Do you remember us? escrita por Agatha DS


Capítulo 56
Capítulo 56 - You really promise.


Notas iniciais do capítulo

Capítulo 56 - You really promise.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/692115/chapter/56

 Cinco dias se passaram, Damon continuou na mesma, desacordado e respirando por aparelhos, eu já chorei, já sofri, já quis gritar com ele para que voltasse para mim. Hoje é o ultimo dia do ano, enquanto a maioria está viajando e indo comemorar o réveillon, eu decidi ficar aqui, Lilly teve que voltar para sua casa, e voltaria no começo da semana, minha mãe contra vontade foi viajar com meu pai e Jeremy, Dani viajou ontem com Richard, e Caroline e Klaus iriam passar a virada do ano com a família dele, e eu passaria com ele, apenas nos dois, e o silencio que nos rodeia o dia todo.

— Você tem certeza que não quer ir passar a virada com a gente? Depois você volta Lena – disse Caroline me encarando.

— Eu tenho certeza Car, não quero deixa-lo de jeito nenhum.

 Nesses dias os únicos momentos que eu saia de perto dele, era para ir em casa tomar um banho, e voltava logo em seguida, sem conseguir comer direito eu havia emagrecido muito, minhas calças estavam folgadas  e meu rosto marcado pelas olheiras profundas, e eu me sentia pior a cada dia, era um vazio que eu tinha que lidar dentro de mim, e ele parecia rir de mim, gritando eu não vou te deixar. Eu iria até a casa de Damon hoje para ficar um pouco com Lord, que segundo Caroline, não estava comendo e estava triste.

 Chegando lá ele fez festa para mim, todo empolgado e aparentemente feliz, e quando fechei a porta ele parecia decepcionado, dava para ver em seus olhos que ele queria o Damon.

— Eu também grandão – disse o abraçando – eu também.

 Eu limpei a bagunça dele, e tive que jogar duas almofadas no lixo pois ele as destruiu completamente. Me sentei no chão ao lado do comedouro de Lord e fiquei o acariciando enquanto ele comia sua ração. Após ficar horas com Lord no chão brincando e acariciando seus pelos dourados, resolvi ir até o quarto, a cama estava arrumada e eu me deitei no seu travesseiro, que tinha o cheiro dele, seu perfume e seu pós barba, abaixo dele uma camiseta preta que ele usava de vez em quando para dormir, com o cheio de seu corpo, eu a abracei com força e fiquei ali me embriagando com seu cheiro e chorando como uma criança perdida.

  O hospital estava mais silencioso que o normal, haviam apenas dois médicos e dois enfermeiros de plantão para o andar, eu voltei para o quarto, dei um beijo na testa de Damon e fui para a poltrona, e estava ainda agradecida pela Dra. Reid ter assinado minha autorização de permanência vinte e quatro horas com ele. Me aconcheguei puxando a coberta para cima de mim, e fiquei lendo um livro á luz que vinha do abajur ao meu lado.

 Era quase meia noite, faltavam cerca de apenas cinco minutos, deixei o livro e a coberta ali e me sentei ao lado de Damon, pegando sua mão e controlando desesperadamente a vontade de me deitar ao seu lado.

 - Ah meu amor – suspirei olhando seu rosto – por que você ainda não voltou para mim? Isso é você me castigando? Por eu não ter acreditado em você, por eu ter te deixado? Ou por eu ter namorado outro? Ah Damon, se você soubesse o quanto me arrependo de cada decisão que tomei, e eu sei que você me perdoaria por tudo, porque você é assim, você é maravilhoso, e eu ia deixar essa conversa para quando você estivesse acordado, mas lá vai: Eu peço desculpas meu amor, por não ter acreditado em você, por ter te deixado, por ter te magoado, por ter tomado cada decisão errada, por ter sido infantil, e acima de tudo por ter me esquecido de você – eu já estava em lagrimas – me lembro agora da sua cara quando eu não te reconheci, e nada nesse mundo me machuca mais do que aquela cara, do que ver a dor nos seus olhos, e eu sei que nesse tempo eu te causei muita dor, e eu juro que isso de jeito nenhum foi minha intenção. Lembra daquela nossa conversa sobre o nosso amor? Quando eu disse que não precisava mais das minhas memórias, e você disse que o que eu sentia por você sem as memórias era muito diferente do que eu sentia com elas? Você não poderia estar mais certo, hoje eu sei que realmente era diferente, eu não te amava, eu te desejava, eu me sentia culpada por não me lembrar, eu me sentia em divida com você, eu estava apaixonada, mas tinha muito carinho por você, o que acabou me confundindo, e agora eu estou tão feliz de ter minhas memórias de volta – suspirei e controlei minha respiração – de ter todas as nossas lembranças, de me lembrar de cada minuto que passei ao seu lado, eu fui a mulher mais feliz do mundo com você - as lagrimas deixaram minha voz fraca, aproximei meu rosto de seu ouvido – me deixe ser feliz daquele jeito de novo, me deixe te fazer feliz novamente meu amor, eu te prometo que nunca mais vou te deixar, nem que você queira – um sorriso saio em meio as lagrimas – volta pra mim Damon, por favor volta para mim. – coloquei o rosto ao lado de sua mão ainda á segurando, e pude ouvir os fogos lá fora, eu só conseguia chorar, e soluçar em meio as lagrimas.

— Você promete mesmo? – ouvi uma voz fraca ao fundo, e eu pude jurar que era minha imaginação me pregando uma peça, mas quando levantei a cabeça eu vi, seus lindos olhos azuis brilhando para mim.

