Coisas Quebradas escrita por Adriana Swan


Capítulo 9
Sansa Stark




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Coisas Quebradas

Adriana Swan

ALAYNE STONE

Alayne engoliu em seco, tentando entender o que estava acontecendo. Aqueles mercenários estavam atrás dela, não havia dúvidas. Não, eles estavam atrás de uma garota ruiva bem nascida chamada Sansa Stark, não da bastarda Alayne Stone. Algo havia denunciado aqueles homens o paradeiro da garota e como mercenários, não hesitaram em vir atrás de sua chance para ouro. Quanto valeria uma possível regicída foragida? O suficiente para dar a ela certeza de que aqueles homens não sairiam dali sem ela.

— Ah, que audácia – Myranda murmurou audível somente para Alayne e Mya.

Os mercenários se adiantaram se espalhando pelo salão em busca das mulheres, pegando uma por uma e as olhando, as molestando. No centro de tudo, seu pai e o líder dos mercenários se mantinham quase alheios aos cochichos assustados ao redor deles.

— Tenho total certeza que podemos negociar – Lord Baelish tentou mais uma vez.

— Me alertaram que você com certeza tentaria algo assim – o mercenário falou, seus homens andando pelo salão, espadas em punho olhando as mulheres como se fossem mercadorias a venda.

— Conheço vocês mercenários. Dinheiro e lucros – Petyr sorriu tentando parecer amigável, mas demonstrava certo nervosismo. – Pelo bem de meu enteado, seria capaz de pagar o dobro do que lhe pagaram para vir aqui.

— Talvez conheça mercenários, mas não sou um deles. Sou um cavaleiro e o que eu quero você não pode me oferecer ou comprar com ouro. De qualquer forma, fique com seu enteado, não temos nenhum interesse no Senhor do Ninho da Águia ou no seu herdeiro – o homem falou indicando vagamente Harry com um aceno.

Ouviam-se cochichos assustados e choro de mulheres pelo salão. Mais de uma vez, Alayne viu os homens puxarem os cabelos das garotas, provavelmente certificando-se não tratar-se de perucas. Um jovem cavaleiro tentou reagir aos mercenários, mas fora dominado e agora jazia inconsciente no chão.

Eles cada vez mais se aproximavam do local onde Myranda, Mya e Alayne estavam estáticas.

— Um cavaleiro? – Petyr se admirou limpando a garganta – e poderia nos honrar com um nome, Sor?

— Se lhe agrada – o homem deu de ombros – me chamo Sor Jorah Mormont.

— Lamento, não me é familiar – Mindinho falou.

O coração de Alayne deu um pulo. Batia tão forte em suas costelas que chegava a incomodar. Não conhecia esse homem ou seu nome, mas a Casa Mormont era vassala da Casa Stark.

— Não esperava que conhece-se, sou nortenho. – O cavaleiro respondeu, ele mesmo observando as mulheres no salão.

— Sor Jorah Mormont – repetiu um dos senhores vassalos do Vale – Lutava torneios. Lutava bem. Até ser exilado por seu suserano, Lorde Eddard Stark.

O olhar de Mormont se estreitou, irritado.

— É, alguém lembra de minhas proezas – comentou com amargura.

— Um dos mercenários chegou as três garotas, levou um pouco de tempo olhando Myranda antes de empurrá-la e puxar uma arredia Mya pelo braço para olhá-la mais de perto.

— Starks! – Petyr exclamou, nervoso por se aproximarem tanto de Alayne. – A Casa Stark nunca soube seu lugar, se quer saber minha opinião.

— De acordo – concordou desinteressado.

— Você é bem bonitinha – um dos mercenários falou para Mya enquanto segurava seu queixo com força. – Mas seus olhos são bem pretos, não acho que… - e como num encantamento os olhos dele recaíram sobre Alayne e seu rosto se iluminou de tal forma como se a primavera tivesse chegado mais cedo. – Ora, vejam só, aqui está uma coisinha linda de se ver.

A garota derramou a primeira lágrima de desespero quando o mercenário a puxou para perto e sorriu porque seus olhos lacrimejantes definitivamente eram do tom certo de azul.

— Hey, Mormont, acho que achei a tal garota – o homem exclamou chamando a atenção de todos no salão, inclusive Petyr e Jorah.

Ele pegou Alayne pelo braço e a arrastou até o centro onde o pai dela e o cavaleiro conversavam. Fez-se um silêncio perturbador e os mercenários pararam sua busca.

A garota foi posta diante de Sor Jorah. O homem parecia feroz e perigoso, mas quando se dirigiu a Alayne sua voz era bondosa.

— Qual seu nome, filha?

