Para Sempre - Parte II escrita por JVB
Eu não sabia se virava ou se eu continuava a comer meu amendoim.
- Ah, você trouxe essa moça linda – minha avó disse, eu conseguia ouvir atrávez da música e das conversas.
Me virei lentamente e ele estava entrando com minha avó, rindo junto com uma moça alta e bonita. Ela estava com aqueles sorrisos forçados para parecer ser muito simpática e Steve estava sendo o mais natural possível, ao que eu conseguia perceber. Ele não tinha me visto então eu desviei o olhar. Fui me juntar com minha mãe numa conversa sobre a economia do país.
- O que foi? – Ela perguntou baixinho.
- Nada. – Eu disse e então sorri.
Mesmo que eu não quisesse ficar olhando, minha cabeça instia em virar na direção dele. Olhei para trás e então o olhar dele caiu em mim, mas logo ele desviou para falar com uma moça, e então olhou de novo como se não acreditasse e o sorriso em seu rosto sumiu.
A moça alta cumprimentava todo mundo e ela acabou chegando até mim. Steve ficou parado onde estava, e não desviava o olhar de maneira alguma. Eu também não conseguia desviar, meus olhos estavam fixos nele. Ainda tinha o mesmo cabelo castanho bagunçado, e sua barba estava por fazer. Ainda era o...Steve.
- Oi – ela disse. – Prazer.
Consegui por fim desviar o olhar e foquei nela.
- Oi, prazer – e sorri. Ela foi bem rápida, cumprimentado os outros convidados.
Quando procurei Steve com os olhos ele já estava de costas falando com um senhor barrigudo.
E até a meia noite meu olhar sempre caia em Steve e eu sentia que as vezes ele também estava olhando para mim. A moça deu um beijo nele e eu tentei não olhar de novo.
- DEZ SEGUNDOS! – Minha avó gritou e então houve uma contagem regressiva.
- Nove, oito, sete, seis, cinco, quatro, três, dois, um, Jesus nasceu!
E então os convidados começaram a se abraçar, desejando Feliz Natal.
- Feliz Natal, querida – minha mãe me abraçou.
- Feliz Natal, mãe.
Abracei muitas pessoas, minha avó rezou para Jesus e cantamos parabéns para Ele.
- Feliz Natal – me virei e dei de cara com Steve.
- Hã...Feliz Natal.
- Você vai mesmo fingir que não me conhece?
- Pensei que você estivesse fazendo isso.
E nossos olhares se demoraram. Steve se virou para falar com as outras pessoas e eu fiz o mesmo.
No jantar eu tentava não olhar para ele, mas era dificil.
-...sim?
- Oi? – Voltei para a realidade. – O que disse, mãe?
- Você está assim por causa dele? – Minha mãe apontou com a cabeça.
- Ah, bom...talvez.
Ela abriu um meio sorriso.
***
Quando o jantar acabou e todos já estavam indo embora, fui para o jardim e liguei para Stuart para lhe desejar Feliz Natal.
- Já estou com saudades.
- Eu também – respondi.
- Acho que semana que vem poderei me encontrar com você aí no Brasil.
- O que? Sério?
- Sim, consegui uma folga aqui no trabalho.
- Isso é ótimo, você vai adorar o Brasil. – Eu estava andando pelo gramado. Meu salto ficou preso na terra e então eu cai, para variar. – Ai!
- O que foi?
- Cai de novo.
- De novo? Julie, você precisa ir no médico – ele deu risada. – Se machucou?
- Não, eu cai na grama. Estou mais preocupada com meu vestido do que com outra coisa. Bom, vou desligar porque vai ficar caro.
- Tchau, querida. Amo você.
- Amo você.
E desliguei.
- Você nunca vai parar de cair? – Ouvi uma voz vindo de trás de mim. Era Steve, eu sabia.
- Ah, acho que não.
Me levantei e limpei meu vestido. Esperei que ele não estivesse sujo de terra.
- Já está indo embora? – Perguntei.
- Sim, Samanta foi pegar as coisas dela.
- Sua avó ainda mora aqui na frente?
Ele balançou a cabeça, afirmando.
- Demoraram para chegar para quem mora aqui na frente.
- Ela estava nos esperando. Samanta demora para se arrumar.
- E como está sua filha?
Ele demorou um pouco para responder e fez um barulho com a garganta.
- Quem sabe não saímos um dia para conversar sobre as coisas? Até quando você vai ficar aqui?
- Até dia 15 de janeiro. Acho que vou ficar aqui na minha avó.
- Ótimo, então eu volto qualquer dia.
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