TRIMM TRIMM TRIMMM

         Não, não, mais um dia de aula! Nãooo!

         TRIMM TRIMM TRIMMM

         - Acoorde Isabella! Já está na hora de ir para o colégio! E anime-se hoje é o ultimo dia de aula!

         - Argh Esme, como você consegue estar de bom humor a esta hora? – Eu me levantei sentindo os efeitos da noite mal dormida.

         - Fácil, fácil... – Ela sorriu – Eu adoro trabalhar aqui e eu sei que vou ver meu bebezinho!

         Revirei meus olhos.

         - Fala sério – reclamei com um muxoxo - Eu já tenho quase 17 e você me vê como um bebê?

         - Você vai ser sempre o meu bebê! – ela me abraçou – Agora trate de levantar que nós não queremos que você se atrase certo?

         Eu rolei os olhos novamente e me levantei.

         Esme era a nossa governanta, ela tem sido uma espécie de mãe e pai ao mesmo tempo para mim.

         Ela e minha mãe sempre foram amigas, bom, até minha mãe vir a falecer que por acaso coincidiu com a data de meu nascimento.

         Esme havia dito que fora complicações no parto, eu já havia me culpado muito e principalmente havia visto isso nos olhos de meu pai, ele podia não verbalizar mais eu sabia que ele mal passava tempo comigo por causa disso.

         Esme voltou a dizer que tudo era muito doloroso pra ele, que eu era a cara da minha mãe e tinha o mesmo jeito rebelde dela, ela havia dito que meu pai e minha mãe eram o casal mais apaixonado que ela havia visto, que minha mãe me amava desde o dia que soube que estava grávida, ela me esperara com todo amor e carinho.

         E eu havia matado ela.

         Talvez não seja assim, talvez eu dramatize demais, só que é isso que eu vejo toda vez que meu pai me olha, a raiva contida em seu olhar.

 Meu pai era um grande cirurgião plástico, operava os famosos, reformava atrizes e atores e por ai vai, ele simplesmente é muito ocupado para passar algum tempo comigo. Bom isso é o que ele alega, mas eu tenho certeza que ele apenas se enfiou de cabeça em seu trabalho por causa disso, Esme tentara me convencer do contrário sempre, falando que ele me ama e tudo mais, mas eu sabia que era mentira.

E ele se irritava mais ainda comigo por eu ter uma fixação por musica, por eu querer montar uma banda e não dar a mínima para os estudos.

Por que onde já se viu?

Eu era filha do Carlisle, eu tinha que honrar meu sobrenome. Quem sabe entrar para alguma faculdade da Ivy League, fazer medicina e ser outra médica sem tempo algum para os filhos.

Mas eu não queria.

         E eu não iria fazer apenas pra agradar ele.

         Esme me chamava de rebelde.

         Carlisle me chamava de insolente.

         E eu? Bom, eu não dava a mínima para eles.