A new love escrita por Senhorita Fernandes


Capítulo 1
I. | Primeira vista


Notas iniciais do capítulo

Boa madrugada (?)

Espero que gostem da estória. Comentem!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/691898/chapter/1

Até os sentimentos mais fortes podem esfriar com o passar dos anos e quando se tem a eternidade pela frente manter um relacionamento é difícil, disso eu tenho absoluta certeza. Eu sou Caius Volturi, o temido vampiro-chefe dos Volturi, sou um vampiro milenar transformado no ano 1300 a.C, conheci Athenodora pouco tempo depois de ter sido transformado e me apaixonei por aquela brilhante e sedutora vampira, nós nos casamos e até hoje mantemos o nosso casamento que aos poucos está ruindo.

Essa crise em meu casamento está me prejudicando. Obviamente eu sempre fui cruel, essa é uma das minhas características mais fortes e não me arrependo de ser assim, porém minhas constantes brigas com ela me faz ficar pior, antigamente eu ainda tinha um senso do certo e do errado e as vezes me arrependia pelas decisões que eu tomava errada, porém hoje isso não é mais assim, o meu senso de certo e errado desmoronou, se a decisão errada levar a morte de alguém eu estarei mais que satisfeito e isso é bom, isso me satisfaz, me dá um prazer indescritível e eu não sou assim, esse não é o meu eu correto, não é o que eu quero ser.

Aro, o vampiro-chefe dos Volturi, acabará de mandar seus vampiros favoritos para uma missão de extermínio. Ele e Marcus ficaram discutindo alguns assuntos importantes da biblioteca enquanto eu resolvi sair um pouco, tomar um pouco de ar mesmo não precisando disso, apesar de não precisar respirar e nem ficar cansado fisicamente, ficar preso dentro deste castelo me dava uma sensação claustrofóbica, as vezes ficava até impossível se respirar.

Por cima do meu terno preto eu coloquei um longo casaco, estávamos há poucos dias do natal e a neve já caia pela cidade deixando tudo branco e fazendo o sol passar todos os dias escondido atrás de grossas e negras nuvens. Assim que fechei a enorme porta de madeira negra do castelo, pessoas próximas me olharam curiosos, todos eram humanos e suas bochechas coradas faziam a minha garganta arder de sede. Coloquei o capuz do meu casaco e andei até um beco ao lado do castelo que fazia uma grande curva até chegar a uma grande praça onde uma feira estava aberta.

Vários humanos encapuzados andavam entre as barracas, em sua maioria eram turistas passando as férias de final de ano que gastavam seu dinheiro com aquelas besteiras velhas e fedorentas. Passei por aquela parte da feira e segui até uma mais reservada e com menos pessoas, naquela parte o fedor dos objetos era menor e o cheiro dos humanos também, ali era uma parte mais alta da cidade e mais fria, somente um humano com muitos casacos iria aguentar aquela região, vários humanos atravessavam aquela parte do parque indo para em direção a multidão onde o calor humano eram maiores, não havia carros na cidade naquele dia o que facilitava a movimentação.

Ao longe vi Heidi com um pequeno grupo de humanos, havia algumas crianças entre eles mas eu não me importei, ela falava sobre os pontos turísticos e principalmente sobre o castelo da cidade, ela estava preparando a nossa caça. Eu ainda estava olhando para Heidi e para os humanos quando ouvi o click de uma câmera na minha direção, virei imediatamente para ver do que se tratava e comprovei que era o click de uma câmera fotográfica e que ela estava virada para mim, olhei para a pessoa que segurava a câmera e vi que se tratava de uma tratava de uma garota.

Ela era magricela e suas madeixas vermelhas caiam sobre seus ombros, suas bochechas estavam tão vermelhas quanto seu cabelo e ela usava uma grossa roupa de frio, suas mãos estavam cobertas por luvas pretas assim como todo o seu corpo pequeno que estava protegido por um casaco, ela usava uma bota e usava uma toca que escondia suas orelhas. Seus olhos estavam fixos na câmera e suas sobrancelhas um pouco franzidas, ela deu um pequeno sorrisinho e ergue o rosto, seus olhos pararam em mim. Ela sorriu. Eu retribui o sorriso.

