Living a Dream escrita por Fabi_M


Capítulo 5
Capítulo 4


Notas iniciais do capítulo

Musica tema: Make me wanna die - the pretty reckless
"You make me wanna die
Você me faz querer morrer
I'll never be good enough
Eu nunca serei boa o bastante
You make me wanna die
Você me faz querer morrer
And everything you love will burn up in the light
E tudo que você ama queimará na luz
Every time I look inside your eyes
Toda vez que eu olho nos seus olhos
Make me wanna die
Me faz querer morrer"



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         Respirei fundo após o monologo de meu pai, ele havia me explicado tudo, as vantagens de Londres o meu novo colégio, o outro médico com quem ele havia aberto a clinica, ele se certificou para que Esme se mudasse conosco.

         Eu aceitei tudo de bom grado, havia visitado o tumulo de minha mãe e lhe deixado flores, havia explicado tudo para Jackie e sorri vagamente quando Alec se ofereceu para quebrar a cara de James.

         Jackie chorou, me abraçou tão forte que eu achei que ficaria sem costelas e disse que se eu não viesse visitar ela, ela iria pessoalmente me matar em Londres.

         Eu chorei era óbvio, eu e Jackie éramos grudadas como unha e carne, não é fácil abandonar de um dia para a noite uma amizade assim.

         O negócio é que hoje faz um mês e meio que eu descobri a verdade sobre James, eu partiria para Londres amanhã e não havia me recuperado realmente, é claro que por fora eu colocava uma máscara, somente Jackie que me conhecia bem sabia do meu estado real.

         - Ele te ligou de novo? – ela perguntou enquanto eu estacionava o carro.

         Hoje nós teríamos um dia das meninas, oficial, seria a nossa despedida.

         - Umas cem vezes – respondi – Mas dane-se, eu não quero ver ele nunca mais.

         - Mas você nem o ouviu... Talvez...

         - Talvez o que? Talvez ele me contasse detalhes de como as transas com Victoria por minhas costas eram quentes? Ou quantas lingeries dela ele arruinou? Acabou Jackie, apenas aceite isso! Vamos parar de falar nesse idiota ok? Eu quero me distrair.

         - Ok – ela sorriu desanimada – Nossa ultima tarde das meninas.

         Eu assenti com uma careta.

         - Acho que eu vou mudar meu cabelo hoje – falei em uma decisão repentina enquanto saia do carro.

         Ela me seguiu.

         - Oh, por quê? Eu adoro o seu cabelo. – ela fez um muxoxo – A mudança no guarda roupa já não foi o bastante?

         Eu ajeitei minha saia preta curta de veludo e a minha blusa branca. Uma das proezas que eu tinha feito nesse curto tempo era o meu guarda roupa. Nada mais de suéteres comportados, cardigãs de lã branca, ou roupas certinhas.

         Eu tinha adotado agora um estilo um tanto quanto diferente, uma mistura de rockeira com glam eu diria, meu guarda roupa consistia em blusas curtas, camisas de bandas, shorts cintura alta, saias de cintura alta, botas, cintos com tachinhas, coletes e tudo que eu tinha direito.

         - Não, esse cabelo me deixa muito... Certinha. – sorri.

         Ela revirou os olhos.

         - O que você pretende fazer?

         - Bom, nos temos horário marcado para as unhas sim?

         - Yeap.

         - Então talvez eu aproveite e mude meu cabelo.

         Ela bufou.

         - Você não tem jeito mesmo.

         - Ah que foi? Vida nova, cabelo novo, roupas novas. To me sentindo uma nova mulher.

         Ela riu.

         - Vamos logo! – balançou a cabeça – Nova mulher, olha só o que eu tenho que escutar.

         Eu sorri enquanto ela me puxava até o salão, era engraçada a impressão que as pessoas tinham de mim agora, por quê? Bom só por que agora eu vestia uma saia de veludo preta, uma cinta liga por baixo deixando aparecer a barra da meia e um pouco da liga, minhas botas pretas, uma camisa branca, minhas correntes e pulseiras. As pessoas me viam como uma rebelde agora.

         Na verdade era o que eu estava sentindo.

         Finalmente eu estava “saindo do armário” e mandando quem não gostasse disso a merda.

         - Você definitivamente atrai atenção com essa liga – ela riu – Já viu a quantidade de garotos de te olhou?

         Eu sorri.

         E eu com isso? Eu queria mais é que eles se ferrassem, olhassem e desejassem o que nunca poderiam ter.

         [i]Mudança[/i].

