Do you remember us? escrita por Agatha DS


Capítulo 50
Capítulo 50 - Stay with me.


Notas iniciais do capítulo

E aqui vamos nós, boa leitura



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Recebi olhares irritados pela sala, especificamente de Nick e meu pai, e antes que eu pudesse falar qualquer coisa ela continuou apressada – Elena, é o Damon – meu coração disparou, me levantei de onde estava e me afastei um pouco dos olhares curiosos.

— O que aconteceu com ele? – meu coração estava apertado, e eu me sentia ainda mais sufocada.

— Ele sofreu um acidente de carro – senti minhas pernas fraquejarem e meu corpo cair no chão, meus olhos estavam cheios de lagrimas – eu sei que vocês não estão mais juntos, peço desculpas por estar ligando – ela estava chorando, e sua voz era desesperada – mas por favor, vá até o hospital, eu já estou no taxi, mas vai levar mais de duas horas para chegar, eu não conheço mais ninguém que possa ir até lá, por favor Elena – ela estava quase implorando.

 Eu não conseguia respirar, nem senti quando Nick me pegou do chão e me levou até o sofá me abanando, eu só sentia um nó em minha garganta, e meu coração parecendo que alguém o estava apertando com força.

— Eu já estou indo – antes que ela respondesse eu desliguei.

 Eu precisava ter forças, para ir até lá, para ir até ele, Damon precisava de mim, me levantei ignorando minha mãe que perguntava o que havia acontecido.

— Elena – seus olhos estavam arregalados. – o que aconteceu?

— O Damon sofreu um acidente – sai do circulo de pessoas acima de mim – vou chamar um taxi, preciso ir – disse com a voz falha.

— Você vai correndo para ele Elena? – disse Nick segurando meu braço – eu sou seu namorado.

— Me solta Nick, eu preciso ir – disse puxando o braço e ele apertou mais.

— Você não vai ver ele Elena, de jeito nenhum – ele estava praticamente rosnando.

— Nem você, e nem absolutamente ninguém vai me impedir – puxei o braço com força.

— Elena, eu te levo espera – disse Dani pegando sua bolsa.

— Vamos logo Dani.

— Ele consegue estragar até o nosso natal, mesmo não estando com ela – reclamou meu pai, pensei em responder, mas Damon precisava de mim mais do que meu pai precisava de uma resposta.

 Peguei meu casaco no armário abaixo das escadas, eu estava com a mão na porta quando Nick me segurou novamente.

— Elena, se você sair por essa porta e for até ele, acabou tudo entre a gente.

— Sinto muito Nick – abri a porta e sai logo atrás de Dani.

 O vento gelado e flocos de neve nos saudaram, fui caminhando a passos largos até o carro e Dani também, ambas tentado se equilibrar nos saltos finos acima da neve derretida, bati a porta atrás de mim e coloquei o cinto, Dani fez o mesmo e saiu em disparada para o hospital.

— Tente ir o mais rápido possível por favor, eu pago as multas – ela assentiu, minha cabeça estava latejando, e estava difícil respirar, me sentia sufocada, assim como na hora do jantar,

 Eu estava tonta, meus olhos embaçados, minhas pernas bambas, eu sabia que algo estava errado, durante o jantar eu me senti mal, meu Deus, por favor cuida dele, fiz uma prece silenciosa.

 Vinte minutos depois nós chegamos no hospital, andei o mais rápido que pude até a entrada, fui até o balcão onde uma mulher me encarou.

— Damon Salvatore – disse ofegante.

— O que a senhorita é dele? – ela perguntou arqueando as sobrancelhas.

 Eu sabia que se dissesse que era amiga, ou ex namorada, ela não me deixaria vê-lo, e eu precisava disso.

— Sou esposa dele.

 Ela digitou algo no computador, e alguns segundos depois me lançou um olhar pesaroso.

— Quarto andar – ela franziu o lábio.

 Corri até o elevador, Dani me seguia apressada se equilibrando sem seus saltos, o que para mim já não estava mais difícil, o elevador demorou para chegar, eu estava impaciente, nervosa, ansiosa, uma mistura de emoções. As portas se abriram e nós entramos, apertei o numero quarto e puxei todo o ar possível.

— Ele vai ficar bem Lena – Dani passou a mão em meu braço, e eu queria muito acreditar nela, muito mesmo.

 A porta se abriu novamente, sai apressada até um balcão que havia no meio  de alguns corredores, meu coração doía acelerado, eu precisava saber como ele estava, o que havia acontecido, precisava que ele me dissesse que está bem.

— Damon Salvatore – disse para a mulher atrás do grande balcão, ela estava com uma cara amarrada e digitou algo no computador, o encarou por alguns minutos, depois me direcionou um olhar mais leve.

