Meu Pequeno Amor 2 - Segunda Geração escrita por FireboltVioleta


Capítulo 9
Anjo Ruivo




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SCORPIUS

 

Eu fingi que não tinha gostado nadinha da Rose ter me acordado no dia anterior.

Então, no dia seguinte, fui eu que a acordei, pulando em cima da cama.

Quase engasguei de tanto rir quando Rose colocou o rosto pra fora do cobertor, me olhando de um jeito bravo – que eu sabia ser de mentirinha – e puxou meu pé pra dentro da coberta outra vez.

— Ai, Rosie! – ri baixinho, me escondendo nos lençóis.

— Ora essa – ouvi-a se levantar, enquanto me encolhia no cobertor – onde será que o Scorpius foi parar? Hum... – ela passou a mão no lençol, e segurei outra risada – ah, que pena. Já que ele sumiu, não vamos poder tirar esse sábado para passear...

A coberta se levantou do nada, e Rose me encarou, fazendo uma cara engraçada.

— Aha, te achei! – falou, vitoriosa, dedilhando minha barriga.

— Ah, não! – gargalhei – faz cócegas!

Rose sorriu, segurando o riso, tirando o lençol de cima de mim e me soltando.

— Bem, se o mocinho quer passear, então trate de se arrumar logo.

— Tá bem, Rosie – sorri, indo até ela e lhe dando um abraço apertado.

Porém, Rose pareceu ficar paralisada quando a segurei, como se não esperasse aquilo. Estranhei o jeito assustado com que me olhou, mas ela simplesmente balançou a cabeça e me desceu da cama.

— Gostei de brincar com o James e o Fred ontem, Rosie! – falei, um tempinho depois, quando já tínhamos descido – é todo mundo tão legal aqui!

— È... todos te adoram... – ela suspirou, segurando minha mãozinha. Porém, de repente, ela olhou pra frente e fez uma cara aborrecida – bem... quase todos.

Olhei também na direção em que Rosie olhava, e entendi o que ela quis dizer.

Por que, vindo na nossa direção, estava a moça malvada que a empurrara na aula de Poções, que bloqueou o corredor e nos encarou, de um jeito que me lembrava mamãe quando pisava nos ratos mortos lá em casa.

— Passeando com seu mascote, Weasley? – a garota falou, dando uma risadinha.

Não era uma risada legal. Parecia mais uma hiena, Uma hiena muito chata e desagradável.

Rose apertou minha mão, e senti seu braço ficar todo duro, como se tivesse decidido ficar completamente pregada no chão.

— Saia da nossa frente, Belmore.

— Ou o que? – a moça avançou, ao que Rose me colocou atrás dela, sem sair do lugar – o que vai fazer, Weasley? Não tem peito suficiente nem pra se defender sozinha, não é? Sempre precisa de seus priminhos ou do seu irmão babaca para protegerem você e seu... – ela me olhou, dando um sorriso maldoso - bichinho de estimação...

Rose parecia estar usando toda a vontade que tinha para não bater naquela garota.

Senti minhas mãozinhas se fecharem, e fiquei muito zangado.

Eu já não estava gostando daquela menina antes. Mas vê-la maltratando Rose de novo me deixou completamente bravo.

Escapando das mãos de Rose, fui até a garota e chutei sua perna com tudo.

— AAAAI! – ela gritou, segurando a canela e apoiando-se na parede do corredor.

— Scorpius! –senti a mão de Rose me segurar, tremendo.

— Você é uma menina muito feia! – eu disse, apontando pra ela, ainda irritado.

A garota tentou andar na minha direção, ainda massageando a perna.

— Ora, sua coisinha...

— O que está havendo aqui?

Belmore cambaleou na parede, enquanto eu e Rose dávamos alguns passos para trás, vendo a professora de Poções surgir no corredor em que estávamos.

— Professora Lovegood – Rose murmurou.

A mulher de cabelos amarelos deu uma olhada nada simpática para a menina, cruzando os braços e olhando dela para Rose.

— Bem, estou esperando. Quem quer falar primeiro?

— Foi esse menino! – Belmore esbravejou, apontando para mim – ele me chutou! – ela se levantou, pulando numa perna só.

A professora não parecia nada feliz. Pelo contrário, estava, pára minha surpresa, na mesma posição que Rose estava há segundos atrás.

— E você não fez nada para provocar isso, não é, Srta. Belmore? – ela bufou, descontente - vá Ala Hospitalar e veja a situação dessa perna – ela virou o rosto – e Weasley, discipline o garoto. Não quero mais problemas com vocês duas, ou vou descontar cinqüenta pontos de cada uma. Estamos entendidas?

— Sim, professora – Rose fez que sim com a cabeça.

A garota pareceu querer responder algo malcriado, mas simplesmente fechou a cara e seguiu mancando na direção contrária a nossa, sumindo no corredor adiante.

Olhei, curioso, a senhora Lovegood desmanchar a cara séria, e se voltar para nós.

— Tem que tomar cuidado, Rose – ela sussurrou – sabe como a Srta. Belmore é. Se ela sequer desconfiar... – me olhou, de um jeito tenso - da situação de Scorpius... não vai querer que isso se espalhe para os demais estudantes.