         Essa foi a palavra principal de meu vocabulário e agora, a Bella frágil era um passado distante.

         Não que eu fosse virar lésbica, mas eu simplesmente queria um tempo do sexo masculino.

         - É, definitivamente essa Bella aqui é melhor que a antiga hun? – dei um sorriso fraco.

         - A Bella de antes, era a Bella feliz – ela me olhou séria – A Bella que eu vejo agora é uma garota com o coração machucado que está tentando usar uma máscara.

         - Maldita, me conhece tão bem assim? – eu tentei descontrair.

         Mas era verdade, Jackie sempre estava certa.

         Ela sorriu.

         - Eu vou sentir muito a sua falta Bells – ela falou enquanto andávamos até o salão.

         - Eu também Jackie – sorri – E não se preocupe tanto comigo, eu vou ficar bem.

         Ela revirou os olhos e nós entramos no salão.

 

         Uma hora e meia depois nós saímos e a transformação estava feita.

         Eu havia cortado meu cabelo um pouco abaixo de meus ombros, feito uma franja de lado, e seguindo as dicas da Jackie e do cabeleireiro eu tingi meu cabelo de castanho bem escuro.

         Pintei minhas unhas de preto e para completar pedi para fazerem uma maquiagem pesada.

         Eu olhei no espelho satisfeita, isso era o que eu sonhava em fazer quase todos os dias, adotar um visual mais roqueiro, deixar o meu “eu” interior florescer, me manifestando pelas roupas, musica, e tudo que eu fazia em minha vida.

         - Brrr, tá frio! – Jackie reclamou.

         Eu ri.

         - Não to sentindo frio nenhum! – falei enquanto andávamos no shopping, apenas apreciando as vitrines.

         Não que eu gostasse, mas eu faria um esforço por Jackie.

         - Argh, sinceramente, como você vai agüentar Londres? Lá é tão... Nublado e frio..

         Dei de ombros.

         - Eu adoro São Francisco, mas sabe como é, meu pai vai abrir uma clinica lá e eu acho que não vai ser tão ruim assim, afinal, eu precisava dessa mudança.

         Ela assentiu.

         - E o seu sonho? – ele me olhou atentamente – Vai tentar lá?

         - Não sei – suspirei pesadamente – definitivamente não sei.

         Ela sorriu.

         - Eu adoro suas musicas Bells, você canta com tanta... Paixão, não sei ao certo que palavra usar, mas é realmente envolvente.

         - Ah Jackie, você fala isso pra me animar... – retruquei.

         Ela revirou os olhos.

         - Você já viu eu falar algo só para agradar alguém?

         - Nope.

         - Então girl! – ela falou animada – Investe nisso! Eu sei que você adora cantar, e bom, o visual de uma rockstar você já tem certo?

         Revirei os olhos.

         - Agora, é só montar uma banda e ver no que vai dar – ela piscou – Mesmo que a banda não cresça, tente, pelo menos não vai ter arrependimentos, certo?

         Eu assenti e ela me arrastou para uma loja.

         Esse era um conselho um tanto quanto otimista, como eu vou montar uma banda, assim do além?

         Aliás, eu ainda tinha um pouco da antiga Bella, e toda aquela coisa da vergonha, mesmo com esse visual novo.

         Quem eu estava querendo enganar? Eu ainda continuava a mesma lesada de sempre!

         - Bells! Olha essa jaqueta aqui de couro! Ma-ra-vi-lho-sa. – ela falou separadamente e eu ri.

         A jaqueta era mesmo legal, eu provei e decidi comprar. Estava definitivamente abusando dos meus cartões ultimamente.

          - Aiiiiii Bells – Jackie me abraçou forte – Eu vou sentir [i]tanto[/i] a sua falta amiga.

         - Eu também Jackie – abracei-a – Mas nós vamos nos ver, sim? Você pode ir para lá, eu venho para cá, não é como se nós estivéssemos cortando relações.

         Ela assentiu.

         - E eu vou levar você e Esme no aeroporto, nem adianta argumentar.

         - Mas temos o motorista... – ela me interrompeu.

         - O que? Você está me trocando pelo Harry? – ela fez aquela cara de choro muito parecido com o gatinho do Shrek.

         Revirei os olhos.

         - Tudo bem! – sorri – Agora vamos embora por que é amanhã e eu realmente preciso descansar.

         Ela assentiu e nós fomos para o meu carro.

