Mais que uma bruxa escrita por Favorite Girl


Capítulo 7
Uma vida "diferente"


Notas iniciais do capítulo

Voltei. Sim, antes de um mês e, sim, isso é um milagre da vida. *musica do Rei Leão ao fundo*
Consegui fazer um capitulo maior!!! Finalmente, depois de um mega bloqueio.
Não gostei muito das cenas do inicio, mas, fazer o que?
Espero que gostem amores. ♥
Boa leitura - Favorite



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— Eu quero uma coruja!

Eu e Gael estávamos caminhando pelas ruas do Beco após toda aquela confusão com a minha varinha. Pegamos um sorvete e ele me fez ficar sentada nos degraus de mármore do Banco enquanto sacava mais dinheiro para deixar comigo. Brigamos por alguns minutos antes de eu finalmente ceder. Ele tinha razão. Eu não estava autorizada a entrar no meu cofre por causa de alguns problemas com o Ministério e suas investigações quanto ao meu misterioso caso de aparição. Então, após esperar pelo que pareceram horas, Gael voltou e me entregou um saquinho de couro com várias moedas dentro. Tínhamos meia hora para dar uma caminhada antes de ter que voltar ao castelo e, mesmo com esse pouco tempo, pude me maravilhar com tudo que o mundo bruxo daquele local podia me oferecer.

Agora estávamos parados em frente à loja de animais e cada um deles me fascinava. Eu não pude entrar no Banco, mas uma coruja ele não iria me privar de ter.

— E para que você precisa de uma? – Quase revirei os olhos. Quase.

— Para mandar carta, ué! Para receber coisas, mandar recados. Minha família está do outro lado do mundo, quero ter uma forma de falar com ela.

— Uma coruja é suficiente para tudo isso, então para que você quer outra?

— Mas eu prec.…Como assim “outra”?

— Você já tem a Crystal, não vejo necessidade de ter mais uma coruja.

— Crystal? Como assim?

— A coruja que levou a sua carta. Crystal. A amarela. Lembra?

— Sim, eu lembro dela, mas é SUA coruja não minha. – Voltamos a andar enquanto eu tentava entender o que estava acontecendo naquela conversa. Desde quando a Crystal era minha? E desde quando aquela coruja se chama Crystal?

— Quando estávamos na sua casa, você perguntou se ela era minha, certo? – Concordei com a cabeça – Então, eu havia lhe falado que não era exatamente minha. A verdade é que eu a encontrei em uma floresta quando ainda era filhote e o dono de sua mãe me avisou que não poderia ser totalmente dono dela, pois quando chegasse a hora ELA escolheria seu dono. E é isso. Ela escolheu você. Meus parabéns.

— E como você sabe que ela me escolheu? Por acaso fala a linga das corujas, se é que isso existe?

— Você que realmente ouvir um monologo longo e chato sobre a minha relação com aquela bendita coruja ou que terminar de olhar as ruas por aí para voltarmos logo para o castelo? – Sua voz soava irritada, mas não me privei de revirar os olhos e lhe dar as costas.

Quando estava a mais ou menos um metro de distância, ouvi um suspiro zangado. Gael andou rapidamente até mim, me puxou pelo braço e, comigo sendo esmagada entre seu braço e seu tronco, aparatou. Cheguei no portão do castelo em um segundo e, quando me vi liberta do feitiço, o empurrei para longe com toda a minha força. Ele nem se moveu.

— Por que fez isso? Eu ainda tinha meia hora para passear pelo Beco!

— Porque achei que já era hora de voltar e não preciso dar satisfações para você. Já ficamos a manhã toda andando por aí, você precisa ter aulas também, sabia? Ou quer se formar com o dobro da idade dos outros?

— Meia hora não ia fazer diferença!

— Chega de drama, srta. Miller. Vá para o almoço e me encontre em minha sala assim que terminar. Tem muita coisa que repor desses últimos anos. – E saiu andando. Bufei de frustração e segui a passos rápidos para dentro, passando por ele rapidamente.

Quem ele achava que era para decidir por mim? Não cresci como um bruxo para saber de cor como o Beco era. E ele acabara de tirar, provavelmente, a minha única chance de conhecê-lo durante meses! E ainda se acha no direito de ser grosso.

Fui direto para o Salão e me sentei na mesa da Sonserina, sem vontade de conversar com ninguém. Logo uma garota loira de olhos castanhos sentou ao meu lado. Uma fitinha verde prendia duas mechas trançadas de cabelo para trás.

— Oi – Cumprimentou.

—Oi – Respondi.

—Você é a Bianca né? – Acenei de leve com a cabeça confirmando – Eu sou Merope.

— Merope? – O nome não me era estranho, mas não conseguia lembrar de onde o conhecia.

— É, como a estrela do Cinturão de Orion. Minha mãe era apaixonada por Astronomia e tals.

