Lupinar escrita por Vitoria Leite Ramos


Capítulo 1
Prólogo


Notas iniciais do capítulo

Hey, se quer ler uma historia emocionante de amor e lobisomens, achou!

Comentem o que acham, isso que incentiva. :*



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Momentos atuais.

Archie Moore.

Os primeiros raios de sol começavam a surgir no distante horizonte, ainda não brilhavam o suficiente para iluminar, não que fosse preciso, as enormes pilhas de entulhos flamejantes se encarregavam deste trabalho, revelando o terror, a destruição, morte.

O cheiro. Aquele cheiro me queimava as narinas, mesmo de tão longe, o cheiro de carne queimada, cheiro de morte. Senti como se nunca fosse deixar de esquece-lo.

O pico dessa colina costumava me trazer boas lembranças, me provê de um bom lugar para pensar, para me afastar quando preciso. Agora esse pico me provê apenas da visão privilegiada do meu lar em ruínas, em chamas.

Nossas casas foram reviradas, nossos pertences queimados; amigos e familiares, assassinados a sangue frio.

Ainda não acreditava no que acontecia diante dos meus olhos, vi de perto toda a cidade caindo rapidamente, me senti impotente, como nunca antes. Muitas pessoas morreram, pessoas que confiavam suas vidas em mim, pessoas que morreram lutando em meu nome.

Tudo que mais almejo é saber quem planejou esse ataque. Meu clã sempre foi muito pacífico, sempre acolhemos viajantes e não entramos em outros territórios sem permissão, por isso não tínhamos inimigos, até agora.

— Alpha, onde vamos esconder os sobreviventes? Não temos como lutar contra eles com a quantidade de homens que sobreviveram, sem contar que mais da metade está ferida. ­­— Noah, meu melhor amigo e segundo no comando me tira dos pensamentos. Claro que eu tinha que salvar o resto do meu clã, pelo menos os poucos que sobreviveram. — Sua mãe está acalentando eles, mas a sua ausência fazem todos ficarem agitados, muitos estão preocupados com o futuro.

— Vamos pedir socorro para nosso vizinho, o clã Benoit não é o mais próximo daqui, mas é o mais seguro e sei que não vai negar ajuda. — Callum Benoit é um grande amigo dos meus pais e aliado do nosso clã, ele vai nos ajudar nesse momento que mais precisamos.

Taiga, onde moramos, é enorme, a segunda maior floresta do mundo. A floresta é praticamente “virgem”, humanos não entram nela, sobrevivem com a madeira das árvores da orla. Eles sabem que existem animais que os matariam sem pensar duas vezes, como lobos, ou seja, como eu.

Por isso só temos que nos preocupar com a nossa própria espécie, existem muitos clãs, mas só seis são os mais poderosos e conhecidos, o meu era um deles. Dentro de nove anos, o clã Benoit se tornou o mais poderoso entre os seis, a fama é que sempre há paz e fartura, todos vivem suas vidas tranquilas, mas eles batalharam e batalham duro para conseguir isso.

Em forma humana seriam 8 dias de caminhada, mas não somos humanos, somos lobos em primeiro lugar.

***

9 anos atrás.

Pov. Callum Benoit.

Estava voltando para casa, depois de uma longa jornada. Um clã muito poderoso foi completamente destruído, o clã Leroy, alguns guerreiros e eu viajamos uma semana, na forma de lobos, para encontrar algum sobrevivente, tudo que achamos foram cinzas e sangue, alguns pedaços de madeira ainda queimavam, não encontramos ninguém do clã vivo, nem em forma humana, nem lupina.

Como usamos toda nossa energia para chegar até aqui o mais rápido possível, precisávamos beber água, comer algum animal e descansar um pouco. Todo estavam abatidos com a total destruição que vimos. Briga por território era comum, mas não aconteciam massacres como esse, acontecia lutas justa de alpha para alpha, quem vencesse ficaria com as terras e o clã do perdedor, era uma coisa tão “amigável” que era difícil a luta ir até a morte, o alpha perdedor ou virava guerreiro do novo alpha, ou de outro clã.

Estava concentrado em quem fez isso e por qual motivo, quando escuto um barulho de longe, um grupo de ômegas estavam aproximando-se rapidamente, será que são os mesmos que atacaram o clã Leroy?

— Estão escutando isso? — eu sabia que todos estavam escutando, todos nossos sentidos são muito mais aguçados que os dos humanos, mas precisava saber se todos estavam alerta. — Creio que são ômegas, você já sabem que esses lobos não tem escrúpulos, vão atacar para matar. Vamos lutar por nossas vidas, se não vamos acabar com o clã Leroy, que vocês acabaram de ver.

— E lutar pelo nosso alpha. — Sinn, filho do meu beta, segundo no comando dos guerreiros, falou. Ele implorou para fazer essa viagem, claro que o seu pai ficou receoso, seu único filho nunca tinha saído sem ele por perto, mas prometi proteger o jovem com a minha vida, como ele ficou protegendo nosso clã na minha ausência.