 Nunca vou saber descrever a sensação que me invadiu naquele momento, é algo que você só sabe sentir, é inexplicável.

— Damon – eu gritei em lagrimas e o abracei com força, me esquecendo de seus machucados, de seu curativo no tórax, e de tudo, me perdi em seu peito, ele levou um tempo e finalmente colocou a mão nas minhas costas.

— Oi pequena – ele sorriu, seu peito subia e descia apressado - você se lembrou de mim?

— Sim, eu me lembrei de você, me lembrei de tudo - disse entre lagrimas - Eu te amo, te amo mais do que tudo na minha vida – agora eu o beijava, seus lábios estavam secos e pálidos – você voltou para mim – sussurrei entre eles, e ele deu um sorriso fraco.

— Eu não poderia te deixar sozinha.

— Me desculpa, por favor me desculpa – disse entre soluços.

— Não tenho que te desculpar por nada pequena. Eu te amo Elena.

— Também te amo bebê.

 Fiquei ali em seu abraço, sem vontade de mover nem um musculo se quer, sua respiração estava acelerada, e eu não consegui controlar as emoções que tomavam conta de mim. Nós ficamos ali abraçados por muito tempo, eu não sei quanto.

— Eu estou com sede. – ele disse passando a língua nos lábios, e me fazendo voltar á orbita da terra.

— Desculpa – sai de cima dele – eu vou chamar alguém, fica acordado – o medo de deixar ele ali e ele voltar a dormir.

 Sai corredor á fora, procurando por algum enfermeiro, encontrei uma das enfermeiras de plantão, e disse a ela que ele havia acordado e estava com sede.

 A enfermeira me pediu para esperar do lado de fora, e demorou cerca de quinze minutos para voltar. Voltei para o quarto, mas tive que ficar na poltrona até o médico terminar todos os exames.

— Pelo que estou vendo sua recuperação está indo bem Sr. Salvatore.

— Ele corre algum risco ainda? – perguntei me metendo na conversa.

— Aparente não – disse o médico seco, e após algumas perguntas a Damon ele se virou para mim. – Ele não pode beber água, se tiver sede molhe o algodão e coloque nos lábios dele, volto em algumas horas, qualquer coisa é só me chamar. – e ele saiu.

 Ver ele ali, acordado me parecia alucinação, um dos muitos sonhos que tive esses dias, era quase inacreditável, fiquei o admirando de longe, até que ele forçou um sorriso.

— Vem ficar aqui comigo – ele pediu, e eu imediatamente fui.

 Me sentei na cama bem na ponta, segurando a sua mão tentando fazer a minha ficha cair, isso é real, ele está acordado.

— Eu pensei que ia te perder para sempre – disse num sussurro.

— Eu não podia permitir que isso acontecesse – ele deu um sorriso fraco.

— Você precisa descansar – disse.

— Eu preciso de você – ele apertou minha mão – você se lembra de tudo mesmo?

— Tudo – sorri – você ouviu tudo o que eu disse?

— Sim.

— E por que não falou antes?

— Porque eu estava feliz em ouvir. - seus olhos estavam pequenos, quase fechados.

— Você imagina o susto que me deu?

— Vai por mim, eu sei muito bem o que você passou, eu passei isso por três meses.

 E uma pontada de culpa me invadiu novamente, engoli em seco e olhei para a sua mão, ainda gelada entre as minhas.

— Vamos deixar o passado para trás, pelo menos por enquanto.

— Vamos – sorri.

— Deita aqui comigo, eu preciso de você.

— Eu também preciso de você – disse com uma nova onda de lagrimas invadindo meus olhos, me deitei ao seu lado, virada de frente para ele, e tomando cuidado para não toca-lo, seus olhos azuis se fecharam e ele sorriu.

— Não imaginei que teria você comigo assim outra vez.

 Ficamos muito tempo em silencio, apenas aproveitando a sensação de ter um ao outro ali, naquela cama, ouvindo a respiração um do outro, e então ele ficou tenso.

— E o seu namorado?

— Nick?

— Você tem outro por acaso? – ele disse irritado.

— Não – ri – nós terminamos.

— Por que?

— Não sei, talvez tenha sido porque eu sai no meio da madrugada na noite de natal para vir ver o homem da minha vida, acho que isso o incomodou um pouco – disse irônica.

— É, acho que pode ter incomodado um pouco mesmo – seu corpo relaxou ao meu lado.

— Minhas memórias voltaram no momento em que eu vi de perto, você daquele jeito, parecia um corpo sem vida.

— O lado positivo disso tudo foi que suas memórias voltaram pequena.

— Preferia não ter sido necessário tais circunstancias.

 Nós ficamos novamente em um longo silencio, e só então me lembrei que haviam mais pessoas preocupadas com ele, e que eu tinha que avisar.

— Preciso avisar todo mundo que você acordou. – dei uma longa pausa – seria muito egoísmo se eu quisesse ter você só para mim por mais tempo?

— Seria – ele riu – mas eu acho que posso gostar de um pouco de egoísmo.

 Ficamos deitados lado a lado, em silencio, apenas contemplando o momento, até que ele dormiu, e eu resolvi ir avisar que ele havia acordado.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

O QUE ACHARAM? confesso que chorei muito escrevendo esse cap também, sem duvida um dos meus favoritos, então aguardo os comentários de vocês ok? quem quiser falar comigo no twitter é @dobreholtt, bj e até amanhã (:



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Do you remember us?" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.