— Ah – Disse sem muito interesse – Bom, a gente se vê por aí.

— Ok.

Me levantei e fui para o meu quarto. Os livros e meu uniforme já estavam sobre a minha escrivaninha, como Gael havia informado. Me troquei e empilhei todos os livros nos dois criados-mudos ao lado da cama. Estava quase de saída, quando notei um embrulho verde misturado com as cobertas. Fui até ele o abri o pacote com cuidado. Dentro havia uma capa preta exatamente do meu tamanho. Na barra, um pequeno filete de linha prateada dava um toque especial na peça. Quando fui fechá-la, notei que seu fecho não era “comum”. A cabeça de um tigre prateado se projetava na minha garganta e seus olhos eram minúsculas pedras azuis. Era perfeita.

Junto ao pacote também havia um bilhete, assim que li, não pude conter um pequeno sorriso.

Para os dias de frio.

—G Muniz

Guardei em meu guarda-roupa e segui para a sala do meu professor, sentindo um sentimento crescer dentro de mim.

***

Minha cabeça ia explodir. Eu tinha certeza disso. Passei a tarde toda sendo bombardeada de informações sobre poções e como prepará-las. Gael me fez gravar para que uma dúzia de poções servia e quais eram seus ingredientes, sem contar toda a aula teórica sobre o que é melhor para tal coisa e etc. Minhas mãos estavam doloridas de tanto escrever e anotar, pois não deixei uma mínima palavra escapar de minhas anotações cuidadosas.

Caminhei sonolenta e clamando por algumas aspirinas até o meu quarto. Joguei a bolsa de lado enquanto caia de cara sobre os travesseiros. A vida toda esperando para estudar em Hogwarts e, quando finalmente consigo, quero simplesmente dormir até morrer por falta de nutrientes. Oque já deve estar acontecendo, pois não comi nada desde o almoço, quase oito horas atrás.

Tomei coragem e fui tomar um banho, para ver se a sono ia pelo ralo. Ainda havia muito o que estudar. Demorei duas vezes mais o que o necessário para lavar o cabelo e, quando finalmente sai do chuveiro, coloquei um pijama confortável e deixei meus cabelos soltos para secarem naturalmente. Limpei a maquiagem que não havia saído no banho e fui para o quarto.

Arrumei a pequena bagunça que minha cama havia se tornado e peguei os livros que estavam dentro da bolsa para voltar a estudar. O jantar havia acabado a muito tempo, etão decidi deixar de lado mesmo. Sempre atropelava refeições em casa, isso não começaria a me fazer mal depois de tanto tempo.

Fiquei com a cara enfiada em livros e cadernos por mais algum tempo. Quando me dei conta, já passava das 23:30 e o cansaço estava quase me vencendo. Guardei os livros, mas quando cheguei na cama lembrei da carta que havia escrito no dia anterior. Voltei aos cadernos e a encontrei. Rasguei a folha e, com outra, fiz um envelope. Coloquei a data na frente e o fechei. Puxei outra folha e comecei a escrever. Minha irmã teria muito o que ler quando as recebesse.

Minhas mãos assumiram o controle, em quando meu cérebro somente colocava as palavras em ordem. Contei a ela do caso das “bolas” da Eris e sobre o desastre da minha aula de voo. Falei do Beco e do estranho modo como tinha acabado encontrando minha varinha. Falei sobre ela em si e sobre a segunda invasão de tigres na minha vida. Meu patrono. Coloquei em outro envelope e escrevi a data novamente.

Precisava levar as duas até o corujal, pois amanhã não teria tempo. Fui até o armário e peguei uma calça jeans preta. A vesti e, quando ia sair pela por, lembrei de um certo presente. Puxei a capa de seu cabide a joguei por cima dos ombros. Toquei levemente o tigre prateado que a fechava no meu pescoço. Alcancei a varinha e segui para fora.

Lumus — Sussurrei.

Caminhei silenciosamente pelos corredores. Ou o mais silenciosamente que minhas pantufas dos Monstros S.A. me permitia. Só esperava não encontrar ninguém nos corredores, pois uma regata rosa de pijama, uma calça jeans, pantufas e capa não eram exatamente o melhor visual do mundo.

Quase tropecei nos degraus que me levariam ao meu destino, mas consegui me equilibrar. Quando, finalmente, cheguei apaguei a luz que vinha da minha varinha com um aceno, pois a lua era iluminação mais que o suficiente para entregar as cartas. Olhei para todas aquelas corujas em seus poleiros e logo identifiquei uma luz amarelada um pouco familiar. Crystal veio até mim sem precisar que eu a chamasse. Ela se apoiou em meu braço e eu acariciei sua cabeça com a mão que estava livre.

— Então você resolveu e escolher, não é? – Comentei – Também gostei de você, sabia?

Ela apenas virava a cabeça de um lado para o outro, como se me entendesse.

