Meu Pequeno Amor 2 - Segunda Geração escrita por FireboltVioleta


Capítulo 17
Verdades




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ROSE

Minerva nos guiou até a diretoria. Minhas pernas bambearam o caminho inteiro. 

Pandora. Irmã de Lilá Brown, que fora uma das vítimas da Segunda Guerra Bruxa e ex-namorada do meu pai. 

A única coisa que eu sabia de Pandora era que já havia sido internada devido a algumas... perturbações... nada mais que isso.

E isso só me deixava mais intrigada.

Por que ela estava ali nesse momento tão crítico? Quem havia seqüestrado meu pequeno Scorpius? O que ela poderia saber sobre o outro caso mencionado pela diretora?

Como eu olharia outra vez nos olhos de Astoria e Draco, que confiaram em mim?

As pessoas que confiaram seu único filho a mim?

Estava tudo uma bagunça em minha cabeça, e, por essa razão, demorei a perceber que falavam comigo.

— Sim? - pigarreei.

Ao menos notei que já estávamos sentadas em um pequeno sofá na diretoria.

— Eu disse que deixarei vocês a sós. - repetiu a diretora, suavemente.

Senti meu estômago embrulhar.

— Por quê? - não contive a vontade de perguntar, tamanha minha confusão - o que significa tudo isso? 

Meus olhos alternavam de Pandora para a diretora McGonagall, enquanto sentia meu coração batendo forte.

— Pandora lhe explicará tudo, senhorita Weasley. - Respondeu a diretora, já na porta. - peço que se acalme.

Assenti, a contragosto. Ainda não compreendia a necessidade de tanto segredo.

Quando a porta se fechou, encarei a mulher misteriosa a minha frente.

Uma onda de terror começou a me invadir.

Respirei fundo.

Se houvesse algo a ver com Scorpius, ou que pudesse me ajudar a entender toda essa situação... eu teria de me manter firme.

— Você se parece com seu pai, sem dúvidas. - Pandora comentou, os olhos passeando por meu rosto com interesse – mas, se pararmos para analisar, os detalhes são, inconfundivelmente, todos da sua mãe.

E sorriu.

— Obrigada. - minha educação me obrigou a responder, embora minha garganta quase não emitisse som - desculpe, mas... pode me explicar o que está acontecendo? Eu devia estar lá fora, ajudando nas buscas de Scorpius... e... – engasguei sem conseguir continuar.

— Bem, como Minerva mencionou antes... essa situação, por mais que seja inusitada, já aconteceu há alguns anos - Pandora suspirou, como se não gostasse da lembrança. – incluindo... o sequestro.

Passei a me interessar mais pelo assunto. Encarei-a, pasma.

— Acha que pode ser a mesma pessoa? - perguntei - e você... conhece quem foi a vítima... na época?

— Sei que não foi a mesma pessoa. - ela mordeu o lábio inferior. - e nós duas conhecemos muito bem quem foi a vítima.

Semicerrei os olhos, sentindo as engrenagens em minha cabeça funcionarem cada vez mais rápido, tentando achar a resposta.

— Quem?

Pandora me olhou, suspirando.

— Hermione.

— Como disse? - franzi o cenho, atordoada.

— Houve um acidente no Ministério da Magia, na época em que Draco Malfoy prestava serviços comunitários no Departamento de Mistérios... - Pandora se remexeu no lugar, meio desconfortável. - ...um acidente com vira-tempos, como o de Scorpius. E sua mãe foi atingida, voltando a ter quatro anos de idade.

— Impossível! - comecei a rir histericamente, incrédula - como eu nunca soube disso? Deveria estar em algum livro. Ou mamãe ou papai teriam me dito!

Ela não pareceu satisfeita de me responder.

— Acho que não viram necessidade... em te dizer, querida.

Levantei-me do sofá, sentindo o sangue ferver. 

Como não houvera necessidade? Por que teriam escondido isso de mim?

— Nem quando a mesma coisa acontece com meu namorado!? – gritei, trêmula, mas ela pareceu não se importar.

 - Creio que essa questão você terá de resolver com eles. - Pandora continuou, em tom de voz calmo. - mas não haveria razão de eu estar mentindo, Rose. Minerva em pessoa chamou-me para lhe contar. 

Por mais que eu desejasse negar... diante da expressão daquela mulher, desabei novamente no sofá.

Meus olhos divagaram a diretoria inteira, e ela continuava em silêncio, provavelmente esperando que eu digerisse tudo aquilo.

Minha mãe havia passado pela mesma coisa que Scorpius.

Meu pai havia passado pela mesma situação em que a minha... cuidar da pessoa que amava, em uma forma nada convencional.

Tudo bem, isso tudo era uma loucura completa.

Agora eu entendia a carta de mamãe e o conselho de papai... tudo fazia sentido. Exceto o fato de não terem contado tudo aquilo á mim.

Até que uma coisa voltou a martelar em minha mente.

— Sequestro? Minha mãe foi seqüestrada? Por que!?

— Bem - Pandora suspirou. - Seu pai e Draco Malfoy passaram a cuidar dela n’A Toca, enquanto o Ministério trabalhava na reversão - prosseguiu, ignorando a minha pergunta momentaneamente. 

Ótimo. Como se não bastasse, o pai do meu namorado havia cuidado da minha mãe naquele estado... como puderam omitir algo assim?

Uma luz se acendeu em minha cabeça, e tudo ficou muito mais claro.

Por isso Draco não havia ficado zangado comigo... e até me consolara, ao invés de ser o contrário. Por isso senti uma estranha cumplicidade entre ele e o Ministro. E, claro, Oliviene também.

Como eu pude ser tão burra?

