— Não acredito que a traidora conseguiu se tornar a sacerdotisa do país mais justo de Brizard. – Erinny falou. – Erinny, ela vai com a gente, então é melhor você é ela se darem bem. – Falei. – Irei tentar dar o meu melhor. – Erinny falou. – Temos de seguir, o próximo país é bem distante daqui. – Raj falou e do nada o país inteiro começou a tremer. – Clouds está caindo. – Rayern gritou. – Os anjos irão morrer. – Gritei. – Não, eles não vão. – Audora gritou. – Jhonata me ajude, apenas você poderá nós salvar, você é um dos últimos seres mágicos desse país. – Audora falou, levantei do chão e corri na direção dela. – Pegue minha mão e vamos dar nossa maior lembrança de Justiça para a coroa e ela irá renovar o país. – Audora falou e rapidamente uma das minhas lembranças com meu pai fugiu de minha mente, senti ela saindo de mim, como se fosse um pequeno peso que deixasse meu corpo. – Abra os olhos Jhonata. – Erinny falou. – Vi uma onda dourada cair em forma de uma cúpula, como se estrelas douradas caíssem e do nada todo o país se estabilizou, começou a se renovar e brilhar... Reconstruir, de repente tudo ficou escuro e silencioso. – Jhonata? Acorda, vamos temos que ir. – Ouvi a voz de Narissa e lá estava ela, segurando minha cabeça enquanto eu acordava. – você desmaiou, caiu do nada enquanto Clouds estava sendo salva. – Narissa falou. – Você curou os anjos. – Narissa falou sorrindo. Ao olhar para o lado vi Rayern, Oin e todos os anjos de pé com suas asas e Aréolas, um brilho dourado saindo deles. – Preparem o dirigível e vamos rumar a Mermaid e pegar o cetro da rainha. – Falei levantando do colo de Narissa. – Como você conseguiu fazer isso? – Erinny perguntou. – Não sei, mas uma das minhas lembranças com meu pai sumiram. – Falei. – Você não perdeu sua magia, você é a magia. – Audora nos interrompeu. – Só você pode salvar esse mundo, mas você não pode sentar em Cair Tardien. – Audora falou. – Obrigado aos anjos, obrigado Rayern por me salvar e mostrar como funciona a magia das coroas. – Falei em frente à biblioteca. – Eu e os anjos que lhe devemos nossa admiração e nossas vidas. – Rayern falou. – Salvou todo nosso povo, seremos eternamente gratos a você. – Um dos anjos que abriu caminho no meio da multidão. – Quem é você? – Falei. – Sou Justice, um velho amigo do seu pai, você vai ser a salvação de todos os povos, e eu lhe digo isso com toda a certeza. – O rei falou. Ele, apenas ele estava com uma roupa vermelha, enquanto todos estavam de branco.

Chegamos ao dirigível e Audora e os outros começaram a traçar a rota para Mermaid, todos estavam felizes por Clouds estar a salvo e Erinny por ter voltado e começado uma ligação melhor com os anjos, ela e Rayern conversaram por horas a fio e eu estava lá, sentado no piso do Dirigível, tentando recuperar a lembrança que havia deixado minha mente de uma forma tão horrível que eu estava conhecendo um lado meu que eu não pensei ter.... Um lado negro, de tristeza, mágoa, ódio e desespero.

— Ei garoto. – Audora falou sentando do meu lado. – Eu sei como você se sente, uma das minhas lembranças também se foi, eu tenho poucas lembranças e lembra quando falei que eu tinha que falar com você? – Audora falou. – Não sei você moça, mas eu não tenho muitas lembranças felizes. – Falei. – E eu por acaso tenho? – Ela falou. – sou um oráculo, uma das últimas filhas de Prussiano vivendo escondida, ainda estou viva graças a seu pai, ele que me deu esperança de que um dia a profecia que antecede você se cumprisse e que eu poderia trazer Or de volta à vida. – Audora falou. – Que profecia é essa? – Perguntei. – Uma que dizia que o próximo grande mal que viesse a Brizard, seria detido pelo primeiro filho do Gelo e do Fogo e agora quero que me diga quem talvez seja esse filho do Gelo e do Fogo, da noite e do dia, do sol e da lua, você saberia? – Audora perguntou. – Sou eu? – Perguntei. – Sim, você é um dos filhos puros de Brizard menino, você e seu irmão. – Audora falou. – Como assim irmão? – Perguntei. – Seu pai imaginava estar Grávido de um filho, mas ele estava totalmente enganado, depois de alguns minutos de sua saída de dentro dele outra criança também saiu, vocês são gêmeos. – Audora falou e eu quase desmaiei.

