Meu Pequeno Amor 2 - Segunda Geração escrita por FireboltVioleta


Capítulo 12
Alguns Tipos de Dor




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SCORPIUS

 

Eu não entendia por que Rose andava tão estranha nos últimos dois dias.

Desde o dia retrasado, ela parecia muito preocupada comigo. Não estava mais rindo das minhas brincadeiras, ou me acordando com gracinhas. Tinha ficado a noite toda enrolada em mim, como se tivesse medo de que eu fosse fugir.

Mas por que eu fugiria? Estava tão bem e feliz com ela, Alvo e os outros…

Mesmo sentindo falta de papai e mamãe, me sentia contente por estar com eles. Por mim, ficaria com aquelas pessoas legais quanto tempo meus pais precisassem.

Fiquei confuso e assustado. Por que, do nada, a minha amiga tinha ficado assim?

Algo me fazia achar que Rose estava com medo de algo. E isso me deixava com medo também. Podia sentir esse medo por todo meu corpo, como um calor muito ruim.

Mas do que ela estava com medo?

Quando acordei, Rose ainda estava enfiada nas cobertas, dormindo.

Não quis atrapalhá-la, então, em vez de cutucá-la, apenas me ajeitei de volta no cobertor e a fiquei olhando. Rose ficava muito engraçada e fofa quando dormia, e eu podia ficar vendo ela daquele jeito o dia todo.

Algo pareceu me cutucar na testa. Sacudi a cabeça, incomodado, e voltei a deitar nas almofadas.

Ouvi alguém se remexer do nosso lado. Espiei por cima da coberta, sorrindo para Lily, que acenou da cama que havia em frente á minha.

— Bom dia, Py – ela sussurrou baixinho, pra não acordar Rose.

— B-bom dia, Lily – eu disse, bocejando. Suspirei, indicando Rose atrás de mim.

— Eu sei – Lily sorriu, olhando as outras camas, onde todo mundo ainda dormia – ela está bem cansada.

— Você sabe por que, Lily? - funguei, preocupado, a tal ponto que minha voz estava quase rouca – Rosie... não parece bem…

Vi Lily piscar, tensa, e comecei a ficar assustado outra vez. Tinha certeza que ela sabia... e, ao mesmo tempo, que estava tão a fim de me contar quanto Rose.

Tentei me levantar, mas senti uma dor muito forte na cabeça, que me fez cair de volta no travesseiro.

— Ai!

Lily saltou da cama, arregalando os olhos e vindo até nós. Encolhi-me, cobrindo a testa, tentando fazer aquela dor repentina parar.

Meu grito provavelmente devia ter acordado Rose, pois senti dois braços me aninharem, aflitos.

— Scorpius!

Não havia percebido antes. Tinha ficado parado por tanto tempo que mal tinha notado o quanto eu estava quente.

Rose apalpou meu rosto, em pânico.

— Py... meu Deus!

Senti Lily me segurar também.

— Ele está com febre – arfou.

— Tá doendo, Rosie! – guinchei, querendo chorar, sem saber de onde viera aquela dor de cabeça tão forte.

— Calma, meu anjo – Rose me levantou da cama e deitou-me em seu colo. Senti minha cabeça latejar de novo – tenho que levá-lo á Ala Hospitalar!

Fechei os olhos, numa tentativa de fazer a dor passar, então não vi o que aconteceu em seguida. Apenas ouvi vozes, passos apressados e alguns guinchos de surpresa. O vento do corredor batia em meu rosto, piorando ainda mais a sensação.

Dava para perceber que Rose não tinha quase nenhuma experiência em cuidar de uma criança doente, embora eu mesmo nem soubesse o que estava acontecendo comigo. Mesmo assim, me sentia grato por ver que ela nem havia pensado duas vezes... o que seria de mim se Rose não fosse tão amorosa comigo?

— Madame Pomfrey – ainda de olhos fechados, ouvi Rose soluçar – e-eu não ia incomodar... Scorpius acordou com febre. Disse que está com dor... - senti ela sacudir o corpo - eu n-não sei o que fazer... eu não sei o que fazer...! Eu devia saber...!

Apesar de sentir muita dor, nem mesmo ela foi pior do que ouvir Rose chorar.

— Acalme-se, querida – ouvi uma voz dizer – vou examiná-lo. Dê-me ele aqui...

Alguém me pegou no colo, tirando-me de Rose. Me remexi, abrindo os olhos, e deparando com o rosto angustiado dela.

— N-não, Rosie! – choraminguei, estendendo a mãozinha em sua direção – eu tô bem... quero ficar com você...

Não era verdade. Eu sentia como se um bicho muito grande tivesse me atropelado. Mas não queria ficar longe de Rose... nada iria doer mais em mim do que ficar longe dela.

— Tudo bem, rapazinho – a curandeira falou – só vou descobrir por que você está se sentindo mal. A Srta. Weasley vai entrar assim que eu terminar.

Tentei inclinar o corpinho de volta para Rose, mas ela balançou a cabeça, amargurada.

Percebi que também não queria me deixar ir. Mas tampouco queria que eu ficasse.

— Tudo bem, Py – ela tentou sorrir, mas sua voz tremia – vou entrar assim que puder. Vou estar aqui...

Tentei protestar, mas a dor aumentou, me fazendo deitar a cabeça no ombro da curandeira. Ela me levou enfermaria adentro, e, aos poucos, vi o rosto de Rose se distanciando, até sumir de vista quando ela fechou a porta.

A mulher me deitou na cama da Ala Hospitalar, cobrindo-me com um lençol. Senti meu corpinho estremecer com calafrios, enquanto a mão suave dela afagou minha cabecinha.

— Minha nossa... está mesmo quente, querido – a vi apanhar um frasquinho ao lado da cama – acho melhor... hum... – murmurou, virando o frasquinho em minha direção – tome... beba isso...

— O q-que é...? – funguei, choroso.

— È só uma Poção do Sono. Para você não ficar incomodado com os exames. Acho que não gosta de agulhas, certo?

Fiz que não com a cabeça, gemendo de dor de novo.

— Bem... isso vai fazer você dormir. Assim não sentirá nada – a mulher falou, encostando o frasco na minha boquinha.

Olhei para o líquido, hesitante.

Não queria dormir. Queria estar acordado para quando Rose entrasse na enfermaria.

Mas pensei no que ela diria se eu ficasse teimando... afinal, eu havia prometido á ela - e a papai e mamãe – que me comportaria.

E se a moça dizia que era o melhor para descobrir por que eu estava doente, eu devia fazer isso. Além do mais, a dor que comecei a sentir no corpo estava muito ruim.

Fiz que sim com a cabeça, choramingando.

— Não se preocupe, pequenino – ela sorriu, virando o frasco em minha boca – logo vocês estarão juntos de novo. Isso – ela segurou meu queixo gentilmente – agora engula.

Engoli a poção, sentindo, na mesma hora, meus olhos ficarem pesados.

— Hum... – murmurei, enquanto meu corpinho finalmente relaxava na cama.

— Prontinho – ouvi a voz dela dizer, enquanto algo acariciava minha testa – agora descanse...

Quis agradecer por ser tão gentil comigo, mas, antes que pudesse fazer qualquer outra coisa, senti a escuridão me cercar, e, enfim, caí no sono.


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