No capitulo anterior de A Maldição

Luna estava impressionada com a biblioteca. O local era enorme, do tamanho da mansão inteira. Não entendia porque seus pais escondiam algo tão maravilhoso dela. Procurou por todas as estantes possíveis, mas não havia sequer um livro de magia. Estava desistindo quando de repente um livro grosso e empoeirado voou pra mão dela.

Surpresa com a leveza que o livro parecia ter Luna se sentou no chão. O livro mágico se pôs na frente da menina e se abriu. Na primeira pagina havia um bilhete entre os lados da pagina. Receosa, a menina o pegou com cuidado e abriu.

(...)

Minha filha, escrevo aqui porque estou com medo de que a hora tenha chegado. Priscila Smith te pós uma maldição e eu estava tão esperançosa de que você não tivesse que passar por outro nessa vida, já que você já sofreu tanto nas suas vidas passadas. Sei que não e muito correto despejar toda esta informação por meio de um bilhete, mas na hora certa você vai entender tudo. Este livro aqui vai te ajudar, como já o fez em outras épocas. Use seus poderes para o bem e seja sábia, pois só assim quebrará a maldição. Boa sorte

Monica

E assim o bilhete terminava. A garota de cabelos pretos estava atordoada. Como assim ela teve vidas passadas? Aquilo não fazia o mínimo sentido, certamente era alguma brincadeira e mal gosto da sua mãe que estava debochando da sua maldição. Luna não conseguia entender como Monica conseguia brincar com algo tão sério. Como se quisesse lhe responder, o livro mágico se abriu numa pagina aleatória e brilhou.

Luna olhou atentamente. Isso estava cada vez mais estranho. Na pagina aberta havia uma foto antiga em preto e branco dela sorrindo abraçada com um garoto de cabelos pretos num topete e olhos escuros que ela não fazia a menor ideia de quem era. Eles estavam usando trajes do século 19 e pareciam estar muito felizes. Então era verdade, ela tinha vidas passadas? Luna não sabia mais o que pensar. Ate que algo ainda mais estranho aconteceu, o livro mágico sugou a garota!

Assustada ela gritou muito alto enquanto ia caindo num abismo sem fim. Finalmente ela aterrissou no colo de um topetudo que deu um pulo derrubando a menina no chão.

— Ai, me machucou sabia? - Luna reclamou, mostrando a língua pro desconhecido.

— Você que apareceu no meu colo do nada e eu que sou culpado? Me poupe queridinha. Alias, quem e você afinal? - Sebastian perguntou, abismado com a súbita aparição da garota.

— Eu não tenho culpa se um livro mágico doido me trouxe ate aqui. E meu nome e Luna Valente. - Se apresentou a moça, dando um sorrisinho amarelo.

— Pera, como assim livro mágico? - Perguntou Nina e depois virou-se aos dois amigos. - Viram como a magia existe? Eu vivo dizendo isso pra vocês mas nunca acreditam em mim!

Realmente a nerd era fascinada por qualquer coisa relacionada a magia e ao sobrenatural. Ela sempre acreditara que essas coisas existiam, mas ninguém ligava a mínima pro que ela dizia. Inclusive quando era criança Nina chegava a ver sombras pretas voando em inúmeros lugares. Mas ela parecia ser a única que as via e depois de um tempo elas simplesmente sumiram.

Luna havia conhecido esse pessoal apenas há alguns minutos, mas ainda estava confusa com tudo que havia descoberto recentemente e agora tinha a mera impressão de que estavam no passado e iria precisar de ajuda para investigar, por isso respirou fundo e contou toda sua historia para os três amigos.

Eles não a interromperam sequer uma vez, absorvidos pela historia da garota, principalmente Nina, que estava tendo seu sonho realizado ao constatar que a magia realmente existia.

— Ah, ela tá tentando nos enganar, a magia não existe coisa nenhuma, e tudo invenção dela. Mas olha aqui garota, não somos trouxas não viu? - Disse Sebastian, visivelmente irritado apontando o dedo pra cara de Luna.

Ela ia revidar quando Delfina se levantou:

— Eu acredito nela! Não sei como, mas eu consigo perceber quando uma pessoa esta mentindo ou falando a verdade, e sinto que o que a Luna contou e verdade. E podemos sim estar no passado, pois olhem em volta, isso parece o século 21? Claro que não. Luna, sei que mal nos conhecemos e talvez não confie em mim, mas quero te ajudar nessa busca, aceita minha ajuda? - Perguntou a morena, receosa de que a outra não aceitasse sua ajuda.

Mas, ao contrario do que ela pensava, Luna abriu um sorriso largo no rosto e abraçou a morena.

— Claro que aceito sua ajuda Luna, eu ainda estou atordoada com tudo o que aconteceu e se estamos realmente no passado precisarei mesmo de ajuda. Obrigada por acreditar em mim e se oferecer. - Agradeceu Valente, visivelmente comovida.

— Eu também quero ajudar, eu sei tudo sobre magia e coisas sobrenaturais, talvez meu conhecimento possa finalmente servir de alguma coisa. - Notou Nina, muito entusiasmada.

— Claro Nina, toda ajuda e bem-vinda. - Sorriu Luna. - E você Sebastian? Ainda pensa que sou boba ou vai me ajudar? - Perguntou apreensiva.

O garoto olhou pras três garotas de forma carrancuda mas depois abriu um sorriso.

— Pode contar comigo Luninha! Posso te chamar assim? Vamos investigar tudo e saber se você tem mesmo vidas passadas e também porque o portal da Âmbar nos trouxe ate aqui. - Falou Sebas, sorrindo e dando as mãos pras três garotas.

— Pode me chamar de Luninha sim, muito obrigado gente! - Falou a garota, emocionada e com lagrimas caindo dos olhos. Não tinha muitos amigos por medo de os machucar mas esses três podiam muito bem ser seus melhores amigos daqui a algum tempo!

.........

Âmbar estava chorando. Seus poderes haviam saído do controle. O portal infernal havia sugado suas amigas e seu namorado e ela não pode fazer nada. Onde eles estavam? Será que estavam mortos? A loira não fazia a mínima ideia, e mesmo que Delfina e Sebastian estivessem se beijando talvez eles nunca tivessem a oportunidade de se explicar pra ela.

— Âmb, você tá bem? - Perguntou uma voz masculina, preocupada.

Virou-se e viu alguém que não esperava ver nunca mais na vida.

— Nico? - Âmbar perguntou, assustada.

......

No passado, o mais novo grupo de amigos detetives já haviam feito umas descobertas. Pelo que parecia estavam na França do século XIX, mais precisamente em Paris. Os trajes das pessoas que passavam pela rua, o idioma e a arquitetura contribuíram para esta constatação. Como estava com roupas digamos modernas e estavam passando num mercado cheio de gente tentavam ao máximo passar desapercebidos na multidão, o que não estava sendo estava sendo muito fácil.

Luna passava pela barraca das frutas quando percebeu que havia se perdido dos amigos. Desesperada, gritou os nomes dos três e passou os olhos pela imensidão de pessoas mas nada. Começou a chorar quando alguém tocou seu ombro.

— O que fazes aqui princesa? Daqui a algumas horas haverá o anuncio do teu noivado com o príncipe Matteo! A rainha tua mãe esta te procurando, vamos. - Falou a pessoa num francês fluente que a garota entendeu pelas inúmeras aulas que tivera no idioma com sua governanta Tamara. Quando olhou pra cima se assustou.

A pessoa sorrindo pra ela em trajes luxuosos era Âmbar Smith!

Continua.....