— Ele está em cirurgia.

 Cirurgia? Merda. Minhas pernas fraquejaram, e eu fiquei grata por estar apoiada no balcão,

— Você sabe me dizer o que aconteceu com ele? – perguntei ofegante, preciso me controlar, céus.

 - Consta aqui que o paciente entrou na emergência a uma hora, e foi direto para a sala de cirurgia. – ela me encarou por um longo minuto – vou solicitar um dos médicos assim que a cirurgia acabar, a senhora pode esperar na sala de espera – e me apontou uma sala no final do corredor á sua esquerda.

— Obrigada – minha voz quase não saiu.

 Caminhei lentamente até a sala de espera, me sentei em uma das cadeiras de plástico azul escura, meu corpo doía, o que será que está acontecendo lá? Como ele está? Não posso perde-lo, não assim, não para sempre, deixei a emoção tomar conta de mim, e minhas lagrimas escorrerem livremente, meu corpo estava pesado, quase não o aguentava, levei minhas mãos ao rosto tentando abafar meu choro descontrolado.

— Ele vai ficar bem Lena, ele vai, por favor se acalma – Dani me abraçou e ficou passando a mão em minha cabeça com delicadeza.

 As lagrimas haviam acabado, eu estava muda, e o pensamento longe dali, minha cabeça doía absurdamente como nunca antes, Dani mandava mensagens para alguém, e eu fiquei parada, no mesmo lugar, por horas deixando minha mente vagar em lembranças de um Damon sorridente, a dificuldade de respirar ainda estava ali, e cada vez que eu forçava mais a respiração era como se uma mão apertasse meus pulmões.

— Você quer um chá? Um café? – disse Dani me olhando, neguei com a cabeça.

— Elena, vamos para casa, você troca essa roupa e eu te trago de volta.

— Eu não posso sair daqui Dani – disse sendo tocada novamente pela emoção, não era justo.  

 Fiquei encarando o nada por um tempo, até que uma mulher entrou pela sala, ela estava eufórica, desesperada, e então reparei os olhos, era Lilly, ela me encarou, seu rosto estava pálido, e os olhos vermelhos, me levantei e fui até ela, a abraçando e voltando a chorar, ela chorava em meu ombro, tentei o máximo possível ser forte por ela, lhe dar apoio, mas estava cada vez mais difícil me conter, e então ela me soltou.

— Alguém disse alguma coisa?

— Ele está em cirurgia – ela levou a mão a boca e seus olhos se arregalaram – Disseram que assim que terminasse o médico viria falar comigo.

— Faz tempo que estão aqui? – ela perguntou, e eu não sabia responder.

— Uma hora e meia – disse Dani ao meu lado.

— Obrigada por vir Elena, eu não sabia quem chamar.

— A senhora fez o certo, obrigada por me avisar.

— Se você quiser ir embora, eu fico aqui e te dou noticias depois.

— Ir embora? – me controlei para não lhe dar uma resposta desagradável, ela estava sofrendo também – eu não vou sair daqui até ver ele. – não consegui controlar o meu tom, que saiu irritado.

— Tudo bem filha, não quis te irritar – e ela forçou um sorriso.

 Voltei para a cadeira, Lilly se sentou ao meu lado e pegou a minha mão, passei o polegar nas costas de sua mão, e ela estava fitando o nada, com um olhar vazio e triste.

— Elena, você quer que eu vá buscar uma roupa para você? Você está tremendo – disse ela segurando minha mão.

 Não sei se eu estava tremendo de frio, ou de nervoso, mas uma roupa mais confortável seria muito bem vinda.

— Por favor – assenti, com um sorriso fraco.

— Eu vou até em casa, e volto, por favor fica calma amiga – ela me deu um beijo no topo da cabeça e saiu.

 Lilly e eu ficamos em um profundo silêncio, algo dentro de mim gritava, minha cabeça doía cada minuto mais e fique tentada a pedir algum remédio á recepcionista. Longos minutos se passaram, e então um homem alto e magro, de cabelos grisalhos com um jaleco branco apareceu na nossa frente, ele nos olhou e olhou para sua prancheta.

— Damon Salvatore? – ele nos olhou de volta.

 Nós duas levantamos imediatamente e caminhamos até ele, ele suspirou, e algo dentro de mim me disse que não era bom.

— O Sr. Salvatore perdeu muito sangue, e nós não conseguimos repor tudo, em algumas horas faremos outra transfusão – ele observou nossas reações e continuou -  ele está desacordado desde que os paramédicos chegaram no local do acidente.

 Senti o sangue sair de meu rosto, Lilly apertou minha mão com força.

— O senhor tem idéia de como foi o acidente? – perguntei.

