Meu Pequeno Amor 2 - Segunda Geração escrita por FireboltVioleta


Capítulo 7
A Partida De Quadribol




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SCORPIUS

 

Acordei com uma mão me chacoalhando de leve.

— Hum? – murmurei, com sono.

A voz de Rose me chamou.

— Acorde, Scorpy.

Abri os olhos, bocejando e me espreguiçando, fazendo com que ela risse.

— Soninho gostoso, Rosie – brinquei.

— Estou vendo, querido – Rose me deu um beijinho na testa – vamos descer?

— Ah, não – me encolhi de volta nas cobertas, enquanto ela gargalhava – quero dormir.

Ella tirou o cobertor de cima de mim, e me pegou no colo, antes mesmo que eu pudesse reclamar.

— Ah, vamos, Scorpius... se você comer logo, te levo pra assistir o jogo de quadribol de hoje.

Meus olhos saltaram. Quadribol! O melhor jogo do mundo! Eu adorava quadribol, e sonhava em ser um grande goleiro um dia.

Mas como Rose sabia?

Suspirei, me espreguiçando no colo dela.

— Tá bem, Rosie – fiz que sim com a cabeça.

Depois disso, me troquei rapidinho e desci com ela até o que eles chamavam de Salão Principal, onde todo mundo comia e conversava durante as refeições.

O irmão de Rose, Hugo, sorriu pra mim, quando nos sentamos com ele. De todos os primos deles, só James não estava ali.

— Hugo, cadê o James? – perguntei, confuso.

— Cara, não acredito que você não contou pra ele – Alvo disse dramaticamente, ao que todo mundo riu – aquele descerebrado é capitão do time da Grifinória. E o apanhador também – ouvi ele resmungar um “igualzinho ao papai” em seguida.

Estava começando a aprender os nomes das Casas, que eram os lugares diferentes em que cada aluno da escola ficava. Grifinória era a Casa onde a gente estava.

— São sempre os mais tapados, não é, priminho? – Rose disse, abraçando Alvo. Ele girou os olhos, segurando o riso – a inteligência ficou toda pra você.

Lily arfou, fazendo uma cara malvada que eu sabia ser de brincadeira.

— Eu vou contar!

— Tanto faz – Hugo fungou, comendo a panqueca tão rápido que parecia ter sumido magicamente do prato – andem logo com isso. Quero ver Clary Lovegood quebrar a cara no chão de novo.

— Hugo! – Rose brigou, enquanto os outros davam risadinhas.

Clary, pelo que Lily me explicou, minutos depois, era a apanhadora da Corvinal. Fiquei surpreso ao saber disso, por que a menina tinha uma cara tão distraída... não parecia nadinha o tipo de pessoa que conseguiria prestar atenção num pomo de ouro.

Após terminarmos de tomar o café da manhã, fomos todos juntos para o campo de quadribol.
Rose pareceu satisfeita com minha cara espantada.

— Uau, Rosie. È enorme!

— Realmente – ela concordou, me ajudando a subir as escadas das arquibancadas – você vai adorar, Scorpy.

Ela fez uma cara estranhamente triste quando disse isso, como se lembrasse de algo que sentia falta.

Era a mesma cara que Rose fizera quando havíamos nos conhecido, e ainda me incomodava não saber por que ainda tinha tanto segredo sobre o que estava acontecendo.

Mas não ia chateá-la com isso. Rose estava sendo uma amiga muito legal, e não queria estragar isso com minhas perguntas bobas de criança.

Hugo e Alvo se afastam para dar espaço para nós. Rose sentou no banco, e me colocou no colo, alto o bastante pra enxergar tudinho no campo.

Vi os times entrarem ao longe. Um deles, que devia ser da Grifinória, tinha uniformes vermelhos. O outro, da Corvinal, roupas azuis.

— Olhe ele ali – Rose apontou para o pontinho vermelho á frente dos outros. James olhou em nossa direção, acenando.

Animado, levantei a cabeça quando a juíza ficou na frente de James e do que parecia ser o capitão da Corvinal.

— Puxa, é muito legal, Rosie – suspirei.

Nunca tinha visto um jogo de quadribol tão de perto. Apesar de papai e mamãe me levarem desde sempre á todas as Copas e eventos de quadribol que aconteciam, nunca acompanhara um jogo daquele jeito.

— Começou! – gritou Chloe, atrás de nós.

Só consegui ver os pontinhos virarem borrões no ar, quando os dois times levantaram vôo, começando a partida.

Pelos gritos que Hugo dava ao nosso lado, imaginava que James estava voando perto de nós. Só imaginava mesmo, por que todos voavam tão rápido que mal enxergava quem era quem.

“Grifinória de posse da goles!” ouvi uma voz  narrar, e olhei, sorrindo, para a figura de um garoto de cabelos ruivos, provavelmente outro primo de Rose e Hugo. “Potter e Lovegood tentando interceptar o pomo... sem sucesso, tenho que acrescentar... aquela coisa é menor que o salário que ganho narrando a partida...”

— Weasley! Quer irradiar apenas o jogo, e não sua opinião?? – alguém exclamou, e reconheci a bruxa que Lily me dissera ser a diretora da escola.

“Desculpe, diretora” tossiu o garoto, fazendo todos das arquibancadas rirem. “Peach repassa a goles para Howkes. A defensiva da Corvinal está dificultando as coisas para a equipe da Grifinória. E Lovegood continua a interceptar o pomo. Cara, essa garota é muito gata, mesmo montada numa vassoura. Já convidei a Chloe pra sair, achando que era ela...”