A jovem manteve a cabeça baixa, um nó se formando em sua garganta. Não devia olhar para seu pai, seria suspeito. Aqueles homens a reconheceriam e a venderiam a Cercey.

— Me chamo Alayne, Sor – respondeu com voz chorosa.

— Alayne de quê, mocinha?

— Alayne Stone, Sor.

Ela manteve a cabeça baixa, olhando o chão. Não era próprio que pessoas de baixo nascimento olhassem direto para cavaleiros e ela tinha medo que ele lesse a verdade em seus olhos.

— É uma moça muito bonita para ser bastarda, Alayne – continuou o cavaleiro de forma amigável. – É um elogio, menina. Procuramos uma jovem donzela de olhos azuis. Seria você?

A garota tinha total consciência de que todos os olhares do salão estavam presos nela. Sentiu o corpo tremer.

— Não creio. Como haveria de ter qualquer que fosse o valor para o senhor, Sor?

A voz dela saiu um pouco mais forte dessa vez. Precisava pensar. Seu pai estava lhe ensinando a jogar o jogo dos tronos, precisava pensar rápido.

— Quem são seus pais? – Jorah perguntou pondo a mão no queixo dela e a obrigando a encará-lo.

Ela soluçou em lágrimas.

— Ah, senhor… minha mãezinha está morta – respondeu tentando soar convincente.

— Nisso eu acredito. E seu pai, morreu de quê?

Alayne podia mentir. Era boa com mentiras e sentiu que poderia fazer isso. Dizer ser filha de um homem qualquer ou que nem conhecera seu pai, mas estava diante de todos os senhores do Vale. Se mentisse sobre seu pai eles saberiam. Eles saberiam que ela devia ser a garota que os mercenários procuravam.

— Meu pai está vivo, senhor – ela respondeu parando de chorar.

— Ela é minha filha natural – Lorde Baelish falou antes que ela completasse.

Aquela notícia divertiu Sor Jorah Mormont.

— Ora, vejam, que inesperado. Sem dúvida essa é a jovem que buscávamos.

— Pretende apostar a vida de minha jovem filha na cor de seus olhos?! – Petyr falou, parecendo muito preocupado. – Mesmo bastarda, é minha filha. Vale muito para mim.

— Vale um reino inteiro, senhor – Sor Jorah falou irritado com Mindinho. – E a descrição é bem precisa: a garota que procuramos é talvez a jovem mais bela dos Sete Reinos. Mais bela que a própria Rainha Tyrell. Não creio que seja fácil de confundir.

Lorde Baelish calou-se, possivelmente ciente de que não conseguiria enganar aqueles homens quanto a identidade de Alayne. Mormont voltou a encarar a garota e quando falou sua voz era tão amigável que parecia se dirigir a uma criança.

— Já ouviu falar do Rei no Norte, Alayne? O Jovem Lobo? – falou observando a reação dela.

Alayne aprendera a mentir durante o tempo que passou em Porto Real e tinha certeza que seu rosto não a traiu.

— Todos os Sete Reinos ouviram histórias sobre o Jovem Lobo, Sor – respondeu conseguindo manter a voz calma como fazia com Joffrey.

— Acontece que a donzela que estou procurando é a irmã do Rei no Norte, Sansa Stark. Já ouviu falar nela? – indagou.

Alayne mordeu o lábio e rezou a Mãe por misericórdia.

— Sansa Stark é a herdeira de Robb Stark, de Winterfell e do Norte. Há quem diga que isso a tornaria Rainha no Norte. Sabia disso? – Não sabia e também não respondeu. – E também é acusada de regicídio pela morte do Rei Joffrey Baratheon. Com tudo isso, imagino que seja muito valiosa para seu "pai", Lorde Baelish.

A garota não resistiu e trocou um olhar com o pai. Petyr tinha uma expressão difícil de traduzir, mas era fácil para ela ver que ele se dera por -se para Mormont e o rosto dela demonstrava a mesma frieza e distância que sentira no dia em que Joffrey a fizera olhar a cabeça de seu pai na ponta de uma lança.

— Rei Joffrey não era um Baratheon, Sor.

Fez-se uma pausa no salão como se todos prendessem a respiração ao mesmo tempo. Em algum lugar de sua mente ela se perguntou o que as pessoas do Vale estariam achando disso tudo.

— É uma ofensa a alguém de tão alto nascimento ser chamada de bastarda – Sor Jorah falou, erguendo a mão para enxugar uma lágrima dela com uma delicadeza que a garota não achou possível que tivesse. – É uma honra conhecê-la, Lady Stark.

As palavras do cavaleiro ecoaram pelo salão como se tivessem vida própria. "Lady Stark" chocou aos ouvidos de todos, inclusive os de Alayne que não lembrava como era ser "Sansa".

