Mudanças (Naruhina) escrita por princesahyuuga1


Capítulo 25
Kokuangyo no Jutsu: A escuridão eterna


Notas iniciais do capítulo

OLÁAAAAAA, LEITORES LINDOS!
Tudo bem com vocês?
Acabei de terminar o capítulo e mal pude esperar para trazer a vocês.
Neste capítulo temos mais novidades e emoções, além de um POV especial do Sasuke (mais pro final)!
Enjoy!
~
HINATA POV



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Sasuke e eu caminhávamos em silêncio por que não queríamos perder mais tempo do que já havíamos perdido, - muito menos com conversa fiada, - não quando estávamos, os dois, submersos cada um em seu próprio pensamento. Eu podia apostar que Sasuke pensava em Sakura tanto quanto eu pensava em Naruto. Podia apostar também que, embora não tivesse um selo amaldiçoado o impedindo de amar, Sasuke sofria.

Quando pensava nela, Sasuke sempre sorria de canto, um sorriso discreto quase imperceptível para olhos comuns ou para quem não o conhecesse realmente. O olhar dele se tornava vago e apesar de seus olhos serem negros como a noite mais escura, ganhavam um certo brilho. Como pontos de luz na escuridão. Acho que amar é assim. Ver e sentir esperança quando não há mais nada.

Suspirei, pensando em Naruto. Será que apesar de tudo o que aconteceu conosco, fazia mesmo parte do nosso destino estarmos um com o outro? Eu esperava que sim. Honestamente, não me interessava nenhum outro destino que não fosse ao lado dele.

Paramos assim que encontramos o vulcão extinto se erguendo majestosamente à nossa frente. Sorri de canto para Sasuke que me sorriu de volta numa cumplicidade muda. Não era necessária palavra nenhuma no momento.

Finalmente, chegamos ao portal que nos levaria para o local onde meu destino havia sido alterado. Fico me perguntando se Toneri não tivesse aparecido aquele dia, se as coisas teriam sido diferentes... De acordo com Sasuke, desde aquele dia, Naruto não parou de me procurar um segundo sequer. Talvez, se Toneri não tivesse aparecido, Naruto teria me alcançado e me pedido para ficar. Talvez eu o perdoasse. Talvez estivéssemos juntos. Talvez... Mas resolvi parar o pensamento aí, pois, de nada adiantaria remoer o passado, sendo que só poderia mudar o futuro. Afinal de contas, era por isso que eu me encontrava na borda do vulcão, encarando seu centro que a olhos comuns parecia sólido como rocha, entretanto, para mim e Sasuke era nítido que era um jutsu de ilusão.

— No três pulamos juntos. Ok? – Sasuke me perguntou.

— Ok – eu respondi.

— Um, dois, três! – ele contou.

Eu pulei e ele também.

 

Assim como o outro portal – que usei quando retornei à Terra -, este também tinha genjutsu. Sasuke teria ficado preso se não fosse por mim. Por não ter sentimentos, as memórias em nada me afetavam, sendo muito mais fácil escapar de uma ilusão que tinha como objetivo afetar o emocional de quem ali entrava.

Continuamos nosso caminho dentro do vulcão e minutos mais tarde, pisamos em solo lunar.

 

A Lua estava exatamente como eu a havia deixado.

Fria, cinzenta e vazia.

As construções abandonadas das civilizações antigas que ali viveram por centenas de anos antes agora eram nada mais que escombros cobertos de poeira cósmica. O solo da Lua era mais arenoso que o da Terra, havia muitas pedras e crateras. O vento era mais forte e uivava ferozmente quando fazia a curva. Tínhamos de andar com as mãos na frente dos olhos para protegê-los de toda a poeira e também da luz do sol – que refletida naquele solo era como encarar o sol diretamente.

Era fase de Lua Cheia para aqueles que estavam na Terra. O que significava que a posição da Lua estava diretamente de frente para o Sol. Era uma das épocas mais claras da Lua.

— Agora entendi porque Toneri quase nunca saia daquele castelo – comentei.

— Toneri. Você nunca falou muito sobre ele – Sasuke jogou no ar, mas eu nada respondi. Então, ele insistiu: - Hinata, se você realmente quer minha ajuda, vai ter de me dizer o que aconteceu entre vocês dois, de verdade.