         Conversamos sobre tudo, eu sabia que ela não tocaria no nome de James e muito menos eu, nós começamos a nos lembrar das bagunças que fazíamos e todas outras memórias doces que tínhamos juntas, eu cheguei em sua casa, e nós nos despedimos copiosamente, eu tive que afirmar a ela que poderia me levar ao aeroporto umas cinco vezes até ela descer.

         Eu liguei o som do meu carro um pouco mais alto e abaixei a janela afim de deixar o vento um pouco gelado entrar e bagunçar meus cabelos.

         Eu me questionava se estava mesmo pronta para uma nova vida, deixar tudo assim para trás, eu podia sentir ainda a dor em meu coração quando eu pensava em toda a mentira que eu tinha vivido por tanto tempo aqui, toda aquela traição de James deixara marcas em mim, e eu sabia que não me recuperaria tão cedo.

         Uma composição começou a dançar em minha mente, geralmente era assim que eu compunha minhas musicas, pensando em minha vida e em todos os meus sonhos frustrados.

         Eu estava na rua da minha casa agora, planejando subir, colocar o ultimo pijama que me restava nessa casa, pegar minha guitarra Fender, tocar e compor por um tempo.

         Mas todos esses planos se desfizeram quando eu vi ele parado em frente a minha casa.

         [i]Filho de uma...[/i]

         O que diabos aquele cara queria aqui?

         Eu parei meu carro em cima da calçada e desci calmamente pegando minhas sacolas, ajeitei meu cabelo agora repicado e a minha franja.

         Primeiro eu vi a cara de espanto de James por me ver nesses [i]trajes[/i], aqueles malditos olhos azuis agora só me eram repulsivos, todo [i]doce[/i] e toda a [i]ternura[/i] que eu sentia havia sido substituídos por ódio e rancor.

         Eu queria infringir dor a ele, eu queria socá-lo e chutá-lo com toda a minha força, mas eu sabia que isso só me traria roxos nada atraentes. Então eu coloquei a melhor [i]poker face[/i] que eu tinha e o encarei friamente.

         - O que você quer? – Falei fria, agradecendo a Deus por minha voz não falhar.

         - O que... O que é isso Bella? O que você...? – ele deixou em aberto.

         Eu senti a bile subir por minha garganta, eu queria berrar! [i]O que diabos ele achava que era?[/i] eu sabia que ele falava da minha aparência, mas e a [i]vaca[/i] da Victória? Não que ela andasse assim como eu, mas era um pouco pior e com muito mais rosa.

         - O que eu fiz? – eu ri amargamente – O que eu tava afim de fazer a muito tempo! Afinal a Bella [i]virgem[/i] não existe mais, olha bem James, essa sou eu de verdade e não aquela mentira.

         Ele me olhou de cima em baixo.

         - Você... Bella, o que diabos é isso? Você parece uma pros.. – eu o interrompi.

         - Não se atreva a terminar essa frase – eu rosnei – Prostituta é a Victoria! E eu nunca vou chegar ao nível dela e muito menos o seu novamente, vocês dois são sujos, e eu deixei bem claro o quanto eu [i]odeio[/i] você não deixei? Eu estou partindo James, vou me mudar para Londres e espero nunca mais ter o desprazer de ver você!

         Eu me virei para entrar em casa e ele segurou forte o meu braço me impedindo.

         - O QUE? – ele berrou – Você não vai mudar! Você não pode me deixar Isabella, tá entendendo? VOCÊ NÃO PODE ME DEIXAR.

         Eu senti o cheiro de álcool nele, mas nem isso e nem o aperto dele em meu braço me fez recuar.

         - O que você PENSA que é? – eu rosnei – Me solta agora seu estúpido nojento!

         Ele me prensou contra a parede contrária ao portão com força, eu bati minha cabeça e senti meu coro cabeludo pinicar em uma dor aguda.

         - Você é minha Isabella – ele lambeu meu pescoço – Só minha, e mesmo vestida como uma vadia, continua sendo minha.

         - PARA! Me sol.. – Ele me interrompeu colando seus lábios nos meus.

         Eu fechei a boca em protesto mais ele praticamente esmagava meus lábios e eu já podia sentir o gosto do sangue em meus lábios, ele comprimiu seu corpo no meu e eu senti sua ereção em meu estomago, ele me apertava ainda mais e eu sentia a minha cabeça girar e a dor vir de todos os lados.

         Eu não estava acreditando naquilo.

         Ele ia me forçar... Deus, não!

