Do you remember us? escrita por Agatha DS


Capítulo 100
Capítulo 100 - Our little girl.




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 Acordei em um lugar claro, com alguém segurando minha mão, meus olhos estavam pesados e eu quase não consegui abri-los.

— Oi pequena – era a voz de Damon, ele passou a mão no meu rosto – como está se sentindo?

 Sentindo? Como assim? E então tive um flash do que aconteceu, a dor, minha barriga, o sangue, minha bebê, abri os olhos assustada e tentei me sentar, mas os fios em mim me seguraram.

— Como está a minha filha? – perguntei encarando Damon.

— Ela está bem, esta tudo bem pequena, foi apenas um susto.

— Que bom que você está bem  - vi Lexa do outro lado segurando minha mão – você me assustou.

— Está tudo bem mesmo? – perguntei a Lexa.

— Sim Elena, a Dra. Hann que falou com a gente, vocês duas estão bem.

— Obrigada – disse olhando de Lexa para Nick – obrigada por me trazerem a tempo.

— Não tem de que – Nick sorriu tocando minha perna sob o lençol – agora nós vamos deixar você descansar ok?

— Ok – sorri – obrigada mesmo.

 Eles se despediram e saíram pela porta, Damon ficou olhando para a minha mão por longos minutos, e então sorriu para mim, seus olhos estavam cheios de lagrimas.

— Eu fiquei com tanto medo. – ele deitou a cabeça em cima da minha mão, com a outra acariciei sua seus cabelos.

— Está tudo bem amor, nós duas estamos bem.

— Ouvi dizer que você roubou o meu nome – disse a Dra. Hann entrando no quarto, ela estava sorrindo, Damon enxugou as lagrimas e levantou a cabeça.

— Oi – sorri para ela – é um nome bonito, e a essas alturas nossa Hope nem deve mais se chamar Hope.

— Você tem razão – ela parou ao meu lado – como está se sentindo?

— Estou bem, só sinto meu corpo pesado.

— São os remédios, você precisa dormir, posso assinar a sua alta já se você quiser.

— Você tem certeza que está tudo bem?

— Eu te garanto Elena, nunca te deixaria ir se não estivesse.

— Tudo bem então – sorri.

Ela saiu e voltou alguns minutos depois com os papéis da minha alta, Damon assinou e ela se despediu. Damon me entregou uma bolça com uma troca de roupa.

— Tive que ir buscar o carro, e aproveitei para te trazer uma roupa.

— Onde você deixou o carro? – tirei a camisola hospitalar e comecei a me vestir.

— Estava muito transito, por isso me atrasei, e quando a Lexa me ligou, eu estacionei o carro e vim correndo até aqui, literalmente.

— Você veio correndo? – eu ri.

— Sim – me aproximei dele, que me puxou para um abraço apertado, quase sufocante – eu tive muito medo pequena, não faz isso comigo de novo.

— Não pretendo – beijei seu rosto.

 E nós fomos embora para nossa casa.

                                                                       *

 Duas semanas se passaram, a primeira semana do nono mês de gestação, e em alguns dias poderei finalmente ter a minha filha nos meus braços, o que me deixa apavorada, eu não sei como cuidar de um bebê, não tenho nem ideia, por isso chamei Dani para passar o dia comigo, e ela pode me dar algumas dicas e eu posso ficar um tempo com a minha afilhada.

 Dani passou a tarde toda me dando dicas e explicações, e quando ela foi embora, me senti ainda mais desesperada, eu não vou conseguir fazer isso.

— Está tudo bem? – disse Damon se deitando ao meu lado na cama.

— Sim – sorri – tudo ótimo – não queria que ele soubesse sobre o meu medo de não saber o que fazer – Damon nós temos tudo o que precisamos? Para a bebê?

— Acho que sim – ele me olhou franzindo a testa – acha que falta algo?

— Não, eu só queria confirmar.