Engoli em seco. Estaria Sasuke preparado e livre de julgamentos sobre o que eu fiz? Ok que como ninjas, muitas vezes temos de matar o inimigo, mas a maneira como eu o matei foi traiçoeira. Não me orgulhava disso. Por fim, resolvi falar logo.

— Eu o matei.

Sasuke olhou para mim, surpreso, a sobrancelha negra arqueada.

— Ele queria se casar comigo.

— E você matou o cara por isso? – Ele arregalou mais os olhos.

— Claro que não, idiota! – Respirei fundo, tomando coragem para revelar – Ele era um louco solitário que queria me forçar a casar com ele, pois, dizia que eu tinha sangue puro da linhagem de Hamura. Queria reconstruir o clã Otsutsuki para destruir a Terra. Ele queria me usar para atingir um objetivo maquiavélico. Eu não podia deixar.

— Você fez o que tinha de fazer, Hinata. Não sei porque se envergonha disso.

Mordi o lábio, antes de contar o resto.

— Eu o matei enquanto dormia.

Sasuke olhou para mim, esperando que eu continuasse.

— Eu não estava pensando, ou melhor, sentindo nada quando o fiz. Embora soubesse que não era digno a maneira como eu fiz, eu estava pouco me lixando. Ele queria destruir a Terra! Sem contar, que eu não me casaria forçada jamais. Nem mesmo sendo a “eu” tonta de antes. Jamais aceitaria uma coisa dessas.

Sasuke continuou calado, caminhando.

— Não vai dizer nada?

— O que mais precisa ser dito que eu já não tenha dito antes? Hinata, se você não tivesse matado Toneri, a população inteira e eu não estaríamos vivos para contar história. Você é uma heroína que nunca vai ter aplauso porque fez o que devia ser feito, só que o fez por baixo dos panos. Escondido. Obscuro. Como um ninja deve ser. Você cumpriu o seu dever de ninja com louvor, protegendo não só Konoha, mas o mundo inteiro, Hinata. Nunca se envergonhe disso.

Sorri ao ouvir aquilo. Não resisti e o abracei apertado.

— Arigato, Sasuke-kun. Arigato.

Em resposta, ele me apertou bem forte contra seu peito. Mas não ficamos assim por muito tempo, pois, uma voz chamando nossos nomes, nos deixou em alerta.

— Hyuuga Hinata e Uchiha Sasuke, os esperei por muito tempo – a voz rouca e grave como uma montanha disse.

— Quem está aí? – Sasuke perguntou desembainhando a katana.

A pessoa nada respondeu, no entanto, sentimos sua presença se aproximando, como se estivesse em todos os lugares.

— À sua esquerda, Sasuke! – eu alertei.

A katana de Sasuke passou assoviando ao cortar o ar. A figura séria e régia de um homem tranquilo trajando vestes claras e tatuagens no peito pairava sentado à nossa frente. Seu cabelo era alvíssimo assim como sua pele e quando abriu os olhos, eu pude ver seu Byakugan.

— Hamura – eu disse em saudação. Embora nunca o tivesse visto, eu sabia de alguma forma que era ele.

O velho sorriu sereno para mim.

— Hyuuga Hinata, descendente dos meus filhos. Obrigado por ter impedido Toneri de destruir o planeta que meu irmão criou.

Eu não podia acreditar na sorte e honra que estava tendo ao conversar com o espírito de Hamura.

— Não fiz mais do que minha obrigação.

— Devia ouvir seu amigo Uchiha e não se culpar pelo que fez. Cada um faz as próprias escolhas e é necessário estar preparado para as consequências das mesmas. Toneri fez as escolhas dele. Você fez as suas.

Assenti sem nada dizer. Eu sabia que ele se referia a tudo, inclusive, ao selamento que eu tinha feito.

— A propósito, você não deveria ter feito o selo proibido, Hyuuga. Ele é proibido por um motivo bem óbvio, como você pôde comprovar.

— Sim, eu sinto muito. Quer dizer, não sinto, mas quero sentir. Você poderia desfazer o selo?

— Não. Ninguém pode.