— Você poderia levar essas cartas para minha irmã? – Perguntei as estendendo para ela. As enrolei e prendi com uma fita em sua pata. Passei os dedos uma última vez em sua cabeça e a deixei voar.

— É uma bela coruja. – Peguei a varinha por instinto e apontei para o canto em que a voz surgiu – Calma, Bianca. Sou eu.

Merope, a garota que havia conhecido hoje cedo, surgiu das sobras. Seus cabelos loiros pareciam platinados sob a luz da lua, sua beleza era inegável.

— Ah, é você. – Abaixei a varinha e voltei a olhar pela janela, Crystal já havia sumido pelo horizonte.

— Mas é sério. Nunca tinha visto uma dessa cor.

— Também nunca tinha ouvido falar, mas, bem, parece que existem.

— Você é uma garota de sorte, sabia? Em todos os sentidos.

— Como assim?

— Eu vi. Vi o quanto a sua sorte é grande, vi como sua vida é diferente da maioria.

— Do que você está falando? – Disse me apoiando na janela e me virando para ela.

— Minha mãe era apaixonada pelas estrelas, Bia. Ela me ensinou alguns truques.

— Você está querendo dizer que viu o meu futuro? – Ela se apoiou ao meu lado.

— Ver o futuro ainda é um pouco complexo para mim, mas, o passado é uma coisa até simples.

— Então você me viu criança? – Perguntei com um sorriso

— Não exatamente, mas isso não importa. Sua vida é diferente, mas não sei se é um diferente bom. Bem, melhor eu ir.

— E vai me deixar com essa reflexão estranha e confusa?

— Sim. Boa noite – E saiu saltitando pelo corredor.

Balancei a cabeça tentando entender o que aquela menina tinha usado nos últimos tempos e resolvi voltar para o quarto. Sai com cuidado do corujal e fui em direção ao meu quarto. Estava quase chegando na divisão que fica o dormitório dos monitores chefes quando, de repente, um barulho ecoou pelo corredor. Como um pedaço de madeira caindo e batendo as pontas até, finalmente, encostar totalmente no chão. Minhas pernas congelaram no mesmo instante. Dei dois passos cautelosamente.

—Tem alguém ai? - Sussurrei para a escuridão. Silêncio. Continuei meu caminho ainda olhando para os lados, sentindo cada nervo meu se retrair, prontos para correr a qualquer instante.

Alguns passos depois um vulto passou pelo canto da minha visão. Segui com a varinha, mas não havia nada. O medo no meu peito crescendo. As batidas do coração diminuindo e ficando cada vez mais altas. Me agarrei com todas as forças a minha varinha e segui meu caminho.

Conseguia ver minha porta a alguns metros de distância, quando o barulho de uma capa arrastando no chão chegou ate mim. Passos apressados a seguiram. Apontei a varinha.

—Quem esta ai? - Perguntei, agora mais alto. Nada. Continue iluminando o local, paralisada pelo medo.

No momento que cheguei perto de voltar a iluminar o caminho a minha frente, após dar a volta por todas as direções, alguém correu na frente na área iluminada. Não pensei duas vezes. Segurei minha capa com uma mão, enquanto a outra segurava a varinha com o braço estendido a minha frente. Corri. Corri o mais rápido que pude e escancarei a porta do meu quarto, acendendo a luz e fechando a porta com um único movimento. Virei a chave o máximo de vezes possíveis, para ter certeza de que estaria trancada, e me joguei na cama.

Retirei as pantufas e fui para baixo das cobertas, puxando-as até cobrir a cabeça. Apaguei a luz com um aceno de varinha e me concentrei em controlar a respiração. Adormeci ainda com as mãos tremendo.

***

Levantei assustada com o barulho do despertador. Os sonhos ainda me confundindo de imaginação e realidade. Tomei um banho rápido e vesti o uniforme. Verifiquei meu horário e coloqueis os livros correspondentes dentro da bolsa. Segui para o café relembrando o que tinha visto ontem, enquanto voltava para o quarto. Um tremor percorreu minha espinha, resolvi ignorá-lo.

Cheguei ao salão e, ao entrar, uma coruja acabou esbarrando em mim sem querer. Ela derrubou o Profeta Diário aos meus pés, mas quando fui devolver para que ela entregasse ao seu assinante, já havia voado. A reportagem principal me chamou atenção, então resolvi ler seu título ali mesmo.

Uma garota foi morta.

Uma garota foi morta em Hogwarts.

No dormitório.

Na noite passada.

Na noite em que eu estava andando pelos corredores.

Derrubei o jornal. O pânico inundando meu corpo. Quem mais estava andando pelo Castelo?


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Notas finais do capítulo

Ai senhor!!! Uma menina morta?
Comentem!!!!!! Sejam pequenos anjos que comentam *-*
Postarei o próximo assim que possível, amores. Nos vemos em breve.
Bjss -Favorite



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