— Pequena, você precisa relaxar, vai dar tudo certo. – ele beijou meu rosto.

 Enquanto Damon passava um hidratante em minha barriga e conversava com a minha barriga, eu terminava de ler um dos meus livros sobre bebês, o que me ajudou a acalmar um pouco.

 Acordei com uma pontada forte na barriga, mas não como a do dia que fui parar no hospital, era mais fraca, mas incomoda, ela passou e eu tentei voltar a dormir, e então veio pela segunda vez, terceira, quarta, com intervalos de dez minutos, isso eram contrações, com certeza, a Dra. Stevens já havia me dito como seria.

— Damon – o cutuquei duas vezes – Damon – balancei seu braço, mas ele continuava dormindo – Damon – gritei, e ele se sentou assustado.

— O que? O que foi? – ele me olhou com os olhos arregalados.

— Eu acho que ela vai nascer.

— Agora? – ele levantou da cama num pulo – você tem certeza?

— Não – gritei – como posso ter certeza? Eu só sei que estou sentindo as contrações, marquei os minutos, a cada dez é uma contração mais forte do que a ultima, exatamente como a Dra. Stevens disse.

— Ok, nós vamos para o hospital, e pedimos para a Dra. Stevens nos encontrar lá ok? – assenti.

 Coloquei o primeiro vestido que vi na frente, e um casaco por cima, prendi meu cabelo num coque solto, enquanto Damon pegava a minha mala e a da bebê, e as colocava no carro.

— Está tudo pronto, já podemos ir – ele estava ofegante, eu ri da sua cara.

 Entrei no carro e coloquei o cinto, as contrações estavam mais fortes, e com uma pausa de seis minutos entre elas.

— Já estamos chegando – Damon disse ofegante, eu ri.

— Você está mais nervoso do que eu, da para aguentar Damon.

 Ele não respondeu, continuou dirigindo até o hospital, parou o carro na primeira vaga que apareceu e me ajudou a sair, quando paramos na entrada um enfermeiro trouxe uma cadeira de rodas, relutante me sentei nela, enquanto ele me levava até o elevador.

 Damon ficou passando os meus dados para a recepcionista, e tentando ligar para a Dra. Stevens.

 Me levaram para o meu quarto particular, e alguns minutos depois uma médica me examinou, disse que ainda levaria algum tempo, pois estava com seis centímetros de dilatação, ela me deu apenas uma epidural, o que fez da minha cintura para baixo tudo ficar dormente, eu não sentiria mais as contrações, o que foi um alivio.

— Consegui falar com a Dra. Stevens, ela já esta vindo.

— Pode ficar tranquilo, ainda vai levar algum tempo – sorri.

— Ok – ele disse se sentando na poltrona que estava ao lado da cama, respirou fundo e seu corpo relaxou – você está com dor?

— Não estou sentindo nada – disse rindo.

— Você é a prova que meu coração é forte, é cada susto que você dá Elena – ele sorriu passando a mão em meus cabelos.

— Não foi minha intenção, eu te garanto.

— Eu sei pequena – ele sorriu e se sentou na minha cama, segurando minha mão – ainda vai me querer no parto?

— Claro que sim – apertei sua mão de leve.

— Você quer que eu ligue para alguém? – olhei no relógio, passava das três e meia da manhã.

— Só liga para a minha mãe, avisa ela que estou com seis centímetros, e para Caroline e Dani apenas mande uma mensagem avisando que ela vai nascer em algumas horas.

— Ok – ele pegou o celular e saiu do quarto.

 Respirei fundo.

— Logo logo você vai estar aqui comigo – disse acariciando minha barriga – seja boazinha com a mamãe ok? E tenha muita paciência, nós vamos aprender como lidar uma com a outra – sorri.

 Cerca de vinte minutos depois Damon entrou no quarto, acompanhado da Dra. Stevens, me tranquilizei ainda mais com ela ali.