— O que??? – A notícia pareceu acordar o selo que começou a esquentar gradativamente. Eu sabia que a dor ia intensificar - Não tem volta mesmo?

— Quando leu o livro, leu também que era irreversível e mesmo assim fez. Não?

— Sim, mas....

— Mas você tomou sua decisão e agora está pagando por ela.

— Mas, eu...

— Deve haver outro jeito. Qualquer jeito. Diga-me e eu farei – Sasuke tomou à frente.

— Uchiha – Hamura se direcionou a ele – Acompanho o caos que esses olhos vermelhos têm espalhado em gerações. Mas acho que isso termina com você. Estou certo?

Sasuke trincou o queixo, visivelmente irritado com o comentário.

— É claro. Eu sou o último Uchiha vivo. Em breve, o planeta estará livre desses olhos vermelhos para sempre.

— Você diz isso da boca para fora, pois, seu coração grita para reconstruir o clã e restaurar a honra perdida. Como ousa defender o erro da sua amiga se nem os seus próprios consegue concertar? Quem pensa que é para se meter na vida alheia?

— Eu... eu...

— Vocês são duas crianças que fizeram escolhas erradas e buscam por redenção e finais felizes. Mas a vida real não é um conto de fadas. Entretanto, como pai de vocês, Uchihas e Hyuugas, eu os observei por muito, muito tempo. Devo dizer que me decepcionei demais, mas também tive boas surpresas no caminho. Nem tudo foi perdido. Vejo, que apesar de terem errado muito, vocês dois querem acertar agora. Estou correto?

— Hai -  eu disse, já que não tinha sentimento para ficar remoendo mágoa ou culpa.

Sasuke não disse nada, mas continuava a encarar Hamura com o olhar raivoso de sempre. Se eu pudesse livrar Sasuke de toda a sua dor, eu o faria. Queria ver meu amigo livre da prisão que ele mesmo se colocara.

Hamura sorriu de repente.

— Quando a boca não fala, o coração diz. É incrível o poder que o amor tem, mesmo quando este está selado, não é mesmo, Hyuuga?

— Como assim? – perguntei a Hamura.

— No fundo do seu coração machucado ainda há o fogo que arde sem ser visto. Suas intenções são puras e algumas até altruístas. Vejo que quer salvar Sasuke de sua escuridão. Vejo que deseja poder dar a Naruto o amor que ele nunca teve. Sei que deseja mais que tudo ver todos bem e se sentir amada também – me dizendo isto, Hamura se virou para Sasuke – E você, que apesar de ter errado tanto, ainda ama, mas o seu amor machuca, é bruto como lava. Não esquenta, nem ilumina, apenas destrói. No entanto, você quer aprender a amar e está aprendendo aos poucos – Hamura voltou a olhar para mim. – O caminho de ambos teve os destinos alterados. Vocês fizeram uma bagunça e tanto! Precisam encontrar o caminho de volta, mas já adianto. Não será fácil.

— Não importa! Eu faço qualquer coisa – disse.

— Eu também – Sasuke se pronunciou.

Hamura sorriu outra vez antes de dizer:

— O destino é mesmo uma coisa engraçada... Gosta de brincar com os humanos.

Olhei de canto para Sasuke e ele tinha a mesma expressão que eu: de confusão.

— Vocês se encontraram nos caminhos da vida com o único intuito de se ajudarem a reencontrar o caminho de volta. Essa é a missão de vocês. Estão preparados?

— Argh! Por Kami! Diga logo o que temos de fazer. Deixe de falar em parábolas – Sasuke grunhiu.

— Insolente e apressado. O amor leva tempo para nascer, crescer e morrer, Sasuke. Você matou o amor de Sakura pouco a pouco. Será capaz de regar esse amor para que ele floresça de novo? – Hamura cutucou.

Sasuke ficou extremamente vermelho e triste. Suspirou pesaroso, passando a mão pelo rosto, cansado.

— Só me diga o que eu tenho de fazer... Onde eu tenho de ir, para desfazer toda a merda que eu fiz.

Hamura sorriu, satisfeito, como um pai que deu uma bela lição no filho.

