Do you remember us? escrita por Agatha DS


Capítulo 2
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Notas iniciais do capítulo

Olá, eu adorei receber comentários no primeiro cap, espero que gostem desse, boa leitura.



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 Acordei arfando e suando, meu coração batia acelerado, meu peito estava apertado, aos poucos fui me acalmando, e então me dei conta, eu estava grávida, uma dor me consumiu, passei minha mão por minha barriga e as lagrimas brotaram em meus olhos, elas escorriam sem parar, eu estava angustiada, a porta do quarto se abriu, e minha mãe veio em minha direção, com uma expressão preocupada.

— Filha, está tudo bem? - ela passava a mão pela minha testa.

— Não - eu não conseguia parar de chorar - o Damon ainda está ai?

— Filha, ele dificilmente saiu daqui em três meses - ela sorriu - vou chama-lo.

 Ela saiu do quarto, respirei fundo, apertei o botão no controle remoto para que a cama levantasse um pouco, enxuguei as lagrimas de meu rosto, quando vi Damon entrar e fechar a porta atrás de si.

— Você queria me ver?

— Sim, Damon acho que eu me lembrei de uma coisa durante o meu sonho.

— Sério? o que você se lembrou? - seus olhos brilhavam.

— Eu estava grávida? - ao ouvir minha pergunta parecia que alguem o tinha socado a cara, e a resposta demorou alguns longos segundos.

— Sim, você estava, na verdade eu soube no hospital - ele deu um sorriso irônico, mas cheio de dor - aparentemente você estava voltando da consulta, acharam um par de sapatinhos brancos na sua bolsa - ficamos em silêncio por um longo tempo - Eu pensei em lhe dizer ontem, mas você nem se lembrava de mim, achei melhor esperar um pouco.

 Eu não sabia o que dizer, ele aparentemente também não, nós ficamos fitando o nada por longos minutos, até a porta se abrir, Dr. Lincoln entrou com uma prancheta em mãos.

— Boas noticias Elena - ele sorriu e olhou para mim - nós avaliamos seus examentes, o inchaço no seu cérebro já se foi quase por completo, e você poderá ter alta nas proximas horas.

— Ok Dr, mas e a minha memória? alguma idéia de quando ela vai voltar?

— Bom, analisamos o seu cérebro, e nada consta para essa falta de memória, então pode ser que ela vá voltando aos poucos, o importante é você voltar a sua vida, á sua rotina, quanto mais rapido retornar á sua vida, mais rapido suas memórias podem voltar - ele sorriu.

— Obrigada - ele acenou com a cabeça e saiu do quarto.

— Elena, você vai querer voltar para casa? para a nossa casa?

— Eu... Eu acho que sim, quem sabe voltando a minha rotina a minha memória não volte.

— Tudo bem então, Lord vai adorar ver você, e claro que eu também - ele deu um sorriso fraco - você pode não se lembrar, mas eu te amo mais do que tudo Elena.

 Ouvir ele falar aquilo foi como um tapa na minha cara, esse homem maravilhoso me ama, e eu não consigo me lembrar dele, eu devo amar esse homem, como não consigo me lembrar?

— Já está tarde, vou deixar você descansar, espero que tenha mais algum sonho, comigo de preferência - ele riu.

— Espero que sim.

 Ele deu um beijo em minha bochecha, pegou seu casaco e estava saindo, antes que ele deixasse o quarto eu o chamei.

— Damon. - ele se virou para me olhar. - Eu sinto muito - ele fez um cara de quem não entendia - pelo nosso bebê. - Damon parecia não respirar.

— Eu também sinto Lena. - soltou com ar de dor.

 E ele saiu do quarto, me deixando com meus pensamentos, depois de alguns minutos sozinha, minha mãe e meu pai entraram no quarto.

— Filha, viemos te dar um beijo, voltamos amanhã para te levar para casa - disse minha mãe me abraçando.

— Sobre isso - dei uma pausa - o doutor disse que para minha memória voltar, eu tenho que voltar a minha rotina diária, e pelo que eu sei, eu moro com o Damon, eu vou para casa com ele. - meu pai bufou.

— Você nem se lembra dele Elena - ele disse num tom de desprezo.

— Eu não me lembro dele, mas eu quero me lembrar, nós estamos casados a dois anos, eu com certeza o amo, só preciso me lembrar disso.

— Então fique com este homem de novo, escolha ele de novo - meu pai saiu do quarto batendo os pés.

— Como assim escolher ele de novo? do que ele está falando? - perguntei.