— Oi Elena – ela sorriu – como está?

— A dor está tão leve, que parece cócega.

— Aproveite enquanto dura – ela riu, e fez o teste – você está com oito centímetros, falta pouco, em alguns minutos a você vai começar a empurrar, e vai doer, mesmo com a epidural, mas você vai conseguir ok? – eu apenas assenti, ela se levantou e disse que voltaria daqui a pouco.

 Damon ficou sentado ao meu lado, segurando a minha mão, e conversando sobre o que faríamos daqui para a frente.

— Não vejo a hora de ver o quarto – disse rindo, Damon havia arrumado tudo, não me deixou ver nada, o que no começo me irritou, mas agora eu entendia.

— Eu sei que você vai gostar – ele beijou a minha testa.

 A Dra. Stevens voltou, me examinou e disse que eu já estava pronta, algumas enfermeiras apareceram, elas colocaram um berçário ali, com uma balança e alguns outros equipamentos, Damon ficou em pé ao meu lado segurando minha mão, agora eu estava nervosa, muito nervosa, não pela dor, mas e se algo desse errado?

— Eu vou estar com você o tempo todo – disse Damon, parece que ele lê os meus pensamentos, eu apenas assenti.

— Pronta Elena? – disse a Dra. Stevens me olhando, eu assenti, respirei fundo e comecei a fazer força.

 Comecei a sentir uma dor infernal, como se algo estivesse me abrindo ao meio com uma serra, minha garganta ficou seca, Damon estava olhando apenas para mim, eu forcei ainda mais, e apertando a mão dele, que fazia caretas, eu tentei o máximo possível não gritar, mas era difícil, e gritar parecia ajudar.

— Vamos lá Elena, força – ela dizia alto me incentivando.

— É tarde demais para querer uma cesárea? – gritei enquanto fazia força, ela riu.

— Sim, muito tarde.

 - Você consegue pequena – Damon beijou minha testa, agora suada.

Estavamos naquela tortura a duas horas e meia, e cada vez que eu empurrava mais forte eu sentia tudo dentro de mim queimar, naquele momento eu odiei Damon por ter me engravidado, me odiei por ter optado pelo parto normal, odiei a Dra. Stevens por ter me dito que era a escolha mais saudável. Eu estava cansada, meu corpo todo doía, e eu já não tinha mais forças para empurrar, as lagrimas se misturavam ao suor do meu rosto.

— Eu não consigo – disse chorando – não consigo, estou tão cansada.

— Elena você consegue sim, e precisa fazer isso agora, é a sua filha, e a cada minuto a mais é um risco, você precisa ser forte, pela sua filha.

— Força pequena – Damon segurava minha mão, e tudo que eu queria era dar um soco em seu rosto.

— Vem você fazer força – gritei – é tudo sua culpa. – gritei fazendo força novamente.

— Eu também te amo – ele disse rindo, o que aumentou minha vontade de bater nele.

 Foquei toda a minha raiva, e todo o meu desejo que ela saísse logo dali empurrando o máximo que pude, enquanto apertava a mão de Damon, até ambas ficarem quase brancas, e então senti algo escorregar para fora, e um choro fraco tomar conta do quarto, meu corpo todo tremia, e eu só queria dormir.

— Ela nasceu meu amor – Damon disse entre lagrimas me beijando, meus olhos estavam pesados.

— Eu quero vê-la – minha voz mal saiu, mas Damon entendeu.

 Ele se afastou e voltou algum tempo depois com ela enrolada no em um lençol rosa, ela estava toda coberta de sangue e uma gosma branca, mas ainda assim era encantadora.

— É a nossa filha – sorri fechando os olhos – nossa filha – sussurrei.

 E fui tomada pela exaustão.


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Notas finais do capítulo

O que acharam? vou aguardar os comentários ok?
Desculpa estar postando tão tarde x.x



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