Meu Pequeno Amor 2 - Segunda Geração escrita por FireboltVioleta


Capítulo 16
Confrontos e Descobertas




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ROSE

 

 

— Rosie, se acalme.

Scorpius estava desaparecido.

— Vai ficar tudo bem.

O tempo havia parado ao meu redor.

— Vamos encontrá-lo. A Diretora já os avisou.

Chloe afagava minhas costas.

Quanto tempo teria se passado desde que começara a encarar o teto da enfermaria, sentindo algo oco e seco, no local onde deveria estar meu coração?

Finalmente, as lágrimas desceram, enquanto um soluço sufocou minha garganta.

Iniciei um choro convulsivo, abraçando meu próprio corpo, me encolhendo nos braços de Chloe.

Meu Scorpius. Meu pobre anjinho loiro. Meu amor.

— Não, não, não… - comecei a repetir compulsivamente, como se isso fosse amenizar a dor aterradora em meu peito.

— Oh, Rosie – Chloe apertou o abraço – eu sinto muito.

Mal ouvi Madame Pomfrey recebendo um funcionário do Ministério da Magia na porta da Ala Hospitalar, horrorizada, explicando-lhe que alguém, com minha fisionomia, havia retirado Scorpius da enfermaria.

Alguém com minha fisionomia.

Poção Polissuco….

As cartas,

O desprezo.

As ameaças.

As promessas.

Meus pés tomaram vida própria, erguendo-me do leito em que estava sentada.

— Rosie?

Disparei enfermaria afora, ignorando os gritos de espanto de Chloe e Madame Pomfrey.

O vento dos corredores rugia em meus ouvidos. Sentia meu coração tentando voltar a bater. Por que a úncia coisa que me sustentava na corrida desenfreada era uma fúria avassaladora.

Olhei de um para outro rosto dos estudantes espantados que apareciam em minha visão, tentando focalizar aquele em cujo pescoço minhas mãos queriam se enganchar.

Finalmente, dentre os alunos que caminhavam pelo corredor leste, visualizei os odiosos cabelos vermelhos de Rachel Belmore.

Houve um mínimo guincho de surpresa da parte dela, quando a agarrei, jogando-a contra a parede e prendendo-a pelos ombros.

— Onde está Scorpius, Belmore??
Os alunos ao redor recuaram, chocados, quando empunhei minha varinha.

Tive que usar todo meu autocontrole para não amaldiçoar Rachel, quando esta me deu um sorriso cínico.

— O que? - ela bufou. Divertindo-se – você o perdeu? Perdeu deu bichinho, Weasley? - Belmore riu, um pouco seco devido ao meu aperto – me diga o nome da pessoa… quero lhe dar os parabéns.

Ela engasgou um pouco quando apertei a gola de sua gravata.

O que você fez com ele, Rachel??

Pela primeira vez, vi uma sombra de histeria aparecer em seus olhos.

— Não fiz nada com seu vermezinho, Weasley. Por que colocaria minhas mãos naquela coisinha ridícula?

Apontei minha varinha para Rachel, furiosa, pronta para azará-la, quando alguém gritou atrás de mim.

— WEASLEY!

Olhei para trás, trêmula de raiva, apenas para afrouxar meu ataque em Belmore.

A simples presença de McGonagall foi o suficiente para dispersar os poucos alunos que estavam assistindo meu confronto com Rachel.

— Diretora…! - ela gaguejou, se desvencilhando-se de mim e apontando em minha direção – essa garota…!

— Podemos conversar depois, Srta. Belmore – a diretora cortou-a, ao que Rachel se boquiabriu, indignada – Srta. Weasley, venha comigo.

Ainda fremindo de ódio, acompanhei-a, encarando uma última vez a expressão furiosa de Rachel Belmore.

Enquanto caminhávamos, nos afastando dos olhares curiosos, senti, perplexa, McGonagall segurar meu pulso.

— Rose.

Ofeguei, olhando-a.

Ela nunca me chamara pelo nome.

Pelo menos, não naquele tom penalizado e gentil.

