Narração: Mônica

Nós ainda estávamos sentados no corredor, encostados nas paredes. Estava o maior silencio ninguém falava nada, ninguém fazia nada, um completo tédio.

Até algum sair da sala, quem era? Cascuda. Ela passou entre nós com um sorriso convencido no rosto, mas mandando beijinhos para Cascão. Denise murmurou algo como “vadia” Cascuda parou de andar e se virou para ela e perguntou:

—Oque disse? –Disse colocando as mãos na cintura.

—Oque você ouviu! –Disse Denise em seu tom ameaçador.

—Vou fingir que não entendi seu latido!-Ela disse e Xaveco teve que segurar Denise para não voar no pescoço dela.

—A única cadela que vejo aqui é você... — Gritou Denise enquanto Xaveco a segurava.

Ouvimos o som da porta abrir, Cascuda saiu dali rebolando como quem não quer nada. O professor saiu da sala e disse:

—Para diretoria. –Ele disse e fomos a diretoria.

Quem nós visse diria que somos uma gangue pelo fato de ser oito pessoas indo para a diretoria. Chegamos e eu me sentei em uma cadeira, Marina sentou em meu lado, Denise e Xaveco dividam uma cadeira ao lado de Marina, Titi sentou na cadeira ao lado do “casalzinho”, Cebola se sentou na cadeira do outro lado da mesa que suponho que seja do diretor, Magali se sentou em cima da mesa e Cascão se encostou em um armário que tinha ali.

O professor saiu um pouco da sala e isso já foi o suficiente para se armar uma discussão terrível:

—Acho que você pegou pesado com ela. –Disse Cascão para Denise e logo em seguida recebeu, de todos nós, olhares de raiva, menos de Titi que estava concentrado demais em seu celular.

—Olha Cascão esse tipo de coisa você dizia na sétima serie e você lembra o que aconteceu depois... –Ela ia continuar a frase mas o professor entrou, nesse momento senti uma imensa raiva dele eu estava muito curiosa para saber oque aconteceu.

O professor colocou diversas pastas, cada pasta com o nome de cada um de nós, em cima da mesa e pegou a minha e começou a ler. E eu só consegui pensar:

“Ó Droga”

—Quanto ela te pagou? –Perguntou Denise.

—Oque? –Disse o professor a encarrando.

—Para você acreditar nela só se ela tiver te pagado ou se você for lesado! – Disse Marina.

—Eu vou ignorar seu comentário sem cabimento! –Disse o professor. –E além do mais seus históricos não são os melhores me assustei com o seu senhorita Souza- ele disse apontando para mim!

Revirei meus olhos pronto agora vão jogar os fatos acontecidos com a Penha na minha cara.

—Achei que você não fosse disso! Mas pelo seu histórico estou vendo que estava errado! Cortou o braço de uma garota, escreveu coisas ofensivas sobre ela no espelho da escola e nem preciso citar as outras, né?

Dei uma olhada para o pessoal que estavam de “queixos caídos”. Revirei os olhos e respondi:

—Isso tudo foi armação, como está sendo agora!

—Nossa essas piranhas estão em qualquer lugar. –Disse Magali.

—Silencio!- Ele disse. –Como eu não presenciei, vou dar um castigo a vocês.

Todos nós olhamos para ele como se esperássemos ele continuar. E foi isso que ele fez:

—Sem intervalo por uma semana!

—OQUE? –Gritamos todos juntos.

—Vocês tem sorte de eu não mandarem vocês limparem o colégio.

—NÃO VOCÊ NÃO PODE FAZER ISSO! O WI-FI NÃO CHEGA NA SALA DE AULA, VOCÊ QUER ME MATAR ISSO É UMA TORTURA! –Disse Titi.

—Você não é o diretor, não pode fazer isso. –Disse fazendo todos concordarem com a cabeça.

—O diretor não está presente então, eu estou assumindo o lugar. –Ele disse- agora para a sala! –Ele disse fazendo uma posse autoritária.

Saímos de lá ouvindo os múrmuros de Denise, múrmuros como: “Aff’s eu vou processar.” E coisas do tipo...

Chegamos na sala e não tinha mais ninguém, quando a ouvimos a porta bater. Cascão vai lá e tenta abrir a porta dando um chute na porta mas ela não abriu.

—Tá trancada! –Ele diz se juntando onde estávamos e se sentando em cima de uma carteira, do meu lado, todos nós estávamos sentados em cima de carteiras.

 Estava entre Cascão e Cebola, que por acaso olhava para mim algumas vezes. E eu tipo: Sorriso bobo.

—Ai eu não aquento isso, oque é minha vida sem o contato com as fãs... –Titi tagarelava sem parar até que ele fala: -Ei por que eu estou tão desesperado assim? Eu tenho créditos!

Gente esse menino só pode ser retardado, de repente o silencio reinou no local. Até Denise abrir a boca, mas isso já era de se imaginar, só não era de se imaginar o sorriso brincalhão que se formou em seu rosto e seu olhar dirigido a mim e Cebola. Isso não é nada bom!

—E vocês já estão namorando? –Denise perguntou e até Titi que estava concentrado no celular olhou para mim e Cebola, eu levemente corei.

Cebola olhou para mim e depois voltou  o olhar para Denise que continuava com seu olhar brincalhão no rosto!

—Não rola nem um beijinho? –Perguntou Denise fazendo cara de cachorrinho abandonado.

E eu, como se não parecesse retardada o bastante, fiquei parada processando a pergunta dela. Como se fosse uma fita passando e repassando em minha mente.

Quando finalmente olhei para Cebola e ele rapidamente me deu um selinho e logo me soltou e por cinco segundos minha mente ficou assim:

“Caraca, que isso?! Caraca que isso?!”

Mas logo depois percebo que estou fazendo caretas então para de pensar nisso, e logo vejo todos olhando para Cebola com um olhar que pelo oque eu entendi queria dizer algo como “Serio?”.

Ele revirou os olhos e murmurou algo como “Tá bom” e porque eu tenho a impressão que isso... Sou surpreendida por um beijo. Um beijo, e não sei o porque mas eu contribui com o beijo tipo isso foi M-A-R-A-V-I-L-H-O-S-O! Nos separamos corados. Nunca imaginei ficar assim por causa de um beijo.

—E então estão namorando agora?- Perguntou Denise.

—Por que você quer tanto isso? Pergunta Cebola para Denise.

—Bom... Eu falo, mas em troca de um favor de vocês dois! –Ela disse apontando para mim e Cebola.

—Feito. –Disse Cebola.

Eu pensei por alguns segundos realmente era algo tentador, mas poderia ser algo maligno esse favor. Então resolvi aceitar pelo menos estaria com o Cebola.

—Feito...