— Foi um acidente horrível de carro, nós ativamos a policia pois havia um segundo envolvido, ele saiu sem prestar socorro, e por hora é o que posso dizer. – eu assenti.

— Nós podemos vê-lo? – Lilly perguntou em tom de suplica, seus olhos estavam cheios de lagrimas.

— O que a senhora é dele? – ele perguntou.

— Mãe – sua voz estava embriagada, e ele olhou para mim.

— Eu sou... – eles descobririam que eu não era esposa dele, não mais. – sou a ex-mulher dele.

— A senhora pode vê-lo em alguns minutos – ele disse olhando para Lilly – e a senhora, eu sinto muito, mas ex-mulher não é considerado família, só quando ele for para o quarto.

 Foi como outro soco, ótimo, eu não vou poder vê-lo, mas eu preciso desesperadamente, preciso ouvir seu coração bater, preciso ver que ele está respirando.

 Quando me dei conta o médico não estava mais lá, e Lilly me olhou com pena.

— Sinto muito Elena.

— Por favor, a senhora pode falar com eles, por favor, peça para que me deixem entrar, por favor – eu segurava suas duas mãos, meu coração estava apertado, e algo dentro de mim dizia desesperadamente que precisava vê-lo.

— Eu vou tentar querida, prometo.

 Voltei a me sentar na cadeira de plástico desconfortavel, alguns minutos depois uma enfermeira chamou Lilly para ver ele, e o vazio me inundou ainda mais. Resolvi mandar uma mensagem para Caroline, avisando o que aconteceu.

                 Car, o Damon sofreu um acidente grave de carro, passou por uma cirurgia e está  desacordado. Bellevue Hospital Center. E

 Eu olhei o relógio marcava três da manhã, fiquei ali imaginando seus lindos olhos azuis, seus lábios macios, sua pele, suas mãos grandes, e eu voltei a chorar, por favor Deus, não o leve desse jeito.

 Meia hora se passou, fiquei ali tentando lutar com tudo o que eu estava sentindo, uma confusão tomara conta de mim, e então Dani chegou com uma bolsa e dois copos grandes de café, ela estava com Caroline e Klaus, eles estavam com os olhos assustados, e Caroline me abraçou com força.

— O que aconteceu? – disse próximo ao meu ouvido.

— Eles não me deixam ver ele – chorei em seu ombro.

— Eles vão ter que deixar Elena, pelo amor de Deus – ela bateu na perna irritada.

 Dani me entregou a bolsa com a roupa, fui até um banheiro e me troquei, colocando meu vestido na mesma, me olhei no espelho, profundas e escuras olheiras se formavam em baixo de meus olhos vermelhos, meu rosto estava inchado e vermelho, e a maquiagem borrada, passei uma agua no rosto e tirei o borrado ao redor dos olhos, voltei para a sala de espera, Caroline não estava lá.

— Onde ela foi? – perguntei ao Klaus.

— Tentar falar com alguém para você ver ele. – disse ele sem me olhar.

— Elena, você não pode pedir ao Nick? Os pais dele são médicos, talvez eles possam ajudar. – ri com a ideia.

— O Nick nunca vai querer me ajudar. – me lembrei de suas palavras antes que eu saísse de casa.

 Longas horas se passaram, entrava gente e saia gente, eu cochilei por alguns minutos no ombro de Dani ou Caroline, meu corpo todo doía, e já era dia lá fora, Lilly estava do outro lado da sala de espera, ela estava devastada, e sua dor era palpável. Minha cabeça continuava a doer, latejando sem parar, e isso estava me deixando ainda mais nervosa.

— Você vai poder vê-lo – disse Caroline com um sorriso ao voltar á sala de espera. – mas apenas pela janela.

— Já é alguma coisa – fiquei feliz, eu queria vê-lo mesmo que de longe.

 Alguns minutos depois uma enfermeira apareceu, ela me guiou até um corredor, e parou em frente á uma porta.

— A senhora pode vê-lo pela janela, ele está desacordado – ela me lançou um sorrisinho e saiu.

 Lentamente parei em frente á janela de vidro, e quando olhei ele estava lá, deitado, imóvel, e muito pálido, pude ver o lado de seu rosto que estava roxo, e os braços com cortes, levei á mão na boca em desespero de ver ele naquela situação, as lagrimas caiam novamente, encostei no vidro com minha mão livre, e fiquei encarando ele ali, desacordado, cheio de fios e respirando pelo aparelho. Não sei por quanto tempo eu fiquei ali parada, a enfermeira voltou e me acompanhou de volta á sala de espera, quando voltei minha mãe estava lá, com Jeremy, ela se levantou e correu até mim, me abraçando.

