Tentando Aturar Você! escrita por Julie Kress


Capítulo 20
Sonho ou não: Fim...


Notas iniciais do capítulo

Chegamos ao fim de TAV, galera!!!

Agradeço por todos os favoritos e comentários. Vocês me motivaram e me apoiaram muito. Amo vocês!!!

Capítulo dedicado a todos.

Boa leitura!!!



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P.O.V Da Sam

Despertei com o som alto e sonoro dos acordes de guitarra, sobressaltei com o susto, levantando-me de supetão, foi inevitável não bater a cabeça na parte de cima do beliche. Gemi levando a mão ao local dolorido, massageando-o e soltei um pequeno gemido, rolei para fora da cama. Alex estava concentrado tocando sua guitarra azul-elétrica, sacudindo a cabeça, dançando, imitando um Astro de Rock.

Olhei ao meu redor, eu estava em nosso quarto. As paredes pintadas de duas cores, azul escuro e roxo-berinjela, com o mural de colagem de fotos nossas com nossos amigos, pôsteres de bandas, recortes de mulheres seminuas do meu irmão e frases legais feitas por mim nas paredes roxas. Não pude controlar uma risada de alegria e alívio.

Alex parou de tocar de repente, olhou para mim e sorriu.

— Até que enfim, a Bela Adormecida acordou. - Abriu mais um sorriso, dessa vez de deboche.

Só deu tempo dele abaixar a guitarra, deixando-a no chão encostada na parede.

Corri para cima dele e me joguei nele sem conseguir conter a imensa alegria de revê-lo, o abracei com força, apertando-o contra mim num abraço afetuoso, suspirei contra o seu peito, inalando o seu cheiro. Alex cheirava à colônia cítrica, salgadinhos de queijo e suor. Não me importei, eu já estava acostumada com aquele cheiro dele.

— Senti sua falta, maninho! - Falei finalmente o soltando.

— Você está se sentindo bem, mana? - De olhos arregalados e com a cara de bobão preocupado, colocou a mão na minha testa para sentir minha temperatura.

Ri estapeando sua mão, ele colocou a outra no meu pescoço e depois tocou no meu rosto, revirei os olhos e afastei sua mão novamente.

— Vou chamar a mamãe, você dormiu demais. Apagou legal, papai está muito preocupado, faz horas que ele voltou pra casa, tentei te acordar e nada, você não acordou nem quando esfreguei uma fatia de presunto na sua cara. - Se afastou me analisando. Seu semblante ainda era de preocupado.

— Estou bem. - Sorri. - Estou perfeitamente bem. - Assenti freneticamente tentando tranquilizá-lo.

Não deu certo. Alex correu para fora do quarto gritando, chamando os nossos pais.

— Freddie... - Sussurrei lembrando do meu Tormento.

Corri para fora do quarto desembestada, atravessando o corredor. Desci a escada, segurando o corrimão, tropecei algumas vezes, mas por sorte não rolei escada abaixo.

— Freddie... - Olhei ao meu redor, murmurando seu nome.

Ele não estava na sala. Será que estava na cozinha?

Meus pais apareceram com Alex, minha mãe pareceu aliviada quando me viu, mas não disse nada. Papai sorriu e suspirou aliviado, corri para os braços dele.

— Você voltou! - O abracei bem forte. Eu lembrava de tudo.

Da briga. Dele fazendos as malas. Dele indo embora enquanto Alex corria atrás do carro chorando feito bebê...

— Voltei porque amo vocês. - Disse acariciando meus cabelos. Beijou o topo da minha cabeça.

Paramos de nos abraçar, sorri feliz e olhei para a mamãe. Ela estava parada de braços cruzados bancando a durona, como se não se comovesse com nada. Tudo aquilo era apenas uma máscara. Pamella Joy Puckett estava segurando as lágrimas.

— Dona Pam está emocionada. - Cantarolou meu irmão rindo dela.

— Não estou nada, moleque. - Ela fungou, limpou uma lágrima teimosa e solitária, e sorriu para mim. - Seu pai já ia te carregar para o carro, a gente ia te levar para o hospital... Quer nos matar de susto, garota? - Ela assumiu uma carranca, porém, havia alívio em seu olhar.

— Eu dormi tanto assim? - Perguntei confusa.

— Sim. - Minha família respondeu em sincronia.

Então, nada foi real? Freddie e eu nunca trocamos de corpos? Aquilo tudo foi apenas um sonho? Não... Mas parecia tão real...

— O Freddie também apagou legal. Pensei até que vocês haviam entrado em coma, ele pegou no sono ali no chão, ao lado da cama, bem pertinho de você, segurando sua mão... - Alex contou. Senti meus olhos arderem.

— E cadê ele? - Perguntei. Aquele aperto no peito voltou. Pisquei, meus olhos ficaram marejados.

Os três se entreolharam, fui ficando angustiada. Nosso pai checou a hora no relógio de pulso.

— O garoto já está quase para decolar. Ele vai pegar o vôo daqui à 30 minutos. - Papai informou.

Não. Não. Não. Não...

[...]

— Não dá para dirigir mais rápido? - Perguntei afobada, ansiosa e muito aflita.