— Você e Hinata irão enfrentar os seus piores e mais profundos medos. Vocês irão para o lado escuro da Lua. Mergulharão na escuridão eterna para saírem de lá puros e prontos para o novo. Somente deixando o passado para trás é possível seguir adiante. Somente abandonando os sentimento e pensamentos que os prendem é que poderão ser livres – dizendo isso, ele apontando para sua direita.

Era possível ver com precisão onde a luz do Sol terminava e a escuridão começava.

Parte de mim teve medo. Mas a outra parte era só amor e loucura. Eu faria de tudo para poder amar novamente.

— Muito bem. Estou pronta – eu disse.

Sasuke respirava fundo um monte de vezes seguidas, como se estivesse se preparando para salto à distância.

— Eu também – ele declarou.

— Boa sorte – Hamura disse.

Dando a mão à Sasuke, entramos juntos na escuridão.

 

Caminhamos às cegas dentro daquele vórtice negro que suprimia tudo. Ar, energia, vontade de viver.

“Você é fraca” ouvi alguém dizer.

— Quem está aí? – gritei de volta.

Sasuke apertou minha mão, me confortando.

— É só coisa da sua cabeça, Hinata. Supere seu medo.

Respirei fundo. Ok. Vamos lá.

“Você é horrível”

“Fraca”

“Nunca será a herdeira do clã”

“Nunca será reconhecida”

“Nunca será notada, nem ouvida. Você é nada”

“Se sua mãe estivesse viva, teria morrido de vergonha por ter uma filha patética como você”

“Haha! Não se enxerga mesmo! Pálida, nanica e com olhos de ceguinha. Por que um homem forte e bonito como Naruto sequer te olharia???”

“Ele ama Sakura”

“Ele ama Sakura”

“Ele ama Sakura”

“Sempre amará Sakura”

— NÃO!

“Lá no fundo você sabe que seu pai desejava que morresse em alguma missão. Assim, ele se veria livre de um estorvo feito você. Ele queria que você morresse”

“Fraca”

“Sem graça”

“Sonsa”

“Coitadinha”

“Estorvo”

— NÃO! NÃO! NÃO!

— HINATA!

— Sa-sasuke? – Perguntei por ele, mas não senti sua mão na minha. Ele não estava lá. – SASUKE? SASUKE? CADÊ VOCÊ? – Olhei inutilmente ao redor. – Byakugan! – Ativei meus olhos para tentar ver algo, mas não consegui enxergar nada. O genjutsu era muito intenso. – TENSEIGAN – ativei meu outro poder ocular para tentar ver algo, mas nada. Então, concentrei todo o chackra do meu corpo e criei um tipo de manto azul celeste envolta do corpo como proteção.

Ainda assim, eu era um ponto de luz na escuridão.

Um mísero ponto de luz na escuridão.

— SAAAAAAAASUKEEEEEEE!!! – gritei por ele, mas não obtive resposta.

Continuei caminhando, tentando fazer o caminho de volta, para ver se assim, o encontrava.

“Feiosa...”

“Olha só esses olhos... parece um monstro.”

“Sempre precisou ser salva”

“Nunca ajudou em nada. Kiba e Shino tinham pena de você. Não falavam nada porque te achavam frágil demais. Mas você só os atrapalhava”

“Ninguém nunca vai reconhecer você”

“Ninguém nunca vai amar você”

“Muito menos ele”

“Nem seu pai de amava! Por que outro te amaria?”

“Sua irmã mais nova é mais forte que você. Que vergonha!”

“Patética... Estorvo”

“Estorvo”

— CHEGA!!! – Berrei tampando os ouvidos, mas as vozes estavam dentro da minha cabeça.

“Estorvo”

“Nunca será amada”

— Sa-sa-sasuke, cadê você? – Eu sussurrei, sem forças para continuar andando, caí de joelhos.

Sentia minha alma cansada.

Quando isso vai acabar?

Respirar era difícil. Sentia o coração cansado de pulsar. Como se não fizesse sentindo continuar existindo. Talvez, as vozes estivessem certas. Talvez o mundo fosse um lugar melhor sem mim.

Fechei os olhos para permitir que a escuridão me engolisse de uma vez. Quando de repente, senti uma energia viva pulsando à minha procura.

