I hate that I want you escrita por Gabizoide


Capítulo 1
Uma parte


Notas iniciais do capítulo

Oiee kkk estão prontos? ~estamos capitão ~parei kk.. Eu particularmente detestaria me prolongar aqui nas notas então tentarei ser rápida.
Quando vi a bats (diva do okikagu) fazendo uma coleção de ones eu gostei muito da ideia e me deu vontade de fazer tb (lembrando que no meu caso não tem a ver com a okikagu week 2015), só que eu sou muitooo preguiçosa kk então demorou, mas ta ai!
A ideia para fazer essa fic surgiu, quando eu li uma poesia de Oswaldo Montenegro chamada ''Metade'' , e ela é maravilhosa!!
Enfim é isso ♥ espero do fundo do meu coração que gostem!



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A garota estava repartida ao meio... Não literalmente é claro. Dividida em dúvidas e uma fome monstruosa que tomava conta de seu ser, porém, Kagura achava muito trabalhoso levantar do futon só para ir até a cozinha. Pois, uma parte dela era fome e a outra preguiça.  

Encarava o teto como se este fosse lhe dar as respostas que tanto ansiava. Qual seria o sentido das coisas? Existe vida após a morte? E a última questão - sendo essa a que mais lhe atormentava -, por quê recentemente sentia uma vontade incontestável de passar mais tempo com Sougo? Mas seja lá qual fosse a chave desse quebra-cabeça não resolvido, poderia esperar outra hora para ser descoberta, no momento o que a preocupava era conseguir enfim descansar. 

O inconveniente era que nos últimos dias, seu sono estava sendo roubado por esses maldosos pensamentos, levando Kagura a ter insônia na maioria das noites. 

''Dormir sempre foi uma missão tão difícil? É o boss final?'' Questionou-se. 

Virou-se e revirou-se no futon, numa expectativa frustrada de encontrar uma posição melhor, se concentrou em dormir e deixou um relógio por perto, já que tinha trabalho cedo no outro dia.  

Acordou e sentiu o corpo pesado, como se tivesse sido espancada e o motivo disso era simples. Quando procurou pelo relógio notou que não tinha dormido nem por duas horas. A indignação foi tanta que fez ela tomar coragem e ir até a cozinha saciar seu apetite nada modesto. 

Em passos silenciosos chegou no cômodo desejado. Tudo o que fez foi abrir a geladeira e ficar admirando os produtos que tinham nela, itens que se contados não dariam nem 10, resumindo, não havia nada. Apesar da situação desanimadora, uma parte dela não se surpreendeu e a outra parte tinha se alimentado sim, só que de esperanças em achar algo mais sofisticado. 

''Me pergunto o que aquele sádico está fazendo agora.. Deve estar dormindo.'' Pensou sorrindo e fechou a geladeira. 

— Ah! Esqueci de pegar o que eu queria - abriu de novo o eletrodoméstico e pegou uma caixa de leite de morango. - Gin-chan vai ficar bravo comigo amanhã - ponderou. -, mas é culpa dele mesmo por comprar uma caixinha só! - pretendia voltar para o quarto, mas a varanda lhe pareceu mais atraente. 

Se apoiou na sacada enquanto tomava o iogurte, e ficou apreciando a lua cheia que cintilava no céu. 

— É tão bonita. - não podia negar que a lua era deslumbrante e que naquela noite em específica, de tirar o fôlego. 

Uma parte dela se encontrava maravilhada, encantada com tanto brilho, já a outra parte estava totalmente entediada. Entretanto, o contemplar daquele céu extremamente belo fora interrompido por uma cena que chamou sua  atenção.  

Dois gatos no cio cruzando. Miavam alto o suficiente, que até o Shogun no seu enorme palácio escutaria caso fizesse esforço.  

Kagura em toda sua inocência e curiosidade, encarou os animais por um longo período, contudo a escuridão em nada ajudava e eles estavam longe o bastante para tornar sua observação exaustiva.  

— Melhor voltar para o quarto... - refazia seus passos até a sala, quando repentinamente se pegou pensando em Okita outra vez. Fechou os olhos por um breve momento, mas não breve o suficiente para evitar que ela desse de cara com o chão.  

— Auch! - exclamou de dor, ignorando quem estivesse dormindo na casa, seja Sadaharu ou Gintoki, e falando no samurai quando a ruiva olhou para os pés,  notou que o culpado de sua queda era uma pilha de Jump's amontoadas ao lado do sofá. 

Uma grande parte de Kagura teve vontade de queimar todas aquelas revistas, e a outra parte - bem menor - somente amaldiçoou Gintoki, a Shonen Jump e nem mesmo o capitão da primeira divisão do Shinsengumi passou despercebido por seus xingamentos chulos. 

