Lupinar escrita por Vitoria Leite Ramos


Capítulo 2
Capítulo 1


Notas iniciais do capítulo

Hey...



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Momentos atuais.

Noah Moore.

Chegamos ao amanhecer no clã Benoit, eles nos aceitaram de bom grado. Archie ficou aliviado ao saber que teríamos um local seguro para o restante do clã, não sabíamos quanto tempo ficaríamos lá, mas ficaríamos bem durante a estadia.

Archie achou melhor vigiar as entradas do clã, caso alguém tenha nos seguido e queria atacar novamente, separei alguns dos nossos guerreiros que estavam em melhores condições e fiquei com eles na vigília.

Já tinha passado duas horas e nenhum ameaça tinha sido detectada, o que me aliviou demasiadamente. Só de pensar em um novo ataque em tão pouco tempo me causava repulsa e ira. Mas a paisagem que estava contemplando agora era um calmante. O clã Benoit era uma grande fortaleza impenetrável, nem um clã se comparava a plenitude de sua segurança, até parecia que o alpha Callum estava guardando algo muito precioso. A floresta em volta mais parecia um bosque, pinheiros altos, animais de pequeno porte pulando, correndo, voando de um lado para o outro e uma mulher no alto de uma árv...

— Ei, você! Desça daí imediatamente! — quem era ela? O que fazia no alto de uma árvore? Por que não estava descendo? Ela queria entrar no clã? — Peguem-na. — dois guerreiros sobem rapidamente e descem com ela, que não reluta e não fala nada. — Entrem, vamos descobrir o que você quer.

Era hora do café da manhã, então todos estariam reunidos comendo juntos. Havia uma mesa que parecia não ter fim, todos estavam sentados comendo. Era engraçado ver todos reunidos assim, como a grande família que eram. Eu mesmo carregava a menina, olhando de perto percebia que era jovem, fui andando e procurando Archie e Callum, e por onde eu passava escutava rosnados baixinhos.

Depois de um tempo achei os dois sentados próximos, Callum parecia procurar alguém e Archie estava remexendo na comida enquanto sua mãe falava para ele comer.

— Encontramos essa garota no alto de uma árvore, ela parecia querer entrar aqui, mas não disse nada desde que foi capturada. — mal termino a frase e os rosnados aumentam, será que estão com muita fome ou eu fiz algo errado.

— Isso não tem graça, sabia? — Callum fala diretamente comigo. “Mas o que foi que eu fiz?” pensei — Eles são nossos hóspedes, mas o que diabos você está fazendo no ombro dele? — agora entendi, Callum falava com a garota que eu carregava. — Ayla?

***

Ayla Benoit

Tomo impulso e desço do ombro do grandalhão, era bom ser carregada, porém meu pai não parecia compartilhar a mesma ideia. Ele tinha uma expressão severa em seu rosto, mas sei que é tudo encenação, ele estava gargalhando por dentro ao ver a expressão do homem que me carregou até aqui quando soube de quem eu era filha.

Só os clãs que nos visitavam constantemente sabiam da adoção do meu pai, e como eu nunca tinha visto nem um daqueles homens que guardavam o clã, primeiro achei que tínhamos sido invadidos, mas estava silencioso demais, não demorou muito para perceber que eles pediram abrigo ali, só ainda não sabiam quem eles eram, e como estava de bom humor resolvi fazer uma pequena arte, como diria Izobel.

— Minhas pernas doíam, não tinha como passar com por eles e eu não estava afim de conversa. Com tudo, cá estou eu. — falei ao me sentar em frente ao meu pai. — Passei por eles e agora vou a apresentação. Me chamo Ayla, sou filha do alpha Callum Benoit e Luna do clã, e sou adotada antes que me pergunte.

— Ele não iria perguntar, Ayla, pare de dizer essa palavra feia. — Callum fala em tom rígido e não é fingimento, para ele eu sou sua filha e ponto, nada de adotiva, de coração, ou qualquer outro nome fofo e desnecessário que insinuasse que não era sangue do seu sangue. Eu era sua filha e não precisava de mais explicações, o que me agradava muito. — Sente-se, Noah. Aproveite a comida de Izobel, não há mais necessidade de vigiar o clã.

Noah, o homem que me carregou até aqui, mandou outro homem que estava ao seu lado chamar os outros guerreiros que estavam guardando as entradas do clã. Algumas pessoas já comiam, enquanto outras aguardavam o meu pai começar para acompanhá-lo, então começo a colocar algumas frutas no prato sem muita pressa, percebo que cada movimento meu está sendo acompanhado, procuro quem tanto me observa, quando acho meu admirador, vejo o homem mais assustador de todos.

— Só vai comer isso, filho? Você mal tocou na comida. — uma mulher de certa idade estava ao lado do homem assustador, essa cena tirou o ar de terror ao redor dele, mas ele ainda exalava periculosidade. Fiz uma careta para ele, eu também sabia fazer cara de mal quando queria. Só não imaginaria que ele fosse me encarar descaradamente.

BURRP!

— Não na frente de criança! — meu pai fala para o dono do arroto. O estranho assustador dá um sorriso contido, sabendo que a criança a qual meu pai se referiu era eu. Ele ainda continuava me encarando e eu o mesmo.

BURRRRP!

— Eu não sou criança. — digo depois de soltar um arroto mais alto que o de antes. Vejo surpresa no rosto do estranho, e dou um sorriso cínico para ele. Paro de prestar atenção no estranho quando Sinn senta ao meu lado, já era de costume comermos juntos.

— Vamos caçar depois do café da manhã? — Sinn me pergunta, vejo meu pai sorri enquanto conversa com a mãe do estranho assustador.

— Vou perguntar a Izobel qual animal ela quer hoje. — saio andando o mais rápido que consigo, só que o vestido que uso faz essa tarefa quase impossível. Odeio usar esses pedaços de pano longos, não serve para nada, mas Izobel acredita que uma dama deva usar isso. Contudo, como eu não sou nem de perto uma dama, ela acha que usar durante algumas horas ao dia vai me fazer mudar de ideia a respeito dos vestidos, claro que por usar no café da manhã como ela impôs, eu tenho direito de invadir a cozinha a hora que quiser, como eu impus.

— Ayla, a comida que está na mesa não é o suficiente para você? — Izobel me pergunta assim que entro na cozinha.

— Sim, você já sabe que é. Sinto falta da sua companhia, mas sei que se deixar a cozinha sozinha, aqui vira uma zona e sem comida. — sorri fraco para ela. Izobel já é uma senhora de idade avançada, mas com muita energia, é uma típica vovó. — Sinn e eu vamos caçar, deseja algum animal em especial?

— Bom, irei preparar um guisado de javali no almoço, creio que mais uns três ajudaria a matar a fome desses lobos famintos. — ela resmunga e vai passando de panela em panela jogando alguns temperos. Como ela cozinha para todo o clã, precisa de muita ajuda e muitas panelas. Às vezes só por brincadeira a chamo de rainha das panelas. — Com toda minha experiência quando se trata de você, aposto que vai tirar o vestido. Você sabe que as mulheres da sua idade já estão casadas e acham estranho você não usar vestido. Os homens também devem achar estranho...

— Não quero casar agora, Izobel. Tenho só vinte anos, quem quer casar aos vinte anos? — digo e vou saindo da cozinha, ainda escuto um alto e sonoro “todas do clã, menina” de Izobel.


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Notas finais do capítulo

Tchau!



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