Immortal escrita por havilliard


Capítulo 7
1910


Notas iniciais do capítulo

Desculpem por não ter postado ontem. Não tive tempo.



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1910, Veneza

— Ah, nada melhor que um passeio pelo canal. — a garota comenta, enquanto aproveita os poucos raios de Sol que surgem através das nuvens.

— Temos que aproveitar. Um tempo bom como esse, é raridade. — o rapaz que a acompanha, concorda. — E, além do mais, eu precisava conversar com você à sós, Alex. — ele complementa.

— Não estamos sozinhos, Tavio.

— O remador não conta. — ele rebate, fazendo a menina rir. — Como eu estava falando Alex, queria tratar de um assunto importante com você.

A garota, que antes iluminava seu rosto ao Sol, direcionou sua atenção ao rapaz com um olhar sério.

— Assunto importante? — pergunta, curiosa. O rapaz confirma, balançando a cabeça. — Que assunto importante?

— Hm… não sei… como… nós sermos amigos de longa data e…

— E… o quê? — a loira pressiona o garoto, que estava um pouco tímido. — Ottavio!

— Eu… eu gosto de você, Lex. — ele confessou. — Queria que fosse minha esposa…

Alex o encarou, surpresa. Seu melhor amigo a estava pedindo em casamento. Não sabia o que sentir.

A moça não podia negar. Sentia, sim, certa queda pelo moreno. E não era de agora. Não. Desde que eram pequenos, a loira amava o rapaz. Porém, o mesmo nunca correspondeu. Agora, vários anos depois, tudo o que ela sempre desejou estava acontecendo. Mas, por que seu coração não disparou quando o ouviu dizer isso? Por que ela não sentia-se mais como se quisesse voar? Por que seu coração não batia mais da mesma forma por Ottavio? E então, ela lembrou-se. Foi o azul. Aquele azul que vira apenas uma vez, mas tocou no mais profundo de sua alma. Foi ele.

Certa vez, enquanto passeava com sua amiga Lucinda, o viu ao longe. Rapaz de estatura mediana, braços fortes, cabelos castanhos cobertos pelo chapéu e a franja sobre a testa. Seus olhos, de um azul espetacular.

Estava ele e outro rapaz. Este com olhos incrivelmente verdes. Não os tinha visto até a amiga mostrar. O olhar de ambos se cruzaram, fazendo a loira sentir como se um choque tivesse passado por seu corpo.

Percebeu que o rapaz fez um comentário com o companheiro e abaixou a cabeça, um pouco envergonhada.

— Lex... você está bem? — a voz de Ottavio a trouxe de volta ao recente pedido de casamento.

— Sim, eu... só fiquei surpresa. — ela falou, desconsertada. — Você...

— Quero que case comigo, Alexandra. — ele repetiu.

— Tavio... eu... não sei o que dizer.

Diga que não, ouviu alguém dizer. A garota pulou, assustada. Só haviam duas pessoas naquela canoa, mais o remador. Quem poderia ter falado tão próximo a ela assim?

— Diga que sim, Lex. — o rapaz insistiu.

A loira suspirou e acariciou o rosto do rapaz.

Não aceite, a voz misteriosa ordenou, novamente. Foi então que a garota percebeu que a voz não vinha de alguém próximo, e sim, de dentro de sua cabeça. Ninguém mais está ouvindo, só você Alexandra.

Como sabe meu nome? — ela sussurrou, para si mesma. Estava confusa e perdida.

— O quê? — o rapaz a sua frente, perguntou. Começara a pensar que a garota estava enlouquecendo.

A mesma suspirou e tentou ignorar a voz em sua cabeça.

— Tavio, eu te conheço a tanto tempo... Você é meu melhor amigo, e eu confesso que já fui apaixonada por você. — a menina admitiu, um pouco vermelha. O rapaz sorriu, timidamente. — Mas...

— Tem outra pessoa, não é? — o garoto completou a frase da loira, um pouco chateado.

Antes que a menina pudesse responder, sentiu algo perfurar suas costas. O rapaz, vendo-a arfar de dor, se desesperou.

— Alex? O que aconteceu, Alex? Por que está saindo sangue de sua boca? — e então, a garota tombou em seus braços, meio desacordada. — ALEX!! ALGUÉM ME AJUDA, POR FAVOR.

O remador, assustado com a gritaria, se virou para trás e se assombrou ao ver a garota desmaiando. Deixou os remos da canoa de lado e correu até a loira, a tomando nos braços.

— Não! Não, não, não, não, não. Alex, não. — ele exclamou, exasperado.

— Solte-a!! — o rapaz de cabelos negros ordenou, enciumado.

Mas o remador o ignorou, estava desesperado demais para obedecer ordens. A única garota que ele amou nesta vida e em outras, estava partindo. Novamente.

Por favor, Alexandra. Não vá novamente, o remador implorou, na mente da garota.

Com muito esforço, a menina olhou para o rapaz de olhos azuis e sorriu levemente.

— É... v-voc-cê. — balbuciou, quase inconsciente.

Sim, sim. Sou eu. Estou aqui, de novo, como sempre estive e sempre estarei.

— E-eu não... — a garota tossiu um pouco de sangue. — Não te c-conheço direit-to, m-mas eu t-te amo.

Com os olhos marejados e a dor da perda – esta que já era sua amiga mais íntima – o rapaz sorriu, assentindo fracamente.

Eu também te amo, minha querida. E vou te amar pelas próximas vidas.


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Notas finais do capítulo

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