Acordei com as duas mãos de Sophie em meu rosto, ela estava gargalhando, enquanto Damon balançava seu corpo.

— Que delicia acordar com essa coisa linda aqui – a abracei forte – bom dia meu anjo.

— Mama – eu passou os bracinhos por meu pescoço.

— Bom dia pequena – Damon me deu um selinho demorado.

— Bom dia amor – me sentei na cama – que horas a sua mãe chega?

— Já deve estar chegando, vamos descer? – Assenti.

 Vesti um shorts e uma camiseta, e nós três descemos, coloquei Soph no cadeirão, e ela ficou sentada batendo uma colher de urso na bandeja.

 Damon fez waffles com, eu arrumei a mesa, colocando a geléia de morango e as blueberrys que os dois adoram.

  Nós tomamos café da manhã juntos, e então Lilly chegou.

 Ela ficou grudada com Sophie a manhã toda, não me deixou fazer nada, então resolvi ir me arrumar.

 Tomei um banho demorado, sai enrolada na toalha, fui até o closet, escolhi uma saia preta de cintura alta, e um cropped também preto, me vesti, coloquei um peep toe aberto,  nude, de salto 18, sequei o meu cabelo e o deixei liso, passei uma maquiagem leve e estava acabando de me arrumar quando Damon entrou no closet.

— Está linda – ele beijou meu rosto e escolheu uma roupa.

— Sua mãe já deu banho na Sophie?

— Ainda está dando, a Sophie reclama que não quer sair e claro minha mãe deixa ela ficar.

— Toda vez a mesma coisa – disse rindo – vou até lá arrumar a Soph.

 Fui até o quarto de Sophie, ela já estava no trocador, Lilly a enxugava com cuidado, e conversava animada, falando sobre a festa dela.

 Peguei o vestido que eu havia escolhido para ela, todo rosa claro rodadinho, na cintura havia um laço maior cheio de paetê rosa escuro, a vesti e coloquei uma sapatilha de gatinho branca, Lilly prendeu o cabelo dela numa fivela de laço brilhante que ela adorava.

 Chegamos na chácara, já estava quase tudo pronto, e os convidados começariam a chegar a qualquer momento, tirei várias fotos de Sophie, comigo e com Damon, ela quis ir na cama elástica, Damon foi com ela enquanto eu ajudava com os últimos detalhes, o tema era ursinhos, haviam ursos de pelúcia maiores do que ela, perto da mesa de decoração, entre as mesas, na entrada, pendurados nos brinquedos. A decoração era toda branca e rosa clara, e ficou tudo muito fofo. Minha mãe foi a primeira a chegar, brincou um pouco com Sophie e depois veio falar comigo.

— Já faz um ano – ela sorriu – seu pai adoraria ter conhecido ela, ele sempre quis netos.

— Sabe, em muitas coisas ela me lembra ele, ela faz a cara de bravinha igualzinha a dele.

— Como eu queria que ele estivesse aqui hoje.

— Eu também – disse a abraçando.

 Dani e Richard chegaram logo depois, Emma foi direto para a piscina de bolinhas em que Sophie estava, e as duas ficaram brincando lá com a monitora.

 Os convidados foram chegando, Sophie ignorou quase todo mundo, ela só queria saber de brincar, e toda vez que eu tentava tirar ela do brinquedo para alguém falar com ela ela fazia manha e chorava.

 Me sentei entre Caroline e Dani, que conversavam sobre gravidez, vi de longe Damon conversando com Klaus, Richard e Enzo.

— O que estão achando? – perguntei.

— Está tudo lindo Elena – disse Dani – o tempo passou tão rápido.

— Nem me fale, parece que foi ontem que a segurei pela primeira vez.

— Não vejo a hora de ter o meu – disse Car acariciando a barriga – a propósito, é um menino – ela disse me olhando.

— Parabéns Car – a abracei – logo logo é ele que vai estar ali brincando com as duas, ou as irritando.

— Com certeza as irritando – ela disse rindo.

