Como conheci seu avô escrita por maysd


Capítulo 1
O passado sempre volta pra chutar sua bunda.


Notas iniciais do capítulo

Basicamente, a história é composta de vários flash back contados pelo Castiel para Sam e Dean. Nesse primeiro capitulo o texto em Itálico dentro das aspas são lembranças que não foram contadas.

Pra ter inspiração e pensar em como seria Milie, usei fotos de uma mulher chamada Zooey Deschannel ( sei lá se é assim mesmo que escreve). Links abaixo se quiserem dar uma olhada.

http://www.flare.com/wp-content/uploads/2013/05/Zooey-Deschanel-Bob.jpg

http://i2.listal.com/image/289604/300.jpg



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        Era uma noite muito fria e chuvosa, os trovões cortavam o céu, parecia como se o mundo fosse acabar naquela noite. Juntamente com  barulho lá fora, dentro da casa gemidos de dor vindos do quarto ecoavam por todo o local.

— Vamos querida você consegui..- falava um  jovem encorajando a esposa a põr mais força.- Logo vamos ter nosso filho nos braços, tudo vai ficar bem..- segurando a mão da jovem beijando-a.- Eu prometo.

A morena gritava ao sentir contrações mais fortes apertando a mão dele com uma força descomunal.

— Por favor irmã eu não  posso interferir, você precisa fazer isso sozinha.- disse uma mulher ruiva ajoelhada entre as pernas da futura mãe.

— Meu amor falta pouco.- sentindo a mão esmagada pela força da morena..- Respire fundo..- tentava fazer com que ela se acalmasse um pouco, também tentando ignorar a dor em sua mão.

— Tudo bem,  já vimos acontecimentos assim centenas de vezes e você consegue.- falou a ruiva.- Empurre quando eu disser três..- a morena concordou com a cabeça.-  Um, dois... Três!!!

A jovem empurrou com toda a força que ainda tinha e rapidamente o local foi preenchido pelo choro fraco de um bebê, o  rosto emocionado dos pais olhavam para a criança que acabara de vir ao mundo.

— É um menino.-disse  a mulher ruiva entregando o bebê para a mãe meio desajeitada com a criança.

— Ele é lindo Henry.- os olhos azuis da jovem estavam marejados olhando para o bebê.

— Sim, vocês dois são.- afastando alguns fios de cabelo que ficaram no rosto da jovem..- Muito obrigado querida, esse é o dia  mais feliz da minha vida.- beijou o rosto dela.- Eu prometo que vou cuidar de voces dois..- muito emocionado.- Então... que nome vamos dar a ele?- sorrindo.

A jovem franziu o cenho tombando a cabeça para o lado.

— Eu não tenho experiencia com nomes humanos Henry.- falou.

— Certo..- falou rindo.- Que tal Jonh?.

— Parece um bom nome.-  a jovem concordou.- Seja bem vindo filho.- olhando para a criança que agora dormia.- Bem vindo ao mundo Jonh Winchester.

 

Castiel sentiu ser trazido de volta a realidade ao ser fortemente chacoalhado.

— Hum.. o que?.- piscou varias vezes vendo dois pares de olhos verdes muito preocupados encará-lo.

— Cass..- chamou Sam.- Tá tudo bem?

— Desculpem eu.. me distrai. O que estavam dizendo?- perguntou.

Dean franziu o cenho mas não disse nada apenas ficou  observando o anjo. Sam falou novamente.

— É que estávamos vasculhando mais arquivos dos homens de letras  e achamos mais documentos antigos.- mostrando ao anjo os materiais.

Era muito raro terem um dia de folga então, nesse dia, aproveitavam pra vasculhar mais um pouco pelo bunker. Na verdade, Sam fazia isso, porque se fosse por Dean, eles já estariam apagados no primeiro bar que encontrassem.

— Nerds..- era tudo o que o loiro dizia.

O anjo olhou para os arquivos vendo sigilos enoquianos e franzindo a testa, aquela escrita era sua mas não lembrava de tê-la feito.

— Que foi Cass?- o loiro perguntou mas o moreno não parecia ter a intenção de responder.- Cara, tem algo errado com você ultimamente, tá mais distraído que o normal.

