Immortal escrita por havilliard
Notas iniciais do capítulo
Desculpem por não ter postado ontem. Não tive tempo.
1910, Veneza
— Ah, nada melhor que um passeio pelo canal. — a garota comenta, enquanto aproveita os poucos raios de Sol que surgem através das nuvens.
— Temos que aproveitar. Um tempo bom como esse, é raridade. — o rapaz que a acompanha, concorda. — E, além do mais, eu precisava conversar com você à sós, Alex. — ele complementa.
— Não estamos sozinhos, Tavio.
— O remador não conta. — ele rebate, fazendo a menina rir. — Como eu estava falando Alex, queria tratar de um assunto importante com você.
A garota, que antes iluminava seu rosto ao Sol, direcionou sua atenção ao rapaz com um olhar sério.
— Assunto importante? — pergunta, curiosa. O rapaz confirma, balançando a cabeça. — Que assunto importante?
— Hm… não sei… como… nós sermos amigos de longa data e…
— E… o quê? — a loira pressiona o garoto, que estava um pouco tímido. — Ottavio!
— Eu… eu gosto de você, Lex. — ele confessou. — Queria que fosse minha esposa…
Alex o encarou, surpresa. Seu melhor amigo a estava pedindo em casamento. Não sabia o que sentir.
A moça não podia negar. Sentia, sim, certa queda pelo moreno. E não era de agora. Não. Desde que eram pequenos, a loira amava o rapaz. Porém, o mesmo nunca correspondeu. Agora, vários anos depois, tudo o que ela sempre desejou estava acontecendo. Mas, por que seu coração não disparou quando o ouviu dizer isso? Por que ela não sentia-se mais como se quisesse voar? Por que seu coração não batia mais da mesma forma por Ottavio? E então, ela lembrou-se. Foi o azul. Aquele azul que vira apenas uma vez, mas tocou no mais profundo de sua alma. Foi ele.
Certa vez, enquanto passeava com sua amiga Lucinda, o viu ao longe. Rapaz de estatura mediana, braços fortes, cabelos castanhos cobertos pelo chapéu e a franja sobre a testa. Seus olhos, de um azul espetacular.
Estava ele e outro rapaz. Este com olhos incrivelmente verdes. Não os tinha visto até a amiga mostrar. O olhar de ambos se cruzaram, fazendo a loira sentir como se um choque tivesse passado por seu corpo.
Percebeu que o rapaz fez um comentário com o companheiro e abaixou a cabeça, um pouco envergonhada.
— Lex... você está bem? — a voz de Ottavio a trouxe de volta ao recente pedido de casamento.
— Sim, eu... só fiquei surpresa. — ela falou, desconsertada. — Você...
— Quero que case comigo, Alexandra. — ele repetiu.
— Tavio... eu... não sei o que dizer.
Diga que não, ouviu alguém dizer. A garota pulou, assustada. Só haviam duas pessoas naquela canoa, mais o remador. Quem poderia ter falado tão próximo a ela assim?
— Diga que sim, Lex. — o rapaz insistiu.
A loira suspirou e acariciou o rosto do rapaz.
Não aceite, a voz misteriosa ordenou, novamente. Foi então que a garota percebeu que a voz não vinha de alguém próximo, e sim, de dentro de sua cabeça. Ninguém mais está ouvindo, só você Alexandra.
— Como sabe meu nome? — ela sussurrou, para si mesma. Estava confusa e perdida.
— O quê? — o rapaz a sua frente, perguntou. Começara a pensar que a garota estava enlouquecendo.
A mesma suspirou e tentou ignorar a voz em sua cabeça.
— Tavio, eu te conheço a tanto tempo... Você é meu melhor amigo, e eu confesso que já fui apaixonada por você. — a menina admitiu, um pouco vermelha. O rapaz sorriu, timidamente. — Mas...
— Tem outra pessoa, não é? — o garoto completou a frase da loira, um pouco chateado.
Antes que a menina pudesse responder, sentiu algo perfurar suas costas. O rapaz, vendo-a arfar de dor, se desesperou.
— Alex? O que aconteceu, Alex? Por que está saindo sangue de sua boca? — e então, a garota tombou em seus braços, meio desacordada. — ALEX!! ALGUÉM ME AJUDA, POR FAVOR.
O remador, assustado com a gritaria, se virou para trás e se assombrou ao ver a garota desmaiando. Deixou os remos da canoa de lado e correu até a loira, a tomando nos braços.
— Não! Não, não, não, não, não. Alex, não. — ele exclamou, exasperado.
— Solte-a!! — o rapaz de cabelos negros ordenou, enciumado.
Mas o remador o ignorou, estava desesperado demais para obedecer ordens. A única garota que ele amou nesta vida e em outras, estava partindo. Novamente.
Por favor, Alexandra. Não vá novamente, o remador implorou, na mente da garota.
Com muito esforço, a menina olhou para o rapaz de olhos azuis e sorriu levemente.
— É... v-voc-cê. — balbuciou, quase inconsciente.
Sim, sim. Sou eu. Estou aqui, de novo, como sempre estive e sempre estarei.
— E-eu não... — a garota tossiu um pouco de sangue. — Não te c-conheço direit-to, m-mas eu t-te amo.
Com os olhos marejados e a dor da perda – esta que já era sua amiga mais íntima – o rapaz sorriu, assentindo fracamente.
Eu também te amo, minha querida. E vou te amar pelas próximas vidas.
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