— Nada filha, não esquente a cabeça com seu pai, ele só sentiu saudades, e não sabe como demonstrar - minha mãe me lançou um sorriso meigo - tchau meu amor, eu te amo.

— Também te amo mãe - sorri para ela, enquanto ela fechava a porta atrás de si.

 Alguns minutos depois, uma das enfermeiras me trouxe o jantar, a comida era péssima, mas mesmo assim eu consegui comer um pouco. Depois do jantar tomei um banho rápido, infelizmente, e coloquei um pijama que estava em uma mala aos pés da minha cama. Me deitei na cama e fiquei pensando em tudo, eu preciso recuperar minha memória, eu preciso me lembrar do meu marido, preciso me lembrar dos meus amigos, da minha vida, e eu vou fazer tudo que for possível para que isso aconteça, aos poucos fui pegando no sono. 

   Senti alguém tocar minha mão, abri meus olhos assustada, havia um par de olhos azuis como as águas do Caribe me encarando.

— Bom dia Lena – ele deu um sorriso de lado.

— Bom dia Damon – sorri – já me deram alta?

— O Dr. Lincoln está acabando a papelada, ele pediu para que eu viesse te acordar, e bom, eu trouxe algumas roupas para você.

— Ah, obrigada.

 Peguei a mala que ele havia trago com as roupas e fui para o banheiro. Havia roupas bem básicas, escolhe por fim uma calça jeans skini preta, uma blusa de mangas compridas cinza clara, e um tênis preto, penteei meus cabelos, escovei os dentes, só então reparei na garota que estava no espelho, olheiras profundas, rosto pálido, e uma cicatriz na sombrancelha esquerda. Damon estava acabando de guardar as minhas coisas, quando o Dr. Lincoln entrou no quarto com um belo sorriso.

— Aqui está, os papéis da sua alta – ele entregou os papéis a Damon, que os assinou rapidamente.

— Já podemos ir Dr.?

— Podem sim, mas não se esqueçam de comparecer ás consultas marcadas, precisamos ficar de olho em você – ele me lançou um sorriso simpático, protetor.

— Pode deixar – sorri, eu estava doida para sair dali, nunca gostei de hospitais.

 Damon pegou a mala de minha mão, e a outra que estava ali, eu peguei os vasos com as flores que estavam no criado mudo, agradeci ao Dr. E sai do quarto. Fomos em silêncio até o carro, Damon colocou as malas no banco de trás, e as flores também.

— Meus pais sabem que eu tive alta? – perguntei assim que ele se sentou no banco do motorista.

— Sim, falei com a sua mãe hoje mais cedo, ela disse que irá lhe visitar amanhã. – ele forçou um sorriso.

— Ok – sorri de volta.

 Levaram cerca de vinte minutos até chegar em casa, Damon abriu a porta para mim, e pegou as coisas que estavam no carro.

 - Elena, pode pegar as chaves no meu bolso?

— Ah, claro – me senti estranha, mas coloquei a mão em seu bolso e peguei as chaves, ele me indicou qual era, e eu abri a porta.

 Damon entrou primeiro, colocou as malas no chão e as flores em um movel que estava ali, fiquei do lado de fora, não sei o que estava esperando.

— Elena? – Damon me olhou e sorriu – quer ser convidada a entrar na sua casa? – ele riu se divertindo com minha cara.

— Claro que não – ri também, e entrei.

 Assim que coloquei os pés dentro de casa, fui me virar para fechar a porta, quando fui atacada por um cachorro enorme, dourado, um Golden Retriver, ele era muito grande, e estava extremamente animado, ele ficava em pé, me prensando contra porta,  me lambia toda, e me  cheirava, ele parecia muito feliz em me ver.

— Lord – Damon o puxou com força, fazendo voltar á suas quatro patas – eu disse que ele estava sentindo sua falta.

— Oi Lord – sorri acariciando – o, me sentia muito culpada de não me lembrar dele.

— Bom, já que você não se lembra, vamos fazer um tour pela casa – Damon riu, e fez um gesto para que eu o seguisse.

  Conheci cada comodo da minha casa, um quarto grande, com uma cama de casal, um guarda roupa avantajado, uma televisão e alguns retratos, uma pequena biblioteca que também servia como escritório, uma cozinha também grande, com um balcão largo, com todos os eletrodomésticos necessários, e saindo da cozinha, já na sala, havia uma mesa pequena, com quatro lugares, ela era toda preta, e distante dessa mesa, a sala era aconchegante, com um sofá em L preto, uma televisão grande, alguns porta-retratos nas paredes, e uma cama de cachorro ao lado do sofá.