— Então o que pretende que não pode ser comprado com moedas?- Lord Baelish falou se dirigindo ao cavaleiro, mudando de tática – Casar-se com ela? Ter pretensão sobre o Norte que o exilou? Vingança?

— É o melhor que pode supor, Lorde Baelish? – o homem respondeu com outra pergunta.

— Vendê-la ao Trono de Ferro? – falou com sarcasmo. - A Rainha Cercey está presa e com seus próprios problemas agora, e de qualquer forma, logo o senhor descobrirá o mal negócio que faz em negociar com Lannisters.

— Ah, eu com certeza negociarei com um Lannister – ele respondeu pensativo.

— O que vai é condenar a garota a morte pelo sangue que um outro Lannister derramou. – Petyr falou com ardor como se acreditasse em suas próprias palavras. – A garota é inocente. Foi o Duende. Tyrion Lannister, aquele maldito anão demoníaco. Matou o Rei, matou o próprio pai, e teria matado a garota se eu não a tivesse protegido. Era a cabeça de Tyrion Lannister que devia vender a Cercey.

Os mercenários trocaram olhares divertidos enquanto alguns soltavam assovios admirados. O próprio Sor Jorah pareceu refletir as palavras do Lorde Protetor e por um instante a garota chegou a pensar que talvez Mindinho conseguisse negociar com os mercenários, mas nesse momento as portas do salão se abriram pela segunda vez.

Um grande cavalo puro-sangue negro entrou, ricamente ornamentado com franjas vermelhas a moda das cidades livres. Seu cavaleiro estava oculto por um grande manto de tecido grosso e sem dúvida usava armadura sob o manto. Sansa prendeu a respiração. O cavaleiro era pequeno, mas não uma criança e mesmo antes de baixar o capuz e mostrar o rosto a todos ela já sabia quem ele era.

Tyrion Lannister.

— Lord Baelish – Tyrion falou com seu melhor tom cínico que Sansa não ouvia há tanto tempo – o senhor acabou de sugerir a meus homens que vendessem minha cabeça a Cercey? Que indelicado.

Mindinho abriu e fechou a boca, incapaz de responder.

O próprio salão olhava a Tyrion como se vissem um fantasma. A última vez que o anão estivera no Vale fora acusado da morte de Lorde Arryn e conseguiu engenhosamente se safar da sentença de morte a qual fora condenado.

A própria Alayne não sabia o que pensar. A última vez que o vira foi no casamento de Joffrey e nesse dia Tyrion (seu marido) fora acusado pela morte do Rei. Dias depois de sentenciado a morte, conseguira fugir matando o próprio pai, Lorde Tywin, e nunca mais fora visto nos Sete Reinos.

Nunca mais até agora.

— Sansa – Tyrion falou se dirigindo a ela do alto do puro-sangue. Seu tom e sua expressão pareciam ser uma mistura de preocupação e pena. Sempre que falava com ela, desde antes de casar, sempre parecia preocupado e penalizado por ela. – Você está bem, minha senhora?

Primeiro ela não soube o que responder, segundo lhe veio a mente num turbilhão de pensamentos tudo que aprendera vivendo como Alayne Stone, tudo que aprendera com Petyr Baelish e o Vale, tudo que aprendera sobre o jogo dos tronos. Sua fuga de Porto Real, Sor Dontos morto, sua tia morta. A voz do cantor sem olhos ecoando depois de sua morte, o menino Robert pegando em seus seios, seu pai a beijando. Lorde Petyr Baelish a beijando. Seu castelo de neve.

Winterfell.

Quando se joga o jogo dos tronos, você vence ou morre.

Era uma escolha simples.

Sansa livrou-se das mãos de Sor Jorah e sob o olhar do salão incrédulo ela correu até o cavalo de Tyrion.

— Senhor meu marido – falou e alívio que sua voz demonstrava era tão genuíno que pareceu surpreender o anão.

— Você está bem? – repetiu preocupado. – Alguém te machucou? Se o desgraçado do Mindinho tiver tocado em você vou arrancar seu pau e nem queira saber onde vou enfiá-lo.

As palavras de seu marido estavam cheias de raiva direcionada e Alayne soube que Tyrion nunca faria mal algum a ela. Ele a protegeria como sempre o fizera desde que chegara a Porto Real para ser Mão do Rei.

— Eu estou bem, meu senhor, - ela respondeu, engolindo a vontade mórbida que sentia de contar sobre os beijos e descobrir o que Tyrion faria se soubesse. Ela ergueu as mãos até onde as dele seguraram as rédeas do cavalo e envolveu a pequena mão dele com a sua. O anão parecia não acreditar no gesto dela. – Veio me buscar?

