Meu Pequeno Amor 2 - Segunda Geração escrita por FireboltVioleta


Capítulo 11
Medos e Inseguranças




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ROSE

 

Já era fim de tarde, e estávamos isolados em um canto na Sala Comunal. Lily estava sentada ao meu lado no pequeno sofá, e Alvo do outro. Hugo parecia meio aborrecido de não sobrar lugar para ele, e estava no chão, aos meus pés, juntamente com Chloe. James e Fred sumiram desde cedo, provavelmente aprontando alguma de suas peripécias. Scorpius dormia pesado no meu colo.

Todos nós olhávamos para um ponto em comum.

O envelope negro, pousado em cima de um pufe, a nossa frente.

Já havia mostrado a estranha carta a eles, e todos pareciam ter perdido a fala.

— Quem vocês acham..? - Chloe foi a primeira a se manifestar, encarando a carta com certo receio.

— Fala sério - Lily revirou os olhos, mas logo voltou a encarar a carta, como se ela fosse virar um berrador e engoli-la. Confesso que essa era a minha sensação. - não precisamos pôr isso em discussão…

— É isso mesmo – Hugo concordou. Parecia ser o único que encarava a carta com raiva e não com medo - é claro que foi a Belmore.

Lily assentiu.

— Aquele projeto de dragão. - Alvo fechou a cara, concentrado em fingir que não encarava a carta também, parecendo prestes a atacar caso algo ocorresse.

— Não sei, gente - suspirei, fitando o pequeno anjo em meus braços e acariciando seus cabelinhos. - a única coisa que eu sei, é que tenho que parar… quem quer que seja. Astoria e Draco confiaram em mim. Se algo acontecer a ele… eu nem sei… - mordi o lábio inferior, incapaz de continuar.

Senti um nó na minha garganta e um aperto no peito.

— Ahhh, prima - Lily me abraçou de lado, e apoiei a cabeça em seu ombro. - não fica assim, nós estamos com você. Nada de ruim vai acontecer com Scorpius.

— É verdade, Rosie. - Chloe se inclinou para pegar na minha mão, e acariciou o bracinho de Scorpius. - além do mais, pode ser um blefe.

— Bem pensado, Chloe - salientou Alvo. - pode ser alguma brincadeira de mau gosto, só pra te assustar.

— Em todo caso - Hugo pegou o envelope, e guardou no bolso interno do uniforme. Os outros pareceram um pouco surpresos por ele conseguir chegar perto da carta e continuar inteiro - é melhor ficarmos atentos.

— Vigilância constante. - Alvo sorriu para mim, e não pude deixar de sorrir também, lembrando de quando meu pai e tio Harry nos contaram sobre o velho lema de Olho-Tonto Moody.

— Vou procurar Fred e James - Hugo se levantou. - Pode deixar que eu conto. - ele completou, ao perceber que eu ia abrir a boca. Beijou minha testa e saiu.

— Hmmmmm

Todos nós olhamos para Scorpius, que se remexia e esfregava os olhinhos.

— Hmmmmmmm. - o garotinho soltou outro muxoxo, e abriu os olhos.

Quando pensei que pularia do meu colo e pediria para brincar, apenas se ajeitou melhor, enlaçou os bracinhos no meu pescoço e, com os dedinhos no meu cabelo, voltou a dormir.

Lily, Chloe e até Alvo pareciam se segurar para não apertá-lo até não poder mais. E eu… bom, o sorriso idiota pregado em mim não negava meu estado de fascínio.

O pequeno Scorpius me ensinou o amor de todas as formas e maneiras e a cada dia que se passava eu me encontrava mais maravilhada com tudo aquilo.

Sem dúvida, ele era uma benção não premeditada.

 

 

— Bom dia. - sorri da forma mais verdadeira que pude, sentando-me ao lado de Lily no café da manhã, puxando Scorpius para sentar em meu colo.

— Rosie, eu já sou um mocinho. - Scorpius disse, de um jeito tão reservado, que sufoquei uma gargalhada – Posso sentar na cadeirinha. - e escalou a cadeira ao meu lado, parecendo muito concentrado em escolher qual lado da torrada enfiaria na boca primeiro.

Lily, Chloe, James e eu rimos.

— Rosie - James me chamou, inclinando-se para frente e com a voz mais baixa, continuou. - Fred e eu manteremos os olhos abertos... e seja quem for, não vai nem nos ver chegando. - e me lançou uma piscadela. Não segurei o riso.

— Obrigada Jimmy. - sorri, mas meu sorriso sumiu um pouco quando Fred puxou a cadeira do lado de James, emburrado. - o que aconteceu?

— Clary não acredita em mim. - resmungou, os braços cruzados.

— Oh, puxa! - arregalei os olhos, mordendo o canto da boca - esqueci que a conversa seria ontem.

— Pois é - Chloe fez uma careta - com toda a confusão, esqueci de te avisar. Clary parece não acreditar que Fred mudaria por ela ou coisa assim.

— Mas ela poderia pelo menos me dar um voto de confiança! - Fred indignou-se.

— Será uma longa caminhada. - Lily comentou, em um tom sábio.

Balancei a cabeça. Pobre Fred… o garoto estava tão pra baixo com isso, que provavelmente não voltaria a narrar uma partida da Corvinal dão cedo.

James e eu acabamos flagrando Scorpius segurando o suco de laranja com as duas mãozinhas, inclinando a cabeça para trás, conforme o copo ia para frente, e rimos.

Contudo, minha expressão logo se fechou ao avistar Hugo encaminhando-se em direção a nós, a passos apressados.

Pálido.

— O que aconteceu? - levantei-me automaticamente. Todos encaravam Hugo, apreensivos.

— Joguei o envelope no fogo. - Hugo disse de uma vez,, e sua voz estava falha. Puxou algo de dentro das vestes e me entregou. - olha...- pigarreou. - olha o que o fogo cuspiu.

Estiquei a mão para pegar o pedaço de pergaminho que ele me estendia, o coração aos pulos.

— Sente-se, Rosie.

E eu me sentei. Ele parou ao meu lado, em pé.

Puxei todo o ar antes de começar a ler.

 

Não adianta tentar me destruir.

Como uma fênix, renasço das cinzas.

Bem diferente do seu pequeno convidado, que uma vez destruído, se perderá para sempre.

 

Novamente, sem assinatura.

Como visgo do diabo, o terror se enlaçava a mim.

Precisava encontrar uma luz.


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