— Calma, calma – ela acariciava minha cabeça na tentativa de me acalmar, eu chorava em seu ombro – ele vai ficar bem filha, você vai ver.

— Eu queria poder vê-lo de perto, tocar nele, eu só pude ver pela janela. - choraminguei

 Ela não disse nada, apenas me abraçou novamente. Caroline e Klaus foram até a casa dele para cuidar de Lord, Lilly teve que tomar calmante e eu ofereci que ela fosse para o meu apartamento, ela aceitou, e Dani á levou. Fiquei lá apenas com minha mãe e Jeremy, cada um de um lado segurando minhas mãos.

— Filha vamos em casa, você precisa descansar um pouco, está aqui desde a uma da manhã.

— Não vou sair daqui até ele acordar.

— Tudo bem então – ela suspirou – vou pegar um café.

 Ela saiu da sala, me deixando apenas com Jeremy, que estava em total silencio, encostei minha cabeça em seu ombro.

— Ele vai acordar Lena – Jer sorriu, eu sei que ele não é do tipo sentimental, mas fiquei feliz em ter meu irmão comigo nesse momento.

 Apenas assenti, eu não queria nem falar nada. Convenci Jeremy a ir com minha mãe e trazer algo para que eu pudesse comer, ele foi reclamando, mas foi, fiquei encarando a porta que levava para o corredor em que ele estava, pensando se eu conseguiria entrar lá sem ser pega,  me levantei e caminhei até lá, olhei pela janela circular no meio da porta e não havia ninguém ali, entrei no corredor e tomando muito cuidado para não fazer nenhum tipo de ruído, segui rapidamente até seu quarto, olhei pela janele e ele continuava ali, imóvel, olhei para todos os lados verificando se não havia ninguém, e entrei no quarto, fechando a porta atrás de mim.

 Caminhei lentamente até ele, seu rosto mesmo todo machucado ainda era sereno, e ainda assim lindo, lagrimas invadiram meus olhos e eu as reprimi, fiquei em pé ao seu lado, e segurei sua mão gelada, passando o polegar na palma, e então minha cabeça latejou mais forte do que antes, era insuportável, não consegui nem ficar com os olhos abertos, parecia que cada canto do meu cérebro pegava fogo, soltei a mão de Damon e levei as duas mãos na cabeça, fazendo o máximo possível para reprimir um grito de dor, comecei a ver tudo embaçado, e então alguém entrou no quarto apressado, e eu senti meu corpo bater com força no chão e a inconsciência me levar.

 E então eu vi uma luz clara, eu estava vendo uma Elena sorridente e um Damon maravilhado com sua visão, era o nosso casamento, provavelmente o dia mais feliz da minha vida, e então várias imagens, filmes e vozes passavam por meus olhos, era como um filme, tudo estava ali, cada minuto dos últimos quatro anos, cada briga, cada beijo, cada abraço, cada eu te amo, absolutamente tudo, momentos com Damon em casa, brincando na cama, fazendo guerra de travesseiro, nós dois conversando e imaginando um futuro, Lord se jogando entre nós dois na cama, e então Caroline apareceu, e cada conversa passou no filme á minha frente, cada conselho, discussão, e conversa alheia, cada minuto que passamos juntas estava ali, nós duas bebendo no bar, com Klaus e Damon rindo as nossas custas, Enzo me provocando dizendo que iria levar Damon para um bar de strip-tease, minha despedida de solteira em um bar para mulheres, meu casamento, as lindas palavras de Damon para mim, seu sorriso maravilhoso, o brilho de seus olhos, e também a lembrança de seu toque, suas mãos em meu rosto, no meu corpo, imagens de nossa lua de mel em Londres, visitando a cidade, se aquecendo na banheira de hidromassagem, caminhando abraçados, tentando fugir do frio agarrados um no outro, sua gargalhada ecoando em minha cabeça, nossas brigas por causa do Stefan, ou de alguma garota assanhada se jogando em cima dele no bar, e ele rindo dizendo que eu ficava linda com ciúmes, todas as nossas juras de amor, sob as estrelas, em campos floridos, na neve, na cama e deitados no sofá abraçados. A cada minuto que passava mais pessoas iam aparecendo no filme de minhas lembranças, mas a estrela principal com certeza era uma, Damon Salvatore. 


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Notas finais do capítulo

O QUE ACHARAM?
Como eu já tinha dito antes, chorei escrevendo esse cap, e tive que refaze-lo duas vezes, não fiquem bravos por ainda não ter dado certo, como eu disse é o inicio da segunda fase da fic, ELA SE LEMBROU, enfim vou aguardar ansiosa os comentários, e quem quiser falar comigo pelo twitter é @dobreholtt (: