It was all yellow escrita por reichou


Capítulo 4
Sociologia




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No segundo dia de aula Dipper não estava tão animado quanto estava em seu primeiro dia. Arrumara-se de qualquer jeito, optando por seus moletons, calça e seu Converse de sempre, tomou uma xícara grande de café e saiu de casa, sem menos esperar Mabel.

O assunto do telhado voltava em sua mente toda hora, como se tivesse colado em seu cérebro com Superbonder. Será que ele realmente gostava de meninas ou se obrigava a gostar por causa de seus amigos e famílias?

A primeira vez que Dipper sentiu algo que achou que era paixão foi quando tinha treze anos e viu Wendy pela primeira vez.

 Ela era realmente muito bonita. Tinha cabelos longos e ruivos, sardas na face que a deixava com um aspecto meigo e estatura mediana e era só a pessoa mais legal que Dipper já conhecera.

Ela era tão forte quanto qualquer garoto, inteligente, sarcástica e era boa em tudo que fazia. Uma verdadeira princesa guerreira.

Dipper sempre achou que gostava de Wendy como namorada, mas com o tempo percebeu que só admirava a garota e a respeitava mais do que qualquer um no mundo. Gostava dela sim, mas só como sua melhor amiga. Foi um longo e duro processo para perceber isso, pois sua personalidade desafiadora gostava de “brigar” pela garota com Robbie.

E agora ele tinha a dúvida se algo que achava ser desde pequeno era realmente o que era.

Chegou a escola mais apático do que já era, entrando em sua sala e se debruçando sobre a carteira sem nem olhar para os lados.

Era impossível ficar mais frustrado do que já estava. Queria dormir o dia todo se tivesse sorte.

O professor de Sociologia entrou na sala com cara de poucos amigos e Bill o encarou com uma cara pior ainda. Não sabia o que estava acontecendo mais todos os dias estavam sendo péssimos desde que chegou naquela cidade.

Ele sentia que pouco a pouco Gravity Falls estava o sugando para dentro dessa bola de esquisitice e toda sua energia estava escapando para fora de seu corpo.

Bill teve a pior noite de sono que alguém poderia ter. Ele sonhou só naquela noite com monstros marinhos, unicórnios sarcásticos, gnomos assassinos e zumbis que pareciam adolescentes. Coisa que só um louco em uma cidade de louco sonharia, o que estava acontecendo desde que pisou naquela cidade.

E teve mais um daqueles sonhos que mais parecem flashbacks que sempre o deixava perturbado. Bill era apenas uma criança no sonho e brincava com aquele garoto que nunca se lembrava da face. Os dois andavam de mãos dadas na floresta de Gravity Falls e pareciam realmente felizes. Como Bill nunca foi.

Se havia algo que o perturbasse mais do que monstros e gnomos era sua infância.

O menino rico que nunca conheceu a felicidade era o mais famoso e mal contado clichê que existia, mas Bill não podia fazer nada para mudar aquilo. Seu destino se estabeleceu daquele jeito no momento que o primeiro fundador pisou nas terras que decidiu chamar de Gravity Falls.

Apesar de imutável não deixava de ser triste.

E ele desejava do fundo de seu coração, que aquele sonho por um milagre, não fosse um sonho. Cipher queria acreditar que já foi feliz um dia mesmo que não se lembrasse de nenhum dos momentos.

Parando de pensar em seus dramas internos, ele vasculhou a sala em busca de Mabel. Ele decidiu pedir desculpas a garota, pois ela foi a melhor pessoa que conhecera naquela escola até agora e ele não queria afasta-la dessa maneira.

Bill parou seu olhar sobre um garoto que com a touca do moletom na cabeça, dormia profundamente debruçado na carteira, como se fosse o lugar mais confortável do mundo. Sentiu uma inveja momentânea daquele garoto que estava ali, tão tranquilo. No entanto foi tirado de supetão de seus pensamentos quando sentiu alguém pulando em suas costas.

— Billyyyyy! – A voz estridente de Pacifica soou em seus ouvidos e Bill soltou um suspiro de desgosto. – Você mentiu para mim, seu danadinho!

— Pacifica, sai de cima que eu não sou lixeiro pra carregar lixo! – Cipher cortou Pacifica tirando- a de cima dele. – Eu estou com zero paciência hoje.

— Nossa Billyzinho, não precisava ser grosso! – Pacifica disse com uma voz manhosa fazendo um bico – Eu só queria te dizer oi!

— Eu não precisava ser grosso, mas você também não precisava pular em mim!

— Poxa! Desculpa, então. – Pacifica saiu andando com um bico amuado. Bill pensou em pedir desculpas, mas achou melhor não, já que uma hora ele teria que corta-la de qualquer maneira.

Sentou em seu lugar e assistiu à aula com o sossego de um coala comendo um eucalipto, até que de novo, alguém veio romper sua paz.

Mas dessa vez não foi Pacifica.

Foi seu professor de Sociologia com tendências psicóticas.

— Eu irei escolher grupos para me apresentarem um trabalho sobre luta de classes e o papel das minorias nesse contexto. Os membros do grupo serão selecionados por mim para acabar com essa segregação entre vocês! – O professor sorriu com sua própria frase inteligente – Eu to olhando pra você mesmo, Pines!

Mabel deu um suspiro raivoso e Grenda e Candy davam tapinhas de consolação em suas costas.

— Primeiro grupo – O professor fez uma pausa dramática que na opinião de Bill, foi ridícula – Mabel Pines e Pacifica Northwest!

— NÃO! – A garota loira se levantou da cadeira em um salto – Tudo menos ela, professor. Por favor! Eu te imploro! – Pacifica se ajoelhou na cadeira, fazendo cena como sempre.

— Minha escolha é absoluta, Srta. Northwest. – Mabel também se levantou para argumentar, mas o professor interrompeu-a – Segundo grupo: Samanta Luka e Sarah Carver!

Mais suspiros e protestos foram escutados ao longo das escolhas do Professor, que via a indignação dos alunos em suas faces e que parecia se divertir muito com aquilo.

“Bom, pelo menos não cai com a Pacifica!” Bill pensou feliz, pensando que nada que o professor fizesse poderia o atingir. Ele estava muito errado.

— Oitavo grupo: Bill Cipher e Dipper Pines. Vamos juntar os fundadores com os Pines, sempre dá em coisa boa. – O professor disse em um tom sarcástico encarando Mabel que parecia que iria explodir a qualquer momento – Espero de vocês um trabalho digno de nota A, viu garotos? – O professor pareceu perceber finalmente que Dipper estava dormindo e não escutou nada que dissera. – Dipper Pines!

O garoto levantou a cabeça no susto, mostrando seu rosto todo amassado e seu cabelo despenteado. Piscou os olhos algumas vezes para se acostumar com a claridade e após alguns segundos pensando no que estava acontecendo, finalmente se situou. – Desculpa professor!

— Espero que isso não volte a acontecer, Sr. Pines. Agora junte sua carteira com Bill e vá fazer o trabalho.

— Quem é esse? – Dipper sussurrou ao garoto asiático sentado de seu lado. O garoto apontou para o garoto loiro que observava Dipper com surpresa. – Ai meu Deus!


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Notas finais do capítulo



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