Do you remember us? escrita por Agatha DS
Falta apenas um mês para o meu casamento, de pensar que vou ter a chance de me casar pela segunda vez com o amor da minha vida. Nós estamos fazendo uma coisa bem pequena, apenas para os amigos e a família, mas ainda não achamos um lugar. Eu me acostumei ao ritmo do estágio no hospital, e já não fico tão desanimada e as coisas estão melhorando.
Domingo, estava sentada com Damon no sofá, nós dois brincando de acertar as almofadas um no outro, como duas crianças quando meu celular tocou, o achei em baixo do sofá, fiz cara feia e joguei uma almofada no rosto de Damon e atendi.
— Alô – eu estava ofegante.
— Elena – era minha mãe, e sua voz estava estranha.
— Mãe? Está tudo bem?
— Não – ela estava chorando – Elena é o seu pai, ele foi internado as pressas.
— O que? – eu sabia a algum tempo que ele não estava bem, mas se recusava a ir ao hospital – Estou indo ai.
Subi correndo as escadas, vesti uma calça jeans e uma camiseta branca, separei meu uniforme e desci as escadas correndo de novo.
— Estou indo para o hospital, meu pai não está bem, você vai comigo?
— Claro – Damon se levantou apressado, pegando as chaves e a carteira.
Enquanto Damon dirigia até o hospital eu estava aflita, meu relacionamento com meu pai não é dos melhores, mas ele é o meu pai, eu estava preocupada. Chegamos alguns minutos depois, perguntei á recepcionista Nicole sobre meu pai, e ela me disse para ir até o quinto andar, que era a UTI, eu corri até o elevador, com Damon me seguindo.
— Mãe – abracei minha mãe que estava entre soluços – o que aconteceu?
— Seu pai é um teimoso, ele não quis vir ao hospital, mas hoje ele acordou muito mal, com dores no peito e tive que chamar uma ambulância para trazer ele.
— Eu vou ver o que eu posso fazer, você fica calma ok?
Ela assentiu, lancei um olhar para Damon e ele fez o mesmo, fui até o vestiário e vesti meu uniforme, e então fui procurar saber o que havia acontecido com meu pai, e então minha supervisora aparecer com sua cara amarrada.
— Gilbert, hoje é a sua folga, o que está fazendo aqui?
— Meu pai, ele veio na emergência, eu preciso saber como ele está.
— O médio irá falar com você, sabe muito bem os procedimentos.
— Eu sei, e eu nunca faria nada se não fosse muito importante, por favor, me deixe só dar uma olhada no caso, ou nele, por favor.
A contra gosto ela assentiu, e eu procurei por sua entrada, ele havia tido um inicio de infarto, e não constava mais nada, suspirei frustrada.
Voltei alguns minutos depois até a sala de espera, minha mãe estava chorando no ombro de Jeremy, e Damon estava segurando sua mão, ela lançou os olhos para mim.
— Como ele está?
— Ele teve um inicio de infarto, e é tudo o que consta por enquanto, mas em alguns minutos o médico responsável deve vir falar com você.
Damon pulou para a cadeira do lado, me deixando ao lado de minha mãe, que continuava a chorar e eu a ouvi resmungar algumas coisas, meu coração estava apertado, só espero que meu pai esteja bem.
Vinte minutos se passaram, o Dr. Koller apareceu, me levantei e caminhei rápida até ele.
— É o meu pai, o que aconteceu?
— Gilbert, você prefere que eu fale com você em particular e você informe a sua família?
— Pode falar o Dr. Eu não vou conseguir. – me afastei um pouco e ele olhou direto para minha mãe.
— O Sr. Gilbert teve um inicio de infarto, mas o que causou isso foi o câncer no fígado, que já se espalhou pelos outros órgãos – senti a mão da minha mãe perder a força.
— Câncer? – ela sussurrou.
— Sim Sra. Gilbert, o câncer dele já está no estagio quatro, ele não sentiu nada nos últimos tempos?
— Ele sentia enjoos, desmaiava, se sentia cansado, mas não quis procurar um médico – disse.
— Esse foi um grande erro.
— Tem algo que o Dr. Possa fazer? – minha mãe perguntou.
— Sra. Gilbert, nós podemos entrar com a quimioterapia, mas em um estagio quatro, as chances são mínimas.
— Quanto tempo ele tem? – perguntou Jeremy.
— De quatro a oito semanas, eu sinto muito. – ele me encarou e eu assenti, então ele se retirou, minha mãe se sentou na cadeira, ela chorava desesperadamente.