 - E quando os três foram para o Ministério, alguém, se passando por Oliviene, seqüestrou a pequena Hermione... tudo... por uma vingança pessoal.

Senti um frio na barriga, como se estivesse em queda livre constante.

Mesmo com medo do que estava por vir - e desconfiando do que estava por vir - perguntei.

— Quem?

Ela fitou-me novamente, afagando os próprios braços.

Enfim, a ficha caiu.

O histórico de Pandora. Sua internação. O motivo pelo qual eu nunca a tinha conhecido antes.

— Acho que já sabe a resposta. - Pandora sorriu, triste - tão esperta como sua mãe.

— Então foi por isso que você foi internada? – exclamei.

Ela assentiu.

Por alguma razão, eu não tinha mais medo nela. Nem raiva. Estava apenas curiosa. Agora tentava imaginar o quanto tudo aquilo havia sido ruim para ela.

— Deixa eu adivinhar...a vingança pessoal tem algo a ver com sua irmã? Lilá?

— Sim - Pandora respondeu, aparentando estar um pouco surpresa por eu não ter lhe azarado ou algo assim - na minha mente doentia, seus pais eram, de alguma forma, culpados pela morte dela – ela passou as mãos no rosto, pesarosa - devo me desculpar com eles por aquela versão de mim. Os anos no St. Mungus me ajudaram bastante - suspirou - sinto que ainda devo algo a sua família. E, por isso, estou aqui para tentar ajudar de alguma forma. 

Balancei a cabeça, compreendendo.

— Você acha que essa pessoa que seqüestrou Scorpius também pode ter algum motivo pessoal?

— Absolutamente. - respondeu, convicta. - não consegue pensar em ninguém que queria se vingar da sua família... ou dos Malfoy?

Senti uma onda de culpa me tomar, quando não evitei pensar que havia várias pessoas no mundo que gostariam de se vingar de um Malfoy.

Mas não de Scorpius.

Nunca de Scorpius.

Ele era tão doce... claro que, era impossível olhá-lo e não saber de qual família pertencia. Era irrevogavelmente um Malfoy, mas no melhor sentido da coisa.

Não conseguia pensar em ninguém que pudesse machucá-lo. Que alguém quisesse, sinceramente, lhe fazer algum mal.

— Talvez, alguém que tenha uma rixa antiga com Draco, ou até mesmo Lucio e Narcisa  - Pandora completou, parecendo ler meus pensamentos.

Minha cabeça não parava de trabalhar.

— Bem, faria algum sentido, sim...

Por mais que todos houvessem sofrido suas devidas conseqüências, e Draco fosse o melhor tipo de pessoa que ele poderia ser, sei que ainda existe muito ressentimento ao redor deles.

— Mas a melhor pessoa para responder isso, com certeza, seria o próprio Draco - cheguei a essa conclusão, com um gosto amargo na boca.

Eu odiava não saber a resposta para alguma coisa.

Ainda mais quando essa coisa envolvia a segurança do meu anjinho.

— Bom - Pandora se levantou, e eu fiz o mesmo - ficarei por aqui, e ajudarei no que for preciso. Talvez possa tentar descobrir algo com Draco Malfoy.

Assenti.

Já no corredor, chamei Pandora e ela se virou, ajeitando a capa.

— Obrigada.

Ela sorriu.

— Fico imensamente feliz em poder ajudar... se precisar de alguma coisa...

— Claro. - tentei sorrir, mas deve ter saído algo como uma careta.

Senti meu corpo inteiro tencionar, quando Draco e Minerva viravam o corredor.

Pandora se encolheu em um canto, visivelmente desconfortável.

Nunca vi o olhar de Draco se dirigir de modo tão ácido para alguém em toda a minha vida.

— Tudo esclarecido? - Minerva pigarreou, notando o clima pesado que se formara ali. 

— Sim, diretora. - respondi, notando também que Pandora não queria dizer uma palavra sequer - só desejo poder ajudar nas buscas, por favor. - senti meus olhos marejarem, e me dirigi a Draco dessa vez - por favor, Sr. Malfoy, me perdoe, se eu imaginasse...

— Nunca imaginaríamos nada desse tipo, Rosie - Draco desviou os olhos de Pandora e se dirigiu a mim, o olhar suavizando visivelmente - Acho que lhe devo desculpas por não contar nada do outro acidente...

Balancei a cabeça negativamente.

— O importante é que encontremos Scorpius logo. - abracei meu próprio corpo.

— Sinto lhe informar que, no momento, não há nada que nós possamos fazer, senão aguardar informações do Ministério. - a diretora respondeu, com a voz cheia de pesar - Madame Pomfrey já foi interrogada, além de várias outras pessoas que estavam por aqui no momento. Refizemos os passos do seqüestrador e os aurores já iniciaram as buscas...

— Onde está a Sra. Malfoy? - perguntei, notando pela primeira vez sua ausência.

— Na enfermaria... não estava se sentindo muito bem. - foi Draco quem respondeu, a expressão preocupada.

Enxuguei freneticamente as lágrimas que começavam a deslizar por minha bochecha.

— Oh! - Minerva sobressaltou-se - quase me esqueci. Seus pais chegaram, senhorita. 

Engoli em seco, sentindo meu estômago afundar.

Não sei se quero ouvir mais detalhes do antigo acidente, e conselhos com mil maneiras de como ficar calma, que sei que não vou seguir.

Lançando um olhar culpado para Draco, me afastei ao encalço da diretora, com Pandora nos seguindo de perto, parecendo temer o ataque do Sr. Malfoy.

Acho que com meus pais, a situação não seria menos estranha.

E ainda havia muito a esclarecer.

 

 


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