Aventureira Solitária escrita por Pepper


Capítulo 1
A Mente de um Gênio


Notas iniciais do capítulo

Olá! Esse capítulo será mais curtinho, mas os próximos juro que serão maiores! Beijos meus nerds, espero que gostem!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/692014/chapter/1

Eu sou apenas uma garota... E estou caindo.

Sem rumo, perdida tanto no espaço quanto no tempo. Às vezes sinto essa tal vontade de que tanta gente fala, vontade de sumir, de dormir por dias e mais dias, principalmente a vontade de ir para outro mundo, em outro tempo, há 100 anos ou daqui 100 anos, em qualquer mundo, em qualquer lugar longe daqui.

Sempre soube que havia nascido na época e local errados. Amo São Paulo, mas não as pessoas daqui, gente que só liga para si, só pensam ou em curtir, ou em estudar, aqui é oito ou oitenta, e eu caí nos oitos, bem no meio das pessoas fúteis, mas sou oitenta. Não gosto de festas, socializações, sou só uma maldita nerd com poucos amigos.

E agora, estou caindo na velocidade da Luz, tudo se parece distante mesmo que eu saiba que esta perto, os acontecimentos voltam para trás e eu estou indo para frente, as estrelas estão tortas, os mundos ao meu redor giram ao contrário, eu giro ao contrário.

E então, eu acordo.

As estrelas, outrora reais, são plastificadas e brilham no escuro de meu quarto, os planetas tão enormes, são isopores pintados e pendurados em meu teto preto, me levanto com o susto da suposta queda imaginária, olho para meu criado mudo branco, o relógio que imitava aqueles da pintura de Salvador Dali, me indica que são apenas 4h30min, ascendo o abajur que esta do lado do relógio e me sento em minha cama. A roupa de cama azul se destaca em minha cama branca, olho para a janela que dá para o quintal, está fechada e a cortina azul a cobre por inteiro. Viro o olho para minha escrivaninha onde estão uma pilha de livros e folhas, meus estudos extras, o abajur da escrivaninha está apagado, os lápis e canetas estão jogados, os meus rascunhos e pôster estão grudados na parede, tudo está certo, como deixei, então porque sinto que algo está faltando?

Encaro minha televisão, ao lado da escrivaninha, abaixo dela prateleiras de filmes e séries e em cima dela prateleiras de livros “Sou só uma maldita nerd com poucos amigos”. Eu calço minhas pantufas de monstros laranja e verde e me levanto, ao lado da televisão tem a porta que vai para o banheiro, ela está entreaberta, e eu sempre a deixo fechada. Caminho lentamente até a escrivaninha e pego o abajur que funciona a pilha, eu o seguro como uma americana segura um taco de basebol quando suspeita que tenha um ladrão em sua casa. “Não seja ridícula! O que roubariam? Seus projetos de máquina espaço-temporal? HÁ-HÁ-HÁ”. Abro a porta devagar com o pé enquanto aperto ainda mais o abajur, minhas mãos estão molhadas de suor, sinto um frio invadir meu pescoço e minha garganta seca, eu hesito antes de empurrar a porta com o pé exagerando na força, solto um grito e aponto o abajur como se fosse uma espada contra o...

Nada? O banheiro está totalmente vazio! Olho ao redor, perplexa, eu juraria que tinha alguém aqui dentro! Mas não tem nada! Olho dentro do boxe do chuveiro, nada, meu banheiro é pequeno, não tem onde um ser humano de tamanho normal se esconder. “Por favor! São mais de quatro horas da manhã! É apenas uma neura minha.” Eu hesito, continuo parada encarando cada centímetro do boxe. “Vamos, não tem ninguém aqui! Estou cansada e acabo de ter um sonho estranho, foi só... Sei lá, parte do sonho. Tanto faz, mas não tem ninguém aqui.” Continuo hesitante, mas finalmente me convenci a sair dali e trancar a porta do banheiro por fora, como eu faço todas as noites. “Será que não tranquei hoje? Vai ver só pensei que tranquei.” Me convenço disso e volto para a cama, tiro as pantufas de monstros e as encaro.

— Vocês não existem, não é mesmo? – Brinco e as ponho ao lado de minha cama.

Não demoro a pensar como seria engraçado elas responderem “Por que não?” É, pois é, afinal, por que não? Deito a cabeça no travesseiro e olho para o teto, não evito pensar que há outras vidas em outros planetas enquanto olho o Saturno de isopor pendendo do meu teto. O universo é grande o suficiente para existir monstros coloridos em algum outro mundo, pena que nasci neste mundo que é normal...


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!