Como conheci seu avô escrita por maysd


Capítulo 3
Isso tem como ficar mais estranho?


Notas iniciais do capítulo

As histórias que o Cass vai contar se passam com um intervalo de tempo considerável entre elas.
Participação especial: Anna Milton.



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O anjo olhou para baixo por alguns instantes.

— É claro que ele não iria ouvir minhas advertências.

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Normal Ilinóis, Janeiro de 1951 ( data terrestre)

Castiel estava no seu céu preferido, o do homem autista, sentado em um dos bancos que havia ali enquanto o homem a sua frente estava alheio a sua presença.

— Castiel.- ouviu Anael chamá-lo. – Porque esta aqui de novo?.- sentando ao seu lado no banquinho.- E porque está usando uma casca não temos permissão para isso.

— Eu sei Anna, ninguém precisa saber.- olhou para a irmã.

Annael suspirou, este anjo em particular podia ser bem imprudente as vezes, isso se as vezes quer dizer sempre.  

— Tudo bem eu não vou dizer, mas você sabe que pode ser punido por isso.- pausou. A ruiva franziu o cenho.- Você ouviu o que eu disse?.- vendo a expressão distraída no rosto da jovem que servia como receptáculo.

— Hum.. sim é que eu estive pensando nos humanos, em um humano mais especificamente.

Castiel fez uma pequena pausa ainda incerto em falar algo assim para outro anjo, por mais que confiasse em Anael, alguém mais podia estar ouvindo, a mesma não o interrompeu esperando que continuasse.

— Esse jovem tem alma mais bela que já vi em um humano, ele deve estar destinado a prestar um grande serviço ao céu.

— Se algo assim fosse acontecer nós saberíamos, não é nosso dever questionar sobre o destino, nem  interferir em nada. Essas são nossas ordens.

Castiel voltou a olhar para a irmã.

— Mas achei que nossa missão fosse essa.- começou.- Cuidar dos humanos como nosso pai nos pediu, amar sua criação  e guiá-los ao caminho correto, não apenas observa-los cometerem os mesmos erros.- como Anael não disse nada prosseguiu.- Eu não sei mais se devemos seguir tão cegamente essas ordens.

Anael ficou um pouco confusa ao ouvir o outro anjo dizer aquilo.

— Somos todos soldados Castiel, cumprimos ordens é o que fazemos, não questionamos. Tenha mais cuidado porque se alguém mais te ouvir falar assim, seu castigo será terrível.- falou calmamente enquanto se levantava do banco.- Melhor voltar ao trabalho, antes que os outros anjos percebam que você se infiltra nos céus das almas que estão aqui.- com um leve bater de asas o anjo sumiu.

Castiel ficou pensativo por mais alguns instantes até que, de repente, sentiu-se ser atraído para a terra enquanto uma voz soava em sua cabeça, alguém com certeza estava tentando conjurá-lo.

Henry havia acabado de ler as ultimas palavras do feitiço quando ouviu som de asas batendo e a jovem aparecer em sua frente.

— Eu consegui.- disse emocionado. Castiel por sua vez olhou em volta.- Não se preocupe estamos a sós.

O local parecia uma casa abandonada porém sem sigilos ou armadilhas.

— Porque me invocou, avisei para não fazer isso.- falou tranquila.

— Eu sei, essa é a primeira vez em meses que eu consegui realizar o ritual certo.- se aproximando da jovem.- Eu não vou te machucar.- levantando as mãos em sinal de rendição.

— Você não conseguiria mesmo se quisesse.- falou. Henry deu um sorriso timido com a resposta do anjo.

— Eu sei, só que eu tenho tantas perguntas e...- olhou para baixo por um instante antes de fitar novamente o anjo.- E.. eu só queria te ver de novo.. Nós podemos ser só amigos.- estendendo a mão.- Henry Winchester.- se apresentou.

Castiel franziu o cenho olhando para a mão estendida não entendendo o gesto, olhou para o rosto do maior ainda confuso.

— É assim que nos apresentamos.- se divertindo com a confusão da jovem..- É costume apertar a mão do outro.- o anjo apertou sua mão.- Ai, não tão forte.- dessa vez o anjo apertou levemente sua mão sem fazer mais nada.- E também  dizer o seu nome.- vendo a jovem franzir o cenho.

— Eu não entendo, porque você quer que diga o meu nome?..- Henry sorria cada vez mais.- Ah! Certo, eu sou Castiel anjo do senhor.- falou entendendo a situação.

— Bom.- respondeu o Winchester entusiasmado.- Acho que Cassie fica melhor em você.- os dois continuavam segurando a mão um do outro.

Castiel franziu um pouco o cenho ao ouvir essa versão de seu nome

— Esse não é o meu nome. – tombando a cabeça.

 Agora

 

— Ele te chamou de quê?.- o loiro tentava a todo custo não associar esse nome ao de uma de suas muitas ex-namoradas.