— Eu tô bem Dean.- falou.- É só que esses arquivos estão protegidos contra anjos.

Os irmãos franziram o cenho e rapidamente Sam olhou pra os arquivos vendo de quem havia sido, sua surpresa foi grande ao ver o nome de Cuthbert Sinclair e também...

— Henry Winchester?.- leu em voz alta. – Dean, isso era do Magnus e do vovô.

— Qual é Sammy, isso era daquele bastardo?..- vendo a pilha de papéis aparentemente não ouvindo a parte de que seu avô escreveu aquilo também.

— Dean, o Magnus foi o tutor do Henry, esse pode ter sido alguma missão que fizeram juntos, nós podíamos dar uma olhada.- olhou para o anjo vendo que ele ainda parecia distraído.- O que acha Cass?

— Claro.- se ajeitando mais na cadeira.

Os irmãos começaram a mover os arquivos e sendo orientados pelo anjo  na remoção dos mesmos até que, entre os papeis, Castiel viu uma foto que lhe chamou a atenção. Nela  havia dois jovens, um homem e uma mulher e apesar de preto e branco,  o anjo sabia que o homem tinha o cabelo castanho e os olhos verdes já a jovem tinha cabelos negros e longos, e olhos de um azul profundo.

— Cass ?.- o loiro chamou tentando atrair a atenção do amigo que parecia muito perturbado olhando a foto. Sam e Dean trocaram olhares confusos.- Me dá isso aí..- tentando pegar a fotografia porem o anjo não largava. Ele e Sam se incorporaram para ver a foto.- Esse é o Henry.- reconhecendo o rosto do avô.- Mas essa aí eu não sei quem é.- olhando a bela jovem ao lado.

O anjo ainda olhava fixamente pra foto.

 

  Emelinie Novak, Milie- como a chamavam, era uma jovem rebelde em busca de aventura e Castiel a observava desde pequena. Às vezes era dificil de acreditar no quanto eram parecidos, ambos sempre questionavam e não entendiam a fé cega de suas familias, porém ao contrário da jovem,  o anjo não dizia isso em voz alta.

Ela veio de uma familia muito rigorosa e religiosa  com costumes  aos quais  ela nunca se importou em seguir e, por sempre viver em desacordo com sua familia, fugiu de casa  sem um destino certo chegando a viajar por todo o país como clandestina. Em suas andanças, as vezes tinha que cometer  pequenos delitos para conseguir dinheiro, geralmente dando golpes, a maioria deles em homens.

Conseguiu alugar  um quarto em um bordel onde passaria algumas noites, o lugar era horrivel mas era melhor que dormir ao relento, mas para seu azar, naquela mesma noite, após uma briga, um cliente irritado ateou fogo ao local.  Apesar de ter sido retirada ainda com vida, era obvio que ela não aguentaria muito tempo, seu corpo estava gravemente ferido.

O anjo sabia que não deveria interferir, mas quem sabe poderia ajudá-la porque afinal não era essa a missão principal de um anjo, ajudar um humano indefeso?.

Bem...  A maioria dos anjos diriam que NÂO, contudo, ele não era como os demais, resolveu entrar em sua mente  se apresentando a ela em sua verdadeira forma.

— Eu tõ morrendo não é?.- a jovem estava envolta na luz do anjo.- Bem, isso se encaixa com o resto da minha vida.- suspirou.- Porque está aqui?

— Eu venho observando você Milie.- falou.- Posso te ajudar.- a jovem pareceu duvidar por alguns segundos.- Posso curar seu corpo mas  preciso de sua permissão pra entrar.- concluiu.

— E porque faria isso?- disse cética arqueando uma sobramcelha enquanto cruzava os braços.

— Porque você não merecia pasar por nada disso.- falou.-  Eu posso mandar sua alma para o céu onde não haverá mais dor nem sofrimento.

A jovem pareceu pensar por mais alguns instantes.

— Hump.. É mesmo?.- ironica.- Aposto que você só quer ocupar um corpo pra se divertir longe céu.- rindo. Parou ao ver que o anjo não respondeu.- Tsc.. meus pais não acreditariam em mim se eu contasse isso. Anos e anos, enfiados em uma igreja agindo como hipócritas e EU tenho mais chances de ir pro céu do que eles?- sarcastica.- Isso sim é irônico.

