Meu Pequeno Amor 2 - Segunda Geração escrita por FireboltVioleta


Capítulo 20
Cárcere




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ROSE

— Weasley! Por favor!

Draco Malfoy ainda me chamava, seguindo-me a passos largos. Sentia meus pés chafurdarem levemente na neve, mas eles galopavam tão velozmente em direção á Hogsmeade, que mal tinham tempo de afundar no lençol branco e gelado abaixo de mim.

Papai e mamãe não haviam conseguido – ou decidiram não tentar - me impedir de disparar diretoria afora, indo até onde Astoria e Draco estavam, e chamando Malfoy sem dar maiores explicações – exceto a carta que tremulava em sua mão, conforme corria atrás de mim.

Fizera todos prometerem que não seguiriam nós dois, exceto se chamássemos reforços. Mas sabia que provavelmente fariam o exato contrário. Então fugi com Draco, antes que decidissem ir em nosso encalço.

Lágrimas inundavam meu rosto, quase congelando no ar frio.

Por fim, uma mão se fechou em meu ombro, desacelerando meu corpo, que tremia de aflição. Foi o suficiente para meu ímpeto parar momentaneamente, quase me fazendo desabar na neve.

— Rose – ele me chamou, o tom de voz ligeiramente baixo.

Virei-me para Draco, sentindo minhas mãos tremerem.

— Ele está lá – murmurei coma voz embargada – eles… eles…

Malfoy baixou a mão que estava em meu ombro, até a altura de meu pulso, segurando-o gentilmente.

Olhei para ele. Seu olhar refletia a mesma agonia que devia estar a flamejar no meu.

— Eu sei – ele sussurrou – meu filho está em perigo, Rose. Eu sei – ele respirou fundo – mas precisamos de… de um plano. Ou qualquer coisa assim – arfou – não sabemos… o que eles querem com Scorpius.

Ele olhou para trás, subitamente nervoso, como se também tivesse esperança de que ninguém estava nos seguindo.

Fechei os olhos por um momento.

— Acha que virão atrás de nós?

Ainda de olhos fechados, o ouvi suspirar ainda mais pesadamente. Malfoy sabia que eu não em referia aos sequestradores.

— Espero que não – ele guinchou, de modo tão penoso, que voltei a abrir os olhos, fitando-o – algo me diz… que, talvez… haja um motivo para eles quererem apenas nós dois ali – ele me olhou, inesperadamente angustiado – uma armadilha.

Pisquei, perplexa.

— Sr. Malfoy… - falei – está sugerindo… que seja uma cilada? - sacudi a cabeça – para nós?

Neguei veementemente com a cabeça por reflexo, chocada.

Uma armadilha para mim e Malfoy? Por que?

A ideia era tão absurda… por que alguém teria especial interesse em prejudicar apenas nós dois?

Mas…
E se fosse verdade?

O sequestrador havia sido taxativo quando nos convocara.

De que outro modo teria se dado o trabalho de se referir a mim e Draco daquela forma?

Vi-o assentir lentamente.

— Pandora… - disse, vendo a expressão de Draco se fechar com seu nome – ela falou que talvez eles tenham um… motivo pessoal…

Claro… meus pais e tios haviam feito muitos inimigos ao decorrer do tempo. E muitos bruxos das Trevas ainda tinham ódio da família Malfoy. Provavelmente, este era um desafeto em comum com ambas as famílias.

Mas ainda não via sentido em somente nós sermos os alvos.

Na verdade, a possibilidade de que aquilo era verdade, de que realmente estava prestes a vivenciar algo muito ruim… era a última coisa que me preocupava.

Tudo com o que eu me importava agora era em manter Draco e Scorpius a salvo.

Encarei Draco, e percebi a mesma decisão turvar sua expressão. Porém, a preocupação se voltava também para mim, e não só para seu filho. E isso me fez admirar o homem que Draco Malfoy se tornara.

Permanecemos calados a maior parte do trajeto, nos assustando com qualquer ruído fora do comum, as varinhas em punho todo o tempo.

Por fim, chegamos defronte a Casa dos Gritos.

A varanda maltratada exibia mais desgastes como nunca, diante da neve que a circulava. A porta ragia e batia violentamente, surpreendentemente aberta – ao contrário do habitual, já que sempre fora fechada com tábuas e um Feitiço de Selagem bastante forte

— Entramos? - Malfoy perguntou, me surpreendendo por me colocar na liderança.

Olhei de volta para as tábuas de aspecto hostil, engolindo em seco.

— Entramos.

Avançamos com cuidado, entrando a passos lentos dentro da Casa dos Gritos.

Enquanto subíamos as escadas, ouvimos uma voz longínqua ecoar pelas paredes, dizendo coisas que não conseguimos entender.

A voz prosseguiu por mais alguns segundos, e então desapareceu.

— Ah… - ofeguei – você acha…?

— Não sei – ele sussurrou.

Finalmente, assim que alcançamos o andar superior, ouvi outro som, mais familiar, traspassar as paredes puídas.

Uma sequência torturante de pequenos soluços, impossíveis de não reconhecer.

Scorpius.

Meu anjinho louro.

Draco também pareceu ouvir, pois arquejou alto, fechando os dedos em volta da varinha com tamanha força que suas juntas ficaram brancas.

De repente, ele começou a gritar afoitamente, o que só faltou destruir cada centímetro das minhas terminações nervosas.

— Scorpius! Scorpius!

Deveria ter feito com que parasse – afinal, aquilo era completamente imprudente – mas ouvir meu pequeno soluçar também arrancou a parte mais inconsequente de mim. E então gritei também, disparando com Draco através do corredor.

— SCORPIUS!

Esperei que respondesse, mas não houve som algum.

Entramos na primeira porta que vimos, tropeçando nos próprios pés.

Mal focalizamos as enormes caixas que haviam ali, por que algo chamou imediatamente nossa atenção.

Preso á uma grossa corrente, os cabelinhos bagunçados, encolhido contra a parede, os olhinhos inchados de tanto chorar…

— Rosie!

Scorpius!

Joguei-me de joelhos, indo até ele e acolhendo-o em meus braços, soluçante. Senti Malfoy circundar o braço do outro lado, também abraçando o filho.

— Meu anjinho… - choraminguei – ah, Scorpius…

Porém, para nosso choque, Scorpius tentava se desvencilhar de nós, sacudindo a corrente que havia em seu pé.

— Filho? - Draco arfou, confuso.

— Saiam daqui! - ele disse, alarmado, batendo as mãozinhas em nossos braços – papai… Rosie… ele quer machucar vocês!

Perplexa, tentei responder algo, mas algo interrompeu nosso reencontro, forçando todos os olhares a se voltarem adiante.

Duas pessoas encapuzadas surgiram em meio às sombras, apontando suas varinhas em nossa direção. Uma delas ostentava um sorriso cru e cínico, parecendo absolutamente satisfeito.

O outro, cujo capuz caíra, na pressa em se aproximar, nos fitava com os olhos saltados, ofegante.

Ver o rosto familiar foi como levar uma facada em minhas costas.

A mão da varinha estremecendo visivelmente. O rosto pálido inundando-se com o rubor do remorso.

Era Henry


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