— Impossível, acho que não dá mais para ir mais rápido que isso! - Respondeu Alex pisando fundo no acelerador de sua Máquina Mortífera, como era chamada aquela lata-velha ambulante.

Suor escorria por sua testa, ele fazia caretas e o carro saculejava, bufei, não tinha mais nem unhas para roer. Eu estava toda descabelada, com a roupa amarrotada e com a cara limpa, também estava suando como ele.

— Mas que merda! - Esbravejei nervosa.

— Calma, amiga! - Vicky estava indo com a gente, sentada ao lado dele.

— Calma o caramba! Porra! Não vai dar tempo! - Me descabelei ainda mais.

— Own, isso é tão romântico! - Minha amiga batia palmas, ela sorria feito boba. Bufei. - Ainda bem que estou com meu celular, vou registrar tudo! - Cantarolou empolgada. Revirei os olhos.

— Droga! Não vai dar tempo! Merda! Não vai dar tempo... - Senti vontade de chorar.

— Vai sim! SE SEGUREM AÍ! - Meu irmão gritou afundando o pé no acelerador.

Vicky gritou apavorada, me segurei mesmo estando de cinto, a lata-velha ganhou mais velocidade e disparou...

— AAAAAHHH! NÓS VAMOS MORRER! NÓS VAMOS MORRER! - Minha cunhada começou a surtar, ela berrava e o meu irmão ria dirigindo feito louco.

Minutos depois...

Me soltei do cinto, eu estava trêmula, com o estômago um pouco embrulhado e com a barriga fria pela adrenalina. Escorreguei para fora do carro assim que Alex abriu a porta, avistei a minha amiga botando tudo para fora, ela estava de quatro no chão, tive vontade de vomitar também.

Eu estava um pouco zonza, Alex continuava rindo sem parar, todo suado, ele me ajudou a levantar. Não perdi mais tempo, corri para a entrada do aeroporto. Fui empurrando e me esbarrando nas pessoas, olhando ao me redor, procurando o moreno. O meu moreno.

Só parei quando o avistei sentado no banco, ele não me viu, estava distraído mexendo no celular. Voltei a correr, indo até ele em disparada.

[...]

P.O.V Do Freddie

Chequei as horas no celular, faltava poucos minutos para o meu vôo sair. Levantei, apanhei minhas duas malas e me apressei, não dei nem cinco passos, tudo aconteceu tão rápido, como um borrão... Senti um peso se chocando contra mim, tombei para trás com o baque.

— Ai. - Minhas costas se chocaram contra o chão, bati com a cabeça também, não foi tão forte, mas me deixou atordoado.

— Freddie... - Não pude deixar de sorrir quando foquei no rosto angelical tão próximo do meu. - Oh, Freddie... - A pequena loira juntou nossos lábios me bombardeando de selinhos curtos e rápidos. Seus cabelos faziam cócegas no meu pescoço e nas laterais do meu rosto. - Sinto muito... Sinto muito mesmo... - Ela continuava me dando selinhos pausados. - Foi minha culpa... Eu não devia ter desejado aquilo. - Acariciava me rosto. - Me desculpe... - Beijou minha testa.

Franzi o cenho confuso, o sonho maluco ainda não havia saído da minha cabeça.

— Sam. - Afaguei seus cachos.

Ela riu e saiu de cima de mim, me ajudou a levantar. Alguns curiosos haviam feito uma roda em nossa volta. Avistei Alex e Vicky que segurava o celular, eles sorriam e com certeza a namorada do meu amigo estava filmando tudo.

— Tive um sonho tão maluco... - A loira continuava com os braços ao meu redor. - Sonhei que...

— A gente trocava de corpo... - A interrompi, completando sua frase.

Sam arregalou os olhos, assenti e ela soltou uma risada.

— Você sonhou com isso também. - Não era uma pergunta, era uma constatação.

— Sonhei... - Acariciei seu rosto.

A apertei em meus braços, ela se desatou a chorar.

— Ei, por quê você está chorando? - Perguntei fazendo carinho nas suas costas.

Ela fungou contra a minha camisa e ergueu o rosto banhado em lágrimas, seus cabelos estavam bagunçados e sua blusa estava um pouco úmida.

— Você está indo embora... - Disse baixinho.

— Perdi o vôo, mas não importa, eu não queria ir mesmo. - Falei antes de erguê-la do chão e lhe dar um beijo de tirar o fôlego, ela passou as pernas ao meu redor.

Fomos aplaudidos pelas pessoas que nos cercavam, Vicky gritava eufórica e eu reconheci o assobio do meu amigo entre tantos.

O ar ficou escasso e tivemos que parar o beijo. Sam arranhou minha nuca e sorriu feito boba.

— Meu Tormento... - Encostou nossas testas. - Eu ainda odeio você. - Sussurrou.

— Eu também ainda odeio você, Tampinha! - Sorri antes de beijá-la de novo.

Nenhum de nós sabia explicar os sonhos que tivemos. Era algo tão surreal e ao mesmo tempo tão real. Só tínhamos certeza de uma coisa... Sobre o amor que sentíamos um pelo outro.


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Notas finais do capítulo

Então, o que acharam???

Aquilo tudo foi um sonho ou não???

Gostaram do capítulo final???

Bjs.



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