Linha Tênue escrita por Sany


Capítulo 13
Capitulo 11.


Notas iniciais do capítulo

Boa Noite... Esse capitulo demorou um pouquinho, mas eu tinha que adiantar algumas coisas e atualizar a outra fic, mas vamos lá.



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A notícia do meu noivado se espalhou tão rápido que ironicamente lembrei-me da época do colegial, quando queria que algo verdadeiro ou não circulasse por todo o Colégio Einstein. Na segunda-feira, na hora do almoço toda a empresa parecia saber que eu seria a mais nova Sra. Mellark, esposa do presidente e fundador de uma das maiores empresas de Panem. Parte disso foi graças ao Flavius que assim que me viu pela manhã notou rapidamente meu anel e quase teve um colapso de tão animado que ficou com a novidade, o que foi bom já que com toda animação dele não precisei me preocupar em fingir estar animada com aquela grande noticia como ele mesmo estava falando. Não que tivesse muitos amigos no escritório, talvez Flavius fosse o único que me conhecia um pouco mais, ele era o único que me via fora do prédio e sabia o básico da minha vida pessoal, mas não foi o único a me parabenizar durante aquela semana.

Fora do escritório por outro lado as coisas relacionadas ao “casamento” continuavam uma incógnita, já que nas quatro semanas que se seguiram o almoço na casa da irmã do Mellark eu só havia o encontrado pessoalmente uma única vez. Durante um jantar em um restaurante cinco estrelas no centro, ocasião essa que contou com a presença dos nossos pais, já que era esperado que pelo menos eles se conhecessem antes do casamento. E sendo sincera foi o tipo de situação considerada no mínimo constrangedora do principio ao fim.

Os Mellark eram completamente diferentes dos Everdeen e se já não bastasse a falta de assunto em comum entre eles quando a conversa se voltou para única ligação entre as duas famílias ficou ainda mais nítido o quanto fazíamos parte de universos diferentes. Enquanto minha mãe estava radiante com o nosso noivado, principalmente por termos decidido uma data próxima, Effie não escondia o desagrado com nossa união repentina. Meu pai e Haymitch pareciam polos diferentes em todos os assuntos que surgiram na mesa e confesso que aquelas poucas horas pareceram muito mais longas do que realmente foram.

Depois do “adorável” jantar, minha comunicação foi exclusivamente com a secretária dele que, aliás, me ligou um número considerável de vezes para informar diversas coisas como, por exemplo, quem iria organizar a cerimônia, a data marcada com o juiz de paz, onde seria realizado o casamento e a recepção, algumas decisões que a mãe dele tomou sobre a decoração entre outras pequenas coisas que normalmente seriam discutidas com o noivo, mas que aparentemente ele não tinha tempo ou vontade de discutir. Verdade seja dita era como se ela estivesse falando por ele e isso me irritava profundamente. 

Porém, eu estava decidida a não dar muita atenção a essa situação sem sentido que ele havia nos colocado, já que nos últimos dias eu estava atolada em trabalho com um novo cliente. Sem contar uma epidemia de gripe que manteve muitos  empregados em casa. E em meio ao meu pequeno caos profissional eu havia recebido uma mensagem no celular avisando que o Mellark me pegaria para o almoço ao meio dia, mensagem essa que me tirou do sério. Se Peeta Mellark achava que podia simplesmente comunicar as coisas estava muito enganado, respondi logo em seguida que hoje estava muito ocupada para almoçar com ele, e deixei o celular de lado enquanto mantinha minha atenção na papelada espalhada na minha mesa até ser interrompida por batidas na porta e o barulho da mesma abrindo em seguida.

— Estou ocupada, Flavius. O que quer você precise pode esperar ou então procure outra pessoa.

— Acho que você vai ter um tempinho para quem eu trouxe até aqui. – A voz dele estava realmente animada e quando levantei a cabeça fiz o possível para não revirar os olhos ao ver quem estava parado ao lado do meu colega de trabalho. Peeta ostentava um sorriso debochado no rosto. – O achei na recepção então o acompanhei até aqui, seu noivo não precisa passar por todo o caos que está aquele lugar hoje com a crescente epidemia de gripe que assombra esse prédio.

— Obrigado Flavius, foi muita gentileza da sua parte. – E lá estava a gentileza que ele usava com todos menos comigo. – Estava com saudades, querida. – Peeta se aproximou dando a volta na minha mesa e sem qualquer avisou beijou meus lábios rapidamente como se fizesse isso o tempo todo.

— Que surpresa adorável. – Tentei sorrir embora estivesse um tanto atordoada com a situação. – O que faz aqui?