— Mas eu não sabia, como assim eu tenho um irmão? – Perguntei. – Há tantos podres em Brizard que você nem sabe, eu sei por que sou a única oráculo, sou a única guardiã dos segredos, fora eu apenas sereias sabem de alguns segredos. – Audora falou. – Então eu, além de ser bastado, tenho de ser um bastardo em duas partes? – Perguntei. – Bem isso, mas pense pelo menos você não é o último, além de seus irmãos por parte de pai, têm mais um que possui o mesmo sangue que você. – Audora falou sorrindo. – O que está acontecendo? O céu está ficando negro. – Raj falou. – Mas não está na hora de anoitecer ainda. – Lancy falou. – Olhem para trás. – Monna falou. – Meus deuses. – Nonna falou. – Morcegos. – Narissa gritou. Uma nuvem negra de morcegos se aproximava, olhei pro lado e levantei, corri e peguei o arco e a aljava e fui pra parte de trás do dirigível, comecei a atirar enquanto os outros procuravam algo pra ameaçar eles, só que cada vem a nuvem se aproximava mais e mais do dirigível que ia flutuando bem devagar pelo céu, de repente, Raj surgiu ao meu lado, um punhado de estrelas ninja nas mãos, atirando em direção a nuvem de morcegos, muitos estavam sendo atingidos, flechas e estrelas ninja, mas mesmo assim a nuvem era bem espessa e podem derrubar o dirigível. – Como vamos acabar com todos esses morcegos? – Gritei. – Eu não tenho mais magia. – Audora falou. – Peguem as armas que estão no andar de baixo. – Raj gritou. Lancy voltou com uma besta e mais flechas. – Erinny, venha aqui, preciso de você. – Gritei. – Erinny largou a arma que estava e eu parei de lançar flechas, a ideia que estava na minha mente era a mesma que Audora havia colocado em minha cabeça quando estávamos em Clouds, peguei no braço de Erinny e pensei em uma das minhas lembranças mais antigas e felizes e tudo que eu pensei começou a brilhar e minhas mãos e eu começarmos a brilhar juntos, Erinny começou a levitar e quando o brilho se esvaiu, Erinny estava pronta, asas e um vestido brilhante e cheio de borboletas, parecia uma cena de um filme da Barbie. – Está pronta Erinny? – Perguntei. – Claro. – Ventania. – Erinny falou. – Um vento, com a força de um tornado, começou a sair de Erinny e da varinha dela e a nuvem de morcegos começou a se dizimar, sendo afastados pra longe, enquanto o dirigível voava mais e mais rápido. – Dessa forma vamos chegar a Mermaid em questão de minutos. – Narissa falou rindo. – Mas como você conseguiu isso? - Erinny perguntou. – Audora me mostrou como, só que eu sinto algo se esvaindo dentro de mim. – Falei. – Suas memórias. – Audora falou. – Essa magia é algo pra ser usada em emergências, você não pode usar ela o tempo todo, se usar ela novamente, vai perder todas as lembranças. – Audora falou.

Com a ajuda de Erinny, chegamos aos mares dos países ao lado, passamos horas e horas vendo apenas águas e que não eram o sétimo mar, não eram a entrada de Mermaid, Monna e Nonna estavam tristes, eu não poderia mais usar esse poder, já que metade da minha mente havia sido apagada de uma forma estranha, minhas lembranças estavam lá, mas não consigo lembrar, como se minha mente estivesse fechada, fechada de uma forma estranhamente aberta. – Estamos chegando a Mermaid. – Falei. – estou sentindo o sofrimento e a morte de vários seres aquáticos e ainda estão sendo controladas por Abilla. – Falei, as vibrações estavam tão altas. – Como você sabe de tudo isso, não chegamos nem a passar a linha da divisão dos mares. – Audora falou. – Eu não sei, estou me sentindo mais conectado a todos os seres do mundo. – Falei. – É que na verdade, você tem todos os poderes que nós temos, você é a intercessão, você é o que seu avô chama de núcleo, não vemos um ser assim desde a era dos metais. – Erinny falou.

Chegamos a Mermaid e a cidade que estávamos não era a cidade principal, era Bubble Town, na verdade estávamos sobre Bubble Town. – Como vamos entrar na água? – Narissa perguntou. – Na verdade, já deveriam ter sereias aqui para nós receberem. – Erinny falou. – Vamos precisar de algas do oceano profundo, elas estão a mais de dez mil metros abaixo de nós nesse momento. – Erinny falou. – Vamos descer, acho que eu consigo. – Falei. – Vou testar e ver se esse poder de ser “único” serve pra alguma coisa. – Falei, sorri e pulei uns vinte e três metros para a água.