— Eu sei... Lun... – ela engasgou – professora. Eu sei – ela passou a mão pelo rosto – tem razão. Eu não posso deixar ela me afetar com essas provocações – senti-a me abraçar junto ao corpo – mas ela envolver Scorpius está sendo a gota d’água... meu sangue ferve...!

Lovegood deu um surpreendente sorriso penalizado para Rose.

— Entendo, querida – segurou o ombro de Rose, suspirando – agüente firme. Em breve, resolveremos tudo isso.

Rose deu um pequeno sorriso.

— Obrigada, professora.

— Ah, pare com isso – a mulher riu – fora dos olhares dos alunos, prefiro que me chame apenas de madrinha. Ou pelo meu nome... sem formalidades.

Olhei-a, espantado. A professora Lovegood era a madrinha de Rose?

Por que coquinhos todos ali pareciam ter algum parentesco? Do jeito que as coisas iam, era capaz de eu ser primo de verdade de Rose, e nem saber disso.

A idéia quase me fez rir.

A professora agachou até ficar na minha altura, e afagou meus cabelos.

— E você, mocinho... – ela falou, num tom baixinho - sei que só quis ajudar Rose... mas não quero o senhor chutando mais ninguém por aí, está bem?

Olhei para Rose, que assentiu.

— Sim, senhora – confirmei com a cabeça, sorrindo.

— Muito bem – ela voltou a se levantar – acho uma boa idéia expor o Sr. Malfoy á uma dose saudável de luz solar, Rose. O dia está lindo lá fora – ela voltou-se para a porta de onde saíra – evitem encrencas... – Rose fungou quando a viu segurar uma risada – apesar de saber que é quase impossível.

Rose revirou os olhos para mim, mordendo o lábio como se não quisesse sorrir.

— Até mais, Luna.

— Até mais, Rose – Lovegood sorriu de novo, antes de fechar a porta e desaparecer.

Alguns segundinhos depois, ela me fitou, estreitando os olhos.

— Ai, Scorpius... vê se eu agüento...

— Que foi? – fingi uma carinha inocente – fiz nada não...

A gargalhada dela ecoou no corredor, e também ri, enquanto ela me pegava no colo.

— Você é impossível, tampinha – Rose gracejou, beijando minha testa.

Tivemos um dia muito legal depois disso. Rose me levou para passear por vários lugares que ainda não tinha visto do lado de fora do castelo.

O corujal, no topo da colina do castelo, era enorme, cheio de pássaros de todas as cores e tamanhos. Me diverti em espantar as corujas mais próximas, fazendo-as voar pelo teto da torre, apesar de achar que elas não estavam gostando nem um pouco da minha brincadeira – coisa que tive certeza quando uma quase me agarrou com as patas, só não me levando embora por que Rose me segurou e correu comigo corujal afora, ás gargalhadas.

Já havia visto o lago, mas ela me levou até as docas, o lugar mais baixo que havia na pequena ilha, onde ficamos assistindo várias formas estranhas pularem para fora do lago e voltarem a desaparecer na água. Rose me disse que eram sereianos. Lembro de tê-la feito rir quando disse que pareciam versões maiores do salmão defumado que comíamos na mansão.

Finalmente, depois de uma tarde toda andando pelos terrenos da escola, após o jantar, voltamos para o Salão Comunal da Grifinória, e assistimos, divertidos, Chloe ensaiar algumas conversas com Fred – o que imaginei ser um treino pro coitado falar de verdade, com a irmã dela, no futuro.

— Noventa pro cento de chance disso dar errado – bufou James.

— Olha lá. Fred vai usar outra frase de efeito agora – Hugo riu.

Fred se aproximou de Chloe, fingindo fazer-lhe uma reverência. Ela só faltava ter um ataque de tanto segurar o riso.

— Gata, você não é um dementador, mas eu morreria por um beijo seu.

Chloe fingiu esbofetear a cara dele, ao que todo mundo gritou e riu. Fred caiu para trás – se foi por susto ou por que encarnara o personagem, eu não sabia dizer.

— Seu canalha, não quero te namorar. Me poupe! – Chloe falou, batendo a mão nos cabelos e aumentando as risadas.

— Qual é! Colabora, Lovegood! – Fred revirou os olhos, se levantando - era pra você me ajudar. Não me dar vinte foras em menos de dez minutos!

Também ri, embora minha risada parecesse muito fraca. Meus olhos pesaram, e senti minha cabecinha cair no braço de Rose.

— Hora de dormir, meu anjo- Rose murmurou, afagando meu rosto.

— Não estou... – falei, engasgando com um bocejo – com sono...

— Me engana que eu gosto – Rose saiu do sofá, me puxando para o colo – você vai direto para cama.

Quis discutir, mas Rose tinha razão. Depois de um dia tão agitado, estava morrendo de sono.

Se ela chegou a realmente me colocar na cama, eu nunca cheguei a ver.

Embalado pela segurança dos braços da minha melhor amiga, me sentindo tão amado e bem cuidado, não tive escolha, á não ser adormecer, rezando para que eu nunca precisasse me separar do meu adorado anjo de cabelos ruivos.

 

 


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