— Vim buscá-la para o almoço. – Queria muito acabar com aquele sorriso cínico dele, principalmente quando ele se sentou na cadeira em frente a minha mesa.

— Eu adoraria almoçar com você hoje amor. - Para Flavius que ainda estava na porta poderia parecer uma forma carinhosa de falar, mas eu sabia que ele tinha sentido a ironia na minha voz. - Mas meu dia está muito corrido hoje, ouve uma epidemia de gripe e parte da empresa esta em casa, uma verdadeira loucura.

— Você precisa se alimentar Katniss. Não pode deixar de cuidar de você, não vamos demorar. – Estava prestes a negar mais uma vez quando vi minha chefe entrar na sala após uma batida suave na porta.

— Vejo que os comentários são verdade, e que Peeta Mellark está realmente na minha humilde empresa. - O loiro logo se virou para ela sorrindo e levantou estendendo a mão para cumprimentá-la.

— Alma Coin, é um prazer conhecê-la.

— O prazer é todo meu, fico lisonjeada por saber meu nome.

— Mesmo que não fosse a chefe da Katniss, como homem de negócios eu a reconheceria.

— Isso me deixa realmente lisonjeada Sr. Mellark. – Ela raramente sorria, mas pude ver um sorriso nítido no rosto dela naquele momento. – Minha filha admira muito sua trajetória e obviamente seu trabalho chegando até se negar estagiar na minha empresa para concorrer a um estagio na M. Company acredita.

— Um estágio longe dos pais às vezes é a melhor opção para nossa carreira, ajuda a crescer sair um pouco debaixo das asas dos pais. – Comentou e olhou de relance para mim. – Temos um ótimo programa de estágio na M. Company, muitos jovens se candidatam as vagas e aqueles que conseguem um estágio normalmente são efetivados depois de se formar ou conseguem ótimas oportunidades com nossos parceiros.

— Acredite já ouvi muito isso dela, mas sabe como é queremos sempre os filhos por perto, mas ela já se escreveu então o jeito é torcer para que ela consiga a vaga e não se decepcione, obviamente que se ela não conseguir vocês estarão perdendo uma excelente oportunidade para a empresa. Não por ser minha filha, mas ela é uma excelente aluna, só notas altas mesmo antes da faculdade. – Não bastava meus pais terem se mostrado nitidamente interessados no dinheiro dele, agora minha chefe também estava nitidamente tentando conseguir um estágio para a filha.

— O nosso departamento de Recursos Humanos é ótimo e tenho certeza de que não deixaram nenhum grande talento passar despercebido.

— Obviamente, bom embora a probabilidade de que a sua visita seja exclusivamente para ver a minha melhor gerente de marketing seja grande, vou me arriscar a perguntar o que o trouxe aqui, afinal nunca se sabe negócios costumam aparecer repentinamente não é mesmo?

— Verdade, mas normalmente as probabilidades estão certas. – Ele sorriu de forma gentil. – E dessa vez eu vim apenas em busca da companhia da sua adorável gerente para um almoço, mas acho que vou ter que esperar para o jantar. – ele brincou e quis socá-lo por isso, ele estava falando com a minha chefe.

— Mas por que?

— Vou almoçar mais tarde. – Expliquei antes que ele falasse mais alguma coisa. - Muito trabalho no setor e pouca gente pode vir hoje.

— O que é isso Katniss? – Normalmente ela me chamava pelo sobrenome, mas tentei fingir que não estranhei tal tratamento. – Vá almoçar com o Sr. Mellark, tenho certeza de que Flavius consegue lidar com tudo por aqui por um tempo.

— Vá almoçar Katniss, e pode ficar tranquila eu cuido de tudo por aqui.

— Obrigada. – Sem muita opção levantei pegando minha bolsa e saindo de mão dada com o loiro após o mesmo se despedir com toda a gentileza possível. Seguimos em silêncio até a porta da empresa e assim que o manobrista foi buscar o carro me virei irritada para ele. – Eu não acredito que você fez isso, não acredito que veio até aqui eu disse que estava ocupada hoje.

— E eu não acredito que você ainda não entendeu que deve estar a minha disposição e que a mensagem não era um convite e sim um aviso.

— Minha vida não gira em torno da sua Mellark, eu tenho um trabalho. – Suavizei um pouco minha feição quando o carro chegou e o porteiro veio para abrir a porta do passageiro para mim enquanto Peeta agradecia e dava a volta no carro sentando no banco do motorista.

