Ode ao Romantismo escrita por A Louca dos Cavalos


Capítulo 1
Fosco


Notas iniciais do capítulo

Um conto que surgiu em um momento de devaneio meu analisando a imagem da capa e a necessidade de escrever algo numa hora que a internet havia caído.
É isso, espero que gostem, boa leitura e desculpem os erros.



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Contemplava a linda paisagem a minha frente ornamentada pelo grande monumento, um dos mais famosos do mundo e visitado, Torre Eiffel bela e majestosa como sempre fora mas sem todo seu brilho, assim como o céu, edifícios, árvores, automóveis e obviamente, meus olhos. Ironia eu estar na cidade romântica sem o romantismo que um dia tive e sem as juras de um romance.

 Balançava minhas pernas para fora da janela ignorando totalmente à altura em que me encontrava, nada me tiraria desse local nem mesmo as inúmeras mensagens convidando às compras na semana de moda, que faziam meu aparelho gemer a cima da cama. Não me considerava totalmente solitária, ora, o vento não se aquietava. Toda hora jogando meus cabelos rubros como o sangue que tantas vezes escorreram de meus pulsos e manchara este meu vestido branco, que só estou vestida para me lembrar da imbecilidade que fiz em achar que ele me amaria, e a estupidez em aceitar os gestos de amor daquele bruto.

  Apreciava as intensas correntes de ar desejando que fossem mais fortes para me impelir ou algo que faíscasse uma chama de autocídio mas até o zéfiro me usara e abandonara. Minha visão cruzou com meus pés envoltos por sapatilhas beges detalhadas em preto me trazendo à tona meus tempos de leitora convicta que corria para a biblioteca atravessando às pressas a rua e subia as escadas tropeçando, para então sorrir perante meu repouso, os incontáveis livros de aspectos envelhecidos e empoeirados porém guardavam uma dádiva. 

  Lembranças realmente são o estopim. De repente tudo estava colorido com seus brilhos nos devidos lugares, inclusive meus olhos, meu corpo e meu coração, tudo tão magnífico que eu parecia flutuar até meus pés tocarem o chão da varanda sem proteção nenhuma. Poderia estar desvairindo, todavia as lufadas estavam muito mais possantes e agora não tinha só uma faísca mas sim um incêndio dentro de meu peito impulsionando meu anseio de autoquírio, e me aconchegou tão firme em seus braços à medida que me senti livre da superfície...

       ...Afinal, o romantismo morreu nas páginas dos livros.


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Notas finais do capítulo

Muito obrigado a quem leu, espero que tenham gostado :)
Deixarei o link de uma montagem que eu fiz retratando o conto :)

http://imgur.com/rjY1quJ

Bjss de puppies ♥