         Esperneei contra ele e tudo piorou, seu aperto era esmagador e eu podia sentir toda a sua força agora, suas mãos foram até minhas pernas e ele rasgou a liga e a meia que eu usava, eu queria gritar, mas tudo que eu podia fazer era balbuciar muda, por que se eu abrisse meus lábios ele enfiaria aquela língua nojenta em mim.

         Uma de suas mãos subiu até o decote da minha blusa e ele a rasgou me deixando quase nua, o pânico cresceu e eu podia sentir as lágrimas escorrerem de meus olhos ininterruptamente, minha garganta arranhava com a necessidade de berrar, eu tentava socá-lo e agredi-lo, mas ele me apertava com força e novamente ele me fez bater com a cabeça na parede, me deixando ainda mais tonta.

         Ele apertou rudemente meus seios e eu senti ainda mais dor, com a sua coxa ele afastou minhas pernas.

         O meu pânico aumentou ainda mais, ele faria isso aqui?

         E para o meu azar a rua estava parcialmente escura, dificultando ainda mais a visão de alguém que estivesse passando por ali.

         O meu nojo aumentou junto com a tontura, eu sentia que podia desmaiar a qualquer hora.

         - Você é minha Isabella – ele grunhiu como um animal possessivo – E agora eu vou te fazer entender que você não vai pra lugar algum sem eu deixar, minha vadiazinha.

         Eu berrei alto e esperneei contra ele aproveitando o pouco do espaço que ele havia deixado, e mais uma vez ele me empurrou contra a parede batendo minha cabeça com força me deixando fraca, as lágrimas se arrastavam por meu rosto e a minha visão se desfocou, eu podia ver tudo nublado, o pânico me sufocava de uma tal forma que eu mal conseguia falar, anulando minhas chances de berrar e as minhas forças de espernear contra esse monstro.

         Ele grunhia de excitação e o meu pavor só aumentava, e rezava pra alguém me achar, por um milagre. As lágrimas só aumentaram quando eu senti ele levantar minha saia, e puxar minha calcinha violentamente, eu tentei fechar minhas pernas mais ele as mantinha presa com as suas, sua mão invadiu meu sexo e me apertou com força, mandando uma nova onda de dor por meu corpo, eu não tinha mais força em meus lábios, mas mantive meus dentes comprimidos, meus braços protestavam contra o esforço que eu tentava fazer para me livrar dele.

         Eu sabia que estava quase desmaiando, meus sentidos foram se enfraquecendo e tudo que eu sentia era dor, ouvi ele trabalhar contra os botões de sua calça e tentei berrar novamente, mas apenas um grunhido resvalou por minha garganta.

         Estava a beira da inconsciência quando de repente senti James se afastar e sem equilíbrio eu deslizei pela parede caindo de lado, e tudo que eu sentia era frio e dor, a dor aguda me invadia com força, me tirando o ar.

         Senti mãos pequenas em meus braços, tentando me confortar e vagarosamente ouvia vozes e gritos.

         Abri meus olhos e vi tudo nublado, pisquei diversas vezes e lentamente eu consegui enxergar a Jackie junto com a Esme me segurando e as duas chorando copiosamente.

         Eu não sei quanto tempo eu fiquei nesse estado catatônico, mas eu não conseguia pensar, nem falar, eu senti elas me apoiarem fazendo eu sentar, depois senti os braços de Esme a minha volta e logo em seguida um jaqueta ser posta por meus ombros.

         Olhei para o lado e vi Alec e o Harry brigando com James, que tentava a todo custo vir na minha direção, como um animal esfomeado, instintivamente eu me encolhi como uma bola no colo de Esme, ignorando os protestos de meus músculos doloridos.

         - Leve ela pra dentro Jackie! – Alec berrou enquanto dava um soco em James.

         Jackie assentiu e ela e Esme me levantaram, uma apoiando de cada lado e me levaram para dentro, e uma onda de alivio me atingiu fazendo eu tremer dos pés a cabeça, elas me seguraram mais firme e eu gemi em protesto, eu sentia dores por todo meu corpo, minha cabeça latejava.

         - Bella? Meu bebê, ele te machucou? Fala comigo meu docinho, sou eu Esme – ela falou chorosa tentando me tirar de meu estado de choque.

         Ao ouvir sua voz eu me senti desabar emocionalmente, chorei, chorei e chorei.

         Deixei mais uma vez tudo sair, o ódio que eu sentia por James, minha magoas, revoltas, tudo.

         Em algum momento da minha dor eu apaguei, deixando a inconsciência e o alívio me tomar.


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Notas finais do capítulo

uuhuh, eai o que acharam?

Porximo cap tem POV edward!
Deixem seus reviews!



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