Chloe, atrás de nós, se esconde nas mãos, abafando o riso, enquanto a diretora volta a brigar com o locutor da partida. Jurei ver a professora de Poções olhar pra cima, desesperada.

— Os dois deviam namorar – falei, olhando pra Rose. Ela sacudiu a cabeça, risonha.

Fui acompanhando o movimento dos jogadores, encantado, quase despercebendo os gols que a Grifinória já fizera na equipe adversária. Amava ver cada manobra das vassouras, e me diverti por alguns momentos comparando cada uma delas, desde a Nimbus 2015 até a Comet Ultimate. Eu nunca tinha visto vassouras tão bonitas.

Porém, me distraí de repente, quando vi James rodando no ar, animado.

Foi quando olhei o que havia acima dele.

Era o pomo.

A gritaria começou, e eu não fiquei muito atrás. Comecei a gritar, rindo, esperando que James ouvisse nossos berros.

— Ali, James, ali! – pulei no colo de Rose, agitado.

O locutor desviou o olhar da apanhadora da Corvinal, virando-se tão rápido para James que quase deixou o microfone cair.

“Ei, acho que Potter focalizou o pomo de ouro!”

James disparou em direção ao pomo, e os outros jogadores ficaram tão espantados que pareciam ter esquecido do restante da partida.

Vi um borrão disparando logo atrás dele. Pelos cabelos amarelos, só podia ser Clary Lovegood.

“Lovegood emparelhada com Potter, no encalço do pomo”, o garoto falou, fazendo coro de ofego com os espectadores. “Minha nossa, estão indo muito rápido”

Eu não conhecia muito sobre voar – afinal, ainda era muito pequenininho pra isso. Mas tinha quase certeza que Clary estava muito perto de James. Perto demais.

— Rosie, eles vão bater! – guinchei, preocupado.

Outro coro, de alívio, surgiu nas arquibancadas, quando Clary desviou no último instante, evitando que ela e James se chocassem.

Comecei a rir, vendo James fingir que estava caindo da vassoura. Clary revirou os olhos, passando ao lado de James e lhe dando um tapa na orelha, apontando com os polegares para cima. O pomo havia desaparecido.

“É, parece que nem mesmo o apanhador da Grifinória é páreo para a beleza escultural e talento de Clary Lovegood... brincadeirinha, professora”.

Olhei pra Rose, que também estava achando graça. Em vez de falar pro mundo todo, ele devia era falar só pra Clary. Que garoto doido.

Dava pra ver de longe que James estava impaciente, olhando para todos os lados, tentando achar o pomo outra vez. Já Clary, para nossa surpresa, estava era olhando justamente para o Weasley locutor. E a cara dela era a de quem estava gostando da atenção que o menino estava lhe dando.

— Acorda, Lovegood! – berrou o capitão da Corvinal, fazendo Clary pular na vassoura de susto.

—Desculpa, Thomas – ela guinchou, voltando sua atenção para o pomo de ouro.

O locutor parecia ter ficado engasgado quando continuou a narrar o jogo.

“Errr... então, onde estávamos? Ah, o jogo. Thomas volta á formação inicial. Marcus impede o time da Corvinal de fazer um gol. Desculpem, acho que fiquei tonto.”

— Tonto de amor – Rose falou, humorada.

— Cara, estou rindo muito – Lily acrescentou, suspirando.

De repente, um grito único de várias pessoas fez a arquibancada tremer.

“Minha nossa. Eles acharam o pomo de novo! Vinte a vinte para Grifinória. Se um deles apanhar o pomo, é vitória na certa!”

— Vai, James! Vai! – desci do colo de Rose, pulando no parapeito da arquibancada.

Chloe fechou os olhos, fungando.

— Anda, James! Acelera essa Nimbus, garoto! – Rose se levantou também, com as mãos na cabeça.

Um uivo da torcida da Corvinal e uma gritaria nas arquibancadas da Grifinória começou, quando, finalmente, James apanhou o pomo de ouro. Clary, que estava logo atrás dele, freou a vassoura, balançando o corpo como uma cacatua nervosa, e se encolhendo quando o capitão da Corvinal praguejou, parecendo muito bravo.

— Acabou! Acabou! – ri, abraçando Rose – o James conseguiu, Rosie!

— È – ela concordou com a cabeça – quem diria – olhou pra baixo - Puxa, Yuri Thomas está uma fera. Coitada da Clary.

— A culpa não foi dela! – choramingou Chloe – Fred a distraiu!

Alvo riu, observando a zoeira da torcida da Grifinória. Vi, de longe, os times começarem a se retirar do campo – os da Corvinal, um tanto chateados.

— Ah, me poupe, Chloe. Como se todo mundo já não soubesse que meu primo é caidinho pela sua irmã.

Chloe bateu o pé, nervosa, e desceu as escadarias, sem nem falar nada para Alvo.

— Que chato, né? – comentei, enquanto Rose me pegava no colo novamente – ser de uma Casa, e ter alguém da família na outra. A gente não sabe pra quem torcer.

Rose me encarou, e a vi sorrir para mim.

Era o tipo de sorriso que eu só vira antes no rosto de mamãe.

— Verdade, Scorpy – ela me abraçou carinhosamente, me aninhando em seu ombro – verdade.

Havia alguma coisa no abraço dela que me convenceu de que não estava falando só de Clary, ou do capitão chato da Corvinal, e nem de Chloe Lovegood.

Mas eu estava tão feliz, sendo cuidado por aquela moça tão atenciosa e gentil – e que provavelmente seria minha melhor amiga -, que nenhuma dessas preocupações parecia me afetar.

Por que, por algum motivo, eu sabia que ali estava alguém de quem eu seria amigo para sempre.

 

 


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