— Então Millie, a decisão é sua.- ignorando os comentários da jovem.

A jovem pensou por alguns instantes.

— Tudo bem.- suspirou.- Eu tive uma boa vida, não graças a você ou meus pais claro. Você pode vir, mas é bom me mandar para o melhor céu de todos.

Apesar de observar a humanidade há milênios nunca iria entender seu comportamento, mas tudo bem a jovem  tinha razão, já que a decisão de ficar com o corpo era pura curiosidade de sua parte.

— Eu sinto muito Emelinie. Descanse em paz agora.

E sua luz ofuscou tudo em volta.

 

Castiel sentiu-se trazido de volta a realidade quando o Winchester mais novo enfim conseguiu arrancar a fotografia de sua mão.

— Normal, Illinois Julho de 1953.- lendo a parte de trás da foto.- Dean, o pai não nasceu menos de um ano depois dessa foto?.- Os irmãos se olharam.

— Wow... será que ela é..

— Dean eu não tô afirmando só... que

— Eu sei Sammy, ela é uma gata.- sorrindo.- Se ela for nossa avó então o Henry não era nada bobo.

— Qual era o nome dela?.- vendo o irmão dar de ombros.

— Milie. - os irmãos voltearam surpresos  só aí notando que o anjo ainda tava lá.- Era assim que a chamavam..- o olhar do moreno parecia perdido.

Os irmão se olharam cada vez mais confusos.

— É, e como você sabe?.- perguntou Dean vendo o amigo que agora cobria o rosto com ambas as mãos.- Cass.. tem alguma coisa que precise nos contar?!.- já estava ficando nervoso com isso.

— Cass, o que foi?.- Sam perguntou ainda mais preocupado.

— Eu a conheci.- falou olhando pra qualquer direção que não fosse os amigos a sua frente.- Antes do Jimmy, ela foi minha casca.- sussurrou.

— QUÊEEEE!!!.- berraram os irmãos ao mesmo tempo.

Castiel nada disse apenas ficou atento as reações dos amigos.

— Cass!! Que merda você tá falando. Você conheceu o Henry? E nunca disse nada?.

— Eu não me lembrava Dean!.- exaltando-se.- Naomi uma vez disse que apagou minha memória muitas vezes, essa pode ter sido uma delas.- falou.

Os irmãos estavam cada vez mais boquiabertos com o que ouviam, aquilo soava absurdo mas não impossível. 

Dean passou a mão no rosto respirando fundo.

— Tudo bem, então...- começou.- Como se lembra dela e do nosso avõ.

O anjo olhou para os dois humanos em sua frente parecendo meio constrangido.

— Eu..- hesitou.- Não tenho certeza mas..- desviou o olhar.- Desde que recuperei minha verdadeira graça, tenho tido visões.

— E nunca falou pra gente?!!.- o loiro interrompeu o moreno.

— Acho que estou falando agora.- respondeu.

Dean fuzilou o anjo com o olhar.

— Por isso você tá sempre dormindo acordado ultimamente?

— Os anjos não dormem Sam.- falou inclinando a cabeça pro lado.

— Não, é só que... esquece é jeito de falar Cass. Continua.

O moreno se remexeu na cadeira pra ficar confortável.

— Grande parte da minha graça foi rasgada e usada no feitiço de Metatron pra fechar o céu, o que consegui recuperar foi uma parte extremamente pequena dela.- os irmão ficaram em silencio ouvindo o moreno.- Acredito que alguns eventos foram só empurrados para o fundo da minha mente e agora não posso reprimi-los, ainda estou muito fraco.

De repente todo o bunker ficou extremamente silencioso, os irmãos tentando digerir a situação. Sam foi o primeiro a se pronunciar.

— Cass, e se..- respirou fundo.- Isso quer dizer que você esta recuperando suas lembranças?

— Sam!! Qual é cara isso é loucura.- repreendendo o irmão.- Você não acha que...- parou subitamente e olhou pro amigo.

O anjo parecia cada vez mais desconfortável sob os olhares intensos de seus amigos, o moreno passou a mão pela nuca em sinal de nervosismo.

Sam pigarreou para tentar quebrar o clima tenso.