Reconheceu um gosto familiar quando passou a língua sobre os lábios,  levou a mão até a boca só para ter certeza do que já suspeitava e quando a afastou viu uma pequena mancha de sangue. 

— Tch, que saco, - queixou-se, balbuciando outros palavrões enquanto se levantava e ia até o banheiro para verificar o machucado. 

Chegando lá, pegou um maço de papel higiênico numa quantidade desnecessária para o minúsculo corte que tinha na boca, e pressionou o papel no ferimento até achar que surtiu algum efeito para jogá-lo fora logo em seguida.  

Kagura certamente se achava uma garota bonita. Não andava desleixada nem nada, mas nunca foi de dar muita importância para a aparência ao ponto de gastar horrores com isso, porém, quando se olhou no espelho, por mais imperceptível que fosse o machucado em sua boca,  sentiu-se incomodada com aquilo. 

E então uma ideia típica de quem não tem nada para fazer na madrugada invadiu a mente da yato. Na falta de acessórios como maquiagem, ou joias decidiu que talvez um penteado bem exagerado, pudesse disfarçar o quase invisível corte. 

Uma parte de Kagura pretendia desistir da ideia, mas a outra parte a que falou mais alto, acreditava que a noite era realmente muito curta. Tinha que aproveitar. 

Ciente do horário e de que ninguém além dela mesma iria ver os resultados de sua maluquice inusitada - uma pena -, extrapolou nas tranças,  chiquinhas e de tudo mais que tinha direito. Acabou se esquecendo do motivo inicial pelo qual tinha começado a fazer os penteados. 

Era comum e estranho ao mesmo tempo ver que nesses mesmos últimos dias em que Kagura era vitima assídua de insônia,  notar que ela perdia mais tempo que o usual para se arrumar, principalmente quando se tratava de ir até o Shinsengumi. 

Ah, nesses dias, sempre tentava inovar na aparência, nem que fosse algo pequeno, como por exemplo um detalhe no vestido, ou variar entre sua bota e sapatilha.  

Não tinha qualquer malícia sobre suas atitudes e muito menos percebia de fato que as estava fazendo,  mas o mesmo não podia ser dito para Shinpachi e Gintoki, que a cada dia, tinham mais e mais receio de que suas suposições estivessem corretas. 

Para ambos das duas uma; ou Kagura tinha virado "mocinha", ou a temível primavera - florescendo assim novos sentimentos - havia finalmente chegado para a garota, de qualquer forma eram coisas quase interligadas, ou seja, um beco sem saída

Quando enfim havia se cansado de tanto enrolar, embolar e amassar suas  madeixas, soltou seu cabelo de um coque mal feito e deu uma ultima mirada no espelho. Com os fios soltos caindo sobre seus ombros, pensou que se sua juba - assim descrito por ela - fosse como é a noite, não usaria com tanta frequência os costumeiros prendedores e depois dessa conclusão filosófica Kagura decidiu que estava pronta para dormir. 

Deitada no futon novamente, agora com fé de que definitivamente cairia no sono, olhou para o relógio e praguejou por serem 5 horas da manhã, acordaria mole no outro dia - se acordasse -, e em seguida direcionou os olhos para o teto, como fizera no começo dessa mesma madrugada. 

Ainda não tinha as respostas para suas perguntas. 

E pela milésima vez naquele dia, lembrou-se de Okita e do tempo que passava com ele. Quase que imediatamente um sentimento estranho invadiu seu peito, interpretou tal sensação de modo engraçado. O que se passava em sua cabeça, era que aquilo não era nada além de que: Okita Sougo assustava seu coração.  

Respirou fundo esperando que aquela explosão de sensações que  desconhecia sumisse. E então sentiu que as coisas aliviaram um pouco. Fechou os olhos e inspirou o máximo de ar que conseguiu, para que em seguida o soltasse. 

Kagura a noite inteira se dividia em duas, se perdia em suas duvidas e novidades para com seu corpo e mente. A yato diria até que a noite foi conturbada, mas isso não era num todo verdade. 

E com aquela sensação inquietante no peito adormeceu, demorou mas conseguiu. Mas se fosse possível mergulhar nos sonhos mais profundos da ruiva - (in)felizmente só se fosse possível -, imergir naquelas contradições de conceitos e ideias, veria que as partes divergentes de seus pensamentos haviam de concordar com uma coisa, e isto seria que uma parte dela tem medo desses sentimentos e das mudanças que isso poderia acarretar no seu relacionamento perturbado com Sougo, e que a outra parte... Também se sente assim.


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Notas finais do capítulo

E então? O que acharam? Críticas positivas são sempre muito bem-vindas ♥.
Muito obrigada a quem acompanhou até aqui, e comentem o que acharam!!!
Não sei se consegui transcrever a ideia do ''uma parte dela é assim e outra é assado'', mas espero que a ideia tenha surtido efeito ^^!
Até a próxima ♥



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