O sinal do colégio tocou, e então os corredores ficaram cheios. Os alunos se dirigiam para o refeitório, e com Luce não era diferente. A garota não era o que se chamava de popular, ela mal falava direito.

Ela se sentava com seu grupo de amigos, que não exatamente amigos, apenas colegas da aula de matemática avançada. Ela sempre se sentava ao lado do que poderia ser considerado uma boa amizade, Summer.

E como sempre, deixou seu olhar vagar até o loiro. Luke era a incógnita de Luce.

Em alguns momentos ele agia como um idiota popular que não se importava com nada, em outros, quando estava com uma guitarra na mão ele era...bem, extraordinário.

Luce espionou algumas vezes Luke na sala de música, quando ele achava que estava sozinho, e cantava suas músicas, foi ai que ela se interessou. Ela queria saber quem ele era de verdade.

Mas isso não aconteceria porque...ela era tímida demais,e socialmente invisível.

Ela não consegui reprimir a careta, quando Meghan se inclinou sobre a mesa e beijou Luke.

Esse era um dos motivos dela não se aproximar do loiro, ele vivia num eterno rolo com Meghan, sua amiga de infância. Ah, e atualmente na cabeça dela, uma vadia.

—Luce!-a voz de Summer a despertou.

—Ãn...sim?-ela perguntou confusa.

—Você tá encarando a mesa deles de novo- a ruiva alertou.

—Só estava pensando, nem percebi isso- deu de ombros.

—Tá legal- a garota não parecia convencida- vamos, ainda temos que passar na biblioteca.

Luce lançou um ultimo olhar pra Luke, e seguiu sua amiga.

Summer resmungava algo sobre a bagunça dos livros, mas a mente de Luce estava pensando na carta que tinha escrito, a carta que inicialmente era pra ser entregue a Luke, mas a coragem havia acabado.

—Eu não tenho nada a perder- ela sussurrou pra si mesma.

Mais tarde, sorrateiramente, Luce colocou a carta no armário do loiro.

Naquela noite, nem seus problemas foram capaz de afetar a alegria que ela estava sentindo. Foi dormir ansiando pelo dia seguinte, num mundo onde Luke sabia que a garota invisível existia.

“Luke

Sei que você deve estar se perguntando porque estou escrevendo uma carta pra você, pra falar a verdade, nem eu sei direito. Acho que gosto dá ideia de fazer algo único, ou pelo menos algo que não fazem mais hoje em dia.

Me falta coragem pra falar, seus olhos azuis me fazem perder as palavras. Fico te observando, de longe, e é como se fossemos de mundos diferentes. As vezes realmente acredito que somos.

Você é...bem, incrível e eu...sou, como todos dizem, meio invisível.

Mas acredito que você não seja só mais um rostinho bonito, como muitos acreditam. Eu não, eu te vi com sua guitarra, você parecia flutuar, como se só a música existisse. Foi incrível, e de alguma forma, eu também flutuei.

Isso me fez perguntar quem você é de verdade, por trás de todas essas camadas.

Quem você é de verdade, Luke?

—Garota invisível”