O aperto no peito voltou, eu vou perder o meu pai, como isso pode ter acontecido? Como ele deixou isso acontecer?
— Mãe – eu fui falar algo, mas ela levantou um dedo, indicando que eu não falasse nada.
Eu entendo o que ela esta passando, passei por algo similar, e a dor é insuportável, para ela ainda pior, porque ela sabe que o amor da vida dela vai mesmo deixa-la, é uma certeza.
Uma hora depois uma enfermeira disse que nós poderíamos vê-lo, eu entrei com a minha mãe e Jeremy, Damon preferiu não irritar meu pai então ficou lá.
— Greyson – minha mãe o abraçou, e colocou a cabeça em seu peito, ele a afagou.
— Miranda, eu sinto muito, me desculpe não ter ouvido você.
— Você vai me deixar.
— Você não deveria ficar assim, eu sou um marido horrível, sei disso.
— Não, você não é um marido horrível, só é complicado – ela sorriu e passou a mão em seu rosto.
— E agora estou pagando por tudo que fiz vocês passarem – ele riu infeliz.
— Não diga isso.
Enquanto eles conversavam, eu fiquei ao fundo do quarto, apenas observando, não queria irrita-lo, e nós não nos falávamos a tanto tempo, meu coração batia acelerado, ver meu pai assim não era fácil, doía cada célula do meu corpo, eles conversaram e choraram, e então meu pai me chamou.
— Elena.
— Oi – forcei um sorriso e me aproximei.
— Eu quero falar com você filha, em particular na verdade – ele lançou um sorriso para minha mãe, ela assentiu e saiu do quarto com Jeremy. – Você me perdoa filha?
— Pelo que? – eu estava conseguindo me controlar, eu não podia chorar.
— Por tudo, por todas as vezes que fui duro com você sem motivo, por todas as vezes que te fiz sofrer, que te fiz chorar, me perdoa filha.
— Pai eu não preciso te perdoar, não tem o que ser perdoado, já foi, já passou.
— Não filha, eu preciso que você me perdoe, eu preciso disso.
— Pai, podemos ter essa conversa um outro dia, não é a hora.
— Você pode ter razão – ele sorriu. – você está com o Damon?
— Vamos nos casar novamente no mês que vem.
— Certo – ele assentiu – espero que vocês sejam felizes.
— Espero que você esteja lá, comigo.
— Eu farei o possível – ele forçou um sorriso.
— Pai, agora você precisa descansar ok? É muito importante, você vai ficar em observação por algumas horas, a mãe provavelmente vai querer dormir aqui, e eu volto ás seis horas amanhã, e vou vir primeiro aqui – sorri.
— Tudo bem, até amanhã então – dei um beijo em seu rosto e sai dali.
Não poderia ter uma conversa de perdão, não hoje.
Voltei a sala de espera, minha mãe ainda chorava, mas estava mais controlada, Damon segurava sua mão, e ele sorriu ao me ver.
— Mãe agora ele vai dormir, você vai com a gente?
— Não, eu preciso ficar.
— Eu entendo, tudo bem, Jer?
— Eu vou de taxi depois Lena.
— Tudo bem, eu volto amanhã seis horas ok? – dei um beijo na testa de minha mãe – vai ficar tudo bem.
Damon e eu chegamos em casa, eu estava chateada, fui direto para o quarto, tirei minha roupa e entrei no chuveiro. Tomei um longo banho, quente e demorado, tentando processar todas as novas informações sobre o meu pai, não seria nada fácil para ele, ou para todos nós.
Vesti uma camisola e voltei para o quarto, eram quase oito horas da noite, eu não sentia fome, desci as escadas e vi Damon sentado na banqueta da cozinha, comendo algo.
— Como você está pequena? – ele se virou para mim e me puxou pela cintura.
— Não sei, parece que é mentira sabe?
— Sei, mas ele é durão vai ser bem mais do que a previsão do Dr. – ele me deu um beijo, mordendo meu lábio inferior.
— Espero que tenha razão.
— Eu sempre tenho – ele deu seu sorriso malicioso de canto e me pegou no colo – Apenas um mês.
— Está ansioso assim? – eu ri.
— Você nem imagina, não gosto quando te chamam de Gilbert, não consigo lidar.
— Eu sei, não vejo a hora de voltar a ser Salvatore, sabia?
— Ótimo, porque muito em breve você será.
Damon subiu para o quarto, e me deitou na cama, subindo em cima de mim e me beijando com carinho, passando suas mão pela lateral do meu corpo.
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O que acharam? vou aguardar os comentários ok? até amanha :*