— Tudo bem, você disse que não tem certeza então.- o moreno mais novo falou tentando dar o assunto por encerrado.- Nós vamos ver esses arquivos e falamos sobre isso depois.

Depois disso o silencio reinou absoluto enquanto os tres vasculhavam os arquivos até encontrarem um tipo de filme antigo.

— Quem tá afim de um cineminha.- o loiro sorriu.

Após preparar o reprodutor os três se sentaram à mesa  pra assistir.

A imagem era preto e branco, com algumas falhas por causa do tempo, porém legível. Era uma sala grande com algumas mesas, cadeiras e vários símbolos na parede, que os irmãos( mais precisamente Sam) reconheceram como sendo enoquiano,  era possível distinguir a figura de um  homem.

— Olha Sammy é aquele filho da puta, o Magnus.- falou o loiro, pelo tom com certeza ainda não havia esquecido que aquele imbecil quis fazer dele um mascote.

Logo a imagem parou de oscilar e um segundo homem  apareceu, Henry Winchester , ainda que parecendo meio relutante. Os três observavam  os dois homens na gravação  realizarem  algo que parecia como um ritual de invocação. Castiel sentiu uma forte dor de cabeça, centenas de imagens começaram a disparar descontroladas  em seu cérebro .

— Cuthbert, tem certeza que devemos fazer isso? Eu ainda estou em treinamento e nossos superiores não foram informados”.- ouviram Henry falar preocupado olhando  para seu tutor.

— Henry estou te oferecendo uma grande oportunidade que nenhum outro iniciante jamais teve, a de realizar um feitiço de alto nível como esse. O que achou? Que iria ficar só nos livros?. - debochado. - Como meu aprendiz não posso permitir isso, agora fique calmo nenhum daqueles idiotas pomposos precisa saber.

— Mas invocar um anjo pode ser perigoso e.. ..

— O quê? - interrompendo mais jovem.- Não me diga que está com medo?.- provocando.- Dissestes que  queria desafiar as regras e essa, meu caro aluno, é a melhor chance de todas, alem de um excelente aprendizado.

Henry ficou pensativo por alguns segundos mas depois concordou,  Magnus então sorriu e pegou um pedaço de papel começando a recitar o feitiço. Na imagem as luzes começaram a falhar e a estourar junto com as janelas que haviam no local, tudo começou a se distorcer alem de um ruido muito forte.

A partir desse momento tanto áudio quanto  imagem ficaram muito prejudicados, os irmãos olharam um para o outro sem entender o que estava acontecendo.

— Será que acabou aí?.- disse o o loiro levantando da cadeira já pronto pra parar o reprodução.

— Não, espera Dean acho que já tá voltando.- falou Sam quando a imagem começava a melhorar.

Assim que a imagem parou de oscilar, Cuthbert e Henry não estavam mais sozinhos, havia uma jovem parada em frente a eles tombando levemente a cabeça para o lado, nesse instante o áudio voltou e ouviram o avô perguntar. 

— Quem é você?

Os irmãos perceberam que aquela jovem era a mesma que aparecia na foto só que um pouco diferente, sua roupa era mais curta e seus cabelos eram um pouco acima dos ombros.

— Meu nome é Castiel, eu sou um anjo do senhor.- respondeu calmamente.

 A ultima coisa que a câmera conseguiu captar, foi a sombra de asas se projetando atrás da garota antes da imagem cortar abruptamente.

O silencio no bunker era sepulcral, os irmãos estavam paralisados olhando na direção onde estava a imagem, ainda atônitos. Ambos giram a cabeça lentamente na direção de  Castiel, ficaram encarando-o por mais  alguns instantes até o anjo abaixar a cabeça.

— Acho... que preciso dar algumas explicações.- se pronunciou não querendo encarar os rapazes.

— Ah você acha é?.- irônico.- Eu preciso de uma cerveja.- o loiro levantou e foi para a cozinha deixando Sam e Cass na sala.

 

Continua...


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Notas finais do capítulo

Todos sabemos que o nome da avó de Sam e Dean é Milie, não sei se isso é um apelido, então pus um nome estranho ( Emelinie) pra poder abreviar, e o fato de ser uma Novak foi simplesmente porque eu quis.



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