Reabri os olhos, um fio de ouro meio alaranjado vinha em minha direção dançando. Era tão lindo. Quis tocar, mas não consegui alcançar. Tentei outra vez, mas conforme eu mexia a mão, o fio parecia tremular com o movimento. Parei e observei então. O fino e delicado fio estava amarrado ao meu dedo mindinho.

Olhei mais atentamente para o fio, a única coisa que brilhava e pulsava com vida naquele lugar inóspito. Aquele fio vibrava com a proximidade de algo como se quisesse me avisar. Olhando ainda mais atentamente, notei que o laranja era vermelho, na verdade, e brilhava com mais intensidade.

Foi que me deu o estalo. Aquele era o meu caminho. O meu destino.

— Naruto... – eu disse, tentando recuperar minhas forças.

 

 

SASUKE POV

 

— Droga! Hinata, cadê você? – Eu gritava pela décima vez.

Em um segundo estava apertando a mão dela, no outro, ela sumira. Aquelas vozes todas me atormentando também não ajudavam em nada para tentar localizar Hinata.

A escuridão eterna. O genjutsu que somente o segundo e Orochimaru conseguiam usar. Foi uma das técnicas que Orochimaru usou contra o terceiro quando invadiu Konoha. Sei que a única maneira de se livrar dessa ilusão é tendo convicção e força de vontade. Certeza de quem se é ou quer ser. Sorri amargamente.

Eu não tinha a mesma força de vontade do terceiro. Embora fosse muito decidido, eu nunca tive esperança de nada. Eu não era o Naruto.

 “Naruto é mais forte que você e sempre será”

“Você perdeu. Não só a batalha, mas a guerra, a vida, a chance de ser feliz, a sua família, seu irmão e seu amor também”

“Você matou seu irmão”

“Você quase matou o seu amor”

“Você quase matou o seu melhor amigo”

“Você está sozinho”

“Você merece estar sozinho. É um lixo indigno de amor. Quem amaria um Uchiha amaldiçoado? Quem amaria alguém que nem amar sabe?

“Você perdeu, Uchiha. Seu clã, sua honra, sua dignidade. Perdeu tudo, tudo. Você é nada”

— Não... Não. VOCÊS ESTÃO ERRADOS!!! – gritei para as vozes e cortei o ar mil vezes com minha katana, mas não acertei nada, porque o nada me rodeava.

Era esse meu destino? Encarar a solidão fisicamente para que eu me desse conta o quão vazia e inútil era minha existência? Que eu havia feito as piores escolhas possíveis e afastado todos de mim? Até mesmo Hinata que estava segundos atrás comigo?

Até minha amiga me abandonara?

Até ela que mesmo fodida continuava sendo uma pessoa boa.

Eu era um lixo mesmo.

Itachi, eu nunca vou me perdoar pelo que eu fiz com você, irmão. Vão se passar cem anos. Outras mil vidas e eu nunca vou conseguir pagar a dívida que tenho com você. Eu nunca mereci seu amor.

Nem o de Sakura. Ou o de Naruto. Nem mesmo o de Hinata.

Caí de joelhos no chão arenoso e logo, deitei o corpo, espalhando poeira ao redor. Tossi ao aspirar aquilo. Tossi tanto que perdi o ar e em determinado momento, não era a poeira que me rodeava. Eram pétalas de cerejeira que caíam sobre meu rosto e corpo, como um alívio para minha alma torturada. Como uma luz no final do túnel ou quando o céu de nuvens pesadas se abria. Eu sentia alívio. Alegria. Amor.

— Sakura, ai shuteru – sussurrei para o nada, sabendo que minha declaração nunca a alcançaria, mas que de certa forma, dizer aquilo me fazia mais leve e feliz. Eu queria que ela pudesse escutar. Eu queria poder dizer isso a ela. Eu queria poder amá-la.

Uma lágrima fujona escorreu. Eu sorri triste saudando a ironia do destino. A vida era uma merda mesmo.

— Me perdoa, Sakura – eu disse exprimindo toda a sinceridade que tinha no peito. Eu precisava dizer aquilo mesmo que ela não escutasse. Eu precisava pagar pelos meus crimes.

Fechei os olhos, pronto para me entregar de vez à escuridão. A morte era tentadora demais...


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Notas finais do capítulo

Um beijo, um cheiro e deixem comentários!
É muito bom saber o que estão achando!