Sam olhou sorrindo pro irmão pronto pra zoar com ele.

— Nem uma palavra Sammy.- apontando o dedo pro irmão que deu de ombros.

— Eu não entendi na época porque ele me chamava assim.- ficou pensativo por alguns instantes.- Henry dizia que queria  me ensinar mais sobre o comportamento e as interações humanas, principalmente a ultima parte.- disse sorrindo ao lembrar de certas coisas..

Sam e Dean se entreolharam achando aquilo muito suspeito, mas antes que pudessem dizer algo o anjo se pronunciou novamente.

— No inicio, foi como um acordo silencioso já que em troca eu ensinaria o que ele quisesse saber. Henry era muito curioso, inteligente..- dando um sorrisinho bobo.- E o humano mais amável que conheci.- os irmãos se entreolharam novamente.- Em pouco tempo eu já não conseguia passar um único dia sem vê-lo, mesmo que ele não soubesse que eu estava lá.- perdido em pensamentos.

— Cara isso parece um daqueles romances água com açúcar. – o louro riu do próprio comentário até perceber o que REALMENTE  havia dito, nesse momento seu sorriso sumiu.- Cass você...?.- arregalando os olhos.

— É, eu sei, também tive essa mesma reação.- falou Sam rindo do irmão que estava praticamente catatônico olhando pro anjo.

 

Normal, Ilinóis Fevereiro de 1952:

Um ano passou depressa e os dois já eram mais que amigos, bem mais, ambos ensinaram um pouco sobre sua espécie um ao outro. Castiel aprendeu com o Winchester sobre livre arbítrio, sentimentos, sexo principalmente e também a admirar mais ainda os humanos que, apesar de suas falhas, sempre buscam melhorar.

Por sua vez, graças a Castiel, Henry pôde ir a varias partes do mundo e conhecer mais sobre lendas, folclores, culturas e uma ampla variedade de feitiços que o ajudaram  a incrementar seus conhecimentos, como um futuro homem de letras. Os membros mais antigos o estimavam muito, exceto Sinclair que desconfiava de algo mas nunca se manifestou.

Era final de tarde Castiel e Henry estavam sentados num banco perto de campo de flores na Holanda, estavam conversando sobre  coisas aleatórias até Henry tocar em um certo assunto.

— Não há mais ninguém nesse receptáculo além de você, certo?.- o anjo concordou.- Então... você é uma mulher?

O anjo franziu o cenho um pouco confuso.

— Não.- respondeu.- Os anjos não têm orientação sexual.

— E o seu nome?.- perguntou ainda mais curioso.- Castiel parece um nome masculino.- olhando para a jovem ao seu lado.

— Nomes de anjos tampouco indicam gêneros, isso só acontece com humanos, claro que alguns anjos tem uma certa preferencia por um gênero, o que não é o meu caso.- vendo o jovem ainda mais confuso.-  Já estive em outras cascas antes, essa é a primeira depois de quase dois mil anos.- olhando para as crianças que corriam pelo parque a frente deles.  

O jovem sorriu e esticou lentamente o braço mexendo em  algumas mechas de cabelo da jovem, mesmo com o convívio que eles possuíam, Henry ainda ficava com medo que o anjo o afastasse, e apesar de já ter tocado em outras partes muito mais “relevantes” ainda  ficava tímido.

Castiel olhou para o lado,  não pôde evitar sorrir quando o mais novo pegou uma flor azul e a pôs em seu cabelo continuando com a caricia . O mais novo sentia aquelas mechas negras passavam por entre seus dedos tão macias, que pareciam seda, e pra completar tinha aqueles olhos azuis brilhantes que olhavam pra ele.

— Essa flor combina com você- sussurrou se aproximando lentamente do anjo.-  Cassie, fique comigo pra sempre.

Henry falou encurtando a distancia entre eles selando seus lábios,  Castiel logo entrelaçou os braços no pescoço do maior correspondendo ao beijo.

AGORA:

 

— Tudo bem eu entendi essa parte.- disse Dean bebendo uma garrafa de cerveja em um único gole já começando a suspeitar que iria precisar de uma terapia depois disso.- Você e o nosso avô... – tentando falar o resto.- Ai cara isso é tão estranho.- bebendo outra cerveja tão rápido que quase engasgou.

— Vai com calma Dean.- falou o mais novo, também queria surtar como o irmão mas sua curiosidade o impedia.- O que aconteceu depois?

Dean olhou estranho pro irmão.

Continua...


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Notas finais do capítulo

Só uma curiosidade, na Holanda realmente existem campos de flores maravilhosos.
http://casaydiseno.com/wp-content/uploads/2015/04/jardin-tulioanes-de-colores.jpg ( link de um dos muitos campos que encontrei).

Bem.. espero que tenham gostado e que não tenha ficado confuso, como disse antes reviews são sempre bem vindos.



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