam de verdade. Eu não posso falar isso para ele, mas eu tenho! Não iria conseguir destruí-lo ainda mais.” Vi a lealdade, vi amizade. Eles não eram apenas idiotas, isso eu já sabia, mas foi naquele momento que eu vi a lealdade que tinham um para o outro. Percebi que eram melhores do que eu imaginava.

Fiz a única coisa que poderia fazer no momento. Eu o abracei, tentei passar naquele abraço o consolo que não conseguia dar em palavras, lutei contra o cheiro de fumaça que se desprendia dele e permaneci ali. Porque ninguém merece sofrer, nenhuma pessoa merece sofrer. Nenhum filho deveria enterrar os pais tão jovem. Ele tinha só dezessete anos.

“James, ele vai saber, que pelo menos seja da sua boca e não dos Sonserinos vibrando com a notícia. E por favor, me prometa que vai parar com isso, por favor, James, me prometa.” Pedi deixando a frase no ar, sabendo que ele havia entendido apenas pelo leve aceno com a cabeça que me ofereceu. Notei que a partir dali poderia ir embora, deixa-lo pensar no que fazer seria o melhor curso de ação.

Me levantei após lhe dar um breve abraço de despedida, minhas roupas estavam um tanto sujas de terra e havia um cheiro de maconha impregnado em mim, mas no fundo, valia muito a pena, se ele conseguisse melhorar, então eu teria feito uma boa coisa. Se James falasse para Sirius tudo ficaria bem.

Ou pelo menos eu queria acreditar naquilo. Queria mesmo acreditar naquilo.

No outro dia, apenas Peter apareceu para as aulas, e quando questionado sobre a ausência dos amigos, ele respondia simplesmente; Remus está doente, James e Sirius não estão bem. Para os outros era uma resposta vaga, mas para fez total sentido. Havia um sorriso insistente em meus lábios, mesmo sendo facilmente interpretado como aleatório.

No dormitório masculino, James Potter chegou com as três cartas na mão e a obrigação de contar ao seu melhor amigo pesando em seus ombros. Enquanto derramava as palavras nenhuma lágrima desceu, enquanto confortava Sirius nenhum soluço cortou sua garganta. Apenas o silêncio compreensivo e um abraço de irmão. James Potter estava destruído por dentro, mas por Sirius Black ele seria forte. Pelo amigo ele esqueceria que eram seus pais e focaria em animar Padfoot. Moony também, afinal, a lua cheia estava chegando.

Depois desse dia o professor Dumbledore pousou a mão nos ombros dele e de Sirius com um olhar compreensivo. Ele só me contou isso depois que casamos, mais de dois anos depois.

No penúltimo dia do sexto ano, enquanto fazíamos a prova teórica de Poções, Minerva McGonagall entrou na sala e com o olhar pesado chamou o senhor Potter, este que foi com passos lentos e nervosos, Black fechou os olhos cinzentos, Remus forçou um sorriso e Peter acenou com a cabeça, eu apenas movi os lábios com os dizeres: Tenho certeza que acharam eles.

Só fomos revê-lo após o término da prova quando entramos no salão comunal, e posso contar nos dedos quantas vezes vi aquele sorriso no rosto dele. Era algo tão feliz, como se não existissem trevas no mundo. Um sorriso que seria capaz de iluminar o mais terrível dos dias.

James correu e abraçou Sirius com força. Nos primeiros segundos Black não teve reação, mas depois sua mente encaixou as peças e devolveu o abraço com um sorriso tão grande quanto o do amigo. Remus e Peter apenas observaram, assim como eu e as duas ou três pessoas que estavam no salão.

Ele me olhou, o sorriso persistia em seus lábios, mas o que capturou minha atenção foram seus olhos. Os olhos castanhos de James brilhavam de alegria e havia um sentimento de gratidão estampado neles. Palavras que não tinha talento e nem como dizer, Potter nunca fora muito bom com palavras, mas seu olhar fora o suficiente para alguém observador como eu.

Eu, Lily Evans, viria a conhecer Fleamont e Euphemia Potter nas férias de natal do próximo ano, um casal idoso e extremamente gentil, que me acolheram como se fosse da família. Que sorriam largamente no casamento.

Os Potter estavam bem. Isso seria o suficiente para iluminar Os Marotos, que poderiam descontrair Hogwarts dos problemas do lado de fora dos portões.


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado e eu recomendo que assistam esse vídeo aqui:https://www.youtube.com/watch?v=dL7IlZe9PJY
é muito bom, é destruidor. Dói, simplesmente dói.
Torço para que tenham apreciado e que tenha doído um pouco em vocês também.
Abraços,
Doomsday Noble.