Ela abaixou o rosto para a câmera novamente e sorriu mais um pouco, será que ela havia tirado uma foto minha? Será que estava sorrindo para a minha foto? Fechei os olhos com força tentando não pensar tanto nisso, se eu soubesse qualquer coisa relacionado a ela e se ela houvesse tirado uma foto minha, Aro também saberia e ela estaria em um grande problema. Coloquei capuz do meu casaco novamente e refiz o meu caminho até o castelo, entrei e caminhei em direção a torre onde Athenodora vivia, subi as escadas e a encontrei olhando a paisagem pela janela, abracei-a por trás e beijei-lhe o pescoço, queria seu carinho mais que tudo nesse momento porém ela rejeitou, se afastou do meu abraço e perguntou onde eu estava, respondi chegando para perto dela novamente e fui rejeitando outra vez, começamos a brigar novamente.

A briga durou trinta minutos, ela acabou a briga me mandando embora do seu quarto e eu a obedeci, não aguentava mais essas brigas inúteis e sem fundamentos, eu só queria atenção da minha esposa e constantemente era rejeitado. Apesar de ser um vampiro e está morto a mais tempo do que posso contar, eu ainda tinha sentimentos e necessidades, eu a amava e ela era a minha esposa, uma de suas funções era me satisfazer, acima de tudo era sou homem! Athenodora parecia não entender isso e isso era o estopim para quase todas as nossas brigas.

Como já era noite eu sai novamente do castelo, não era algo comum eu sai tanto do castelo, mas eu podia sentir o desprezo de Athenodora mesmo a quilômetros de distância, isso fazia mal para o meu ego. Era como se ela não me amasse mais, eu e ela estávamos juntos a vários anos, juramos amar um ao outro para sempre e casarmos quando nós dois já éramos vampiros, portanto o para sempre não era brincadeira, mas depois de milênios tudo desmoronou, tudo acabou.

Alguns dizem que amor de vampiro nunca acaba e eu acreditei nisso, atualmente tenho minhas dúvidas. Ela não era mais a mesma, ela não era mais a vampira carinhosa e sedutora por quem me apaixonei, ela era uma completa estranha que me rejeitava sempre que podia e isso me deixava maluco, quanto mais tempo passava mais a nossa convivência ficava pior.

Desabotoei o meu casaco e coloquei minhas mãos dentro do bolso, um falso modo de fingir que minhas mãos estavam congelando, não sabia exatamente para onde estava indo e pensava em simplesmente fugir por alguns dias e só voltar quando todos os meus problemas tivessem acabado. Eu estava andando o mais devagar possível, não respirava e nem piscava, só andava, só parei quando ouvi uma voz e passos que vinham na minha direção, respirei levemente e senti um cheiro um pouco conhecido, olhei em direção a voz e a vi novamente, a garota da câmera. Estava pronto para sair dali quando ela gritou para mim:

“Ei, você!”

E eu esperei, praticamente hipnotizado por sua voz. Sua voz não era tão melódica como as vozes de vampiros eram, era uma voz quase comum porém única e que em meus ouvidos soou tão bonita como a de um vampiro, não era muito fina e nem grossa, era ideia para a garota pequena e ruiva que corria em minha direção. Ela parou na minha frente ofegante e com as bochechas vermelhas, usava a mesma roupa que usou de manhã e tinha um leve cheiro de suor misturado ao seu aroma natural e ao perfume de flores.

“Ufa!” ela disse respirando fundo pela boca. Ela colocou uma mecha ruiva novamente dentro da touca e sorriu me olhando, seus olhos eram azuis, os azuis mais azuis que vi em minha vida e ela olhou diretamente para os meus olhos, desviei imediatamente não querendo responder porque meus olhos eram vermelhos. “Eu sou a Grace, tirei uma foto sua hoje” ela disse. Ainda não compreendia porque ela estava me dizendo aquilo, mas não queria está tendo aquela conversa, quanto mais tempo passasse conversando com ela mais ela estaria em perigo. “Você me pegou no flagra... eu, ah, sei lá... só me desculpe por isso, foi sem querer! Você deve ter me achado uma esquisita, só informando que eu não sou. Deus, isso é ridículo!”

“Sem problemas.” limito-me a dizer.

“E seu nome é?”

“Caius”

“Você não é aqui de Volterra, é?”

“Sou da Grécia. Ah, eu preciso ir!”

Sai sem permiti que ela falasse mais qualquer coisa e corri em velocidade humana até chegar a um café onde várias pessoas se aglomeravam na calçada, ao passar por eles eu corri em minha real velocidade até chegar ao castelo. Ela estaria em sérios problemas se Aro descobrisse ao seu respeito, por que eu a disse de onde era? Onde fui me meter?


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!