— A partir do momento em que você assinou aquele contrato ela gira sim, acredite eu adoraria almoçar sem você Everdeen, mas minha mãe gostaria de conversar sobre o casamento então se ela quer falar com você ela vai, sorria e seja educada.

— Eu odeio você Mellark. – Estava cansada daquilo.

— Eu não ligo, na verdade a recíproca é verdadeira. - Ele seguiu pelas ruas em uma velocidade aceitável para a via enquanto eu me concentrava em olhar pela janela tentando me acalmar. – Não sei porque tanto drama afinal você já devia ter dado seu aviso prévio.

— Como? – Virei assustada para ele.

— Não acho educado na sua posição na empresa pedir demissão sem avisar sua chefe com antecedência. Afinal ela precisa procurar alguém para ocupar o seu lugar.

— Não vou sair do meu emprego. – Aquilo só podia ser uma piada.

— Claro que vai, está no contrato que você assinou.

— Não há nada dizendo que devo largar meu emprego naquele contrato. – Talvez eu não tenha lido ele da maneira correto ou prestado tanta atenção em todas as clausulas mais eu teria visto algo tão grande assim.

— Mas é claro que tem, ou você não sabe o que é tempo integral?

— Você só pode estar brincando comigo. – Não havia outra explicação.

— Não brinco com negócios, Everdeen. – Estava nítido que ele estava adorando tudo aquilo.

— Não tem motivos para que eu deixe meu trabalho Mellark. - Eu realmente amava o que fazia, até mesmo o caos que tinha para lidar as vezes, como vinha sendo durante os últimos dia era algo que eu gostava, o trabalho me distraia me fazia bem.

— Eu penso o contrário, mas fique tranquila que enquanto estiver casada comigo não vai te faltar nada. Afinal, ficaria feio minha esposa passando por necessidade não é mesmo?

— Você faz o tipo machista agora? Que quer a esposa a sua disposição sem uma vida profissional. – Ele riu.

— Não sou machista, pelo contrário admiro muito a mulher por conseguir conciliar a vida profissional sem atrapalhar a vida pessoal, o cuidado com a casa, os filhos é realmente admirável. Tenho até mesmo três sociais que são um verdadeiro modelo do sucesso profissional feminino e sempre deixo claro o quanto são importantes para a empresa, sem contar que a M. Company tem um número realmente grande de mulheres em todas as áreas com salários justos independente do sexo.

— Isso exceto quando é com a sua “esposa”. – Fiz aspas com as mãos.

— Não isso exceto com você. – Ele se virou para mim assim que parou no sinal vermelho. – Quando eu tiver uma esposa de verdade, que eu ame e respeite ela vai escolher se quer ou não trabalhar, veja bem uma mulher gerenciar uma casa não é nenhum motivo de vergonha é um trabalho tão árduo quanto trabalhar fora, ainda sim a escolha será dela. Agora no seu caso eu estou escolhendo por você, embora seja bom deixar que as pessoas pensem que foi você que escolheu.

— Isso não é justo, não é certo eu amo meu trabalho Mellark.

— Está no contrato e como eu disse antes, não vou negociar nada nele ainda mais agora que ele já esta assinado e valendo.

— Seja razoável, meu trabalho não faz diferença para você, não me obrigue a sair dele.

— Não estou obrigando você a nada Everdeen, eu dei a você um contrato claro você assinou porque quis havia uma escolha, aliás, você ainda tem a qualquer momento pode desistir do nosso acordo basta lidar com as consequências. -
Estava ficando claro que o que ele queria era me atingir onde mais doía, minha família e agora meu emprego. De certa forma aparentemente, ele queria me ferir me machucar e naquele momento ele estava conseguindo.

— Certo, você quer que eu largue o meu emprego e seja apenas a sua esposa tudo bem. Eu posso ser uma madame Mellark. – Encerrei o assunto e voltei a olhar a janela tentando mostrar indiferença.

Ele estava dando as cartas naquele momento, e podia até mesmo me ferir, mas eu não iria demostrar isso a ele, Peeta Mellark precisa de muito mais para me ver fraquejar.


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Notas finais do capítulo

É isso, o Peeta já começou a cobrar as clausulas do contrato e a morena vai ter que se afastar do trabalho.
Espero que vocês tenham gostado do capitulo e aproveitar para falar da one que eu escrevi com a temática Pai, então para não esquecer aquele loiro fofo que amamos tanto ela é uma narração do Peeta após o livro, e é bem curtinha e vai ser um prazer ver vocês lá e saber a opinião de vocês sobre ela.

https://fanfiction.com.br/historia/706989/After_you/

Uma ótima semana a todos.
Beijos.