Senti o choro tentar me dominar outra vez. Abri a boca, tentando falar qualquer coisa que fosse, mas seria patético tentar me defender agora.

— Rachel… - solucei, por fim.

Vi a diretora menear a cabeça negativamente.

— A possibilidade, por mais terrível que fosse, também me passou pela cabeça, Srta. Weasley. Mas não – ela suspirou – assim que soubemos, a convocamos á Diretoria, e usamos Veritaserum… com um Feitiço da Memória em seguida. Ela não está envolvida.

Senti meu estômago dar uma cambalhota.

— Quem…? - odiei não conseguir formar uma frase coerente.

— Não sabemos. Mas estamos fazendo o possível. Interrogando. Refazendo quaisquer passos. Até agora... o que sabemos é que – ela pareceu perder o ar por um momento – a pessoa que se passou por você saiu do castelo com Scorpius.

Voltei a chorar.

— Meu Deus…

Senti dois braços circundarem minhas costas.

Desolada, desabei no abraço inusitado da diretora McGonagall.

— Não foi sua culpa, Rose – ela me soltou, me encarando.

— Como não foi, diretora? - minha voz estava embargada – Scorpius… prometi que cuidaria dele.. eu…

— Você nunca poderia ter evitado ou desconfiado, menina – a diretora disse, taxativa -já conversei com os Malfoys. Aparataram há alguns minutos. Estão abalados também, mas entendem a situação.

Engasguei. Como conseguiria olhar nos olhos dos pais de Scorpius? Como poderia dizer à eles o quanto fui irresponsável? E o que a diretora estava querendo dizer com eles “entenderem” aquilo?

Eu nunca entenderia.

Eu nunca me perdoaria.

A dor de estar sem ele, enfim, desabou sobre mim.

Meus joelhos cederam, e a diretora teve que me segurar para que eu não caísse.

Alguém surgiu no corredor adiante, trajando uma capa, cujo rosto estava encoberto com um capuz.

Apalpei o bolso da varinha, na defensiva, mas a diretora apertou meu ombro de modo tranquilizador.

— Não se preocupe. Ela veio a pedido meu.

Voltei a me erguer, fitando a silhueta encapuzada adiante.

— O que…

— Não fomos justos com você, Rose – ouvi-a dizer – achamos que seria uma boa experiência para Scorpius, enquanto criança, ficar sob seus cuidados, por razões… já compreensíveis. Mas não imaginávamos que algo assim poderia acontecer… novamente.

Arregalei os olhos, pasma.

— Novamente?

Novamente…

Aquilo já ocorrera.

Tudo começou a se encaixar. A tranquilidade que eu vira no rosto de Draco Malfoy. A carta satisfeita de mamãe. O pouco rebuliço que aquilo causara no Ministério da Magia.

Havia acontecido no passado. De verdade.

Mas algo não se montava nesta teoria.

Todos pareciam íntimos demais desse acontecimento para apenas serem ouvintes daquela situação.

— Professora… - arquejei, ainda olhando a mulher de capuz – Scorpius não é a primeira pessoa que a senhora conheceu... a sofrer esse acidente… não é?

Ela assentiu, parecendo se sentir culpada.

— Não. Não é. E acho que isso também envolve vocês dois... mais do que imagina – suspirando, gesticulou para que a mulher se aproximasse – de qualquer forma, enquanto seus pais não chegam… talvez deixe que ela lhe explique tudo.

Confusa, vi-a baixar o capuz, que revelou um rosto estranhamente familiar, embora eu não soubesse onde o vira antes. Usava uma tiara delicada de pano sobre os cabelos bastos, e me olhava com um misto de pena e admiração.

— Desculpe-me a demora, Minerva. Saí assim que sua carta chegou.

— Sem problemas. Bem, acho que já conheceu a jovem filha de Hermione.

A mulher apertou minha mão.

 

— È um prazer, Rose. Acho que temos muito que conversar – ela sorriu… outro sorriso familiar demais – sou Pandora. Pandora Brown.

 

 


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