— Nós queremos outro filho – disse olhando para Sophie na cama elástica, mal conseguia ficar em pé, e dava suas gargalhadas gostosas. – Damon disse que é melhor agora, para ele ter menos diferença de Soph.

— E o que você acha? – Dani perguntou me observando.

— Eu quero, é claro, mas eu acabei de voltar a trabalhar, não queria ter que sair de novo.

— Não precisa ser agora, ele pode esperar – disse Car.

— Não tenho pressa, eu vou parar de tomar o remédio, e o que tiver que ser será.

— Exatamente – disseram juntas.

 Eu fiquei um tempo em cada mesa, minha mãe conversava animada com Lyana, me sentei ao lado de Lyana.

— Quanto tempo querida – ela me abraçou – sinto falta de vocês duas lá na loja.

— Sinto falta de lá também, era divertido.

— Sim, vocês e a Daniela foram as melhores funcionarias que eu já tive, e eu estou muito feliz por vocês, casadas e com suas lindas filhas.

— Obrigada Lyana.

 Fiquei ali mais alguns minutos, mas elas começaram a falar sobre o namorado de minha mãe, que eu honestamente ainda não estou pronta para saber.

— Quer beber algo? – Damon me abraçou.

— Não – sorri e dei um selinho demorado nele – hoje está sendo um dia de reflexões para mim.

— Sério? E o que está refletindo?

— O dia todo me faz pensar em como o tempo voa, e precisamos aproveitar, parece que foi ontem que eu acordei naquele hospital sem as minhas memórias.

— A pior época da minha vida – ele deu uma risada abafada – não gosto nem de lembrar.

— Não foi tão ruim assim.

— Quando eu me esquecer de quem é você, ai sim você vai me dizer se é ruim ou não.

— Você não pode se esquecer de mim, eu sou o amor da sua vida, e a mãe da sua filha.

— Realmente, você é – ele me abraçou mais forte e me beijou.

 Algumas horas depois nós cantamos parabéns, Sophie batia palmas toda sorridente, depois tirou fotos com nós dois, com as avós, as tias e tios, e se irritou, ela já estava morrendo de sono. Aos poucos os convidados foram embora, Sophie dormiu assim que a colocamos no bebê conforto, e Lilly foi falando animada sobre o quanto tudo estava fofo.

 Dei um banho em Sophie e a coloquei na cama, rezando para que ela dormisse a noite toda, já passava das oito da noite.

— Vamos sair? – perguntou Damon se sentando na cama enquanto eu tirava os sapatos.

— Para ir aonde?

— Não sei, nós podemos jantar fora, comemorar, afinal nós somos pais a um ano também – ele riu.

— Por mim tudo bem, se a sua mãe não se importar de ficar com a Sophie.

— Como se isso fosse difícil para ela – ele saiu do quarto rindo.

 Um ano que somos pais, um filme passou na minha cabeça, desde o momento em que soube que estava gravida, que fiquei irritada pois não havia sido planejado, depois quando tive que sair do trabalho, quando tive aquele sangramento na saída da faculdade, e então o dia em que Sophie nasceu, o momento exato que eu vi seu rosto perfeito, e mentalmente anotei cada traço de seu rosto, com Damon feliz ao meu lado, e nossa família começou ali, com a nossa filha perfeita. Lembrando do primeiro sorriso de Sophie, os primeiros dentinhos, a primeira vez que ela falou mama, e depois papa, o quanto prestava atenção em tudo que fazíamos, quando começou a brincar com seus pés e mãos, a primeira vez que comeu uma papinha e se sujou toda, as várias vezes que levantava no meio da madrugada com Damon e nós ficávamos sentados na poltrona com ela no colo até ela voltar a dormir, as vezes em que eu ficava admirando Damon enquanto conversava com Sophie e ela ria para ele, eu não poderia ter escolhido um pai melhor para minha filha, ele é incrível com ela, sempre cuidando o tempo todo, conversando e brincando, e dava para ver nos olhos dos dois o quanto se amavam, Sophie ria só de ver o rosto dele, as vezes eu até sentia ciúmes, de um com o outro, me sentia meio de lado, mas aprendi a apreciar essa relação de pai e filha.