— Vim salvá-la, minha lobinha – ele respondeu parecendo lisonjeado com a atitude dela.

Salvá-la?!— Petyr falou, parecendo recuperar a voz e seu sarcasmo. – Perdão, mas creio que eu é que a salvei a tirando daquele fatídico casamento e de suas mãos.

Alayne podia sentir a pequena mão de Tyrion ficando tensa sob seus dedos.

Você o quê!? Petyr, aposto todo ouro do Rochedo Casterly que teve dedo seu na morte de Joffrey, me incriminou, sequestrou minha esposa, e agora quer convencer essas pessoas que a salvou?! - Tyrion exclamou irritado – Você vendeu o pai dela a morte, teria vendido os irmãos se tivesse tido a chance, mas por algum motivo torpe, que prefiro nem saber qual, você sequestra Sansa e a traz para viver com você. Ruiva, olhos azuis, uma perfeita Tully. Se eu descobrir que você tocou em Sansa juro que o farei desejar a morte antes do fim.

— Que tipo de homem acha que sou, Duende? – Petyr reclamou, tentando manter a pose diante dos senhores do Vale.

— A pior espécie possível – completou. – Devia tê-lo enviado a morte quando tive a chance, como fiz com Janos Slint.

— Não o enviou a morte, o enviou a Muralha.

— E teve uma morte trágica assim que a Patrulha da Noite ganhou um novo comandante, pelo que ouvi dizer. – Tyrion disse soltando uma das mãos das rédeas e segurando a mão da esposa. – O novo comandante é o filho bastardo de Eddard Stark. O que acha que ele fará com você se eu envia-lo a Muralha com um corvo dizendo a ele que você foi o homem que vendeu seu querido pai a morte?

Petyr não vacilou.

— Sabe como são os bastardos, - respondeu – talvez até me agradeça.

— Jon Snow? Acha mesmo? – Tyrion riu – Podemos apostar sua vida nisso?

— Muito bem, você venceu, achou a garota Stark. E agora? Me assustar? – desdenhou, cético.

— Não me confunda com as pessoas honradas que gosta de enganar. Dessa vez vou matar você – Tyrion respondeu e havia uma frieza perigosa em sua voz.

— Eu não faria isso se fosse você – respondeu Petyr calmo como sempre.

— Me dê um único motivo para mantê-lo vivo que seja melhor que meus dez motivos para querer vê-lo morto – Tyrion falou sarcástico.

— Sabe muito bem porque. Sei de coisas, muitas coisas. Coisas que tem valor para você e para muitos outros em Westeros, coisas que tem valor para Stannis – terminou, satisfeito.

— Blefe. E eu não sou Stannis – Tyrion respondeu se virando para Sor Jorah. – De qualquer forma, tenho planos para ele antes de mata-lo. Prenda-o. Tragam um cavalo para minha esposa.

O cavaleiro fez um gesto aos mercenários e a porta se abriu para entrar uma égua cinzenta e pequena, de aspecto manso. O anão se voltou para as pessoas do vale enquanto alguns de seus homens acorrentavam Petyr.

— Senhoras e senhores, não matarei nem molestarei nenhum de vocês. Não sou o vilão dessa história. Só vim aqui buscar minha esposa que foi cruelmente afastada de mim – falou em seu melhor tom teatral. – Poderia matar a todos para que Westeros não soubesse de minha presença, mas não o farei. Não estou aqui para sujar minhas mãos de sangue. Vim aqui em busca de justiça, de honra, de… todas essas baboseiras que existem nas canções.

— Canções? – Mormont perguntou impaciente ajudando Alayne a subir na égua.

— É, Jorah, canções. Você não tem senso artístico? – indagou divertido. – Digam as pessoas que voltei por amor, por Sansa, por vingança… ou por qualquer outro motivo mirabolante que lhes passe pela cabeça. Ah, e jovem Harry, estou torcendo por você.

Em seguida fez uma mini reverência e guiou o cavalo para fora da sala. Alayne se sentiu estranha, perdida. Do alto da égua olhou ao redor. Todas as pessoas do Vale a olhavam, uma estagnação tão grande em seus olhares que ela não sabia se a odiavam ou a admiravam. Perto dela, Petyr Baelish tivera as mãos acorrentadas e começava a ser puxado para fora do salão enquanto os mercenários começavam a recuar. A um canto, Myranda e Mya a olhavam e havia admiração e medo em seus olhos.

Ela não era mais Alayne Stone diante deles.

Erguendo a cabeça como era próprio de uma Lady, ela puxou as rédeas do cavalo e seguiu seu marido para fora do salão.

Agora ela era Sansa Stark.


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