Escutei eles se aproximarem, estavam nos cercando de longe, isso era uma emboscada.

— Cuidado com ataques repentinos, fiquem atentos. Formem uma rod... — não pude terminar a frase. Haviam sete deles contra apenas cinco de nós. Eles rapidamente fecharam um círculo ao nosso redor, estávamos em desvantagem, não só numérica, como também estratégica.

Eu virei rapidamente, na intenção de gritar uma ordem para Sinn, mas ele já havia sido imobilizado por um dos ômegas, que apertava o seu pescoço com o braço esquerdo. Um sorriso sinistro desenhou-se no rosto do atacante e ele levou sua mão rapidamente para trás. Um golpe seria desferido. Por um instante tudo pareceu ter parado, meus instintos tentavam calcular alguma forma de sair daquela situação, alguma forma de parar o golpe mortal que estava para ser desferido contra Sinn. Nada.

Tudo voltou ao normal e, em questão de segundos, a mão do ômega prestes a desferir o golpe se tornou uma enorme pata com garras fatalmente afiadas.

Bomp!

Um barulho seco chama a atenção de todos. “Essa é a minha hora!”

­

— Sinn! – gritei, ele já sabia o que fazer.

O jovem desferiu um golpe violento com o cotovelo contra a têmpora do ômega, que caiu, atordoado, atrapalhando a sua transformação e fazendo a sua mão voltar ao normal.

Dessa vez, tudo pareceu ficar lento e o que aconteceu a seguir durou apenas alguns segundos:

Um dos meus soldados a esquerda de Sinn saltou com um forte impulso, ainda no ar, pelos cresciam rapidamente em seu rosto espalhando-se pelo resto do corpo, sua boca adquiriu uma aparência horrenda e se esticou até formar um focinho com enormes presas, suas mãos viraram patas iguais a do ômega. Ele caiu bem em cima do inimigo, cravando suas garras no seu peitoral, matando-o de imediato. Nesse momento todos nós já estávamos transformados, exceto por um dos ômegas que ainda se recuperava do golpe na cabeça e foi o próximo a morrer. Sinn deu-lhe uma abocanhada, arrancando facilmente o seu maxilar e fazendo-o se estrebuchar de dor. Um terceiro ômega saltou com a bocarra aberta em uma investida brutal na direção de um dos meus soldados, que se esquivou por pouco, abaixando-se e, aproveitando a chance, desferiu um golpe contra o estômago do adversário, banhando-se em tripas e sangue. Mais um deles vinha correndo rapidamente em minha direção, eu corri em disparada na direção do mesmo, que se surpreendeu por um segundo, mas não hesitou. A menos de um metro de distância dele eu abaixei meu corpo e, com um forte impulso com as patas frontais, dei uma investida com os meus ombros contra o seu maxilar, seus dentes se chocaram com uma força intensa, produzindo um terrível som, eu cravei as minhas presas em seu pescoço, fazendo espernear na tentativa de se livrar, depois girei a minha cabeça em cento e oitenta graus para a direita, dando o golpe final. Outro soldado de minha alcateia arrancou a perna de um dos ômegas e depois desferiu vários golpes usando as garras contra seu rosto.

Todos paramos, e observamos o último dos ômegas que estava parado em posição de ataque. “Ômegas não fogem.” Suspirei.

Ele e Synn saltaram ao mesmo tempo, se chocando no ar. Synn acertou um golpe em seu focinho, na altura do olho, com a pata direita. O adversário tentou atacar mais uma vez, mas foi finalizado com uma mordida no pescoço.

Um irritante som agudo açoitou os meus ouvidos. Me dei conta que ele durava desde o início da luta. Um choro. Um choro de criança. A criança que caíra de uma árvore, produzindo o som necessário para chamar a atenção dos ômegas e permitir que nós saíssemos vivos dessa luta.

— Calma, não vamos machucar você. — eu tentei tocar nela, logo descobri que não foi uma ideia inteligente, o choro aumentou, ela estava muito assustada. — Aqueles lobos machucaram você?

Ela me olhou e foi como se meu mundo se iluminasse. Não, ela não é minha companheira, minha doce Mery já tinha me encontrado, mas morreu lutando pelo nosso clã. Aquela menina era como um presente da minha Mery, uma filha que nunca pudemos ter.

Ela balançou a cabeça negando, foi um grande alívio para todos, pude sentir seus músculos relaxarem.

— Você tem casa? — Sinn perguntou. Ela negou novamente, estava muito longe do clã Leroy para ter chegado até aqui sozinha, era improvável que pertencesse ao clã destruído.

— Você que ir conosco? Não vamos te machucar. Prometo. — coloco a mão fechada sob peito, um gesto de uma promessa que não pode ser quebrada, ela parece entender e afirma. — Como é o seu nome, filha?

— Ayla. — ela responde com a voz ainda chorosa.


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Notas finais do capítulo

O que me dizem?



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