— Ele raramente dorme ai – disse Damon notando que eu estava encarando a cama de Lord.

— E onde ele dorme?

— Bom, quase sempre na nossa cama – Damon riu – ou no sofá, nós o acostumamos muito mal.

— Ele dorme com nós? – eu amo cachorros, amo muito, mas esse cachorro é enorme, como conseguiamos dormir com ele?

— Bom, ele sempre dava um jeito de entrar no nosso quarto durante a noite, fomos vencidos pelo cansaço.

— Entendi.

— Está com fome? – ele perguntou.

— Para falar a verdade, estou sim, aquela comida do hosipital não era muito agradavel.

— Ótimo, vou fazer o seu preferido.

— E qual é?

— Lasanha de quatro queijos.

— É sério? – ri.

— É claro, se você pudesse, comeria todos os dias, suas palavras.

— Meu Deus, vejo que meu paladar mudou muito.

— Ah mudou sim, acho que quando você saiu da casa dos seus pais grande parte de uma Elena riquinha e mimada ficou lá.

 Não falei mais nada, nenhum de nós falou, comecei a observar os porta-retratos que haviam pela sala, em um deles havia uma Elena com um sorriso maravilhado, vestida de noiva, e ao seu lado um Damon, sorrindo como bobo. Havia uma outra foto do casamento, Damon, minha mãe, meu irmão Jeremy e eu, fiquei me perguntando onde estaria meu pai.

— Damon?

— Sim – disse ele da cozinha.

— Por que meu pai não está na nossa foto do casamento?

— Bom, ele não foi ao nosso casamento – ele disse quase sussurrando.

— Ele não foi? – fiquei chocada, meu pai, não foi ao meu próprio casamento. – Você sabe o motivo?

— Ele disse que não queria presenciar o seu casamento comigo – ele deu um sorriso debochado. – O seu pai nunca foi muito com a minha cara, e desde que nos casamos eu nunca mais tinha o visto, sempre via sua mãe e seu irmão, jantavamos juntos, mas ele nunca estava – ele deu uma longa pausa – Eu só o vi novamente o dia que você foi internada, e ele apontava o dedo na minha cara e dizia que era minha culpa – ele riu novamente.

— Não consigo imaginar meu pai assim.

— Pois acredite, ele é exatamente assim.

 Deixamos esse assunto para lá, Damon viu que eu estava ficando chateada, logo a lasanha ficou pronta, nós almoçamos á mesa, quase o tempo todo em silêncio.

— Então, o que pretende fazer para me ajudar a recuperar minha memória? – disse o encarando.

— Não sei, que tal ver nosso álbum e videos de casamento? Você vivia dizendo que foi o melhor dia da sua vida, quem sabe se lembre de algo.

— É uma boa ideia.

 Acabamos de jantar, lavei a louça depois de muita insistência, e fui tomar um banho, eu olhava para as minhas roupas, e não pareciam minhas roupas, roupas simples, em sua maioria calças jeans, vestidos básicos, nada da Elena que usava vestidos floridos, roupas justas, e coisas do tipo. Por fim coloquei um pijama, desci as escadas e Damon estava no sofá, com dois álbuns de fotos, e mexendo em algo na televisão.

— Tudo pronto? – perguntei aparecendo do nada, o que o assustou.

— Desculpe, é que estou desacostumado a ter outra pessoa em casa – ele sorriu para mim – Você nem imagina como estou feliz em ter você aqui, nesse sofá comigo, mesmo que não se lembre de mim. - riu.

— Mas vou me lembrar – disse dando um sorriso sincero para ele.

— Assim espero. Quer começar com as fotos ou os videos?

— Vamos começar com as fotos.

— Ok.

 Me aproximei dele, ele abriu um dos albuns e começamos a ver as fotos, fotos do casamento, eu estava muito bonita, meu vestido era tomara que caia, solto com brilho por ele todo, meu cabelo estava num coque, com alguns fios da franja soltou, uma maquiagem maravilhosa, e um enorme buquet de rosas vermelhas, Damon estava tão lindo quanto eu, um terno preto, com uma rosa vermelha no bolso do terno, seus olhos tinham um brilho que qualquer uma seria sortuda em ser o motivo, e eu me esqueci dele.


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Notas finais do capítulo

O que acharam? aguardo os comentarios (:



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